Terça-feira

VALOR

Equipe econômica finaliza medidas e deve fazer anúncio nos próximos dias

Em meio ao processo de decisão sobre o comando das mesas do Congresso, uma piora nos dados de covid-19 e perda de tração na recuperação da atividade, a equipe econômica finaliza medidas que já devem ser anunciadas e adotadas nos próximos dias, apurou o Valor. Algumas fontes chegaram a dizer que o anúncio será amanhã, mas outras apontam que pode levar um pouco mais de tempo.

Entre as iniciativas, estão: antecipação de pagamento do 13º salário para aposentados e do abono salarial, medidas de facilitação de crédito (como a reedição da Medida Provisória nº 958, que dispensou exigências de alguns documentos para tomada de empréstimos), entre outras ações que visam dar uma injeção de ânimo na economia sem impactar significativamente o lado fiscal.

A liberação do FGTS estava sendo discutida, mas pode acabar ficando para depois. Até o momento, não está previsto anúncio de renovação do auxílio emergencial, encerrado em dezembro. Mas o Ministério da Economia está vendo com atenção o aumento recente dos casos e mortes de covid-19, que é um dos principais fatores para a decisão a respeito de voltar a pagar o benefício, que, além de socorrer as famílias mais atingidas pela paralisação das atividades, teve papel decisivo em evitar uma retração maior da economia em 2020.

O movimento crescente de casos de covid-19 nas últimas semanas assustou alguns interlocutores da pasta. A visão ainda é de que não seria bom renovar o benefício, porém o cenário está se tornando mais incerto e, dentro dos protocolos de reação à crise e o evidente agravamento essa opção, ganha força. Soma-se a isso o fato de a pressão política estar grande e crescente.

A resolução do quadro sucessório na Câmara e no Senado deve acelerar as discussões e há um esforço da equipe econômica para que o governo não perca o controle do processo. Nesse sentido, a leitura no bloco P da Esplanada dos Ministérios é que uma vitória do deputado Arthur Lira (PP-AL), hoje o cenário mais provável, deve ajudar.

Outro aspecto que a área econômica vê como fator de preferência para a vitória de Lira é a percepção de que haverá um maior alinhamento de quem faz a pauta com o governo.

Nesse sentido, seria mais fácil destravar temas como autonomia do Banco Central e outras matérias de interesse na Câmara, inclusive a PEC Emergencial, que ainda está no Senado e que é vista como a principal agenda fiscal para o país no time do ministro Paulo Guedes, especialmente se for retomada a ideia de desindexar e desvincular despesas públicas.

A intenção da equipe econômica era atrelar a discussão da PEC Emergencial com o auxílio, aceitando um gasto maior no curto prazo em troca de um desenho mais estrutural de ajuste das contas públicas, pois neste ano o impacto efetivo nas contas é pequeno.

Mas a intenção é colocar como permanente a “cláusula de calamidade pública”, que permitiria ao governo, em situações semelhantes à pandemia ou coisas do gênero (como uma guerra), acionar medidas de controles de gastos com salários, liberando espaço fiscal em outras áreas.

 

Projeção do mercado para alta do PIB em 2021 sobe de 3,49% para 3,50%

A mediana das projeções do mercado para a economia brasileira em 2021 voltou a subir, de 3,49% para 3,50%, no Relatório Focus, do Banco Central (BC), divulgado nesta segunda-feira com estimativas coletadas até o fim da semana passada. Para 2022, o ponto-médio das expectativas para a variação do Produto Interno Bruto (PIB) manteve-se em 2,50%.

O boletim semanal do BC não traz mais as estimativas mensais para o PIB de 2020, compiladas apenas no seu Sistema de Expectativas. Segundo estimativas compiladas pelo BC que dão origem ao Focus, a mediana das projeções do mercado para a variação do PIB de 2020 passou de baixa de 4,32% para recuo de 4,30%.

O dado oficial, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), será conhecido no dia 3 de março. Até lá, as eventuais atualizações das apostas dos economistas para o desempenho no período seguirão sendo informadas pela autoridade monetária por meio do Sistema de Expectativas.

Inflação e juros

A mediana das projeções dos economistas do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021 subiu de 3,50% para 3,53%, segundo o Focus. Para 2022, manteve-se em 3,50%.

IPCA

Desde a semana passada, o Relatório Focus não traz mais as apostas dos economistas que mais acertam as previsões, os chamados Top 5, que passaram a ser divulgadas apenas por meio do Sistema de Expectativas de Mercado do BC.

Entre os Top 5, segundo o Sistema de Expectativas, a mediana das estimativas para o IPCA neste ano subiu de 3,40% para 3,64%. Para 2022, o ponto-médio das expectativas para a inflação oficial brasileira permaneceu em 3,50% entre eles.

