Terça-feira

VALOR ECONÔMICO

Bancos fecham acordo para pagar R$ 10 bi a poupadores

Após 30 anos de disputa na Justiça, foram acertadas ontem as bases de um acordo financeiro para a reposição de supostas perdas de poupadores com os planos econômicos das décadas de 1980 e 1990. O acerto foi feito entre a Advocacia Geral da União (AGU), a Frente Brasileira dos Poupadores (Febrapo) e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). O valor inicial das ações é superior a R$ 10 bilhões, montante que está provisionado pelas instituições financeiras, sendo R$ 4,6 bilhões apenas no Banco do Brasil.

A minuta do acordo será apresentada na segunda-feira à AGU para ser submetida ao Supremo Tribunal Federal (STF). No documento, deverão constar os prazos definidos para novas adesões de poupadores e a forma de pagamento. Boa parte das ações será paga à vista. A minuta também dirá acima de que valor o pagamento será parcelado. Ainda há aspectos relevantes a serem negociados em relação à operacionalização do acordo firmado ontem, segundo fontes oficiais, mas o montante inicial, que era o ponto de maior resistência dos bancos, foi acertado.

Cerca de um milhão de ações judiciais podem ser encerradas, caso o acordo seja homologado pelo STF. Responsável pelo início do processo de conciliação - em meados de outubro por pouco as negociações não foram abandonadas -, a AGU reuniu a Febrapo, o Instituto Nacional de Defesa do Consumidor (Idec), a Febraban e o Banco Central. Novos encontros ocorrerão nos próximos dias e a expectativa é que a decisão do Supremo ocorra em breve.

Tanto a AGU quanto a Frente dos Poupadores divulgaram notas informando que "chegaram a um consenso sobre as condições financeiras para nortear o acordo que encerrará as disputas judiciais". As notas não mencionam valores nem dão detalhes das negociações. O presidente Michel Temer foi informado do desfecho dos entendimentos e celebrou o fato de o acordo representar uma substancial injeção de recursos na economia no próximo ano.

 

Meirelles: Não há mais urgência por medidas que favoreçam o consumo

Após participar de jantar com executivos do conselho global do Banco Santander na noite desta segunda-feira, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse a jornalistas que não vê mais necessidades de usar recursos do FGTS ou lançar mão de outras medidas econômicas para estimular o consumo no país.

Segundo ele, a economia brasileira já retomou ritmo, inclusive com avanço do crédito, e o desafio agora é reforçar as atuais ações do governo para melhorar a produtividade. "Não há urgência por medidas econômicas que favoreçam o consumo. Agora a economia está crescendo, com geração de empregos e recuperação do crédito. Devemos ter o melhor Natal em muito tempo. Precisamos reforçar o que está sendo feito para melhorar a produtividade", disse Meirelles, acrescentando que "o crédito no Brasil está crescendo, sem dúvida, e tenderá a crescer mais com a criação da duplicata eletrônica, cadastro positivo e novas regras de recuperação judicial."

 

Consumidor fica mais cauteloso e exigente

Um país cada vez mais velho, com mulheres mais fortes e homens mais vaidosos. Em comum, o medo de endividar-se além da conta, a vontade de trabalhar e fazer compras perto de casa, e de dar aos filhos uma educação de melhor qualidade. Este é o Brasil dos próximos anos projetado pela consultoria Tendere, especializada em traçar estratégias para produtos de consumo como roupas, eletroeletrônicos, joias e tintas.

Renner, C&A, Eucatex e Samsung integram a lista de clientes. Patricia Sant'Anna, fundadora e CEO da Tendere, diz que as análises feitas por sua equipe de pesquisadores mostram que o impacto da recessão de quase três anos nos hábitos de consumo foi de tal monta que os brasileiros das classes B e C passaram a gastar como os das classes D e E.

"Só gastam o que sobrou. Estão mais cautelosos e menos deslumbrados", diz ela, que comanda um grupo de 23 profissionais, entre economistas, antropólogos, geógrafos e historiadores. O "lado bom da crise" fez o brasileiro prestar mais atenção na administração do dinheiro, questionar mais os bancos, exigir mais dos produtos que consome. "O acesso à internet também ajuda a que todos tenham mais informação", diz Patricia.

