Quarta-feira

VALOR ECONÔMICO

Banco Central quer ver queda mais rápida dos juros bancários

As taxas de juros de mercado e o spread bancário (diferença entre o que o banco paga pelo dinheiro e o quanto cobra para emprestá-lo) estão numa tendência de queda, mas o ritmo dessa baixa não agrada o Banco Central, afirmou seu presidente, Ilan Goldfajn. " Queremos que a redução seja mais rápida, para que tenhamos logo crédito mais barato para famílias e empresas." Ele participa de audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE).

Para Ilan, a ação dos bancos acompanha a redução do juro básico Selic promovida pelo BC, mas com velocidade insatisfatória. Ele mencionou que as taxas de juros bancárias, medidas pelo Indicador de Custo de Crédito (ICC), seguem em queda e, em fevereiro de 2018, se encontravam em 27,3% ao ano para as famílias e 15,5% para as empresas. "Temos observado queda dos juros bancários desde o fim de 2016. Nós gostaríamos que ela continuasse e ficasse abaixo do nível de 2013 e 2014 [ICC]", destacou.

"Está havendo queda, mas gostaríamos que ela fosse mais rápida desta vez", ressaltou. Ilan contou que parte da redução dos juros bancários deve acontecer não só pela queda da taxa Selic, que está no menor nível da história, mas pela adoção de medidas estruturais, muitas delas aprovadas pelo Congresso Nacional. Mas ressaltou que não se deve atuar nesse sentido "de forma voluntariosa", citando como exemplo a experiência do governo Dilma Rousseff de usar os bancos públicos para induzir uma queda nos juros. "A única coisa que se conseguiu foi prejuízo para os bancos públicos", disse aos senadores.

Segundo Ilan, essa experiência chega a atrapalhar o momento atual, no qual o BC toma medidas estruturais para acelerar o repasse da queda da Selic para o consumidor final. "Agora vamos precisar que todos os bancos entrem nesse processo", continuou.

"O objetivo é atacar, de forma estrutural, não voluntariosa, todas as causas que tornam o custo de crédito alto no Brasil: o alto custo operacional e regulatório, a falta de boas garantias, a necessidade de mais informação no sistema, os subsídios cruzados, os altos compulsórios, a necessidade de estimular a concorrência, entre outros. Trabalhando com serenidade num ambiente de inflação e juros básicos baixos, tenho certeza que vamos avançar consideravelmente", destacou.

 

Bancos veem risco de dólar manter escalada diante de incertezas

A rápida escalada do dólar para acima de R$ 3,40 já leva alguns departamentos econômicos de bancos a cogitar uma piora do cenário para a taxa de câmbio até o fim do ano. Itaú Unibanco deve divulgar novas estimativas até sexta-feira, enquanto UBS e Goldman Sachs estão em processo de revisão dos prognósticos. Outras cinco instituições - Citi, Deutsche Bank, Santander, Pine e Bank of America (BofA) - mantêm os cenários de antes e citam como justificativa os bons fundamentos externos do Brasil e a possibilidade de atuação do Banco Central para evitar um descolamento maior do real ante seus pares.

Mas todos os analistas consultados concordam que, se os elementos macro amparam o real, a queda do diferencial de juros a mínimas históricas enfraquece uma relevante linha de defesa para a taxa cambial. A despeito da influência do exterior na formação do preço do dólar, é a perspectiva para as reformas econômicas, inserida no debate eleitoral, que determinará o valor da moeda americana nos próximos meses, dizem os profissionais.

Ontem, o dólar terminou em queda de 0,23%, a R$ 3,4108. O alívio foi bastante modesto comparado à alta de 3,50% da última série de seis altas, mas suficiente para quebrar a mais longa sequência de ganhos em 20 meses. Por ora, o Itaú vê dólar de R$ 3,25 ao término de 2018. A estimativa é baseada na ideia de que a economia global continuará em "forte" crescimento, pano de fundo que beneficia ativos de risco - como moedas emergentes.

