Sexta-feira

VALOR ECONÔMICO

Wall Street enfrenta novo pregão turbulento

Wall Street reviveu ontem a sensação de "crash relâmpago" de segunda-feira. As bolsas de Nova York operaram em terreno negativo praticamente durante todo o dia, mas afundaram mesmo apenas nos minutos finais do pregão. O índice Dow Jones perdeu 4,15% ontem, ou 1.033 pontos, para 23.860,46 pontos. O S&P 500 caiu 3,75%, aos 2.581,00 pontos, e o Nasdaq recuou 3,90%, aos 6.777,15 pontos. Com os mercados sofrendo seu primeiro golpe significativo desde o começo de 2016, analistas se esforçam para explicar a gravidade das turbulências - com grande parte da culpa recaindo sobre as estratégias de negócios por algoritmos e complexos títulos negociados em bolsas de valores - e assegurar aos investidores que a tempestade vai passar.

No Brasil, os mercados fecharam antes de Wall Street piorar. O Ibovespa terminou com queda de 1,49%. O dólar fechou vendido a R$ 3,2829, em alta de 0,22%. Dessa forma, analistas dizem que a abertura do pregão local hoje tende a ser negativa, como forma de se ajustar à piora do exterior. "Correções como esta podem ter vida curta, mas dolorosas, uma vez que é difícil prever o começo e o fim na ausência de gatilhos claros", disse ontem Pierre Blanchet, diretor de estratégias multiativos do HSBC. "No entanto, não acreditamos que algo fundamentalmente tenha mudado ou que a correção representa uma mudança para um novo paradigma de mercado."

Os investidores seguem receosos com o aumento dos rendimentos ("yields") dos Treasuries, um movimento que vem ocorrendo sem interrupção desde o início do ano com as perspectivas de aceleração da inflação e aperto monetário mais forte do que o previsto. O dia de pressão levou o yield da Tnote de dez anos a 2,851%, de 2,843% no dia anterior, perto das máximas desde 2014. O índice de volatilidade VIX, conhecido como "termômetro do medo", saltou 20,66%, para 33,46, mais do que o dobro do patamar de uma semana atrás, o que indica também mais instabilidade à frente. Contudo, ainda está distante do patamar de 50, atingido na terça-feira.

Movimentações do índice acima dos 20 pontos geralmente marcam um período extenso de volatilidade para o mercado de ações. Muitos analistas e investidores acreditam que as turbulências se estenderão por mais alguns dias, diante da grande valorização das ações em 2017 e por causa de fatores técnicos em ação, como as estratégias automáticas de negócios atreladas à volatilidade. Marko Kolanovic, um experiente estrategista do J.P. Morgan, estima que os operadores de algoritmos que miram a volatilidade venderão cerca de US$ 200 bilhões em ações esta semana, pressionando mais os mercados.

Ele observa, no entanto, que o cenário econômico é bem mais favorável que o da última vez em que os mercados sofreram um golpe induzido pela volatilidade, no terceiro trimestre de 2015, e destacou o vigoroso crescimento da economia mundial, os fortes lucros corporativos e os preços estáveis das commodities. Com o tombo de ontem, Dow Jones e S&P 500 já estão mais de 10% abaixo do pico mais recente, atingido em 26 de janeiro, e entraram em território de correção técnica - ou seja, agora estão em tendência baixista. Os três índices também apagaram a valorização acumulada neste ano.

Na semana, as quedas acumuladas de Dow Jones e S&P alcançam 6,5%. As ações europeias também foram duramente afetadas por ondas de venda na última hora do pregão - mesmo tendo fechado antes do pior em Nova York. O índice Eurofirst 300 terminou o dia em queda de 1,2%, elevando as perdas acumuladas na semana para 3,1% - a caminho do pior desempenho semanal desde dezembro de 2016.

Ontem também pesaram balanços corporativos ruins e a baixa nos preços internacionais do petróleo. As 32 empresas do setor dentro do S&P 500 caíram nesta sessão. Os preços do petróleo caíram pela quinta sessão consecutiva. Os contratos do Brent para abril fecharam em queda de 1%, a US$ 64,81 por barril, na ICE, em Londres, enquanto os do WTI para março cederam 1%, a US$ 61,15 o barril, em Nova York. As cotações internacionais acentuaram a baixa no pregão eletrônico, zerando os ganhos no acumulado do ano.

