Terça-feira

VALOR ECONÔMICO

Governo turco falha em tentativa de acalmar mercado

O banco central da Turquia anunciou ontem uma série de medidas para dar suporte à lira e prometeu tomar todas as iniciativas necessárias para preservar a estabilidade financeira. O comunicado do BC, divulgado na manhã de ontem, surgiu depois de o ministro das Finanças, Berat Albayrak, genro do presidente Recep Tayyip Erdogan, ter dito que o governo preparou um plano de ação para restaurar a calma no mercado.

Em comunicado no site da instituição, o BC informou que vai providenciar aos bancos toda liquidez que for necessária. Uma das medidas anunciadas foi a redução das exigências de compulsório dos bancos, o que resultará em liberação de 10 bilhões de liras, US$ 6 bilhões e US$ 3 bilhões em ouro em liquidez para o sistema financeiro.

O anúncio ajudou a afastar a moeda turca do pior momento do dia - mas não evitou que a depreciação fosse expressiva de novo. O dólar subiu 8,51% em relação à moeda turca, cotado a 6,9382 liras no fechamento em Istanbul - na mínima, chegou a 7,2149 por dólar, novo piso histórico. O BC também afirmou que os limites atuais de depósitos de moeda estrangeira, de cerca de US$ 50 bilhões, poderão ser aumentados. "O Banco Central vai acompanhar atentamente a profundidade do mercado e a formação de preços, e tomará todas as medidas necessárias para manter a estabilidade financeira", aponta o comunicado.

A autoridade monetária anunciou ainda que, quando for considerado necessário, poderá fazer leilões de recompra adicionais, com vencimentos de até 91 dias. Os leilões de recompra são ferramentas usadas pelo BC turco para injetar liquidez no sistema bancário através da compra de ativos de bancos, com a promessa de que eles serão vendidos de volta em uma data futura.

Os leilões de uma semana são o principal instrumento usado pelo BC com este intuito. O presidente da Turquia acusou ontem "terroristas econômicos" de armarem um complô para prejudicar seu país espalhando informações falsas e disse que eles enfrentarão todo o rigor da lei, enquanto as autoridades iniciaram investigações sobre os suspeitos de envolvimento.

A moeda turca, a lira, que acumula uma desvalorização de quase 45% em relação ao dólar neste ano. "Há terroristas econômicos nas redes sociais", disse Erdogan a um grupo de embaixadores turcos no palácio presidencial em Ancara, acrescentando que autoridades judiciárias e financeiras estão agindo em resposta. "Há realmente uma rede de traição", afirmou ele. "Eles não perdem por esperar... Vamos fazer aqueles que estão espalhando especulações pagarem o que merecem."

Erdogan, que ganhou novos amplos poderes depois de sua reeleição em junho, disse que estão sendo espalhados boatos de que as autoridades poderão impor controles de capital em resposta à derrocada da moeda. O Ministério do Interior disse que identificou até agora 346 contas em redes sociais com postagens sobre o câmbio que, segundo ele, criaram uma percepção negativa sobre a economia. O ministério disse que adotará as medidas legais contra elas, mas não disse quais serão essas medidas.

 

Guardia diz que Brasil tem resistência para enfrentar crise na Turquia

O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, disse na noite desta segunda-feira que o Brasil está bem posicionado em relação aos riscos trazidos pela crise da Turquia, uma vez que o Brasil tem reservas superiores à dívida, com déficit em conta corrente pequeno e financiado por investimentos em moeda estrangeira, além de uma dívida menor no setor privado.

“Isso torna o Brasil mais resistente a esse tipo de volatilidade que estamos observando nesta semana e na semana anterior, no caso a Turquia”, disse o ministro, após sair da 45ª edição do evento Exame Melhores & Maiores, em São Paulo. Porém, Guardia ressaltou que, diante desse cenário, o Brasil tem a necessidade de equilíbrio fiscal. “O que sempre chama atenção nesses momentos é a absoluta necessidade de continuidade do processo de reformas estruturais, particularmente a consolidação fiscal. É o que vai assegurar a capacidade brasileira de ter maior resiliência a crises internacionais”, afirmou.

Segundo ele, é absolutamente urgente e necessário concluir o processo de consolidação fiscal já em curso. Ele afirmou que a última intervenção do banco Central no câmbio, há cinco semanas, foi necessária pois o governo entendeu que havia excesso de volatilidade nos mercados de câmbio e de juros. “Não é o que estamos observando neste momento. É uma desvalorização que afetou outras moedas também. Vamos aguardar os acontecimentos. Continuaremos a monitorar o mercado com muita atenção”.

O ministro ponderou que em momentos de eleição é natural que exista um pouco mais de dúvida sobre o que vai acontecer com o país e a mudança de governo. “É por isso que é importante reforçar os fundamentos da economia brasileira. Quanto mais sólidos, menor será a preocupação com o processo de transição política, que faz parte da democracia, qualquer país democrático tem alternância de poder.”

Quanto ao Programa Rota 2030, Guardia disse que, se não for aprovado antes das eleições, como é um projeto de interesse da sociedade, o projeto terá assim mesmo apoio do Congresso. Antes ou depois das eleições.