Mas Julia Gottlieb, responsável no banco pela análise de contas externas e taxa de câmbio, reconhece que os riscos a esse cenário têm aumentado. De um lado, ela cita questões políticas domésticas e macroeconômicas no exterior. De outro, destaca a redução da "vantagem" de juros do Brasil em relação ao mundo. "Até pelo patamar a que caiu e pelo atual momento, essa redução do spread pode ter mais impacto no câmbio do que em períodos anteriores", afirma.

A diferença entre a taxa do swap entre DI e juro prefixado de um ano (uma medida do juro projetado para o período) e o "yield" do título do Tesouro americano de mesmo vencimento chegou no fim de março a bater 4,27 pontos percentuais, mínima histórica. Em setembro de 2015, o diferencial era de quase 16 pontos. Essa sobra menor de juros barateia o "hedge" via câmbio de posições compradas em outros ativos brasileiros, especialmente no mercado de ações.

E segundo David Beker, chefe de economia e estratégia do Bank of America Merrill Lynch, também investidores com aplicações em emergentes têm utilizado o real como instrumento de proteção de suas carteiras, beneficiando-se justamente da queda do custo de carregamento a mínimas históricas.

Beker ainda espera a taxa de câmbio em R$ 3,32 por dólar no fim de 2018. "Preferimos esperar um pouco para ter ideia se o movimento é consistente ou não", justifica. Mas ele admite que "claramente o risco é que esse número seja mais alto".

Para o estrategista, o principal motivo para a atual alta do dólar vem do exterior, sobretudo na forma de tensões comerciais e do risco de uma nova desvalorização da moeda chinesa, o yuan. "No curto prazo, o que parece claro é que o mercado continuará sem grandes convicções, o que mantém a incerteza." O Goldman Sachs, que está em análise para atualizar estimativas, oficialmente ainda trabalha com dólar de R$ 3,30 para dezembro.

"Acredito que o dólar vai terminar o ano ou muito abaixo de R$ 3,40 ou muito acima, a depender do resultado em outubro", diz Alberto Ramos, diretor de pesquisas econômicas do Goldman para a América Latina. Já Marco Caruso, do Pine, vê o dólar médio nos picos agora no segundo trimestre (R$ 3,35), com descida gradual até uma taxa média de R$ 3,20 no fim do ano. "Pelo histórico, os candidatos 'do mercado' devem ganhar força apenas mais perto da eleição. E isso ajudaria na queda da taxa média do dólar até o fim do ano", diz.

Mas alguns analistas não alteraram cenários por já enxergarem um dólar bem mais alto nos próximos meses. É o caso do economista Luciano Sobral, do Santander Brasil, que estima taxa de R$ 3,50 em dezembro. Essa previsão tem como base a expectativa de continuidade da normalização das condições monetárias nos EUA e a redução do diferencial de juros favorável ao Brasil. Para o fim do segundo trimestre, o Santander ainda projeta taxa de R$ 3,38. Sobral diz que o salto do dólar nos últimos dias "surpreende" porque os fundamentos externos do Brasil seguem "muito bons". "Daqui para a frente, a probabilidade maior é o mercado atribuir mais risco aos cenários", conclui.

 

IPCA suaviza alta para 0,09% e tem menor taxa para março

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) voltou a surpreender em março, ao desacelerar para 0,09%, piso das projeções dos analistas. Trata-se do menor resultado para o mês desde a criação do Plano Real, em 1994, conforme levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em fevereiro, o indicador subiu 0,32%.

Em 12 meses, o IPCA manteve sua trajetória de desaceleração, indo de 2,84% de aumento no acumulado em fevereiro para 2,68% de alta no acumulado em março. Dessa forma, o índice completa nove meses abaixo do piso da meta de inflação do governo. O piso da inflação é de 3% neste ano — o centro da meta é de 4,5%, com margem de flutuação de 1,5 ponto percentual, para mais ou para menos.

