Quinta-feira

AGÊNCIA ESTADO

Custos e estoques em alta derrubam rentabilidade da construção civil

A rentabilidade das incorporadoras imobiliárias de capital aberto despencou nos últimos quatro anos e o cenário adverso pode adiar um novo ciclo de investimentos no setor. A mão de obra e os insumos mais caros, além do crescente estoque de imóveis à espera de compradores, empurrou para baixo os indicadores que medem a eficiência dessas empresas e sua capacidade de dar retorno aos acionistas.

Um estudo do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) obtido com exclusividade pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, dá uma ideia do que o setor está passando e dos desafios que estão por vir. Entre dezembro de 2010 e setembro de 2014, o retorno sobre patrimônio (ROE) das companhias de construção civilcaiu drasticamente, com a média das rentabilidades passando de 15,4%, em 2010, para 0,4% em 2014. O ROE indica quanto a empresa conseguiu extrair de lucro em relação ao que foi investido no negócio.

"Percebemos uma queda considerável nesse indicador apesar de a receita estar crescendo na maioria das empresas", diz Eric Barreto, professor do Insper e coordenador do estudo feito com pós-graduandos. Para cada R$ 1 em ativos, o retorno médio em receita líquida foi de R$ 0,29, em 2014, e de R$ 0,48 em 2010.

Segundo Barreto, a conjuntura atual - com um mercado de trabalho menos favorável e a desaceleração no ritmo de concessão de crédito - deve prejudicar ainda mais o setor. O próprio Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) já alertou que o cenário negativo pode adiar para 2016 o início de um novo ciclo de investimentos.

O levantamento do Insper inclui informações de 12 das principais companhias de construção civil com ações negociadas na Bovespa: Brookfield, CR2, Cyrela, Even, Eztec, Gafisa, JHSF, MRV, PDG, Rodobens, Rossi e Tecnisa.

Além da dificuldade no giro do capital, o estudo também identificou redução na margem operacional - índice que mede a eficiência das vendas de uma empresa e o quanto ela consegue convertê-las em lucro. Houve queda na margem em nove das 12 companhias investigadas. "Isso ocorreu porque os custos aumentaram num ritmo maior do que as receitas", diz Barreto.

Mão de obra. Mesmo com a desaceleração do mercado imobiliário, os gastos com mão de obra seguem aumentando acima da inflação oficial. O Índice Nacional da Construção Civil medido pelo IBGE foi de 7,74% em 2014, enquanto a inflação (IPCA) no mesmo período ficou em 6,41%. Outro indicador que mede o custo do trabalho na construção civil, apurado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que a mão de obra ficou 8,49% mais cara dentro do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de 2014.

"Como o setor está desaquecido, isso diminui a perspectiva de aumentos consideráveis na mão de obra nos próximos meses", diz André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV).

O SindusCon-SP ressalta que os resultados apontados pelas empresas do setor refletem ciclos de crescimento longos, com maturação média de quatro anos. "Os resultados de 2010 e 2011 refletiram decisões de investimentos tomadas em 2007 e 2008. As condições eram bastante favoráveis", lembrou Eduardo Zaidan, vice-presidente de Economia do sindicato.

Ele lembra que os ciclos terminados em 2013/2014 foram resultado de decisões de investimento tomadas quatro anos antes e que pegaram condições de mercado menos favoráveis ao longo do caminho, como terrenos mais caros, escassez de mão de obra e aumento de preços de insumos.

Com tantos desafios, as decisões sobre novos empreendimentos podem ser postergadas para 2016. "Estamos no olho do furacão, em meio a uma onda de pessimismo e ajustes. Ninguém investe, as famílias postergam, os empresários também. A taxa de juros e a incerteza são as maiores inimigas do investimento", avalia Zaidan. O Índice de Confiança da Construção (ICST), apurado pela FGV, recuou 6,1% neste mês em relação a dezembro, para 90,8 pontos, o menor nível da série histórica iniciada em julho de 2010.

 

PORTAL FIERN

Atividade da construção potiguar atinge o pior nível em dezembro

A Sondagem Indústria da Construção, elaborada pela FIERN em parceria com a CNI/CBIC, mostra que a atividade do setor no Rio Grande do Norte voltou a cair em dezembro. Trata-se da maior queda desde julho de 2013. Além disso, o nível de atividade foi apontado pela maioria dos empresários da construção como abaixo do padrão usual para os meses de dezembro.