 

Lições do tombo atual para os investidores em emergentes

O colapso da moeda turca não é apenas uma catástrofe local criada por políticas econômicas excêntricas e por se meter em uma briga com os EUA. Também é um alerta para os investidores em outros mercados emergentes. O otimismo quanto a uma melhoria prolongada na governança econômica é menos sólido do que eles pensam.

O boom prolongado da Turquia levou os investidores a pensar que ocorrera uma mudança institucional permanente, mas à medida que esse boom se transforma em colapso as velhas e más políticas são retomadas com uma nova aparência.

É verdade, o Exército não está no controle desta vez, mas o cada vez mais autocrático presidente voltou a recorrer à estratégia de sempre, de culpar complôs estrangeiros pelos problemas do país em vez de aceitar o esforço necessário para enfrentar problemas financeiros enraizados. A mesma história pode ser contada no caso de outros emergentes. Depois de ser afetados pelos calotes do fim dos anos 1990, os emergentes se movimentaram para pôr a casa em ordem. Durante os anos 2000, os bancos centrais ganharam independência, a democracia criou raízes, o comércio prosperou e se formaram reservas internacionais para responder ao risco de fuga de capitais.

Os investidores apostaram que o fortalecimento institucional continuaria e os emergentes se transformaram em "mercados de crescimento". A visão pessimista para o longo prazo é que esse processo vai se reverter. A má administração da macroeconomia tornou-se evidente na redução das compras de títulos - "Taper Tantrum" - de 2013, e as lideranças que haviam adotado a democracia ao estilo ocidental estão se tornando autocráticas.

A Turquia é o exemplo mais extremo da falência das instituições. A Índia tem um líder populista que gosta de interferir no banco central, a China abandonou limites de mandato para deixar sua liderança ainda mais ditatorial que o normal e o presidente das Filipinas se deleita em rejeitar restrições às execuções extrajudiciais. No entanto, a falência das instituições não é suficiente, por si mesma, para criar um caso perdido.

 Ruchir Sharma, autor de "The Rise and Fall of Nations" e estrategista-chefe global do Morgan Stanley, diz que o desempenho econômico tem sido semelhante em democracias e autocracias - mas é muito mais suave em uma democracia. Os mercados de títulos estão fazendo apostas pessimistas sobre os emergentes. A dívida em moeda forte dos emergentes explodiu nos anos 2000, saindo das mesmas taxas de retorno dos títulos americanos de alto risco para ser negociada a taxas de retorno próximas das dos títulos americanos corporativos de alta qualidade em 2008.

Nesta última década, esse progresso se reverteu, e pela primeira vez em 13 anos, os títulos de mercados emergentes foram cotados a taxas de retorno apenas levemente superiores às dos títulos americanos de alto risco. Os investidores enfrentam duas questões-chave: a primeira é se os emergentes estão mesmo regredindo. A resposta é: provavelmente não de uma forma geral, porque para cada país com governança pior há outro se agarrando a seus ganhos. Muitos países caminham na direção errada. Mas em outros emergentes a instituições se mantiveram fortes, como mostrou a troca de liderança depois dos escândalos de corrupção no Brasil, Malásia e África do Sul.

A Indonésia está presa à ortodoxia econômica. Mesmo a Índia, apesar de todo o populismo de Narendra Modi, aprovou reformas importantes que escaparam de seus antecessores. É mais um caso de que os emergentes não estão mais avançando do que o de que, como grupo, eles estejam retrocedendo. Segunda questão: até que ponto a governança pior no longo prazo já está embutida nos preços? A resposta exige que se separem as mudanças cíclicas de curto prazo da tendência de governança no longo prazo.

No curto prazo, os emergentes estão sob pressão da renovação da força do dólar, que atingiu os países dependentes do financiamento em dólares com a Turquia e a Argentina à frente. A desaceleração na China prejudicou os países que dependem de commodities. E os juros altos limitaram a caça por retorno, o que levou investidores em emergentes para títulos de alto risco em moeda local.

O ciclo desde a recuperação pós-Lehman Brothers tem sido terrível para ações emergentes, que devolveram metade de seu desempenho superior aos das ações de mercados desenvolvidos desde 2001. Ambos os casos, no entanto, exageram o mau desempenho dos mercados emergentes. As taxas de retorno de títulos de alto risco estão historicamente baixas, de forma que ser tratado como lixo não é a marca de desrespeito que já foi.

Aliás, as ações de mercados emergentes não são as únicas a ficar para trás dos EUA recentemente; seu retorno em um, dois e cinco anos é quase exatamente o mesmo que o dos países desenvolvidos, com exceção dos EUA.

Os preços das ações mostram uma história similar, parecendo baixos se comparados aos EUA, mas não especialmente baixos em comparação com o resto do mundo desenvolvido, tanto nas expectativas da relação preço/lucro como na relação entre o valor de mercado e o valor contábil. Um monte de más notícias foi embutido nos preços e os emergentes não estão mais na crista da onda como investimento. Mas a crença em que superem as expectativas a longo prazo continua e os emergentes ainda são vistos popularmente como uma fonte de crescimento, em vez de uma fonte de risco. Quando esse sentimento mudar, será a hora dos investidores do contra se juntarem.