Nos três primeiros meses de 2018, a inflação oficial ficou em 0,70%, abaixo da taxa apurada um ano antes, de 0,96%. É menor índice acumulado no primeiro trimestre desde 1994.

Na média, 28 consultorias e instituições financeiras consultadas pelo Valor Data previam desaceleração do IPCA de março para 0,12%. O intervalo ia de alta de 0,09% a avanço de 0,16%. Também na média, as estimativas apontavam inflação de 2,71% em 12 meses.

Cinco dos nove grupos que integram o IPCA apresentaram variações mais benignas de preços na passagem de fevereiro para março, com destaque para Educação (3,89% para 0,28%) e Transportes (0,74% para 0,25%).

No caso do primeiro grupo, a desaceleração se deu pela passagem do período agudo de reajustes de cursos e escolas, típico do mês de fevereiro. Dessa forma, a contribuição de Educação para o IPCA de março foi de apenas 0,01 ponto percentual, após uma contribuição de 0,19 ponto no mês anterior.

Quanto a Transportes, o abrandamento no ritmo de alta refletiu o item passagens aéreas, com queda de 15,42% em março. Também teve impacto o recuo de 0,04% dos preços dos combustíveis.

O IBGE apontou ainda a mudança de rumo em Comunicação (de +0,05% para -0,33%), motivada pela redução nas tarifas das ligações locais e interurbanas, de fixo para móvel, em vigor desde 25 de fevereiro. Além disso, houve aumento menos marcado em Despesas de cuidados pessoais (de +0,17% para +0,05%) e Habitação (de +0,22% para +0,19%).

Saúde e cuidados pessoais, contudo, apresentaram a maior variação no mês (0,48%), além da maior contribuição (0,06 ponto percentual). Nesse grupo, o destaque foi o item plano de saúde (1,06%), responsável por um impacto de 0,04 ponto na inflação de março.

Já o grupo Alimentação e Bebidas, que representa um quarto dos gastos das famílias brasileiras, saiu de deflação de 0,33% em fevereiro para elevação de 0,07% um mês depois. O grupo contribuiu com 0,02 ponto percentual para o índice de março.

 

Inflação quase zero confirma compasso lento da retomada

A inflação caiu para quase zero em março - o IPCA aumentou apenas 0,09%, a menor taxa para o mês desde o lançamento do Plano Real, em 1994. A notícia, boa em condições normais, traz mais preocupação com a queda no ritmo da recuperação econômica. A grande ociosidade existente na economia é o principal fator que leva a essa inflação baixíssima, de só 0,7% no primeiro trimestre.

O cenário é de retomada gradual do mercado de trabalho, mas com criação de vagas ainda concentrada no setor informal. A recuperação da atividade segue em curso, mas em ritmo lento, inferior ao observado no fim do ano passado. No mercado de trabalho, um problema é a composição dos novos empregos.

No trimestre encerrado em fevereiro, a população ocupada era 1,75 milhão maior que um ano atrás. Nesse período, contudo, houve queda de 611 mil vagas com carteira assinada. O aumento da população ocupada se deu especialmente no emprego por conta própria, com alta de 977 mil postos de trabalho, e de vagas sem carteira assinada - outros 511 mil. Esses trabalhadores, em geral com renda mais baixa que os celetistas, tendem a ser mais cautelosos ao consumir, por se sentirem menos seguros quanto aos seus rendimentos. Na série livre de influências sazonais, o desemprego está estabilizado em torno de 12,5%.