Acompanhando o fraco dinamismo da atividade o número de empregados também recuou.

Apesar do cenário de retração do setor, em janeiro, os empresários potiguares vislumbram um aumento muito modesto no nível de atividade e na aquisição de insumos e matérias-primas, e de estabilidade no número de empregados nos próximos seis meses. No que se refere aos novos empreendimentos e serviços, no entanto, as perspectivas são negativas.

Quanto aos indicadores avaliados trimestralmente, os empresários demonstraram continuidade na insatisfação com o lucro operacional e com a situação financeira de suas empresas, e dificuldade no acesso ao crédito. Além disso, os empresários também reportaram aumento nos preços médios dos insumos e matérias-primas.

A falta de demanda foi o principal problema apontado pelos executivos da construção no quarto trimestre de 2014, tomando o lugar da elevada carga tributária, que caiu para a segunda posição.

Coincidiram em terceiro lugar a inadimplência dos clientes, a falta de capital de giro, as altas taxas de juros e a competição acirrada de mercado. Mas é importante destacar o aumento nas citações para o alto custo da mão de obra e para a falta de financiamento de longo prazo.

Comparando-se os indicadores mensais e trimestrais avaliados pela nossa Sondagem Indústria da Construção com os resultados divulgados pela CNI em 28/01, para o conjunto do Brasil, observa-se que, de um modo geral, as avaliações convergiram, com a diferença de que os empresários nacionais preveem queda no nível de atividade, nas compras de insumos e matérias-primas e no número de empregados nos próximos seis meses.

 

VALOR ECONÔMICO

Copom: Avanços em combate à inflação ainda não se mostram suficientes

BRASÍLIA  -  O Comitê de Política Monetária (Copom) afirmou que o cenário de convergência da inflação à meta de 4,5% em 2016 tem se fortalecido, mas ponderou que os avanços alcançados ainda não se mostram suficientes.

“A propósito, o Copom avalia que o cenário de convergência da inflação para 4,5% em 2016 tem se fortalecido”, disse na ata de sua última reunião. “Para o comitê, contudo, os avanços alcançados no combate à inflação – a exemplo de sinais benignos vindos de indicadores de expectativas de médio e longo prazo – ainda não se mostram suficientes”, acrescentou o colegiado no parágrafo 31.

Essa é a principal mudança na ata, inserida no parágrafo que trazia o cenário prospectivo de política monetária. Saíram desse trecho as expressões “especialmente vigilante” e “irá fazer o que for necessário”.

O Copom suprimiu todo o parágrafo que dava a diretriz de política monetária do Relatório de Inflação e que vinha sendo destacado pelo diretor de Política Econômica, Carlos Hamilton, em suas apresentações do próprio Relatório de Inflação e do Boletim Regional.

Esse parágrafo dizia: “O Copom destaca que, em momentos como o atual, a política monetária deve se manter especialmente vigilante, de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação, como o observado nos últimos 12 meses, persistam no horizonte relevante para a política monetária. Nesse sentido, o Comitê irá fazer o que for necessário para que no próximo ano [2015] a inflação entre em longo período de declínio que a levará à meta de 4,5% em 2016”.

 

Roubini mostra 'otimismo cauteloso' com o país

O economista Nouriel Roubini, da Stern School of Business da Universidade de Nova York, afirmou estar "cautelosamente otimista" com o Brasil. Segundo ele, apesar de haver dúvidas no mercado sobre a disposição da presidente Dilma Rousseff de fazer ajustes na economia, "o custo de não fazer é muito maior".

"Não há escolha. O custo é um ano de sofrimento, mas é melhor que não fazer e ser um desastre nos próximos quatro anos", disse Roubini ontem durante palestra em conferência promovida pelo Credit Suisse com investidores.

Na leitura do economista, as visões de que o Brasil poderia se aproximar do modelo político e econômico da Argentina e da Venezuela são equivocadas, já que há no país um grau significativo de moderação política.

Segundo Roubini, os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, e o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, têm mostrado formar uma "equipe sólida".