Na Europa, as bolsas retornaram ao terreno negativo depois de forte recuperação observada no dia anterior. As baixas também foram ampliadas no final da sessão, com o índice pan-europeu Stoxx 600 recuando 1,60%, a 374,03 pontos. O DAX, referência da bolsa de Frankfurt, caiu 2,62%, a 12.260,29 pontos, o FTSE 100 recuou 1,49%, a 7.170,69 pontos, enquanto o CAC 40, de Paris, cedeu 1,98%, a 5.151,68 pontos.

 

Correção das bolsas de NY vai continuar, dizem gestores

As bolsas americanas podem ainda enfrentar um ajuste negativa de até 5% antes de retomarem a trajetória de crescimento, afirma James Gulbrandsen, diretor de investimentos para a América Latina e gestor do fundo global da americana NCH. "Volatilidade traz volatilidade e, quando você entra numa fase de queda relevante e forte, a tendência é que continue até que os fatores mais técnicos do mercado comecem a importar mais", diz.

Segundo o diretor da NCH, "tecnicamente, os ETFs atrelados aos principais índices [S&P 500, Dow Jones e Nasdaq] têm potencial de cair mais 3% ou 5% [em relação ao fechamento de ontem]". Os fantasmas de uma inflação mais alta que force o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a elevar os juros acima do esperado voltaram a assombrar o sentimento do mercado acionário em Nova York ontem. Os principais índices americanos mergulharam de novo nas perdas. O Dow Jones perdeu mais de mil pontos na sessão, enquanto o S&P 500 caiu quase 4% e renovou a mínima da semana.

Para Gulbrandsen, o índice S&P 500, principal referência da bolsa de Nova York, pode cair para abaixo de 2.500 pontos, "que é a média móvel de 200 dias, quase o preço médio do ano passado". Isso significa um recuo de mais de 3% em relação ao fechamento do S&P 500 na quinta-feira. "Nesse nível, voltamos para patamares perto de junho do ano passado e eliminamos oito meses de ganho para começar o ano de novo. Acho isso saudável."

Yves Bonzon, executivo-chefe de investimentos do Julius Baer no Brasil, faz análise semelhante. "O mergulho do mercado pode ser algo saudável no médio prazo para prolongar a tendência de alta do mercado acionário dos EUA", considerou. Conforme Bonzon, existe até mesmo um impacto positivo do recente deslize das bolsas americanas para a condução da política monetária pelo Fed. "O declínio dos preços dos ativos reduz o risco de um erro de política monetária, porque o Fed, provavelmente, vai agir mais cautelosamente agora", ponderou A onda de vendas teve como principal gatilho a subida dos "yields" dos Treasuries, movimento que tem sido "magnificado pela liquidação da exposição excessiva em baixa volatilidade nos mercados", afirmou o chefe de gestão do Julius Baer.

De acordo com o gestor da NCH, o recuo faz parte de um ajuste para "resetar" o mercado, que "subiu excessivamente desde a metade do ano passado". Gulbrandsen afirmou que o fundo global da gestora tem mantido o foco em proteção de capital desde o início do ano. "Tentar adivinhar qual será a mínima do mercado é uma estratégia perigosa", pondera o especialista.

Para Gulbrandsen, "o mercado nos EUA em 2017 não foi saudável, pois só subiu, com pouca volatilidade: as ações tiveram menos volatilidade que a renda fixa, mas com um retorno três vezes maior". Stephen Dover, vice-presidente executivo e chefe da área de renda variável da Franklin Templeton, chama a atenção para o "quadro maior". Segundo o gestor, "apesar de não sabermos até onde vai a onda de alta volatilidade do mercado acionário americano, é importante considerar o grande quadro e não ser pego pelo sentimento de curto prazo".

