Terça-feira

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Emprego na construção brasileira cresce 0,94% no 1º semestre

SÃO PAULO - O nível de emprego na construção brasileira cresceu 0,94% no primeiro semestre do ano, com o saldo entre demissões e contratações ficando positivo em 32,7 mil, segundo pesquisa elaborada pelo SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) em parceria com a FGV (Fundação Getulio Vargas). Com o resultado, ao final do junho o número de trabalhadores do setor somava 3,512 milhões.

No mês de junho, porém, o índice apresentou declínio de 0,36% em relação maio, com o fechamento de 12,5 mil vagas. Na comparação com junho de 2013, quando o setor empregava 3,513 milhões, o levantamento indica estabilidade, com leve queda de 0,03%.

Entre as cinco regiões do país, a Norte foi a única a registrar resultado positivo no período, com aumento de 2,72 % e criação de 6.146 novas vagas.

Em junho, o indicador registrou queda de 0,59% no Estado de São Paulo, com o saldo entre demissões e contratações ficando negativo em 5,1 mil trabalhadores. Com o resultado, o número de trabalhadores em empresas da construção civil no Estado caiu para 867,2 mil pessoas com carteira assinada. Das dez regiões pesquisadas apenas duas (Campinas e Ribeirão Preto) apresentaram alta no período.

Entre janeiro e junho, o indicador registrou alta de 0,76%, com 6,5 mil contratações. Na comparação com junho de 2013, quando o Estado registrava 874,3 mil trabalhadores, o levantamento apresentou queda de 0,81%.

 

PORTAL CBIC

Setor registra crescimento do nível de emprego no primeiro semestre do ano

Pesquisa do Sinduscon-SP, em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), revela que o nível de emprego na construção brasileira cresceu 0,94% no primeiro semestre de 2014, com o saldo entre demissões e contratações ficando positivo em 32,7 mil. Com o resultado, ao final do mês de junho o número de trabalhadores do setor somava 3,512 milhões. No mês de junho, porém, o índice apresentou declínio de 0,36% em relação a maio, com o fechamento de 12,5 mil vagas. Na comparação com junho de 2013, quando o setor empregava 3,513 milhões, o levantamento indica estabilidade, com leve queda de 0,03%. Entre as cinco regiões do país, a Norte foi a única a registrar resultado positivo no período, com aumento de 2,72% e criação de 6.146 novas vagas.

 

Construtores querem densificação imobiliária

As áreas urbanas de Porto Alegre pelas quais passarão as futuras linhas do metrô — cujo início de obras se espera para 2015 — sofrerão grandes transformações, inclusive, imobiliárias. Por isso, os empresários da indústria da construção civil estão propondo à prefeitura a definição urgente de uma “política pública de uso das áreas beneficiadas pelo metrô”.

A proposta se insere na ideia de que a cidade precisa de uma “densificação imobiliária”, isto é, maior aproveitamento construtivo em algumas regiões, não só para aproveitar as áreas e infraestrutura existentes, mas, principalmente, para otimizar o uso dos serviços, como água, esgotos e transportes.

É o caso, por exemplo, das avenidas Farrapos e Assis Brasil, eixos do metrô, onde os limites para construir prédios oscilam entre 45 e 50 metros de altura. “A procura, hoje, é por mobilidade e segurança”, diz o presidente do Sinduscon-RS, Ricardo Sessegolo, “as pessoas querem morar o mais perto possível dos meios de transporte; com a criação do metrô em Porto Alegre, as áreas servidas por ele terão uma demanda enorme de moradias”.

Sessegolo citou o exemplo de Curitiba (PR), onde a prefeitura já mudou a legislação sobre construção nos bairros que terão metrô, permitindo erguer prédios de até 30 andares. Em Porto Alegre, a altura máxima permitida, na área, fica entre 15 e 18 andares.