 

Núcleos de inflação caminham para níveis que dispensam cortes de juros

Depois de ficarem baixos durante cerca de meio ano, os núcleos de inflação começaram a subir nos últimos dois meses para níveis que o Banco Central costuma classificar como “confortáveis”, reforçando o seu cenário básico de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) vai caminhar para as metas sem a necessidade de promover estímulos monetários adicionais.

O departamento econômico do Banco Safra calculou oito dos principais núcleos de inflação usados no país, a partir dos dados do IPCA, e os comparou com a trajetória mensal sazonalmente ajustada que levaria ao cumprimento do centro da meta de inflação deste ano, de 4,5%. Em julho, metade desses núcleos de inflação estavam altos, ou seja, mais próximos da trajetória da inflação consistente com o teto da meta de inflação, fixado em 6% para 2018, do que do centro da meta.

Outros quatro núcleos de inflação estavam alinhados com a trajetória para o cumprimento do centro da meta. O BC costuma chamar de “confortáveis” os núcleos de inflação consistentes com o cumprimento do centro da meta de inflação. Os núcleos baixos estão na faixa do piso da meta, definido em 3% para 2018.

Até agora, o BC não chamou nenhum núcleo de alto, mas essa classificação poderia se aplicar com índices que apontam inflação no teto da meta. Em junho, quatro dos núcleos de inflação estavam altos, próximos do teto da meta, enquanto três estavam em níveis confortáveis e um estava entre baixo e confortável.

De dezembro a maio, todos os núcleos ficaram em patamares baixos, indicando um grande risco de a inflação furar o piso da meta pelo segundo ano consecutivo. Apesar da alta dos núcleos em junho, devido aos efeitos da greve dos caminhoneiros e à alta do dólar, o BC continuou a afirmar na ata da última reunião do seu Comitê de Política Monetária (Copom) que “as medidas de inflação subjacente ainda seguem em níveis baixos”. O colegiado preferiu dar peso maior à tendência dos núcleos de inflação de meses anteriores do que aos dados de um mês isolado, que podem ser muito voláteis.

Julho, porém, foi o segundo mês consecutivo com núcleos de inflação entre confortáveis e altos — o que, em tese, pode ser um indicador de que o período inflação muito baixa ficou para trás. Isso era exatamente o que o BC esperava no seu cenário central de trabalho: que a inflação muito baixa do começo do ano se acelerasse à medida em que a atividade econômica se recuperasse.

Mas, em vez da atividade, que tem sido mais fraca do que o previsto, o choque de preços causado pela greve dos caminhoneiros e da alta do dólar deram o empurrão que faltava na inflação. Embora alguns núcleos de inflação tenham ficado muito altos, em geral os analistas econômicos não creem que vá se firmar uma tendência de inflação mais acelerada, perto do teto.

Os economistas calculam quase uma dezena de núcleos de inflação porque nenhum deles é perfeito. O núcleo com dupla ponderação, por exemplo, é muito eficaz para eliminar um ou outro item mais volátil, como alta do preço do tomate num mês. Mas não funciona muito bem quando muitos itens sobem devido a choques simultâneos, como ocorreu agora. O núcleo de serviços subiu porque basicamente um item — alimentação fora de domicílio — foi impactado pela greve dos caminhoneiros.

O economista-chefe do Banco Safra, Carlos Kawall, diz que nos próximos meses os núcleos que estão altos devem convergir para patamares confortáveis. “Se nossas projeções estiverem certas, os núcleos vão retornar à faixa entre baixos e confortáveis”, afirma. “Os dados de julho corroboraram a ideia de que os choques recentes estão se dissipando e de que o seu efeito secundário até o momento não é preocupante.”

O fato de a inflação estar caminhando da forma como o previsto pelo Banco Central, convergindo para o centro da meta, significa em tese que haveria menos razões para o Copom cortar mais os juros para estimular a economia. Em março, o BC baixou a taxa Selic para 6,5% ao ano, abaixo do esperado, justamente porque os núcleos muito baixos indicavam o risco de a inflação furar o piso da meta em 2018.

Kawall pondera, porém, que isso não significa que um eventual estímulo monetário adicional esteja descartado. “O balanço de riscos para a inflação está bem equilibrado”, disse Kawall. Do lado negativo, há o risco de um candidato antirreformas vencer as eleições presidenciais e a eventual piora do cenário externo.

Mas o economista lembra que a recuperação da economia está mais lenta que o esperado. A eleição neste ano de um presidente a favor das reformas, afirma ele, poderá ter efeitos positivos sobre as expectativas de inflação . “Poderá haver uma discussão se mais estímulos monetários seriam necessários”, afirma.

 

Com informalidade, 5 setores têm mais ocupados que antes da recessão

A crise econômica que jogou milhões de pessoas na informalidade mudou também a composição do emprego por setor na economia. Em cinco grupamentos de atividade acompanhados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de ocupados superou o registrado no período imediatamente anterior à recessão, com destaque para alimentação e transporte.