Também cresce a parcela de pessoas que quer simplificar a vida - morar em casas menores, ir a pé para o trabalho e fazer compras perto de casa. Nesse futuro, não tão distante, a tecnologia fica cada vez mais perto e "entra um pouco mais na vida", diz a CEO da Tendere. "A tecnologia vai grudando no corpo".

Ela se refere aos 'wearables', equipamentos como relógios, óculos e roupas dotados de tecnologia capaz de medir frequência arterial ou proteger do sol, entre outras coisas. Nesse cenário, a estratégia de grandes varejistas de moda que apostam em coleções descartáveis também tende a mudar. No mercado do fast-fashion, "já há grandes empresas pensando em mudar a estratégia. Isso deve ocorrer em 10, 15 anos", diz Patricia.

Uma roupa mais duradoura, com tecido de melhor qualidade, ganharia mais espaço no guarda-roupa. Depois de uma recessão que fez o PIB recuar 9% no ano passado, em relação a 2015, deixando, até agora, 12 milhões de pessoas sem emprego, Patricia diz que a produção industrial deve voltar aos níveis de 2014 somente em 2020. "O volume vai voltar, mas a qualidade dos produtos terá que ser superior. O consumidor está exigindo mais qualidade". Patricia, que tem a empresa sediada em Campinas (SP), está ampliando os negócios para cidades como Florianópolis, João Pessoa, Limeira (SP) e Piracicaba (SP).

Ela já conseguiu, em regime semelhante ao de uma franquia, profissionais na Austrália, que abastecem a Tendere com informações sobre a Ásia. Também estão nos planos Colômbia, Chile ou Peru e África do Sul, onde as empresas têm olhado com interesse para o mercado brasileiro, diz Patricia.

 

Ibre prevê PIB mais dinâmico, mas com expansão modesta

O Produto Interno Bruto (PIB) não mostrou aceleração no terceiro trimestre, mas a composição do crescimento foi mais dinâmica, na avaliação do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV). A entidade trabalha com expansão de 0,1% da economia de julho a setembro em relação aos três meses anteriores, feitos os ajustes sazonais.

O IBGE divulga o dado na sexta-feira. Mesmo com a relativa estabilidade ante o segundo trimestre - quando o PIB cresceu 0,2% sobre os primeiros três meses do ano - os economistas Armando Castelar Pinheiro, Silvia Matos e Julio Mereb destacam que a retomada deve ser mais disseminada pela ótica da demanda: os investimentos também subiram,depois de quase quatro anos. As projeções estão no Boletim Macro de novembro do Ibre, divulgado com exclusividade ao Valor.

Com exceção do segundo trimestre de 2016, período em que a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida do que se investe em máquinas, construção civil e pesquisa) avançou 0,4% na comparação trimestral, todos os trimestres desde o último de 2013 foram negativos para esse componente do PIB. No terceiro trimestre, o instituto prevê alta de 1,3% para a FBCF.

Segundo Silvia, que coordena o boletim, tanto a importação quanto a produção de máquinas e equipamentos tiveram desempenho mais robusto no terceiro trimestre, tendência que parece ter se mantido em outubro, quando as importações desses itens subiram 24%, em volume, sobre setembro. "Tivemos uma surpresa favorável com a absorção de máquinas e equipamentos, mas é difícil que o investimento tenha desempenho positivo no ano por conta da construção civil", afirma ela.

Ainda pela ótica da demanda, o consumo das famílias, que já vinha mostrando reação desde o primeiro semestre, deve ter aumentado 0,9% de julho a setembro. De acordo com a equipe de conjuntura do Ibre, o varejo segue liderando a retomada. Embora os saques de contas inativas do FGTS tenham impulsionado as compras em um primeiro momento, o Ibre afirma que há fatores estruturais que sustentam a recuperação da demanda das famílias: melhora da oferta de crédito para pessoa física, redução do endividamento das famílias, aumento do poder de compra com a desaceleração da inflação e reação mais rápida que a prevista no mercado de trabalho.