O economista - que em 2005 apontou que uma bolha nos preços dos imóveis provocaria uma crise nos Estados Unidos - também observou que a alta nas taxas de juros brasileiras pode ajudar a amortecer o impacto sobre o real do esperado aperto monetário na economia americana. Nesse sentido, afirmou, o Brasil está mais preparado que países emergentes que mantiveram a política monetária mais frouxa. "Pressões, se houver, vão ocorrer por conta de políticas não críveis e não por causa das taxas de juros".

No entanto, afirmou Roubini, países emergentes que apostaram num "capitalismo de Estado", como o Brasil, terão de passar por um processo doloroso para recuperar o crescimento.

Segundo ele, os anos de dinheiro barato e o superciclo das commodities ficaram para trás, o que agora desafia essas economias a encarar reformas que foram proteladas. "Alguns países ficaram preguiçosos na macroeconomia, criando déficits em suas contas. É o caso dos cinco frágeis", disse ele, referindo-se a Brasil, Índia, Indonésia, Turquia e África do Sul.

O economista destacou que alguns desses países apostaram em protecionismo comercial e estimularam o crédito oferecido pelos bancos públicos, reduzindo seu potencial de crescimento. "Muitos já começaram um aperto monetário, mas precisam fazer ajuste fiscal. Esse processo será doloroso no curto prazo."

O que atenua a situação é que os programas de afrouxamento monetário da Europa e do Japão devem injetar alguma liquidez nas economias emergentes, afirmou.

Por conta da farta liquidez global, uma possível inflação global nos preços dos ativos é algo com que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) e outros bancos centrais deveriam se preocupar, disse Para Roubini, os EUA estão "indo bem" em seu processo de recuperação econômica. A despeito das visões de que um dólar excessivamente forte pode comprometer o desempenho comercial de parceiros comerciais do país, a percepção em Washington é a de que a demanda interna americana está forte o suficiente para compensar esse efeito negativo.

Na opinião de Roubini, países latino-americanos mais próximos dos EUA, como o México, estão mais bem posicionados que aqueles que têm maior dependência comercial da China, casos do Brasil, do Chile e do Peru.

 

Estrangeiro ensaia retorno ao Brasil

O caminho sinalizado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, começa a despertar entre investidores estrangeiros um certo otimismo em relação ao Brasil.

Ainda que moderado, o sentimento mais positivo sobre o rumo que o governo deve adotar na política econômica se traduziu na atração de recursos para o país, tanto em renda fixa quanto variável. No mês, o fluxo cambial até a semana passada estava positivo em US$ 662 milhões.

Depois de um recesso em dezembro, o investidor estrangeiro voltou à Bovespa em janeiro. O saldo positivo de capital externo na bolsa de valores somava R$ 1,556 bilhão até 26 de janeiro, ante retiradas de R$ 2,2 bilhões no mês anterior.

Na renda fixa, ainda não existem números consolidados para este ano, mas alguns dados dão pistas do que pode estar ocorrendo. Dentro do próprio governo, segundo o Valor apurou, já há a percepção de que a demanda dos estrangeiros melhorou.

Líder em custódia para investidores estrangeiros no Brasil, com R$ 552,8 bilhões sob sua responsabilidade, o Citi Brasil percebeu um retorno do fluxo de recursos para a renda fixa, basicamente para títulos públicos federais. O banco detém mais de 50% do volume de ativos custodiados de estrangeiros.

Neste ano, até 27 de janeiro, o fluxo de recursos externos estava positivo em R$ 18,2 bilhões no Citi. A cifra ainda não superou a saída líquida de R$ 19,5 bilhões de dezembro, mas chamou a atenção do banco por já se aproximar disso. Em janeiro de 2014, a entrada líquida foi de R$ 11,3 bilhões.

"Me parece que existe uma mensagem clara dos investidores. Tem uma contribuição da Selic mais alta sim, mas tem também um termo de confiança no rumo demonstrado pelo governo. Um ajuste fiscal é sempre bem-vindo", diz Hélio Magalhães, presidente do Citi Brasil.