Foram esses segmentos que receberam parte dos trabalhadores que perderam seus empregos e agora têm uma população ocupada maior que em 2014. Essa recuperação relativa passa longe da indústria e da construção civil, que cortaram milhões de vagas e ainda têm um número de ocupados bem abaixo daquele ano.

Segundo dados da Pnad Contínua trimestral, do IBGE, a construção civil perdeu 1,25 milhão de trabalhadores na comparação com segundo trimestre deste ano com o mesmo período de 2014. Uma queda de 16% no total de ocupados no setor. A indústria demitiu também 1,25 milhão (-9,5%), a agropecuária, outro 1,27 milhão (-13%).

Neste último caso, a queda tem a ver também com o aumento de absorção de tecnologia pelo setor. Na ponta oposta, o segmento de alojamento e alimentação teve no segundo trimestre deste ano um acréscimo de 1,1 milhão de trabalhadores em relação a quatro anos atrás, num aumento expressivo de 26%. Transporte aumentou seu contingente de ocupados em 9,6%, ou 409 mil pessoas.

Outros serviços tinham 607 mil empregados a mais, um aumento de 15% sobre 2014. O serviço doméstico agregou mais 234 mil trabalhadores, num aumento de 4% sobre 2014. O grupo que inclui administração pública, educação, saúde e defesa ganhou mais 990 mil empregados, com aumento de 6,5% no total de empregados. Completando os dez grupamentos de atividade acompanhados pelo IBGE, comércio e reparação de veículos têm praticamente o mesmo número de ocupados de quatro anos atrás e o setor financeiro, imobiliário e de administração perdeu 357 mil empregados, ou 3,5% do total de 2014.

Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, diz que o aumento da ocupação em segmentos como alimentação, transportes e outros serviços (manicure, cabelereiro, manutenção, etc) está relacionado ao trabalho sem carteira assinada. “São os segmentos mais aderentes à informalidade.

Parte deles é empregado sem carteira ou por conta própria. Trabalhar com alimentos, como ambulante, é uma das primeiras válvulas de escape para quem perdeu o emprego. Nos transportes, o aumento coincide com a entrada dos aplicativos no Brasil”, diz. É o que o economista Nelson Marconi, da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas (EAESP-FGV), chamou de “economia das quentinhas”.

“Setores como a indústria perdem participação na ocupação, enquanto outros, como alojamento e alimentação, que pagam menores salários, contratam proporcionalmente mais. É a economia das quentinhas, a solução de última instância, porque sempre haverá demanda por elas”, escreveu ele em artigo na revista “Conjuntura Econômica”, do IbreFGV. Um dos efeitos dessa mudança no mercado de trabalho, além da falta de estabilidade e benefícios sociais como Previdência, seguro-desemprego e FGTS, é a queda de renda nos segmentos que viram seu contingente de trabalhadores aumentar.

Segundo dados do IBGE, ao aumento de 26% no número de trabalhadores em alimentação e alojamento, correspondeu uma queda de 9% na renda média em termos reais no segundo trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Em transportes e outros serviços, o recuo foi de 9,5%.

Na indústria, houve aumento de 2,6%. Na construção, setor atingido pela crise e pela Lava-Jato, além da perda de vagas o salário médio caiu 9,4%. Com a recuperação muito lenta da economia, é improvável que indústria e construção retomem os números pré-crise tão cedo. “O emprego na construção vai aumentar na medida em que houver estabilidade, quando a população se sentir segura para investir em imóveis e houver a volta dos investimentos em infraestrutura. A indústria sofre com o poder de compra mais baixo”, diz Azeredo.

“O que depende do aumento da massa de renda, de carteira de trabalho, de um cenário político mais estável, sofre mais. Visto de outra forma, perdemos quatro milhões de vagas de trabalho formal e até hoje não houve recuperação”, afirmou, acrescentando que a queda do emprego formal desacelerou, mas não acabou.

O técnico do IBGE observa que o mercado de trabalho está preso a um círculo vicioso: a falta de estabilidade e os baixos salários geram menos consumo, que gera menos atividade, que gera menos emprego. Azeredo ainda cita o que para ele é o efeito mais perverso dessa ciranda: a subutilização e o desalento. “Há toda uma população que, embora ocupada, está subutilizada e quer trabalhar mais”, diz, referindo-se a cinco milhões de pessoas que trabalham menos de 40 horas por semana.

Há ainda outras oito milhões que estão fora da força, mas gostariam de obter uma ocupação; 60% delas estão no desalento (desistiram de procurar emprego) e que, segundo Azeredo, dá a falsa ideia de queda do desemprego. Junto a mais de 13 milhões de desempregados, o total é de 27 milhões de pessoas subutilizadas.

Para Marconi, o aumento da participação de empregados com carteira no mercado de trabalho passa pela recuperação da economia e, em menor grau, pela redução do encargo sobre a folha das empresas. E ainda é preciso melhorar a estrutura produtiva e uma política educacional que melhore a qualificação dos trabalhadores, diz.