De acordo com o executivo da Franklin Templeton, os fundamentos do mercado ainda permanecem sólidos. "Os investidores de ações tiveram bons retornos por muitos anos até agora, então vejo uma correção do mercado como saudável", afirmou. Na visão de Dover, o ajuste dos preços dos ativos ocorrido ao longo da semana pode ser uma oportunidade de melhorar a eficiência das novas alocações dos portfólios. "Os investidores não deveriam confundir mercados com economia", disse.

Para o vice-presidente da Franklin, o ambiente econômico hoje reúne um crescimento global sólido e real, a companhias que têm apresentado menor nível de endividamento, boa visibilidade do horizonte de lucratividade, preços em alta e fluxo de caixa positivos. "As empresas deveriam se manter bem mesmo em um cenário de política monetária mais apertada e juros em elevação."

 

Dúvida sobre juro menor persiste apesar de aposta do mercado

Apenas um dia depois de o Banco Central indicar claramente o fim do ciclo de afrouxamento monetário, o mercado financeiro foi na direção contrária e reforçou apostas de corte dos juros em março. Analistas, no entanto, veem certo exagero nessa empolgação e citam como fatores a limitar juro mais baixo dúvidas sobre uma inflação continuamente em queda e a onda de volatilidade nos mercados internacionais.

Após o sinal do BC, o Itaú Unibanco revisou sua estimativa para a Selic, passando a ver taxa de 6,75% ao fim de 2018, contra expectativa anterior de 6,50%. E o Bradesco avalia que a indicação do Comitê de Política Monetária (Copom) reforça a ideia de fim do ciclo. Enquanto o debate sobre o rumo da Selic em março segue em aberto - apesar da indicação do Copom de término do ciclo de queda dos juros -, o que parece mais de acordo entre analistas é a maior chance de o juro básico não subir ao longo do ano. "Ainda há prêmio de risco, mas ele está diminuindo", diz Pedro Barbosa, estrategista de renda fixa da Renascença. Isso explica a firme queda ontem da taxa de juro com vencimento em janeiro de 2019, de 6,79% para 6,725%.

Alguns analistas lembram a possibilidade de o Brasil voltar a registrar safra recorde de alimentos. A componente alimentação, que junto com bebidas responde por um quarto do IPCA cheio, seria a principal âncora para a queda adicional da inflação nesse cenário. E já no IPCA de janeiro os preços desse grupo surpreenderam com alta menor que a esperada. Por outro lado, outra corrente entende ser baixo o risco "benigno" de um choque favorável nos preços dos alimentos.

E também questiona a disposição do BC em reagir a uma surpresa nessa componente, uma vez que se trataria de efeito secundário na inflação. "A inflação vai continuar baixa, mas não necessariamente abaixo do piso da meta", diz o profissional de uma asset com patrimônio líquido acima de R$ 2 bilhões. A meta para o IPCA de 2018 tem centro em 4,5% e limites de 3% e 6%. "Não é um IPCA ou dois que vai mudar a política monetária. Esse BC não age de reunião a reunião", acrescenta a fonte.

Além da incerteza sobre um cenário de inflação baixa a ponto de levar a novo corte de juros, há avaliações de que o BC não contemplou integralmente em seu cenário os efeitos da recente deterioração dos mercados financeiros internacionais. O canal de transmissão do cenário externo para a inflação doméstico é sobretudo via câmbio. O dólar ainda cai 0,92% ante o real neste ano, mas já subiu 4,83% desde a mínima atingida no fim de janeiro. O Banco Votorantim lembra que o espaço para surpresas de baixa nos núcleos de inflação é menor devido à expectativa de "aceleração" nos preços dos alimentos e da "rápida" retomada da atividade econômica.

O economista Roberto Padovani diz que não se alterou a possibilidade dos efeitos secundários da deflação de alimentos e da possível propagação da inflação corrente baixa contribuírem para reduzir a inflação. Já os riscos negativos, como a frustração com a aprovação de reformas e a reversão do cenário externo, têm se intensificado.