No BNP Paribas, que também faz custódia de títulos, a percepção é de que há uma continuidade do interesse dos estrangeiros em renda fixa e fundos de investimentos que aplicam em infraestrutura, que têm isenção fiscal. Para Antonio Nascimento, chefe de vendas de serviços de valores mobiliários do banco francês no país, o programa de compra de títulos anunciado há poucos dias pelo Banco Central Europeu (BCE) deve contribuir para atrair investidores em busca de melhores retornos no mercado brasileiro.

Para a renda variável, a visão predominante entre analistas é que os aplicadores estão fazendo uma recomposição de carteiras em janeiro, de olho no desempenho da nova equipe econômica. Apesar do regresso, gestores veem um movimento mais de ajustes do que de apostas de longo prazo. A cautela ainda é mais acentuada do que na renda fixa.

"Os anúncios reduzem o peso sobre a Bovespa e trazem um pouco de credibilidade, além de diminuírem o risco de perda do grau de investimento do país", diz o estrategista-chefe da XP Investimentos, Celson Plácido.

Gestores de portfólios de emergentes no exterior reconhecem que há uma brisa de otimismo com os ativos brasileiros, mas julgam que ainda há muitos problemas a serem resolvidos no Brasil.

Apesar da ampla aprovação da postura de Levy, há muita preocupação com a extensão dos problemas da Petrobras. "Clareza e ação da Petrobras são críticos para os mercados consolidarem o otimismo recente", afirma Michael Gomez, chefe da equipe de gestão dos portfólios de emergentes da Pimco.

Ele reconhece que a gestão de Levy melhorou a imagem do Brasil, mas avalia que a incerteza com a Petrobras tende a afetar os investimentos tanto no curto prazo, por conta do mau humor com ativos brasileiros, quanto no longo prazo porque ainda não se sabe qual a profundidade dos problemas.

Diego Ferro, diretor-adjunto de investimentos da gestora americana Greylock Capital, também diz que a aprovação de Levy no mercado e a melhora das perspectivas macroeconômicas não são suficientes para compensar as incertezas geradas pela Petrobras. "As pessoas não sabem aonde isso vai acabar", diz.

Além disso, diz Ferro, no mercado de bônus há um receio com papéis brasileiros gerado por histórias recentes de calote, como da OGX, que deixaram uma impressão ruim da gestão empresarial brasileira. "A relação [das empresas] com o mercado e o respeito com os direitos dos credores está sendo questionada agora".

Felipe Hirai, estrategista de ações para América Latina do Bank of America Merrill Lynch (BofA), disse que ainda não vê, entre os clientes estrangeiros, uma visão positiva do mercado brasileiro de ações. Riscos como racionamento de energia e um crescimento limitado da economia estão entre as travas.

Para Magalhães, do Citi, o retorno dos investidores para a renda fixa faz parte de uma primeira etapa de um ciclo de retomada dos recursos estrangeiros ao país. Em uma segunda fase, quando puderem ver mais claramente os resultados da política de Levy, os investidores direcionariam o dinheiro para a bolsa de valores. "O resultado das empresas vai depender da situação econômica", afirma Magalhães. Na sequência, haveria conforto para investimentos de mais longo prazo.

Essa também é a visão de David Rodrigues, chefe comercial de custódia do BNP Paribas. Segundo ele, o movimento positivo de investidores estrangeiros na bolsa neste momento se deve a um voto de confiança na equipe econômica, mas uma retomada consistente só vai ocorrer em 2016 e 2017 se o ajuste fiscal for bem-sucedido. "Por enquanto, é uma questão de segurança [na equipe], não de otimismo", afirmou.

Desde a semana passada, quando Levy foi ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, uma série de executivos do mercado financeiro tem manifestado uma maior confiança dos estrangeiros na economia brasileira.

Anteontem, o presidente do Credit Suisse no Brasil, José Olympio, disse que os estrangeiros estão em "lua de mel" com o país. Neste mês, afirmou, a participação de estrangeiros e brasileiros na corretora do banco ficou equilibrada, o que não se via há muito tempo. Para o banqueiro, os investidores nacionais estão mais céticos em relação à economia que os de fora.