 

TRIBUNA DO NORTE

Economia brasileira deve crescer menos de 1%

São Paulo (AE e ABr) - Analistas de instituições financeiras reduziram pela oitava semana seguida a estimativa para o crescimento da economia brasileira neste ano. A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, caiu para 0,97%. Na semana passada, a previsão era 1,05%. Para 2015, a estimativa segue em 1,50%. Os números fazem parte do Boletim Focus, divulgado ontem pelo Banco Central. É a primeira vez neste ano que a mediana das projeções do mercado para o desempenho do PIB de 2014 ficou abaixo de 1%.

É crescente o número de bancos e consultorias que reduziu para menos de 1% a previsão de crescimento da economia neste ano. Retração na indústria, na construção e queda na confiança dos consumidores e dos empresários levaram ao corte nas estimativas para o PIB. De sete consultorias e bancos consultados pelo jornal “O Estado de s. Paulo”, as projeções atuais de crescimento variam entre 0,5% e 1%. Duas semanas atrás, as mesmas consultorias tinham estimativas mais favoráveis de alta do PIB para 2014: entre 1% e 1,6%.

Ontem, o departamento econômico do Bradesco cortou de 1,5% para 1% a estimativa de crescimento da economia para este ano. Em seu relatório, o banco atribuiu a revisão à “queda na confiança espraiada entre diversos segmentos da economia”. Para 2015, também houve redução no crescimento: de 2% para 1,5%

Movimento semelhante foi feito na semana passada pelo departamento econômico do Itaú Unibanco que cortou de 1% para 0,7% a estimativa de crescimento do PIB para este ano. Também o departamento econômico do banco Credit Suisse decidiu, na sexta-feira, cortar a projeção pela metade. Esperava crescimento de 1,2% do PIB para este ano e agora projeta 0,6% de alta. Segundo relatório do Credit Suisse enviado a clientes, o menor crescimento neste ano resulta da “dinâmica desfavorável da indústria e da provável contração dos investimentos”.

Paralisia

“Fizemos uma drástica revisão para o crescimento do PIB deste ano”, afirma a sócia da Tendências Consultoria Integrada, Alessandra Ribeiro. Até meados da semana passada, a consultoria esperava crescimento de 1,3% e agora acredita que não passará de 0,6%.

A economista diz que a revisão ocorreu por causa da paralisia que existe hoje na atividade econômica e está sinalizada por vários indicadores antecedentes. Entre esses indicadores antecedentes que apontam para um cenário ruim, ela destaca a queda de 17,5% na produção de veículos em junho ante o mesmo mês de 2013, a retração de 4,3% no fluxo de veículos pesados nas rodovias em junho ante maio e o recuo de 1,5% no consumo de energia no mês passado em relação ao anterior.

Também para a indústria as previsões são ruins. Ela espera para este ano queda de 2,2% do PIB industrial, de 3,9% para o PIB da indústria de transformação e de 3,1% para a construção.

“Existe um desaquecimento generalizado da atividade”, afirma o economista Vinícius Botelho, pesquisador associado do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). Ele observa que o grupo de análise de conjuntura, do qual ele faz parte, reduziu o intervalo de projeção de crescimento do PIB deste ano: antes variava entre 1,2% e 1,6% e agora oscila entre 1% e 1,2%. “É possível até que tenhamos um crescimento abaixo de 1% este ano.”

Na avaliação de Botelho, o principal fator que afetou ritmo de crescimento foi a atividade fraca da indústria, que deve, segundo projeções do Ibre, encolher de 6% no 2º trimestre ante o mesmo período de 2013 e recuar 2% em 2014 ante 2013. “Houve também um aprofundamento da queda na construção maior do que imaginávamos.”

 

Inadimplência recua no primeiro semestre

Ribeirão Preto (AE) - O indicador de inadimplência do consumidor da Serasa Experian recuou 1,1% no primeiro semestre de 2014, na comparação com o mesmo período do ano passado. Em junho, após três altas mensais seguidas, a inadimplência caiu 1,4% sobre maio, mas registrou crescimento de 3% sobre junho de 2013, informou a instituição. Os números foram divulgados ontem.