"Embora não reconheça no comunicado, o balanço de riscos do BC piorou", afirma Padovani, que prevê "leve" normalização dos juros ainda em 2018. Nos preços na curva de juros da B3, o mercado ainda atribui prêmio de risco no que tange ao rumo da política monetária. Os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) embutem Selic de 7,80% ao fim de 2018, 105 pontosbase acima da Selic atual, de 6,75% ao ano. Ao mesmo tempo, o mercado elevou de 22% para 34% a probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual da Selic em março.

 

Recuperação da produção industrial do país em 2017 deixa o Nordeste para trás

Depois de três anos no vermelho, a produção da indústria brasileira voltou ao campo positivo no ano passado, ao registrar avanço de 2,5% na média nacional. Embora disseminada, atingindo 12 dos 15 locais pesquisados, a retomada deixou para trás a região Nordeste, que apresentou queda de 0,5% na produção frente ao ano anterior. Na Pesquisa Industrial Mensal-Regional (PIM Regional), divulgada ontem pelo IBGE, o Nordeste é representado por Ceará, Pernambuco e Bahia, além de outros Estados que não têm resultados individualmente divulgados.

No Ceará, a produção cresceu 2,2%, mas o resultado foi insuficiente para compensar as perdas de Pernambuco (-0,9%) e Bahia (-1,75%). Segundo Rafael Cagnin, economistachefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), o pior desempenho do Nordeste pode estar relacionado ao perfil do parque fabril da região, menos voltado para a produção de bens duráveis e bens de capital. Essas duas categorias foram as que mais registraram maior expansão da produção em 2017.

"A indústria nordestina é voltada para bens de consumo não duráveis, que dependem mais de renda e emprego. São pontos que ainda precisam ser melhorados para uma reação mais nítida desses setores", disse Cagnin, ressaltando que Bahia e Pernambuco têm atividades relacionadas a refino. O desempenho da Bahia foi o pior do país. A queda de 1,7% na produção no Estado tem origem na menor produção de derivados do petróleo e biocombustíveis.

O IBGE não detalha a fonte dessa queda, mas uma consulta aos dados da ANP mostra que o volume de petróleo refinado na Refinaria Landulpho Alves (RLAM), da Petrobras, caiu 6,6% em 2017. A metalurgia baiana também produziu menos no ano passado. O Iedi pondera que a queda do setor industrial na região Nordeste havia sido menos intensa do que na média do país nos últimos anos, o que pode ajudar a explicar uma demora maior para a retomada. Em 2015, a produção recuou 8,3% na média nacional; no Nordeste, porém, a baixa foi de 3% naquele ano.

O mesmo se repetiu em 2016, quando a queda média nacional foi de 6,4% e no Nordeste, de 2,8%. "Se você pensar em termos eleitorais, não sei o que pode pesar mais na cabeça do eleitor: a memória relacionada às perdas durante a crise, ou a perspectiva otimista com sinais de recuperação. Se for o trauma maior do período de declínio, o Nordeste teve perdas menores no passado", disse o economista do Iedi.

No quarto trimestre, a produção industrial do Nordeste ficou estável em relação ao mesmo período de 2016. O terceiro trimestre foi o único com aumento de produção em 2017, de 1,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Também neste caso, a perda de ritmo foi provocada pela Bahia, que desacelerou de 6,8% no terceiro trimestre para queda de 0,6% no quarto.

Por outro lado, a produção industrial paulista cresceu 3,4% no ano passado e liderou a retomada do setor no país. Maior e mais diversificado parque fabril, o avanço da produção em São Paulo foi responsável por 40% do resultado nacional da indústria, segundo cálculos de André Macedo, gerente da coordenação de indústria do IBGE. Além de São Paulo, foram também destaques positivos da produção industrial no ano passado o Estado do Amazonas (3,7%), Santa Catarina (4,5%), Paraná (4,4%) e Rio de Janeiro (4,2%). O Amazonas foi impulsionado pela Zona Franca, enquanto Santa Catarina e Paraná foram influenciados pelo processamento de alimentos. O Pará cresceu 10,1%, puxado basicamente pelo minério de ferro.

