Quarta-feira

O ESTADO DE SÃO PAULO

Nova greve inicia e antiga dá sinas de arrefecimento

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou, via redes sociais, que a greve da categoria começou nos primeiros minutos desta quarta-feira, 30, apesar de o Tribunal Superior do Trabalho (TST) ter considerado o movimento ilegal na véspera. Ato ocorre em apoio à greve dos caminhoneiros e pede a destituição do presidente da Petrobrás, Pedro Parente.

 A paralisação dos caminhoneiros começa a dar sinais de enfraquecimento. As filas para reabastecer veículos diminuem aos poucos nos postos, mas a estimativa das distribuidoras é de ao menos uma semana para normalização.

 Ainda há centenas de pontos de concentração de caminhões nas estradas, mas com menor número de veículos envolvidos. As Forças Armadas afirmam que foram transportadas 35% das necessidades do País durante a terça-feira.

 Os militares negam concordar com os pedidos de intervenção que aparecem nos protestos. O chefe do Estado Maior Conjunto, almirante Ademir Sobrinho, disse que as Forças Armadas "seguem o que está na Constituição: democracia."

 

VALOR ECONÔMICO

Economia brasileira abre 2018 com crescimento de 0,4%

A economia brasileira registrou expansão de 0,4% nos três primeiros meses de 2018, em relação ao último trimestre do ano anterior. Foi o quinto resultado positivo após oito quedas consecutivas nesta base de comparação, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes, o Produto Interno Bruto (PIB) somou R$ 1,6 trilhão.

De janeiro a março deste calendário, a Agopecuária foi destaque, com crescimento de 1,4%. Indústria e Serviços tiveram alta de apenas 0,1%. No comparativo com o primeiro trimestre de 2017, a economia brasileira expandiu-se 1,2%, registrando o quarto resultado positivo seguido neste tipo de confronto, apontou o IBGE.

A Agropecuária voltou a chamar a atenção, mas, neste caso, por ter desempenho negativo - registrou baixa de 2,6%. A Indústria e Serviços tiveram desempenho parecido - com avanço de 1,6% e 1,5%, respectivamente.

 

Dólar caminha para maior alta mensal desde setembro 2015

O dólar cravou o quarto pregão consecutivo de alta frente ao real, devolvendo todo o alívio registrado com o reforço das intervenções do Banco Central no mercado cambial. Nas últimas quatro sessões (incluindo a de hoje), o dólar subiu 3,10%. Nas três quedas seguidas registradas anteriormente, a moeda havia perdido também 3,10%.

O real ainda conseguiu mostrar desempenho melhor que vários de seus pares emergentes nesta terça-feira. Peso mexicano, zloty polonês, rand sul-africano e peso colombiano, por exemplo, caíam mais de 1% no fim da tarde. Já a moeda brasileira perdeu 0,25%. Com isso, o dólar fechou a R$ 3,7373, bem próximo da máxima em mais de dois anos registrada em meados de maio.

A alta do dólar foi moderada, mas suficiente para elevar os ganhos no acumulado do mês para 6,70%. Amanhã é a última sessão de maio e, mantido esse ritmo, o dólar fechará o período com a maior valorização mensal desde setembro de 2015. Naquele mês, os ativos brasileiros sofreram uma forte onda de liquidação, em meio à perda do grau de investimento. O dólar disparou mais de 9%, alcançando uma máxima recorde de quase R$ 4,25.

Hoje, o que impediu que o real se depreciasse ainda mais foi a sinalização do Banco Central, dada ontem à noite, de que manterá as ofertas adicionais de liquidez tanto no fim de maio quanto a partir do início de junho. Com isso, o BC sana dúvidas de que poderia interromper as vendas extras de dólar com a virada do mês. Além disso, o BC já indicou que começará na próxima sexta-feira, dia 1º, as rolagens do vencimento de mais de US$ 8,5 bilhões em swaps cambiais previsto para 2 de julho.

O BC precisou reforçar as vendas de swap conforme o dólar subia em linha reta e já flertava com R$ 3,80. Nem mesmo a surpresa com a estabilidade da Selic em 6,50% conseguiu segurar a pressão no mercado de câmbio. Para o Goldman Sachs, a “contínua” incerteza política provavelmente manterá “elevado” o prêmio de risco no câmbio. Mas a expectativa é que, em caso de maior clareza política, os preços do real e o quadro macro brasileiro abram espaço para um desempenho potencialmente melhor para o real.