Na indústria, um setor que tradicionalmente gera mais emprego formal, as perspectivas ainda não melhoraram. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) entre maio e junho o setor cortou quase 27 mil empregos com carteira assinada, após quatro meses de saldos positivos.

A greve dos caminhoneiros pode ter influenciado, mas para o diretor-executivo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Julio Gomes de Almeida, a situação frágil da indústria vai além dos efeitos da greve. Há crescimento lento de produção, mas as exportações de manufaturados, que deram fôlego ao setor algum tempo atrás, caem há três meses. Ele avalia que a greve de maio pesou nas expectativas. “Há falta de confiança e a cautela se reflete nos investimentos e no emprego”, diz.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Crise mais que esperada pode levar a contágio macroeconômico global

As relações entre Turquia e Estados Unidos chegaram ao fundo do poço na semana passada. A verdade é que essa história não é nova.

Desde a chegada de Erdogan ao poder, em 2003, as relações com o principal aliado da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) têm flutuado.

O governo do Partido Justiça Justiça e Desenvolvimento (AKP) opôs-se à intervenção ao Iraque e, depois desta, tentou sem sucesso intervir no norte do país. Pressionou o governo Obama por uma intervenção na Síria, mas resistiu a participar da coalização contra o Estado Islâmico. E realiza operações militares contra curdos sírios, considerados aliados das forças norte-americanas.

A tensão ganhou força com o pedido de extradição do clérigo turco residente nos Estados Unidos Fetullah Gulen –considerado terrorista por Ancara– e a prisão do pastor americano Andrew Brunson.

Parecia que o pastor em questão, preso desde outubro de 2016 sob alegação de terrorismo e espionagem, seria libertado em julho.

O governo americano havia atuado nessa negociação pela soltura de uma ativista turca em mãos israelenses. Brunson, porém, não saiu da prisão, e Donald Trump entendeu o fato como afronta pessoal.

O governo americano anunciou congelamento de bens dos ministros do Interior e da Justiça turcos, e Trump anunciou pelas redes sociais, como de costume, o aumento das taxas sobre aço e alumínio turcos. Em paralelo, o Congresso em Washington debate a não entrega de caças F-35, bloqueio de fundos do Banco Mundial e do FMI (Fundo Monetário Internacional).

A aliança entre Turquia e EUA se esboçou com o Plano Marshall no pós-guerra e ganhou força com a Guerra Fria. No quadro da grande estratégia de contenção, a Turquia entrou na Otan ao lado da Grécia em 1952 e teve um papel fundamental como a âncora do flanco sudeste da organização, além de ser o único país da aliança com fronteiras diretas com a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, bloco dissolvido em 1991).

Com o fim da Guerra Fria, decaía a importância estratégica turca, mas a luta contra o terrorismo curdo os manteve unidos nos anos 1990. A invasão americana ao Iraque mudou os cálculos.

O aliado agora invadiu os países vizinhos e se tornou seu vizinho. Estrategistas turcos começaram a avaliar como aumentar a profundidade estratégica da Turquia além dos EUA, desenvolvendo um jogo de múltiplas apostas com Europa, Oriente Médio e o inimigo histórico, Rússia. Nos últimos tempos, a Turquia tem sido cada vez mais isolada pelos seus "parceiros" ocidentais enquanto melhorou suas ligações estratégicas com a Rússia e a China.

Não é por acaso que Erdogan pediu a incorporação da Turquia ao grupo dos Brics no encontro de Joanesburgo, nem que ele seja um dos principais colaboradores com o processo de pacificação da Síria, liderado pela Rússia.

A crise é profunda e o fim distante. A tensão aumentará se o pastor Brunson não for libertado, e a crise cambial poderia tornar-se macroeconômica, afetando um dos pilares da administração de Erdogan: estabilidade e progresso econômicos. Sem bonança econômica, o novo esquema presidencialista perde tração.

Com a crise de 2008/2009, Erdogan foi bem-sucedido. O novo contexto parece mais complexo. As tensões com os EUA não apenas não colaboram mas a "guerra econômica" pode ser muito cara para uma economia emergente como a turca. E pode contagiar.

 

Na melhor das hipóteses, déficit zera em 2022, afirma IFI

Na melhor das hipóteses, o déficit nas contas do governo pode ser zerado em 2022, afirma relatório divulgado nesta segunda-feira (13) pela IFI (Instituição Fiscal Independente).

O resultado está no negativo em R$ 103 bilhões (12 meses até junho) e, segundo a IFI, deve encerrar o ano em R$ 156,7 bilhões.

Embora candidatos tenham prometido zerar o rombo em dois anos -- Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) o fizeram de maneira explícita –a IFI aponta algumas dificuldades.

Primeiro, o cenário de curto prazo ficou mais difícil, após o governo abrir mão de receitas da arrecadação de Cide e PIS/Cofins para reduzir o preço do diesel na paralisação dos caminhoneiros. As duas medidas produzirão uma perda em torno de R$ 5,5 bilhões, segundo a IFI.

Além disso, o crescimento econômico menor (1,6% em vez de 2%) e um elevado desemprego contribuem para deprimir as receitas que viriam de outros impostos.