A expectativa é a de que a atividade acelere ao longo do ano, reagindo aos juros mais baixos - o Banco Central deve fazer mais um ou dois cortes na taxa básica, hoje em 6,5% ao ano. Uma das dúvidas é se o emprego formal ganhará fôlego, num quadro em que o avanço do PIB em 2018 tende a ficar mais próximo de 2,5% do que dos 3% ou mais que pareciam possíveis na virada do ano. O comportamento dos preços dos alimentos também contribui para manter o IPCA em níveis baixos. A variação do índice em 12 meses caiu de 2,84% em fevereiro para 2,68% em março.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Novo juro do BNDES salva banco de se 'desmilinguir'

O novo presidente do BNDES, Dyogo Oliveira, disse que a TLP, nova taxa de juros do BNDES, salvará o banco de se "desmilinguir". O FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) está deficitário, e o Tesouro Nacional tenta gerenciar sua própria falta de recursos.

Dyogo, que deixou o Ministério do Planejamento para assumir o banco, disse que, sem poder contar com essas fontes, o BNDES terá que buscar dinheiro no mercado. Segundo ele, a primeira captação será feita nos próximos meses, e se tornará rotina.

Dyogo assume o BNDES na ressaca da Lava Jato, com grandes tomadores de empréstimos ainda enredados em delações e processos judiciais. Em 2016, o banco congelou desembolsos para obras que estavam em curso no exterior. Isso poderá levar a calotes de países que exigem que os serviços contratados sejam concluídos.

O risco é que sejam bancados pelo próprio Tesouro, que garante esses contratos. As empresas reclamam, mas Dyogo afirma que elas não têm conseguido comprovar que o dinheiro do banco foi usado conforme o combinado.

Folha - O que dá para entregar em oito meses?

Dyogo Oliveira - Buscaremos alternativas criativas a exemplo do BNDES Giro. Vamos fazer as coisas de um jeito mais digital e isso permite que os processos sejam totalmente diferentes. E não é que vai de seis para quatro meses. Terá outro padrão. No BNDES Giro, eram 60 dias para a aprovação do BNDES. Agora são três segundos porque é digital. Já no processo de análise do crédito, podemos compactar [etapas] ou eliminar porque, com as informações digitais, não precisa mais fazer determinado tipo de análise.

Isso vai levar quanto tempo?

É um projeto de médio e longo prazo. Mas a cada 30 dias terá uma etapa concluída. Outra coisa importante é mostrar que o banco tem opções de funding [recursos para empréstimos]. Umas das coisas que tocaremos é uma captação de mercado para mostrar que o banco não tem dificuldade. Dá para fazer uma captação considerável ainda neste ano. Não posso abrir o jogo, mas estamos adiantados.

Essa captação é para cobrir os R$ 130 bilhões que o banco tem que devolver neste ano para o Tesouro Nacional?

Não será dessa ordem. É uma captação para testar o caminho. Haverá captações periódicas no mercado. Temos que pagar o Tesouro e o banco ainda vai ficar com margem de caixa muito boa. Essa é a hora boa para fazer uma captação.

O banco poderá devolver mais para o Tesouro em 2019?

O BNDES já deu contribuição não só relevante como suficiente. Para 2019, mesmo com o BNDES, a devolução não seria suficiente [para cumprir a regra de ouro]. Será necessário escolher outras alternativas. Isso já está conversado com todo mundo [do governo], para que, em 2019, não haja o uso do BNDES.

O banco perdeu com a TLP [nova taxa de juros do BNDES, sem subsídios do Tesouro]?

Com a TLP, o banco hoje tem mais instrumentos para captar, fazer hedge, securitização, reciclagem de funding. O banco não tem mais limite. Antes o limite era o dinheiro do FAT [fonte de recursos do BNDES]. Quando o FAT não deu, veio o Tesouro. Agora o banco não tem FAT, que está deficitário, nem Tesouro. Se não fosse a TLP, o banco iria desmilinguir porque não teria funding.

O sr. tem dito que priorizará pequenas empresas, mas hoje a carteira é muito concentrada nas grandes. Como mudar?