Apesar de o indicador ter acumulado queda no primeiro semestre de 2014, dificilmente essa tendência se manterá durante o restante do ano, de acordo com economistas da Serasa Experian. Inflação, juros elevados e enfraquecimento da economia e do mercado de trabalho deverão atuar no sentido de crescimento dos níveis de inadimplência do consumidor, de acordo com a Serasa Experian.

Dívidas

As dívidas não bancárias - com cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica e água, por exemplo - apresentaram recuo de 2,3% entre os semestres.

A inadimplência com os bancos caiu 0,4% e os cheques sem fundos recuaram 10,1% entre os períodos. Já os títulos protestados tiveram alta de 16,7%, se comparados os primeiros semestres de 2014 com o de 2013.

Na comparação de junho contra maio, os cheques sem fundos também foram os principais responsáveis pelo recuo do indicador, com queda de 13,8%. As dívidas não bancárias e os títulos protestados caíram 0,6% e 19,7%, respectivamente. Já a inadimplência com os bancos apresentou leve alta de 0,4%. O valor médio das dívidas com os bancos apresentou queda de 7,2% no primeiro semestre de 2014 sobre mesmo período do ano anterior, para R$ 1.266,22. Já a inadimplência não bancária subiu 1,4% em valor entre os períodos, para R$ 323,16, em média. O valor médio dos cheques sem fundo subiu 4,2%, para R$ 1 688,45, e o dos títulos protestados avançou 5,1%, a R$ 1.452,18, segundo a Serasa Experian.

 

Brasil vive ‘drama no futebol’ e deterioração da economia

 “Para os brasileiros fãs de futebol, a Copa do mundo 2014 acabou em lágrimas”, avaliou o banco suíço UBS em relatório que analisou o Brasil pós Copa do Mundo em relatório (“Back to reality: Brazil after the World Cup” – “De volta à realidade: Brasil depois da Copa do Mundo”). Segundo o banco, infelizmente enquanto dentro do campo o que se viveu foi um drama, na economia a deterioração dos indicadores econômicos continua, o que pode afetar as eleições presidenciais de outubro. O banco também traçou um perfil dos principais três candidatos e o que esperar para a economia.

Após citar diversos indicadores que vieram abaixo da expectativa –  como o Produto Interno Bruto (PIB) que cresceu 0,2% no primeiro trimestre do ano -, o relatório afirma que é preciso encontrar um novo modelo de crescimento econômico. “Sem uma nova estratégia, o modelo brasileiro de crescimento econômico está destinado a permanecer fracassado. O modelo, baseado em gastos do governo e crescimento do crédito via subsídios, alcançou o seu limite”, afirma o documento.

Com lágrimas no futebol e decepção na economia, o UBS afirma que é difícil não imaginar que alguns brasileiros tracem “um paralelo entre o ex-técnico da seleção, Luiz Felipe Scolari, e a técnica do País, a presidente Dilma Rousseff”, candidata à reeleição nas eleições deste ano.

O banco avalia que para conseguir se reeleger, a máquina eleitoral do Partido dos Trabalhadores (PT) deverá correr. Segundo o UBS, apesar de terem o Bolsa Família a seu favor e a possibilidade, ainda que remota, de o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva entrar em cena (a legislação permite que o candidato seja substituído até 20 dias antes da eleição), não é esperado que Dilma se reeleja logo no primeiro turno. Deve haver um segundo turno entre Dilma e Aécio Neves (PSDB) ou Eduardo Campos (PSB).

Ações. Para o mercado acionário, o fiasco da seleção não teve grande impacto. Desde a derrota por 7 a 1 contra a Alemanha, o Ibovespa avançou 4% e a Petrobrás, 10%. Desde março, a Bolsa já subiu 29%, superando outros mercados emergentes em 15%.