Nos cálculos dos estrategistas do banco, o valor “justo” para a taxa de câmbio - considerando equilíbrio de fluxos para conta corrente - é de R$ 2,85 por dólar. Ou seja, o real está com excesso de fraqueza na casa de 24%. Mas alguns analistas ainda veem com ressalvas chances de alguma recuperação do câmbio no curto prazo.

Para Rafael Biral, diretor da mesa de clientes do Standard Chartered Bank no Brasil, ainda não é hora de fazer investimentos de curto prazo nos mercados domésticos, mesmo com os preços mais baixos após o recente “sell-off”. “No curto prazo, ainda é preciso resolver alguns problemas mais imediatos”, diz, referindo-se desde a crise dos combustíveis até a ausência de cenário mais claro para as eleições. “Não vejo, por exemplo, nenhuma razão para o real estar se apreciando neste momento. E por isso não acredito que a alta do dólar até aqui seja fora de contexto ou excessiva.”

 

Moody's vê efeito negativo de greve

A Moody's alertou para o impacto fiscal da greve dos caminhoneiros. A vicepresidente e analista sênior da agência, Samar Maziad, afirmou que "a perda de receita relacionada ao programa de subsídio ao diesel e ao corte de impostos acordado entre o governo do Brasil e os motoristas é negativa para o perfil de crédito soberano. O programa de subsídios aumentará a rigidez orçamentária e pode enfraquecer ainda mais as perspectivas fiscais de curto e médio prazo do país".

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Apoio à paralisação é de 87% dos brasileiros, diz Datafolha

O brasileiro apoia maciçamente a paralisação dos caminhoneiros e defende sua continuidade, apesar de não estar disposto a pagar a conta que o governo federal aceitou receber (dos manifestantes para tentar encerrá-la. A conclusão é de pesquisa telefônica feita pelo Datafolha com 1.500 pessoas na terça (29). A margem de erro do levantamento é de três pontos para mais ou para menos. Aprovam o movimento, que chega a esta quarta (30) ao décimo dia arrefecido mas ainda com bloqueios de estradas, 87% dos entrevistados. São contrários 10%, enquanto 2% se dizem indiferentes e 1% não souberam opinar. Já 56% dos entrevistados acham que a paralisação deve seguir, contra 42% que são a favor de seu fim.

O apoio aos caminhoneiros é bastante homogêneo levando em conta as regiões do país, baixando um pouco entre os mais ricos e os mais velhos. A origem da paralisação é o preço do regulado pela Petrobras, que acompanha a variação internacional do combustível.

Com o aumento recente do petróleo, aliado à alta do dólar, uma série de reajustes levou ao protesto. Dando razão à análise de que há uma solidariedade difusa com o sentimento de injustiça tributária, consideram o pleito dos caminhoneiros justo 92%, índice que é de 57% mesmo entre aqueles que são contra o movimento.

Ainda assim, para 50% os caminhoneiros são mais beneficiados do que prejudicados pelo que eles chamam de greve --o governo trabalha com a hipótese de parte do movimento ter sido estimulado por donos de transportadoras. Esses, por sua vez, têm mais prejuízos, na visão de 60% dos ouvidos. Já o cidadão se vê mais prejudicado (43% a 33% dos que se acham mais beneficiados) pessoalmente. Acham que o "brasileiro em geral" é mais prejudicado 56% dos ouvidos.

A pesquisa aferiu que o brasileiro não concorda em ser penalizado com aumento de impostos e corte de gastos federais para atender às reivindicações dos caminhoneiros. Aprovam tais medidas, anunciadas de forma genérica dentro de uma paleta bastante variada de itens, apenas 10% dos entrevistados. São contrários 87%.

Os entrevistados consideram que o governo vai favorecer empresários e caminhoneiros, e prejudicar mais a população. Como seria esperado em relação ao governo de Temer, o mais impopular da história da redemocratização brasileira, a condução da negociação até aqui é aprovada só por 6% dos ouvidos, contra 77% que a desaprovam.

Para 16%, ela foi regular, e 2% disseram não saber avaliar. Para 96%, o presidente demorou para negociar, contra 3% que acham que ele o fez no momento certo. Uma das principais críticas ao governo desde que o movimento eclodiu foi a falta de informação prévia acerca de sua gravidade potencial.

A alta taxa de apoio à manifestação dos caminhoneiros pode estar associada ao relativamente baixo impacto que ela teve até aqui no cotidiano dos entrevistados pelo Datafolha sobre a paralisação. Dos ouvidos, 51% relataram ter deixado de fazer algumas das atividades apresentadas na pesquisa, contra 49% que mantiveram a rotina.