O banco não vai induzir, ninguém está proibido de pegar dinheiro do BNDES. As grandes empresas vão optar por fazer negócios com instituições privadas, até porque elas são mais ágeis. Ao longo do tempo, o banco se concentrará em infraestrutura; micro, pequena e média empresa; e comércio exterior, áreas em que o mercado tem menos apetite. A grande tem opção de captar a custos competitivos. Não justifica o BNDES fazer isso.

Então foi um erro a política dos campeões nacionais?

O papel do BNDES não é escolher os vencedores, é abrir a competição para que os que têm potencial se desenvolvam. A ideia de escolher os vencedores acaba se tornando injustificável porque a capacidade que a gente tem de escolher é limitada.

O banco congelou desembolsos para empreiteiras pegas na Lava Jato. Hoje, estão assinando a leniência [tipo de delação premiada para empresas]. As liberações serão retomadas?

As empresas têm de cumprir as exigências de cada caso. Em alguns, leniência. Em outros, informações adicionais que têm de ser prestadas para o banco.

Um parecer da AGU (Advocacia-Geral da União) recomendou ao BNDES a retomada dos desembolsos com a leniência.

Isso é a AGU dizendo que não tem restrições. O banco tem normas internas, cláusulas contratuais [com as empresas] que têm de ser cumpridas. Não é só fazer leniência e no dia seguinte passar na boca do caixa.

Mas já passou muito tempo. As empresas não garantiram a lisura exigida pelo banco?

Algumas sim, outras não. Quem cumprir, terá cumprido o lado do banco. Aqueles que não cumpriram não terão recursos. São desde questões operacionais, o que pode gastar, onde, como é a transparência dos contratos com os prestadores de serviço.

 Como saber se casos como estes não se repetirão?

Os cuidados foram reforçados. Em toda nova operação, tem de dar declaração de que não só não há problema de corrupção no Brasil como no país onde a empresa atua.

 

Estado não será motor da economia, diz novo ministro do Planejamento

Ao tomar posse, o novo ministro do Planejamento, Esteves Colnago, lembrou que a situação fiscal é frágil e defendeu, nesta terça-feira (10), que é necessário perseverar nas medidas mais duras tomadas pela equipe econômica, como controle de gastos e redução do tamanho da máquina pública.

Defendeu ainda maior participação da iniciativa privada na retomada da economia.

"A economia está em recuperação em um momento em que a situação fiscal é muito frágil", afirmou, durante a cerimônia em que recebeu o comando da pasta do seu antecessor, Dyogo Oliveira, que assumiu a presidência do BNDES. "Muitas medidas são duras, mas é preciso perseverar".

Ele defendeu que a iniciativa privada precisa ser estimulada a "tomar seu lugar no novo ciclo de crescimento".

"O Estado de hoje, por algum tempo, não conseguirá ser o motor desse novo ciclo. Isso não parece estar claro para a sociedade. O Estado precisa fortalecer seu papel de regulador, o que passa particularmente pelo fortalecimento das agências reguladoras e do Banco Central", afirmou, durante a cerimônia em que recebeu o comando da pasta do seu antecessor, Dyogo Oliveira, que assumiu a presidência do BNDES.

Ele declarou ainda que o Estado precisa reavaliar seu papel de provedor de bens e serviços.

"O Estado, até pela situação fiscal, deve se restringir a fornecer bens e serviços de alto interesse da sociedade e de difícil oferta pela iniciativa privada. Mercados como o de energia já têm maturidade e atratividade suficientes para serem ofertados para a iniciativa privada, sendo o Estado, em alguns casos, em vários casos, o empecilho ao pleno desenvolvimento dos mesmos."

META

Colnago disse também que a equipe econômica ainda avalia se será possível traçar uma meta de deficit primário (receitas menos despesas antes do pagamento de juros) menor para 2019.

A LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) do ano que vem será entregue até esta sexta-feira (13). A meta projetada para 2019 é de um rombo de R$ 139 bilhões, mas chegou-se a discutir a possibilidade de reduzir o deficit esperado.