A política, contudo, tem um impacto maior na Bolsa. Segundo o UBS, 44% da performance foi ocasionada pela políticas governamentais. No caso, de Eletrobras e Petrobrás, de 21% a 39% da performance foi causada pelas políticas públicas. Em um segundo mandato, Dilma pode ser obrigada a tomar uma postura mais pragmática, o que pode afetar os mercados, segundo o UBS.

Câmbio. Para o câmbio, o UBS prevê uma cotação em torno de R$ 2,32 em um cenário de reeleição de Dilma Rousseff. Caso a oposição ganhe, o dólar deverá ficar em torno de R$ 2,20.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Humor piora e deixa previsões para o PIB abaixo de 1%

Com a inflação acima do teto da meta, a indústria em retração e a confiança de empresários e consumidores despencando, economistas já preveem que o Brasil crescerá menos de 1% neste ano.

É a segunda rodada de redução nas expectativas para o PIB em menos de 60 dias. De 11 consultorias e bancos ouvidos pela Folha, só 2 mantiveram as suas estimativas.

Nas previsões mais otimistas, o país cresce 1,4% neste ano. Nas mais pessimistas, 0,5%. Em 2013, a economia avançou 2,5%, número anunciado pelo governo também para este ano, embora deva ser revisto nesta terça (22).

A piora na expectativa se confirma no Boletim Focus, do Banco Central. Pela oitava semana consecutiva, os analistas cortaram as estimativas para a expansão da economia. Há uma semana, a previsão era de alta de 1,05% Nesta segunda (21), caiu para 0,97%.

O pessimismo foi reforçado após a divulgação de indicadores mais fracos nas últimas semanas. Pelo terceiro mês consecutivo, a produção na indústria caiu em maio –desempenho que deve se repetir no dado de junho. No setor automotivo, a produção recuou 23% no período.

"Com a forte redução da produção industrial e o drástico declínio do setor automotivo, o PIB deve chegar a, no máximo, 0,5%. A construção civil não vai bem, e a queda nos preços agrícolas também preocupa", diz Fabio Silveira, diretor da GO Associados, que derrubou em um ponto percentual a sua projeção.

A perspectiva para este semestre se agravou com a queda na confiança dos empresários -chegou em julho ao pior patamar dos últimos 15 anos. Com o orçamento mais afetado por inflação e juros mais altos, os consumidores também estão mais pessimistas. Resultado: o nível de confiança é o menor desde 2003.

"Com esse clima, nem o segundo semestre será capaz de dar uma reviravolta na economia", afirma Alessandra Ribeiro, da Tendências.

Caio Megale, economista do Itaú Unibanco, tem a mesma avaliação: "Revisamos o PIB do segundo trimestre para baixo. E, com a piora da confiança, até os números do terceiro trimestre já foram revistos, de 0,5% para 0,3%".

O ambiente de pessimismo é tão intenso que já contamina as projeções para 2015. O Bradesco reduziu sua previsão para o PIB do próximo ano de 2% para 1,5%.

A disputa mais acirrada no calendário eleitoral também reforça o clima de incerteza. "A eleição será uma trava para os investimentos", diz Sérgio Vale, da MB Associados.

Para o Santander, são nítidos os efeitos da desaceleração no mercado de trabalho. O Brasil teve o menor saldo de criação de vagas formais para junho desde 1998. "Sem os efeitos sazonais, o Caged já registra demissões", diz Fernanda Consorte, do Santander.

A situação só não é pior porque programas assistenciais e reajustes salariais têm segurado a queda na renda.

Menos pessimistas, Francisco Pessoa, da LCA, e André Perfeito, da Gradual, dizem que a recuperação das exportações, impulsionadas pelo agronegócio, pela mineração e pelo petróleo, deve evitar queda maior do PIB.

 

Para governo, não há milagre que estimule alta do PIB em 2014

A forte desaceleração da economia brasileira nos últimos meses preocupa o governo Dilma Rousseff, mas a avaliação é que, no curto prazo, não há "milagre" a ser feito para reativar o ritmo do país neste ano eleitoral.