Excluindo-se o setor agropecuário - que teve impacto positivo das safras recorde no início do ano e, agora, deve recuar 4% - a atividade econômica vai ganhar tração no terceiro trimestre, destaca Silvia. Sob essa métrica, o PIB cresceu 0,3% no primeiro trimestre, 0,6% no segundo, e 0,9% no terceiro pelos cálculos do Ibre. "A visão é de aceleração da economia", afirma. Ela considera o desempenho previsto para o período de julho a setembro é satisfatório, diante dos desafios à frente.

Para o Ibre, a reforma da Previdência é uma das poucas mudanças que devem ocorrer ainda no governo atual, mas em formato mais restrito que a proposta original. "À medida que o fim do ano se aproxima, consolida-se entre os analistas a percepção de que é limitado o espaço para mais mudanças na política econômica no curto prazo e que mudanças mais profundas terão de aguardar 2019", diz o boletim.

 

FGV: Confiança do consumidor alcança maior nível desde outubro de 2014

A confiança do consumidor registrou maior nível desde outubro de 2014, conforme levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV). O índice que mede esse sentimento subiu 3,1 pontos, marcando 86,8 pontos. Em relação ao mesmo período no calendário anterior, o índice teve alta de 8,9 pontos. Em novembro, os consumidores avaliaram melhor tanto a situação atual quanto as perspectivas futuras. O Índice de Situação Atual (ISA) subiu pelo quarto mês consecutivo, em 1,3 ponto, para 74,5 pontos, o maior desde junho de 2015 (74,9). Já o Índice de Expectativas (IE) teve elevação de 4,2 pontos, para 96,0 pontos, o mais alto desde abril de 2014 (99,9).

A FGV destaca que há uma melhora da percepção dos consumidores com relação à situação financeira da família. O indicador que mede a satisfação dos consumidores no momento subiu 1,9 pontos, para 69 pontos. Com relação ao futuro, o indicador que mede o otimismo em relação as finanças familiares aumentou 1 ponto, para 93,0 pontos, o maior desde outubro de 2014 (96,4).

O destaque de novembro vem do dado que mede a intenção de compras de bens duráveis. Após cinco meses em queda, o indicador cresceu 11,1 pontos, para 82,4 pontos, o maior nível desde novembro de 2014 (87,2). No penúltimo mês de 2017, a confiança avançou em três das quatro faixas de renda pesquisadas.

A maior alta foi registrada nas famílias com renda acima de R$ 9.600,00, motivada pela melhora das expectativas para o futuro próximo. O nível de confiança das famílias com renda entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800,00 recuou 0,6 ponto. A edição de novembro de 2017 coletou informações de 1.907 domicílios entre os dias 1º e 23 de novembro.

 

CBIC: Lançamento de imóveis recua mais de 8% entre janeiro e setembro

Os lançamentos de imóveis caíram 8,6% de janeiro a setembro, na comparação anual, para 39.579 unidades, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). As vendas tiveram queda de 1,5% no acumulado de nove meses, para 58.427 unidades. Como a queda dos lançamentos foi mais acentuada do que a das vendas, houve consumo de parte dos estoques.

Já no terceiro trimestre, os lançamentos de imóveis cresceram 4,1% em relação ao mesmo período do ano passado, para 15.593 unidades, segundo a CBIC. As vendas aumentaram 8,5% no período, para 21.074 unidades. “Nossa leitura é que não falta cliente, mas segurança para que ele possa adquirir ó imóvel”, disse o presidente da CBIC, José Carlos Martins. Nos três trimestres, as vendas superaram os lançamentos. “A redução da oferta final pode significar, mais para frente, redução de preços”, disse o presidente da Comissão da Indústria Imobiliária (CII) da CBIC, Celso Petrucci.

Em relação ao modelo, houve concentração de lançamentos e vendas em imóveis de dois dormitórios. 2017 Para a CBIC, a expectativa é que o ano de 2017 feche muito próximo aos valores do ano passado. Segundo Petrucci, os feriados do quarto trimestre prejudicaram as vendas. Para 2018, espera-se a retomada do crescimento do setor. “As vendas do nosso setor dependem do cenário macroeconômico", afirma Petrucci. "O que adianta haver recursos se quem tem 70% do mercado [Caixa Econômica Federal] não pode financiar por problemas de capital?”, questiona Martins.