"Estamos discutindo os números", disse. "A premissa é que vamos ser os mais prudentes possível. Eventualmente pode reduzir, até porque teremos um novo presidente. Não podemos criar um desafio que não se justifique", disse. "Uma das possibilidades é que, se os números forem melhores, reduzir a meta. Mas não vamos tomar decisão que não passe por um análise prudencial".

 

Pressão sobre o câmbio pode ameaçar inflação, diz Mesquita, do Itaú

A inflação continua surpreendendo positivamente e a trajetória corrobora a expectativa de mais um corte na taxa básica de juros em maio, mas as pressões sobre o câmbio podem levar a revisões da inflação para cima, disse nesta terça (10) o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita.

“O IPCA veio bem hoje. Mas as pressões no câmbio poderiam ensejar revisões para cima nas projeções de inflação se forem mantidas”, disse ele.

Mesquita afirmou, no entanto, que o nível preocupante para o dólar a ponto de abrir espaço para rever projeções de inflação estaria mais perto de R$ 3,60 ou R$ 3,70.

“O câmbio vinha ajudando e agora vai ajudar menos ou até atrapalhar, mas não é que ele decrete que a gente vai ter trajetória de inflação mais elevada”, disse.

Divulgado nesta terça, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu apenas 0,09% em março, índice mais baixo para o mês desde o começo do Plano Real, em 1994. Em 12 meses, a inflação subiu 2,68%, próximo do piso de 2,5% estabelecido para a meta de inflação.

Segundo Mesquita, o banco continua com projeção de R$ 3,25 para o dólar no fim do ano, tendo como premissa a continuidade da política econômica após as eleições.

REAL PRESSIONADO

A pressão sobre o real, disse ele, vem de uma conjunção de fatores: o ambiente externo, incertezas com relação à política econômica no pós-eleições e também a estratégia de alguns investidores locais, que apostam na alta da bolsa, mas fazem uma espécie de seguro (hedge), apostando também na queda do real.

Para ele, no entanto, o mercado mundial segue favorável, o que mantém o otimismo permanece. Por aqui, a estratégia de ignorar a incerteza sobre a continuidade da política econômica está passando, daí a volatilidade maior.

MOODY’S

Mesquita disse ainda que a decisão da Moody’s de melhorar a perspectiva do Brasil de negativa para estável mostra que o país avançou com medidas como a reforma trabalhista ou o teto de gastos. Para ele, se a reforma da Previdência for aprovada em 2019, isso deve se refletir em um rating (classificação de risco) melhor do Brasil.

O economista disse que a dívida pública deve encerrar 2018 em 74% do PIB (Produto Interno Bruto), em razão de aumento receitas e da devolução de recursos do BNDES para o Tesouro.

“Por ora, a gente tem essa trégua fiscal que pode ter contribuído para esse movimento da agência [Moody’s]”, disse.

 

Queda do spread bancário será paulatina, diz Bracher, do Itaú

A redução do spread bancário será paulatina e deve ser buscada de modo sustentável, disse nesta terça (10) Candido Bracher, presidente do Itaú Unibanco.

O spread bancário é a margem de ganho dos bancos nos empréstimos ou a diferença entre o custo de captação dos bancos e o juro cobrado do consumidor.

Em evento do banco, Bracher disse que, embora a taxa Selic tenha caído de 14,25% para 6,5% ao ano ano, questões como a inadimplência e a grande dificuldade de recuperar as garantias dadas nos empréstimos explicam a redução bastante lenta e do spread bancário.

Reportagem da Folha mostra que, excluído o juro do cartão de crédito rotativo, a redução do spread das demais linhas é lenta e ocorre apenas desde o último trimestre do ano passado.

Segundo Bracher, o spread médio do Itaú é de 10,5% e as linhas que têm custos maiores representam pouco da carteira.