Segundo assessores, não adianta remar contra a maré e inventar pacotes para estimular a economia porque o empresariado e os consumidores não estão dispostos a investir nem gastar mais até que fique definido quem será o próximo presidente.

O discurso interno no Planalto é que, depois das eleições, o país voltará à normalidade aos poucos porque não haveria "motivos concretos" para o pessimismo atual quanto ao futuro econômico.

O país passa, segundo o governo, por um momento de "expectativas negativas", que abalaram a confiança de empresários e consumidores. Isso não significa, porém, que o ano está "perdido".

O governo continua apostando que o crescimento da economia não será tão ruim quanto as previsões do mercado, que já apontam para uma expansão do PIB abaixo de 1%, ante 2,5% em 2013.

A equipe econômica, reservadamente, avalia que a economia tem condições de crescer ao menos 1,5%. Esta previsão, porém, não é consenso dentro da própria equipe.

Depois dos últimos dados ruins da economia, inclusive na geração de empregos, setores do governo já começam a trabalhar com a hipótese de o PIB ficar na casa de 1%.

Apesar da expectativa negativa quanto ao curto prazo, um assessor diz que isso não significa que o governo jogou a toalha e está parado esperando a eleição passar.

Ele diz, por exemplo, que o governo já está obtendo vitórias no combate à inflação, com os índices mensais recuando, apesar de a inflação acumulada em 12 meses ainda estar muito elevada –6,52% em julho, acima do teto da meta oficial (6,5%).

A ordem, afirma, é seguir vigilante na política anti-inflacionária. Pior do que o baixo crescimento seria um repique na inflação nos próximos meses, o que traria mais desgastes para a presidente na campanha eleitoral, já que o tema está sendo explorado pelos adversários na eleição.

O governo sabe que os próximos dados sobre o crescimento da economia podem ser mais negativos. O PIB do segundo trimestre, que sai em agosto, pode ter encolhido.

Em junho e julho a indústria deve registrar queda mais forte ainda, já que a Copa, apesar de ter sido um sucesso como evento, diminuiu o ritmo do setor. Além disso, consumidores frearam os gastos no período do torneio.

Por outro lado, esse desaquecimento terá um efeito mais forte sobre a inflação, que deve seguir recuando nos próximos meses.

A expectativa da equipe presidencial é que terceiro trimestre continue fraco e que uma recuperação só aconteça no último trimestre do ano, quando o cenário eleitoral já estará definido.

 

JORNAL BRASIL ECONÔMICO

'Estamos em um processo de estagflação', diz o economista Carlos Langoni

Ex-presidente do Banco Central, o economista Carlos Langoni afirma que o país vive uma armadilha econômica, de baixo crescimento e inflação alta, com um quadro recessivo sobre a indústria. Seu diagnóstico é de que o círculo virtuoso que combina pleno emprego e mobilidade social está sob ameaça, caso a economia permaneça em expansão lenta. Para o economista, que também é diretor do Centro de Economia Mundial da Fundação Getulio Vargas (FGV), os ganhos sociais observados nos últimos anos podem diminuir. Langoni vê 2015 como um ano difícil de ajuste fiscal, especialmente para recuperar a confiança de investidores e do empresariado. “O governo vai ter que dosar sua política para quebrar essa rigidez inflacionária, levando em consideração que terá que fazer a correção dos preços administrados e do câmbio”, diz. Langoni defende ainda a persistência na tentativa de realizar uma reforma tributária e em promover mudanças nos marcos regulatórios das concessões de infraestrutura, para estimular o investimento do setor privado.

Alguns economistas afirmam que a economia brasileira já está em recessão. O sr. concorda?