Outros fatores explicam o recente ingresso de recursos no país. Alexandre Póvoa, sócio da gestora de recursos Canepa, acrescenta à lista de efeitos positivos para o mercado brasileiro o anúncio do afrouxamento monetário na Europa no dia 22, que ajuda a liberar fluxo financeiro.

Em 12,25% ao ano e ainda com perspectiva de novas altas, a taxa básica de juros da economia tem grande apelo.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

BC projeta reajuste de 27,6% na conta de luz e 8% na gasolina em 2015

O Banco Central espera um "tarifaço" neste ano. As tarifas e preços controlados pelo governo devem subir 9,3% em 2015, segundo a instituição. A previsão anterior, feita em dezembro, era de 6,0%.

Nesse período, o governo federal anunciou que haverá um reajuste extra de energia elétrica este ano e que voltará a cobrar alguns tributos sobre combustíveis, entre outros reajustes promovidos neste mês.

Segundo o BC, essa projeção considera elevação de 8% no preço da gasolina, em grande parte, reflexo da volta desses tributos, e de 27,6% nos preços da energia elétrica, devido ao repasse às tarifas do custo de operações de financiamento contratadas em 2014 e da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), uma espécie de fundo do setor elétrico.

O BC considera ainda aumento de 3% no preço do gás de bujão e de 0,6% nas tarifas de telefonia fixa.

Para 2016, a instituição espera aumento de 5,1% no conjunto desses preços, ante 5,2% considerados em dezembro.

As projeções fazem parte da ata do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) divulgada nesta quinta (29). No documento, a instituição detalha os motivos da decisão da semana passada, quando elevou a taxa básica de juros (Selic) de 11,75% para 12,25%.

FISCAL

O BC informou ainda que trabalha com um superavit primário nas contas públicas de 1,2% do PIB em 2015 e de 2% do PIB em 2016, conforme anunciado pelo Ministério da Fazenda.

 

Fed sinaliza que não deve elevar taxa básica de juros ao menos até junho

Demonstrando novas preocupações com a inflação, o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) sinalizou nesta quarta-feira (28) que não deve elevar a taxa básica de juros da economia norte-americana até pelo menos o mês de junho.

Após dois dias de reunião de seu comitê de política monetária, o Fomc, o Fed anunciou novamente a manutenção da taxa entre zero e 0,25%, patamar em que está desde 2008, auge da crise global.

No comunicado divulgado nesta quarta, a autoridade monetária afirma que será "paciente" ao considerar o início de um novo ciclo de elevação dos juros.

Em dezembro, a presidente do Fed, Janet Yellen, disse que a referência sinaliza que a alta é improvável nas duas próximas reuniões do comitê, neste caso, em março e abril, deixando o caminho aberto para uma elevação em junho.

O texto adota um tom mais otimista em relação à evolução da economia dos EUA. "Informações recebidas desde a última reunião do Fomc, em dezembro, sugere que a atividade econômica está se expandindo em ritmo sólido", diz o texto. No comunicado anterior, o ritmo era "moderado".

O Fed também aponta "fortes ganhos na geração de vagas de trabalho e um índice de desemprego mais baixo." A taxa de desemprego fechou o ano passado em 5,6%, o mesmo nível de junho de 2008.

Mas a percepção sobre a inflação, a segunda variável considerada pela autoridade monetária antes de começar a subir os juros, piorou. "A inflação ficou ainda mais abaixo da meta de longo prazo, refletindo em grande parte a queda nos preços de energia", diz o texto.

"Em linha com seu estatuto, o comitê busca fomentar o máximo emprego e a estabilidade de preços."

Nos últimos meses de 2014, a economia dos EUA registrou deflação. Os preços recuaram 0,4% em dezembro, a maior em seis anos, em consequência da redução de 4,7% nos preços de energia. Em novembro, a queda foi de 0,3%.

Na comparação com o mesmo período de 2013, o índice subiu apenas 0,8%, a menor elevação desde outubro de 2009. A meta do Fed é de uma inflação próxima a 2%.

O BC norte-americano espera que a inflação tenha redução ainda maior no curto prazo, "mas espera que o índice suba gradualmente em direção aos 2% no médio prazo, com a melhora no mercado de trabalho e a dissipação dos efeitos transitórios dos preços de energia e outros fatores."