Segundo o executivo, a carteira de crédito total do banco é de R$ 550 bilhões, sendo R$ 5 bilhões do cartão de crédito com juros e R$ 4 bilhões do cheque especial, ou menos de 2% de toda a carteira.

Bracher disse ainda que o apetite por crédito das grandes empresas ainda não voltou, em grande parte por um fator positivo, representado pelo mercado de capitais. Nas demais linhas, disse ele, o crédito está subindo lentamente, mas consistentemente

CHEQUE ESPECIAL

Bracher afirmou ainda que as novas regras do cheque especial representam um marco importante e uma forma de melhorar a gestão das contas pessoais e evitar o superendividamento.

Ele disse que a receita do banco poderia ser afetada por taxas juros mais baixas cobradas no produto alternativo ao cheque especial, mas a queda da inadimplência pode compensar isso.

Segundo a nova regra anunciada hoje, os consumidores com mais de 15% do limite do cheque especial comprometido por 30 dias terão acesso a uma linha mais barata. A medida vale a partir de julho.

ELEIÇÕES

Segundo Bracher, ainda é cedo para ter um cenário mais claro das eleições. “Mas se é difícil avaliar quem será nosso futuro governante, parece ser muito mais simples avaliar quais serão os desafios que ele terá”, afirmou.

Para ele, a solução parece tradicional: garantir a estabilidade fiscal e as reformas, em especial a da Previdência.

 

Taxa de juros deve ter só mais um corte, reafirma presidente do Banco Central

Mesmo diante do baixo índice de inflação registrado em março, o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, reafirmou nesta terça-feira (10) que a taxa de juros deve sofrer mais um corte na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Moneária) e, depois, a trajetória de queda deve ser interrompida.

 O dado da inflação oficial do país, divulgado nesta terça pelo IBGE, mostra que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) variou 0,09% em março, índice mais baixo para o mês desde a implementação do Plano Real, em 1994. No acumulado de 12 meses, o índice está em 2,68%, próximo do piso de 2,5% estabelecido para a meta de inflação.

 Desde outubro de 2016, o Copom fez 12 cortes consecutivos na taxa Selic, que chegou a 6,5% ao ano na reunião de março. O Comitê volta a se reunir nos dias 15 e 16 de maio.

 Em audiência pública no Senado, o presidente do BC disse que, para a próxima reunião, o Copom vê como “apropriada uma flexibilização monetária moderada adicional”. Segundo ele, o corte nos juros só não será feito se o BC perceber que a medida não é necessária para levar a inflação à meta.

 “Para reuniões além da próxima, salvo mudanças adicionais relevantes no cenário básico e no balanço de riscos para a inflação, o Comitê vê como adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária, visando avaliar os próximos passos”, afirmou Ilan.

 Entre os fatores que serão levados em conta para definir os próximos passos, o presidente do BC citou a evolução da atividade econômica e as projeções e expectativas de inflação.

 JUROS BANCÁRIOS

Na apresentação a senadores, Ilan afirmou que as taxas de juros de mercado apresentam tendência de queda. Ele ponderou que os dados ainda não são satisfatórios.

 “Não significa que estamos satisfeitos com a velocidade da queda. Queremos que a redução seja mais rápida, para que tenhamos logo crédito mais barato para famílias e empresas”, disse.

 O presidente do Banco Central mencionou a limitação do período máximo para o uso do rotativo no cartão de crédito, implantada em janeiro, como uma das medidas que estão contribuindo para a redução das taxas.

 Ilan também comentou a medida anunciada nesta terça pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos), que dá acesso a uma linha de crédito mais barata a consumidores que comprometerem mais de 15% do limite do cheque especial por 30 dias consecutivos.

 Segundo ele, a decisão é uma inciativa de autorregulação dos bancos que tem o objetivo de "tornar o cheque especial mais eficiente".

Ilan ressaltou que, em média, as pessoas permanecem de 7 a 8 dias no cheque especial. Ainda assim, ele disse que o banco trabalha para reduzir as taxas - que ultrapassam 320% ao ano.