Para a taxa básica de juros (Selic), o ponto-médio das expectativas do mercado em geral permaneceu em 3,50% no fim de 2021 e 5,00% no de 2022. A meta de inflação a ser perseguida pelo BC é de 3,75% em 2021 e 3,50% em 2022, sempre com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

META DA SELIC

Entre os Top 5, a projeção para a Selic subiu de 3,50% para 4,00% no fim de 2021 e de 5,00% para 5,38% no de 2022.

Câmbio

A mediana das estimativas para o dólar no fim deste ano foi elevada de R$ 5,00 para R$ 5,01, segundo o Focus. Para 2022, o ponto-médio das projeções permaneceu em R$ 5,00 entre uma semana e outra.

 

“Top 5” vê risco maior de inflação furar meta em 2021

Analistas que mais acertam projeções já estão prevendo alta mais próxima e, em alguns casos, acima da meta de 3,75% para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021.

Divulgado ontem pelo Banco Central, o Boletim Focus mostrou que a mediana de estimativas para a inflação oficial do ano subiu ligeiramente entre a semana passada e a atual, de 3,50% para 3,53%. As instituições “Top 5”, porém, contam com um cenário um pouco mais pressionado para os preços, visão que reforça expectativas de que o BC deve começar a elevar a Selic já no primeiro semestre.

Entre os três horizontes contemplados no “Top 5” do BC, as casas que mais acertam perspectivas para o IPCA no longo prazo são as mais pessimistas: para elas, o indicador vai subir 3,89% este ano. Já os “Top 5” de médio e curto prazos trabalham com avanço de 3,64% e 3,75% para a inflação anual, pela ordem.

Mesmo com divergências sobre o nível a ser atingido no fim de 2021, especialistas concordam que a inflação acumulada em 12 meses vai rodar acima da meta em boa parte do ano, podendo superar 6% em maio ou junho, o que tende a pressionar ainda mais a política monetária.

Atualmente no segundo lugar no ranking de curto prazo de IPCA do Focus, a Quantitas espera que o índice estoure a meta este ano, com alta de 3,85%. João Fernandes, economista da gestora de recursos, afirma que uma conjunção de fatores deve levar a inflação a ficar um pouco acima do previsto pelo consenso de mercado.

“Não é algo isolado.” O primeiro ponto destacado por Fernandes são as medidas de inflação subjacente, mais sensíveis à taxa básica de juros e à atividade econômica e que, no cenário da Quantitas, devem reagir com mais força à normalização da atividade.

Em seus cálculos, a inflação subjacente de serviços - núcleo que exclui os preços de cursos, comunicação, serviços domésticos e turismo - vai aumentar 3,7% este ano, ante 2,5% em 2020.

No segundo semestre, quando a vacinação estiver mais disseminada entre a população mais vulnerável, o aumento da circulação de pessoas após um longo período de demanda reprimida deve abrir espaço para reajustes nos preços de serviços, ramo que teve a atividade mais afetada durante a pandemia, avalia Fernandes.

Como exemplo, o economista menciona bares e restaurantes, que tiveram os custos pressionados pela elevada inflação de alimentos no ano passado, mas não conseguiram repassá-los. Em 2020, enquanto alimentos no domicílio aumentaram 18,1%, os preços de alimentação fora de casa subiram 4,78%.

“Esse setor tem muitos custos não repassados. No momento em que houver demanda, é um dos que devem mostrar aumento mais forte.” A consultoria Pezco Economics, que ficou em quarto lugar no ranking de longo prazo para o IPCA em 2020, também projeta pressão maior nos preços de serviços neste ano, concentrada no segundo semestre.

Já o indicador oficial de inflação deve ter alta de 3,75% em 2021, estimativa que o economista Helcio Takeda classifica como “cautelosa” frente ao cenário econômico, ainda muito incerto. Além dos serviços, que devem ganhar fôlego à medida que os esforços para imunizar a população sejam bem-sucedidos, Takeda cita as cotações elevadas de commodities num contexto de câmbio ainda depreciado como outra fonte de preocupação.

“No primeiro semestre, devemos ver um dólar médio acima de R$ 5, o que alimentaria novos repasses aos preços ao consumidor”, diz o economista, que vê espaço para aumentos nos preços de proteínas animais, metalurgia e siderurgia e combustíveis.

Segundo Roberto Secemski, economista-chefe para Brasil do Barclays, a Petrobras deve promover novos reajustes na gasolina, uma vez que os preços do combustível nas refinarias ainda estão 17% abaixo das cotações internacionais.

Devido a essa pressão e a uma inflação persistente de alimentos no início do ano, Secemski elevou a estimativa para a alta do IPCA em 2021, de 3,4% para 3,6%. O banco britânico ficou no “Top 5” anual de médio prazo para o indicador. Para os economistas ouvidos, a dinâmica recente da inflação reforça que o BC terá que começar a elevar a Selic mais cedo.

O Barclays passou a estimar que a primeira alta será na reunião de maio do Comitê de Política Monetária (Copom), o que antes era previsto somente para agosto, e Secemski não descarta que o primeiro ajuste ocorra já em março.