No médio prazo, o principal desafio é o cumprimento do teto que limita o crescimento dos gastos públicos.

A regra ganhou sobrevida, na visão da IFI. A entidade vislumbrava que o teto se esgotaria em 2019. Porém, com a recente redução de subsídios, como a desoneração da folha de pagamentos, e o esperado fim da subvenção do preço do diesel, o teto poderá durar até 2020.

Mas não foi só isso. Uma ajuda extra veio da elevação da inflação em junho, produto inesperado da greve dos caminhoneiros. O aumento de preços afrouxou um pouco o limite do governo.

Isso porque os gastos sujeitos ao teto são corrigidos pela inflação até junho do ano anterior (neste caso, de 4,4%, acumulada em 12 meses). Ou seja, para 2019 foi incorporada essa contribuição.

"A aplicação da regra de correção autoriza um teto de gastos no próximo ano de R$ 1,407 trilhões ou R$ 59,2 bilhões superior ao teto deste ano", observa a IFI.

"Na medida em que o avanço do teto legalmente permitido para 2019 soma-se ao espaço fiscal não utilizado e remanescente de 2018, estimado por nós em R$ 15 bilhões, significa dizer que a despesa poderá experimentar um avanço de R$ 74,2 bilhões no próximo ano."

A dúvida da IFI é se o próximo governante conseguirá colocar em prática reformas que permitam a redução dos gastos, como a da Previdência, a partir de 2020.

O Orçamento está estrangulado por despesas obrigatórias e as despesas sujeitas ao corte por força do teto estão sendo reduzidas ao limite, o que eleva o risco de descumprimento da regra por fadiga.

O cenário otimista da IFI conta com R$ 10 bilhões adicionais de novas rodadas de concessões e outorgas na área de petróleo e mais R$ 40 bilhões da cessão onerosa, em 2019 -- revisão de contrato com a Petrobras e que abriria a possibilidade de o governo relicitar áreas de exploração.

"No cenário otimista, que considera mudança relevante nas regras previdenciárias, a partir de 2020, destaca-se que o reequilíbrio das contas ocorreria apenas ao final do próximo ciclo político-eleitoral, em 2022, sempre sob a hipótese de cumprimento do teto de gastos", afirma o relatório.

GATILHOS

A partir de 2021, momento em que o teto seria matematicamente descumprido, segundo a IFI, gatilhos seriam acionados, como determina a lei que criou a regra fiscal, proibindo reajustes salariais de servidores, por exemplo.

Mesmo assim, as medidas corretivas não seriam suficientes para reduzir a despesa ao patamar originalmente exigido pela regra.

Isso ocorre porque um dos principais focos de aumento de gastos públicos é a Previdência Social, cuja despesa cresce também por efeito vegetativo, de envelhecimento da população, o que foge às vedações do teto.

Além disso, a economia com a proibição de conceder reajustes salariaisgeraria um ganho fiscal que, no cenário mais provável, variaria entre R$ 16 bilhões e R$ 22 bilhões, insuficiente para levar o nível de gastos para o patamar anterior ao de seu rompimento, segundo a IFI.

Com isso, segundo as projeções, a despesa primária realizada estaria 1 ponto percentual acima do nível esperado com o teto de gastos em 2026, ano em que o primeiro ciclo da regra chegaria ao fim. Em vez de representarem 16% do PIB, responderiam por 17% do PIB.

Os cenários da IFI não contemplam aumento de impostos, tal qual prometem os candidatos à Presidência.

"O simples fato de o cenário já apontar o descumprimento futuro deveria ser suficiente para antecipar uma reflexão em torno de medidas que busquem rever a estrutura de gasto público, lastreada no diagnóstico de crescimento do gasto incompatível com a geração de riqueza do país", afirma o relatório.

"Nesse sentido, as simulações de descumprimento futuro do teto devem ser compreendidas como alerta para que as medidas cabíveis sejam tomadas."

 

Moody's vê melhora das condições para empresas brasileiras

As condições de crédito para as empresas brasileiras estão mostrando sinais de melhora, enquanto o país emerge de sua mais profunda recessão econômica da história, mas a incerteza econômica persiste antes das eleições presidenciais de outubro, disse a agência de classificação de risco Moody's Investors Service em um relatório nesta segunda-feira (13).

A moeda fraca do país deve pressionar os preços, embora a inflação e as taxas de juros devam permanecer em mínimas históricas, segundo o relatório.

Para o vice-presidente sênior da Moody's, Erick Rodrigues, "os indicadores de crédito corporativo permanecerão sólidos para a maioria dos exportadores, mas melhorarão muito modestamente para os setores locais em 2018-19, em meio à lenta recuperação econômica, incerteza política e confiança neutra do consumidor".

A agência disse que a Petrobras deve continuar focando na redução da dívida e no fortalecimento de seu desempenho operacional, enquanto os preços do minério de ferro devem se manter estáveis, com a Vale melhorando a qualidade da produção e os custos.

"O aumento da produção e da redução da dívida da Vale é um bom presságio para um ano mais forte em 2019", disse a Moody's.