O aperto dos juros pelo Fed é acompanhado com atenção por investidores. A tendência é que, com o aumento, parte do dinheiro que hoje está nos mercados emergentes (inclusive o Brasil) rume para os EUA, em busca do rendimento e da maior segurança da economia americana.

 

BRASIL ECONÔMICO

Firjan mostra a Levy levantamento sobre peso dos impostos na indústria

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, apresentou hoje (28) ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, um estudo que mostra o peso dos impostos na indústria de transformação brasileira.

Com base em dados oficiais da Receita Federal, a Firjan critica a carga tributária no setor, calculada em 45,4% do seu Produto Interno Bruto (PIB). “[Isso] significa que quase metade de tudo que é produzido pelo setor é direcionado para o pagamento de tributos", diz o estudo. Segundo a Firjan, a indústria tem a mais elevada carga tributária entre todos os setores, "praticamente o dobro da incidente sobre a atividade produtiva como um todo”.

Após o encontro, Vieira disse que visitou o ministro para cumprimentá-lo e para dar apoio pelas medidas adotadas na área econômica. Embora reconheça que "as contas públicas precisam e devem ser equilibradas", Vieira ressaltou ter alertado o ministro para a necessidade de um equilíbrio fiscal que atinja, "da menor forma possível, as empresas e, portanto, o emprego”.

O presidente da Firjan informou também que conversou com o ministro Joaquim Levy sobre a “flexibilização da relação de trabalho com a terceirização da mão de obra”, que está em discussão no Congresso Nacional. Segundo ele, caso a proposta seja aprovada pelos parlamentares, buscará uma indústria mais eficiente. De acordo com Vieira, o ministro mostrou-se interessado em uma interlocução permanente com o setor produtivo.

Sobre a condução da nova política econômica, Vieira destacou a postura zen (tranquila) de Joaquim Levy . “Ele é zen e está tranquilo. Aceitou o desafio. Não é trivial, não. Estava lá, entre o Rio e São Paulo, às 5h, com o dever cumprido. Tranquilo. E vem para Brasília. É um desprendimento mais do que louvável", afirmou o presidente da Firjan.

Para ele, Levy saberá dosar a elevação da carga tributária no intuito de fazer o ajuste fiscal e dará credibilidade ao país em busca do crescimento econômico. “Joaquim é uma pessoa muito inteligente. Sabe o limite de aumentar imposto. O que ele precisa é ter o apoio, cada vez mais, para alcançar uma industrialização mais moderna e eficiente”, concluiu.

 

O ESTADO DE SÃO PAULO

Com alta da Selic, dívida pública brasileira cresce 8% em 2014

Impulsionada pelo processo de alta da Selic e pelos aportes do Tesouro Nacional aos bancos públicos, a dívida pública federal apresentou um crescimento de R$ 173,089 bilhões em 2014 ¬ ultimo ano do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff.

De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Fazenda, o estoque da DPF, que inclui da dívida interna e externa do governo federal, subiu para R$ 2,295 trilhões ¬ uma alta de 8,15% em apenas um ano. Em 2013, o estoque estava em R$ 2,122 trilhões.

Além do custo mais alto da dívida por conta do aperto monetário e das incertezas que marcaram o ano passado, a dívida sofreu, principalmente, com as emissões de títulos feitas pelo Tesouro para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Em 2014, o Tesouro emprestou ao banco de desenvolvimento R$ 60 bilhões ¬ R$ 30 bilhões em dezembro, faltando poucos dias para o fim do ano e já com a nova equipe econômica escolhida. Em dezembro, o Tesouro também emitiu R$ 1 bilhão para o banco da Amazônia (Basa) O valor da DPF fechou dentro da banda do Plano Anual de Financiamento (PAF), de R$ 2,170 trilhões e R$ 2,320 trilhões.

Em novembro, o estoque estava em R$ 2,295 trilhões. O impacto da correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 243,318 bilhões no ano passado, com alta de 11,46%. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) subiu 7,32% e fechou dezembro em R$ 2,183 trilhões.

A Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 0,83% maior, somando R$ 112,29 bilhões no final do ano passado. O estoque da DPF aumentou apesar do resgate liquido de R$ 69,209 bilhões de títulos ao longo de 2014.  

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