Esse é o cenário da Quantitas, que trabalha com quatro altas de 0,5 ponto na Selic, levando a taxa a 4% ao fim do ano. “Antecipamos a expectativa para o início do ciclo de alta após a última decisão do Copom, em que o colegiado deu um peso muito maior à parte corrente da inflação subjacente”, aponta Fernandes.

 

Fim do benefício emergencial e 2ª onda de covid devem frear investimento, diz Ipea

O fim do auxílio emergencial e a segunda onda da pandemia tendem a frear o investimento na economia brasileira nos primeiros meses de 2021, quando as taxas de formação bruta de capital fixo (FBCF) devem se acomodar ante os avanços dos cinco meses até novembro. A previsão é do Instituto de Pesquisa de Economia Aplicada (Ipea).

Para a instituição, avanços mais consistentes estão no horizonte, mas dependem da imunização da população via vacina, condição à retomada segura do setor de serviços. Segundo o Ipea, a FBCF avançou 3,1% em novembro ante o mês anterior, quando já se notavam sinais de acomodação - a alta em outubro foi de 0,1%. Ainda assim, o trimestre até novembro viu expansão de 6,3%.

O indicador considera, sobretudo, investimentos em máquinas e equipamentos e construção civil. O consumo aparente de máquinas e equipamentos, de maior peso no indicador, cresceu 7,7% em novembro ante outubro, encerrando o trimestre móvel com alta de 14%. No desagregado, a produção nacional de máquinas e equipamentos cresceu 10,9% e a importação subiu 20,1% em novembro.

“Nossa expectativa para a atividade é bastante positiva, pautado em indicadores de confiança relativos à produção industrial. Mas há uma perspectiva de acomodação [no consumo de máquinas e equipamentos], algo que vai começar a aparecer e tem a ver com o fim do auxílio emergencial", disse o técnico do Ipea responsável pelo levantamento, Leonardo Carvalho.

“Nos próximos meses, mesmo com o fim do auxílio, considerávamos outros ‘drives’ que ainda poderiam puxar o setor industrial, como a migração do consumo de serviços para o de bens e, depois, a própria recuperação dos serviços com a volta da demanda, hoje reprimida. Mas a segunda onda de covid-19 pode atrasar essa volta, o que só vai se resolver com a vacina. Serviços voltando mais forte, passa a empregar mais, o que também traz efeito positivo à indústria.”

A acomodação das taxas é mais clara na construção civil, em que os investimentos ficaram estagnados em novembro, após queda de 0,8% em outubro e alta de 1,1% em setembro. Houve avanço de 1,6% no trimestre móvel até novembro. Na comparação com 2019, novembro viu expansão de 3,6% no indicador - a primeira desde fevereiro - e o trimestre móvel registrou queda de 2,3%. No acumulado em 12 meses, os investimentos ainda caem 4,4%.

 

FOLHA

Ano de 2021 é chave para Brasil retomar reformas, mas incerteza política atrapalha, diz Fitch

O ano de 2021 será chave para o governo brasileiro revitalizar sua agenda de reformas fiscais, antes das eleições de 2022, e o amplo déficit fiscal e elevado custo do serviço da dívida ressaltam os contínuos desafios para as contas públicas do país, disse a Fitch Ratings nesta segunda-feira (1), dia da eleição dos presidentes da Câmara e do Senado, ponto de atenção do mercado em relação à agenda reformista.

Embora lembre que os números fiscais do ano passado vieram melhores que o temido e que o juro está baixo, a Fitch avaliou que a taxa Selic deve aumentar neste ano em resposta às recentes pressões inflacionárias.

Além disso, a agência entende que uma estabilização e redução permanente da relação dívida/PIB exigiriam diminuição mais rápida do déficit primário e o cumprimento do teto de gastos —o que, por sua vez, demandaria o retorno das reformas.

"No entanto, o cenário político não deixa claro se e quando essas medidas serão aprovadas pelo Legislativo", disse a Fitch, considerando que as eleições municipais do ano passado e as para Câmara e Senado "paralisaram as reformas".

"O governo Bolsonaro fez esforços para construir uma aliança no Congresso para aprová-las, mas sua capacidade de fazê-lo pode ser testada por resistência de interesses individuais, dinâmica política fluida no Congresso e recente declínio nas taxas de aprovação do presidente", disse a Fitch.

A agência prevê que a economia brasileira tenha retraído mais de 4,0% em 2020. O déficit primário deve cair para 3,1% do PIB este ano, ante 9,5% no ano passado.

A Fitch atribui nota "BB-" ao Brasil, com perspectiva negativa, o que "reflete o impacto da pandemia sobre o déficit fiscal e o custo da dívida pública do Brasil, bem como a incerteza persistente quanto às perspectivas de consolidação, dadas as pressões de gastos e as perspectivas incertas de reforma fiscal".

 

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