Já a recuperação do setor siderúrgico vai continuar lenta, com os preços mais altos contrabalançando a demanda mais fraca no segundo semestre deste ano.

A Moody's também vê preços firmes de celulose, que devem melhorar o fluxo de caixa da Suzano Papel e Celulose e da Fibria Celulose, e vê o dólar mais forte impulsionando a receita de exportação dos processadores de carnes BRF, JBS, Marfrig e Minerva, embora o setor de aves ainda deva sentir em 2018 a compressão das margens e perdas devido a greve dos caminhoneiros.

Para o setor de construção, contudo, a Moody's vê uma recuperação apenas em 2019. "Essa recuperação dependerá dos resultados gerais das eleições e das perspectivas macroeconômicas do Brasil", acrescentou.

 

O ESTADO DE SÃO PAULO

Caixa oferece mais de 18 mil imóveis com preços abaixo do valor de mercado

Começou nesta segunda-feira e vai até o próximo sábado, dia 18, a 2ª Semana de Imóveis Caixa, na qual serão ofertados mais de 18 mil imóveis usados em condições especiais por meio das modalidades: leilão, licitação aberta, venda direta ou venda online. Durante a semana, as casas, apartamentos, salas comerciais e terrenos de propriedade da Caixa estarão disponíveis em todos os Estados brasileiros com preços abaixo do valor de mercado. Em São Paulo, são 2.877 unidades.

Por meio do site da 2ª Semana de Imóveis Caixa, os visitantes podem contar  com  apoio de empregados do banco para auxiliar em consultas e fornecer informações, inclusive fotos e peculiaridades dos imóveis. O cliente também poderá ter apoio dos corretores credenciados, que prestarão auxílio especializado para compra dos imóveis.

Qualquer pessoa física ou jurídica pode comprar imóveis da Caixa, com exceção dos empregados vinculados às áreas de alienação e avaliação dos imóveis e dirigentes da instituição, bem como seus parentes diretos.

Adquirindo um imóvel Caixa,  o comprador tem como vantagens a possibilidade de financiamento em todas as modalidades de compra,  garantia de um imóvel com documentação regular e o saldo de FGTS pode ser usado na compra, desde que obedecidas as regras do fundo.

 

O GLOBO

Maior risco na crise turca é contágio para o setor bancário, indica economista

Na avaliação da economista para Europa da consultoria Oxford Economics, Evghenia Sleptsova, um dos principais perigos da atual crise na Turquia é que os problemas financeiros podem se espalhar e contagiar o setor bancário do país. Na avaliação da especialista da consultoria britânica, os bancos do país estão sobrecarregados e o governo de Tayyip Erdogan teria dificuldade para socorrê-los. Além disso, a economista ressalta que, caso o cenário de aversão os risco persista, os emergentes como Argentina e África do Sul podem estar vulneráveis à fuga de capitais.

A Turquia enfrenta uma crise similar à grega, em 2008?

— Não avalio desta maneira. São tipos bem diferentes de crises, já que os desequilíbrios da Turquia são externos, causados por grande déficit em conta corrente financiado pela entrada de carteiras de curto prazo, baixas reservas cambiais e grande endividamento em moeda estrangeira. A crise da Grécia foi fundamentalmente atrelada à dívida pública interna e a um grande déficit fiscal.

Existem semelhanças entre a atual crise financeira turca e as crises dos emergentes na década de 1990?

— De certo modo, sim. As crises do Brasil (1998), Argentina (2001) e México (1994) tiveram muito a ver com desequilíbrios externos, como grandes déficits em conta corrente, grande dependência de empréstimos estrangeiros e insuficientes mecanismos para amortecer e sustentar qualquer pressão externa e defender a moeda da desvalorização em caso de choques no mercado internacional. Entretanto, a diferença é que naquela época as moedas latino-americanas estavam atreladas ou administradas, de modo que os Bancos Centrais tentariam defender as divisas pelo tempo que pudessem, o que no final agravou as consequências. A moeda da Turquia é flutuante (livre), o que significa que as autoridades monetárias não estão gastando reservas, as quais não são muitas, para defender a moeda, de modo que, em certa medida, alivia parte da pressão sobre a dívida soberana.

Quais as principais razões para a atual crise turca?

— Entre eles, vale ressaltar o grande e persistente déficit em conta corrente e a dependência de empréstimos estrangeiros para financiá-lo; e grandes empréstimos em moeda estrangeira tomados por empresas, o que as deixa muito vulneráveis à depreciação da moeda. Além disso, o setor bancário também já está sobrecarregado, a julgar pelas proporções entre empréstimos e depósitos, o que significa que o país teria dificuldade em lidar com eventuais dívidas corporativas em grande escala. Se o sistema bancário começar a falhar, isso indicaria que o governo teria que socorrê-lo, algo que vai ser financeiramente difícil para a Turquia.

Quais os países mais vulneráveis a esse colapso turco?