 

IPCA surpreende e pode persistir abaixo da meta

A inflação começou o ano surpreendendo positivamente e reacendendo a discussão sobre um possível novo corte na taxa básica de juros. A perspectiva de mais uma boa safra, a atividade em retomada gradual e a inércia inflacionária favorável reforçam a tendência de cenário benigno para 2018, mas os analistas ainda estão cautelosos em revisar suas projeções. A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 0,29% em janeiro, desacelerando em relação à variação de 0,44% registrada em dezembro. O número é o menor para o mês desde a criação do Plano Real, em 1994, e veio abaixo do piso das projeções de economistas colhidas pelo Valor Data, que variavam de 0,33% a 0,45%, com média de 0,41%.

Com o resultado, o IPCA acumulado em 12 meses desacelerou de 2,95% em dezembro para 2,86% em janeiro. O indicador voltou a se afastar do piso do sistema de metas, contrariando a expectativa do mercado. A meta de inflação para 2018 é de 4,5%, podendo variar 1,5 ponto percentual para cima ou abaixo. A queda no preço da energia elétrica, com a passagem da bandeira vermelha para verde nas contas de luz, e as promoções de vestuário após as festas de fim de ano mais do que compensaram a alta sazonal dos alimentos no mês. No entanto, esses movimentos já eram antecipados pelos economistas.

Para eles, a grande surpresa foi um avanço menor do que o esperado da alimentação, além de uma inflação de serviços inesperadamente baixa. "Pelo peso que tem no IPCA [cerca de 25%], alimentação é o que fez a diferença", afirma José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do banco Fator. Ele estimava alta de 0,92% para o grupo alimentação, que subiu 0,74% no mês passado. Gonçalves lembra que as estimativas de safra do IBGE para 2018 saíram de queda de cerca de 15% em relação ao ano passado, para recuo de 5%. "Uma queda dessa não é suficiente para piorar os preços da alimentação", afirma.

Ele aponta as baixas taxas do Índice de Preços ao Produtor (IPA), integrante dos IGPs, como outro sinal de que os alimentos não devem ser um problema em 2018. "O IPA agrícola está surpreendendo. Não é um choque como o de 2016 para 2017, mas é uma surpresa", diz o economista. A inflação de serviços caiu de 0,60% em dezembro para 0,16% em janeiro. Já a inflação subjacente de serviços - que mede a tendência dos preços mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica e é acompanhada de perto pelo Banco Central para a definição da política monetária - recuou de 0,41% em dezembro para 0,18% em janeiro.

Para Fábio Romão, economista da LCA Consultores, a atividade econômica ainda fraca e a indexação à baixa inflação do ano passado explicam o bom comportamento dos preços de serviços no mês passado. "O IGP-M negativo em 2017 e o IPCA de 2,95% não permitem grandes reajustes no início desse ano", afirma.

Romão acredita que, após despencar de 6,5% a 4,6% na passagem de 2016 a 2017, a inflação de serviços deve ficar em 4,3% esse ano. Embora a retomada da atividade deva frear a desaceleração, o nível continuará baixo devido a avanço menor da renda real em 2018, com o reajuste mais baixo do salário mínimo e a aceleração moderada do IPCA. Além dos alimentos e dos serviços, outra surpresa positiva no IPCA de janeiro foram os núcleos, que eliminam itens mais voláteis para melhor captar a tendência dos preços.

Segundo Alberto Ramos, do Goldman Sachs, a média dos três principais núcleos da inflação foi de 0,15% em janeiro, contra 0,41% em dezembro e 0,40% um ano antes. A taxa acumulada em 12 meses recuou de 3,60% em dezembro para 3,34% em janeiro. Era 6,17% um ano antes. "Os núcleos rodam nos menores níveis [da história]. Não digo que estejam desacelerando ainda mais, e sim que pararam em um patamar baixo e sugerem que a normalização da inflação vai se dar de forma muito lenta", diz Fabio Ramos, do UBS.