 

Inflação desacelera em março e chega ao menor nível para o mês desde o Plano Real

A inflação oficial brasileira desacelerou com força em março, reforçando que há espaço para um novo corte de juros pelo Banco Central em maio.

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) variou 0,09% no mês, bem abaixo do 0,32% registrado em fevereiro deste ano ou do 0,25% de março de 2017, informou o IBGE nesta terça-feira (10).

Nos 12 meses até março, o índice subiu 2,68%, ante 2,84% em fevereiro, distanciando-se ainda mais do piso da meta inflacionário para este ano, de 4,5% com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

O dado é o mais fraco para março desde a implantação do Plano Real em 1994 e ficou abaixo das expectativas em pesquisa da agência Reuters com economistas, de avanço de 0,12% na comparação mensal e de 2,71% na base anual.

"A sensação que a gente tem é que ainda há certa insegurança em relação aos caminhos que a economia vai seguir", afirmou o gerente do índice Fernando Gonçalves. "Ainda há instabilidade econômica com desemprego e renda. Algumas pessoas também estão inseguras em gastar."

O BC já cortou a Selic (taxa básica de juros) para a mínima histórica de 6,5% e indicou nova redução em maio, antes de encerrar o ciclo de flexibilização.

A desaceleração de março se deve principalmente à redução dos preços das passagens aéreas, em média 15% mais baratas.

“Se considerarmos janeiro e fevereiro como meses de férias, a tendência é de os preços caírem em março, com a volta às aulas”, diz Gonçalves. Segundo ele, se não houvesse a baixa das passagens, o índice no mês seria de 0,16%.

Com isso, o setor de transportes também registrou deflação, de 0,25%. Os combustíveis caíram 0,04%, com destaque para a gasolina (-0,19%).

Outro grupo que contribuiu para a queda foi o de comunicação, com deflação de 0,33%, motivada pela redução nas tarifas das ligações locais e interurbanas, de fixo para móvel, desde 25 de fevereiro.

FRUTAS

As altas ficaram por conta de frutas — 5,32%, maior impacto individual sobre o índice—, que, com a sazonalidade da oferta, puxaram levemente o grupo de alimentação e bebidas (0,07%), depois de deflação de 0,33% em fevereiro.

“Apesar disso, também por conta da oferta, os preços das carnes (-1,18%), do tomate (-5,31%) e do frango inteiro (-2,85%) caíram”, diz Gonçalves.

O aumento dos planos de saúde e o reajuste nas tarifas de energia elétrica do Rio de Janeiro também participaram significativamente na composição da inflação de março.

O grupo saúde e cuidados pessoais apresentou a maior variação no mês (0,48%), com os planos de saúde subindo 1,06%.

No grupo habitação, a alta de 0,19% foi impulsionada pela energia elétrica (0,67%), devido à apropriação dos reajustes de 9,09% e 21,46% nas tarifas das concessionárias do Rio de Janeiro, em vigor desde 15 de março.

SOB CONTROLE

Ilan Goldfajn, presidente do BC, apontou nesta terça que, apesar das quedas significativas em anos recentes, a inflação projetada para 2018 e para os próximos anos "está sob controle, convergindo para as metas".

Nas contas do BC, a inflação deve fechar este ano em 3,8% pelo cenário de mercado, abaixo da meta de inflação, mas dentro da margem de tolerância.

Ao fazer sua apresentação em audiência pública na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, Ilan lembrou que o IPCA caiu de 10,7% em 2015 para o atual patamar.

Ele reiterou, no entanto, a mensagem de que o BC deve adotar novo corte na Selic em maio, encerrando o ciclo de afrouxamento monetário em seguida, se o cenário base da autoridade monetária não se alterar.

"Há expectativa que a recuperação da atividade econômica contribua para a convergência da inflação rumo às metas no horizonte relevante", disse.

 

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