— Se o ambiente de risco persistir e o capital começar a fugir, os países mais vulneráveis a fluxos de saída são aqueles que têm grandes desequilíbrios estruturais, e especialmente externos, como déficits em conta corrente. Entre eles, vale ressaltar Argentina, África do Sul, Ucrânia e Paquistão.

O Brasil também está vulnerável a este cenário?

Não posso afirmar categoricamente. Mas os principais afetados pela crise financeira na Turquia serão os países com grandes desequilíbrios em suas finanças.

Já o economista para Turquia e Rússia da Oxford Economics, Nafez Zouk, diz que ainda é possível resolver a crise turca, mas seria necessário grande esforço e medidas enérgicas por parte do governo:

— No momento atual, a crise ainda pode ser resolvida, mas as autoridades estão ficando sem tempo para implementar medidas políticas ousadas e drásticas. Precisamos ver atitudes fortes por parte das autoridades nos próximos três dias. Estas devem incluir aumentos agressivos das taxas de juros para conter a inflação; um compromisso com um pacote de consolidação fiscal nos gastos; fornecimento de assistência direcionada aos setores atingidos pelo colapso financeiro e para recapitalizar bancos, se necessário; e alguns sinais credíveis de que a Turquia está disposta a reduzir as tensões geopolíticas, principalmente com os Estados Unidos, um aliado da Otan.

Felizmente para a Turquia, e como já foi mencionado anteriormente, a fonte de estresse não está nos balanços patrimoniais soberanos, que continuam fortes com baixa dívida do setor público. Isso significa que ainda há um colchão financeiro para ajudar a isolar a economia das ameaças. Mas isso não será suficiente se a crise de confiança aumentar ainda mais.

 

Banco Central da Argentina aumenta taxa de juros para 45% ao ano

O Banco Central (BC) da Argentina subiu inesperadamente sua taxa básica de juros e divulgou um plano para eliminar gradualmente o estoque de suas notas de curto prazo, à medida que o peso caiu a uma baixa recorde em meio a uma ampla venda de ativos de países em desenvolvimento.

O banco elevou a taxa para 45%, de acordo com um comunicado enviado por e-mail. O BC argentino prometeu manter a taxa neste nível até pelo menos outubro. O governo também cancelou seu leilão diário de dólares.

Esta foi a quarta alta surpresa do Banco Central argentino neste ano, já que a inflação se recusa a desacelerar.

A moeda despencou mais de 35% este ano, a segunda pior entre as nações emergentes depois da lira turca. O selloff (onda de vendas em massa) nos ativos argentinos que começou em abril forçou o governo a recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para uma linha de crédito de US$ 50 bilhões.

Ainda assim, a economia deve entrar em recessão este ano. Na semana passada, o peso caiu mais desde junho, com o agravamento dos problemas financeiros da Turquia arrastando as moedas dos mercados emergentes para baixo.

 

EXAME

Mercado vê inflação maior, mas não muda visão sobre Selic estável

O mercado passou a ver mais inflação neste ano, mas manteve a visão de que o Banco Central não vai mexer na Selic tão cedo, em meio ao cenário de fraca atividade econômica.

Pesquisa Focus do BC divulgada nesta segunda-feira mostrou que as projeções de alta do IPCA neste ano passaram a 4,15 por cento, frente a 4,11 por cento antes, mas ainda abaixo do centro da meta oficial de 4,50 por cento, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Para 2019, as estimativas foram mantidas em avanço de 4,10 por cento.

Em julho, o IPCA desacelerou sua alta mensal a 0,33 por cento, após salto de 1,26 por cento no mês anterior devido aos impactos da greve dos caminhoneiros. O movimento de desaceleração já era esperado, mas foi menos intenso do que as projeções de analistas ouvidos pela Reuters, de alta mensal de 0,27 por cento.

Apesar de ver um pouco mais de inflação neste ano, os analistas consultados na pesquisa Focus continuaram projetando que o BC manterá a taxa básica de juros na sua mínima histórica de 6,50 por cento até o final deste ano, mesmo cenário do Top 5, grupo que mais acerta as previsões no levantamento. Para o final de 2019, também foi mantida a estimativa de que a Selic estará em 8 por cento.

Na semana passada, o BC reforçou que o cenário de inflação continuará favorável se não houver choques adicionais. No início deste mês, o BC manteve a taxa básica de juros em 6,50 por cento, ressaltando que a retomada da atividade econômica será ainda mais gradual do que a esperada antes da greve dos caminhoneiros.

Sobre a paralisação, ocorrida no final de maio, o BC assinalou que os efeitos que elevaram a inflação de junho “devem ser temporários”.

O levantamento mostrou ainda que as estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2018 foram reduzidas ligeiramente a 1,49 por cento, ante 1,50 antes, com as contas de expansão de 2,50 por cento para 2019 mantidas. Também não mudaram as visões sobre o dólar, a 3,70 reais tanto no fim deste ano quanto no ano que vem.

Na semana passada, o dólar saltou 4,23 por cento e foi acima do patamar de 3,85 reais, interrompendo cinco semanas seguidas de perdas, com maior aversão ao risco na cena externa e maior cautela dos investidores com a proximidade das eleições presidenciais de outubro no Brasil.

 

 

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