Mesmo com todas essas boas notícias, os economistas se mostram reticentes em reajustar projeções para o ano. O UBS mantém a previsão em 4% e a visão de que o BC encerrou o ciclo de afrouxamento monetário com o corte para 6,75% na quarta-feira. A LCA também mantém a estimativa de um IPCA de 4,4% em 2018, e concorda que a queda da Selic deve ter chegado ao fim. Já o Fator reduziu a projeção para o IPCA do ano de 3,91% para 3,85%.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Temer volta a cogitar reforma após eleição

Com a resistência do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em pautar a reforma da Previdência caso não haja votos suficientes, o presidente Michel Temer voltou a avaliar a possibilidade de retomar a proposta em novembro, após a campanha eleitoral.

Na volta do recesso parlamentar, o Palácio do Planalto recebeu a avaliação de que cresceu na base aliada a defesa de um adiamento da votação da reforma.

A previsão inicial é de que o texto comece a ser discutido na Câmara no dia 19 de fevereiro e a intenção é de que seja votado até o dia 28. Pelo último cálculo feito pelo governo, há 270 votos favoráveis, número abaixo dos 308 necessários.

Em conversas reservadas, deputados indecisos têm afirmado que só votam a favor da reforma caso haja uma perspectiva de vitória.

Eles dizem que não pretendem colocar em risco suas reeleições por uma iniciativa com chance alta de perda.

Para evitar uma derrota que enfraqueça ainda mais a imagem do governo, auxiliares e assessores presidenciais avaliam que um adiamento para novembro não é o melhor cenário, mas pode ser o menos ruim.

A hipótese foi aventada nesta quinta-feira (8) pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), em café da manhã com jornalistas. Segundo ele, se a reforma não for votada agora "pode sair em novembro".

O presidente do Senado disse que o Palácio do Planalto errou inicialmente na comunicação à população sobre a proposta e avaliou que teria sido mais fácil votar as mudanças nas aposentadorias com a reforma trabalhista, aprovada no ano passado.

O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, responsável pela negociação da proposta com o Congresso, considera não haver condições políticas para votar a reforma da Previdência em novembro. "Mas quem define as datas de votação é o Poder Legislativo", disse à Folha.

NOVO PRESIDENTE

Pré-candidato ao Palácio do Planalto, Maia disse nesta quinta-feira (8) que uma votação em novembro dependerá da vontade do próximo presidente, que será escolhido em outubro. "Não há a possibilidade de eu pautar a reforma sem que ela seja uma agenda do próximo presidente", afirmou.

Ele disse, porém, ainda ter esperança de marcar a votação em fevereiro e voltou a defender mais flexibilizações no texto apresentado na quarta-feira (7) pelo relator Arthur Maia (PPS-BA).

Para tentar atrair mais votos, o relator incluiu o pagamento integral da pensão para viúvos e viúvas de policiais mortos em combate.

O governo discute também uma regra de transição mais branda para servidores e policiais, modificação no acúmulo de aposentadoria e pensão e uma idade mínima de 55 anos para agentes penitenciários.

"Se elas tiverem apoio parlamentar consistente, poderão ser incluídas no texto final até o dia 28 de fevereiro", disse Marun.

 

Minha Casa, Minha Vida tem meta de 650 mil unidades em 2018

O governo federal estipulou como meta para 2018 a contratação de 650 mil unidades habitacionais dentro do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), com desembolso de R$ 9,7 bilhões do Orçamento Geral da União e financiamento de R$ 63 bilhões pelo FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

Segundo o Ministério das Cidades, serão 130 mil unidades na faixa 1, 70 mil na faixa 1,5, 400 mil na faixa 2 e 50 mil unidades na faixa 3.

Em 2017, foram cerca de 495 mil unidades contratadas, sendo apenas 23 mil na faixa 1, que atende famílias com renda mensal de até R$ 1.800. Embora pequeno, o número destinado à baixa renda representou uma retomada, defendeu o ministro das Cidades, Alexandre Baldy.

"Tivemos 2015 e 2016 com nenhuma contratação praticamente", afirmou o ministro em referência à faixa na qual o subsídio da União pode chegar a até 90% do valor do imóvel.

Baldy disse ainda que o governo não estuda no momento a criação de novas faixas dentro do programa.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, disse que a contratação de todas as unidades previstas para 2018 deve gerar 1,4 milhão de empregos diretos e indiretos.

 

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