O número acompanha a proporção daqueles que disseram ter tido problemas para abastecer o automóvel: 53% ao todo, com 37% relatando ter tido muita dificuldade --o maior índice registrado no Norte/Centro-Oeste (42%).

ROTINA

Já o desabastecimento de alimentos, um dos aspectos mais temidos desse tipo de crise, ainda não é percebido. Apenas um quarto dos entrevistados disse ter tido dificuldade para comprar comida. No dia a dia, o impacto ainda não se fez notar, segundo aponta o Datafolha. Deixaram de ir ao trabalho 15% dos entrevistados, contra 73% que mantiveram a assiduidade. Já a visita ao médico só foi evitada por 13%, enquanto 83% a mantiveram. À escola, foram 69% dos alunos, com 19% preferindo ficar em casa. Atividades de lazer nem tampouco foram prejudicadas, sendo mantidas por 73%.

Viagens, algo sensível quando o tema é a falta de combustível provocada em postos de gasolina e aeroportos pela paralisação, ainda não foram afetadas. Dos entrevistados, 26% relataram cancelamentos e 28% disseram que não irão viajar no feriado de Corpus Christi, nesta quinta (31). Já 67% seguiram com seus planos anteriores e 61% aproveitarão a folga. Quando questionados acerca da responsabilidade pelo movimento, a maior parte dos entrevistados (42%) apontou para os motoristas autônomos de caminhão.

Já 31% concordaram com a tese do governo federal de que as empresas transportadoras são as responsáveis. O Palácio do Planalto diz que pelo menos parte do movimento é um locaute, greve ilegal estimulada por patrões a fim de auferir vantagens econômicas. Uma minoria de 7% crê em autoria compartilhada do movimento e 5% aderem à ideia de que o próprio presidente Michel Temer e políticos são responsáveis pela paralisação. Caso o movimento não acabe, apesar do acordo feito pelo governo, 88% defendem a continuidade das negociações e 9%, usar Forças Armadas e polícias.

PESQUISA TEM LIMITES, MAS APONTA TENDÊNCIAS

A pesquisa telefônica feita pelo Datafolha, a única possível no contexto, procura representar o total da população adulta do país, mas não se compara à eficácia de levantamentos presenciais nas ruas ou nos domicílios. Por isso, apesar de 90% dos brasileiros possuírem acesso ao menos à telefonia celular, o Datafolha não adota o método em pesquisas eleitorais.

Ao telefone, é preciso questionamento rápido, sem estímulos visuais, e o contato com quem não pode atender em horário comercial é prejudicado. Os limites impostos não prejudicam as tendências apuradas, pela amplitude dos resultados e pelos cuidados adotados. Foram entrevistados 1.500 adultos em todas as regiões. A margem de erro é de três pontos percentuais.

 

Escorregamos e voltamos para trás, diz presidente do Bradesco

Em meio ao protesto de caminhoneiros e à paralisia econômica decorrente dela, o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Jr., disse nesta terça (29) que “o Brasil não merecia passar pelo que está passando agora”.

Elogiando índices de recuperação econômica, inflação controlada e queda nos juros, o banqueiro disse que “estávamos caminhando para a frente. Agora passamos por esse solavanco. Eu diria que estávamos subindo uma montanha, escorregamos e voltamos para trás”.

Apesar do baque, disse, “demora um pouquinho para pegar tração, mas é factível”.

Lazari participou de debate no Fórum de Investimentos Brasil 2018, organizado pela Apex Brasil, em São Paulo. “Lógico que, quando se organizou esse evento, não se esperava que iam acontecer essas coisas. Nós [os palestrantes] estávamos lembrando que, no ano passado, foi o Joesley [Batista].”

Em maio de 2017, mês de realização do fórum, a delação de Joesley Batista, da JBS, jogou o governo Temer em uma tormenta apontada como uma das responsáveis pela não aprovação da reforma da Previdência.

Também compondo a mesa, mediada por Maria Cristina Frias, colunista da Folha, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Fabio Kanczuk, reconheceu o impacto da greve na economia.

“É inevitável dizer que afetou a atividade econômica. Não dá para negar.”

Kanczuk lembrou, porém, “o choque negativo” de maio de 2017, quando da delação de Joesley, para minimizar a duração desse efeito. “Quando a gente olha os dados [do ano passado] com o retrovisor de hoje, parece que nada aconteceu. Tudo indica que será igual.”

“Quando a economia tem ociosidade, um choque negativo como esse, normalmente, é dissipado. Depois de dois, três meses, você não percebe mais que aconteceu nada”, afirmou Kanczuk, que substituiu o ministro Eduardo Guardia (Fazenda), ausente em decorrência da paralisação.

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