O presidente da CBIC disse temer que o mercado de 2018 seja menor que o deste ano se não forem resolvidas questões como o problema de alocação de recursos da Caixa, do funding da caderneta de poupança e a implantação da Letra de Crédito Imobiliário (LIG). “A agricultura vem segurando o Brasil. Daqui para frente, ou será a construção a nova âncora, ou o Brasil não aguenta”, disse Martins.

Petrucci diz não esperar que haja problemas na aplicação de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviços (FGTS) pela Caixa no próximo ano. “Estive na sexta-feira [24] com o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, que me disse que, além dos recursos do FGTS, o banco terá mais R$ 19,5 bilhões da poupança para o próximo ano”, afirmou. São Paulo

O crescimento de vendas de imóveis em São Paulo deve ficar em torno de 5% a 10% este ano, e não de 10% a 15% como se esperava, segundo Celso Petrucci. Para o Brasil, a CBIC espera estabilidade nas vendas, em função dos resultados do terceiro trimestre e dos feriados do quarto trimestre. Para 2018, o desempenho dependerá, segundo José Carlos Martins, de questões relacionadas ao financiamento imobiliário serem equacionadas.

“Sem resolvermos esses pontos, não tem condição de o mercado ser melhor no próximo ano”, disse. O presidente da CBIC ressaltou que a demanda por imóveis é função do crescimento populacional e não do momento econômico. É possível que haja aumento expressivo de preços nos imóveis de três quartos, diz Martins, porque a oferta dessa tipologia é muito inferior do que a de imóveis de dois dormitórios.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Ambiente de negócios no Brasil é horrível, diz executivo do Banco Mundial

Para Otaviano Canuto, diretor executivo do conselho de administração do Banco Mundial, é mais importante do que nunca resolver o "ambiente de negócios horrível" e a carência de infraestrutura no Brasil.

A declaração foi feita nesta segunda-feira (27), em evento do Instituto República, presidido pelo economista Octavio de Barros. O tema da discussão eram as cadeias globais de valor entre países.

"Se, por um lado, a globalização tornou menos importante o custo da mão de obra e os recursos naturais no desenvolvimento dos países, o ambiente de negócios é cada vez mais relevante", disse Canuto.

"Os requisitos de um bom ambiente de negócios têm uma importância tremenda, como a resolução rápida de pendências contratuais e trabalhistas, investimento em infraestrutura e fim de práticas protecionistas. No Brasil, o capitalismo não funciona. É o país onde empresas ineficientes mais sobrevivem."

No evento, Jorge Arbache, secretário de assuntos internacionais do Ministério do Planejamento, disse que a mudança nas cadeias produtivas entre países pode gerar ainda mais desigualdade.

"Nós pensávamos que iria acontecer uma convergência entre os países emergentes e os mais desenvolvidos, mas quiçá veremos um aumento da desigualdade", disse Arbache.

"A diferença não está mais na concentração de bens de capital nos países ricos, e sim na gestão de plataformas de tecnologia. Pensava-se que a internet ia democratizar a abertura de negócios, mas vemos o contrário, uma absurda consolidação do mercado de economia digital."

Ele afirma que o deslocamento do setor de serviços do mercado regional para grandes empresas (como Uber, Amazon) leva a uma fuga de capital do país.

Henri Philippe Reichstul, ex-presidente da Petrobras, também presente no evento, afirmou que "o Brasil é uma baleia que quer ser uma sereia".

"É um bicho grande, que se move lentamente. Faz 20 anos que falamos de cadeias de valor, mas qual a cadeia que existe aqui no Mercosul, ou na indústria automobilística? Deixa a turma aqui da economia falar e a baleia continua lá, na dela."

Reichstul afirma que, com a concentração de tecnologia em países ricos, é "perigoso" voltar à teoria da dependência e do colonialismo. "Somos uma economia muito protegida e fechada, e essa proteção não é boa. Precisamos pensar um modelo não ideologizado de desenvolvimento."

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