Se considerarmos o conceito clássico de recessão, de três trimestres seguidos com queda de produção, ainda não aconteceu. Mas os dados da produção industrial já estão em terreno negativo em bases anuais. Houve uma contração do setor industrial que não é um fenômeno conjuntural. Possui raízes mais estruturais, no problema da competitividade da economia brasileira, que considero o grande tema de nossa agenda econômica atual. Essa perda de competitividade se reflete até no esporte. A seleção brasileira é também um exemplo de perda de competitividade. Não somos mais competitivos no futebol. No Brasil, o futebol é uma alternativa à escola. Na Alemanha, é uma extensão. Achávamos que poderíamos viver, eternamente, de talentos. Só que, hoje, o mundo não vive só de talentos. Você precisa de talentos, planejamento e gestão. Setores não competitivos podem tornar-se competitivos, e setores que são competitivos a nível global podem perder esse status. Tudo vai depender, basicamente, do binômio investimento-inovação. A indústria brasileira é um reflexo da estratégia seguida para o crescimento dos últimos anos, com ênfase exagerada no consumo das famílias, aproveitando a grande conquista da mobilidade social. As duas coisas têm que estar interligadas. No mundo globalizado, o investimento precisa ter uma componente de mudança tecnológica, de incorporação de novas tecnologias. Faço um contraste muito interessante. Por que o agronegócio no Brasil é tão competitivo? É um setor que vem investindo e inovando de forma permanente. É uma distorção imaginar que o agronegócio só é competitivo porque temos uma competitividade herdada dos recursos naturais. Isso ajuda, mas há outro fator fundamental, a componente de investimento combinada com a modernização, inclusive na gestão do negócio. E a inovação é também o exemplo claro da interface correta entre Estado e setor privado. Porque o Estado brasileiro é o grande inovador no setor tecnológico, por meio da Embrapa. Mas não temos uma Embrapa no setor industrial.

A indústria tem fontes de crédito, como o BNDES. Não é suficiente?

O BNDES tem um papel fundamental e vai continuar tendo. O Brasil não tem ainda uma alternativa de mercado de capitais privados. Esse processo de diversificação que o próprio BNDES defende tem que ser gradual para aumentar fontes privadas de financiamento e reduzir o peso do BNDES. Por enquanto, o BNDES é fundamental. A partir dos últimos dois anos, o BNDES começou a dar mais ênfase a componentes de inovação, a saída para a indústria brasileira. Não defendo o protecionismo. É uma solução transitória. No médio e longo prazos, a proteção excessiva desestimula a eficiência e os ganhos de produtividade. É preciso encontrar uma saída permanente para a indústria, que passa por um processo de focar nas questões estruturais internas ao setor. Mas a indústria sofre também externalidades negativas, do ambiente macroeconômico. A principal é a carga tributária. É unanimidade no setor privado que é excessiva e penaliza o investimento, a formalização da mão de obra e até a inovação. Da maneira como existe no Brasil, principalmente na partida do investimento, antes mesmo de começar a receber os resultados desse investimento, há uma tributação pesada. Outro item que afeta muito a competitividade do setor e penaliza outros é a obsolescência da infraestrutura. O terceiro gravame é a questão do custo do crédito privado no Brasil. O país ainda tem juros reais elevados que refletem em parte uma distorção da gestão macroeconômica, a dependência excessiva da política monetária para manter a inflação sob controle em relação à política fiscal. Se houvesse um mix mais equilibrado de política fiscal e monetária , provavelmente haveria inflação menor. O juro real de equilíbrio da economia brasileira não seria tão elevado.

O quadro de recessão que está se delineando na indústria se aplica à economia em geral?

Tenho um conceito mais lato de recessão. Para mim, no Brasil, recessão é quando o país está crescendo, sistematicamente, abaixo do PIB potencial. O Brasil está muito próximo da recessão porque 1% de crescimento do PIB é muito pouco para um país que, historicamente, cresce 4%, 5%, ao ano. Os demais Brics estão em processo de soft landing , de aterrisagem suave. A China não cresce mais 10%, vai crescer 7%, 6%. Não há nenhum fator econômico, objetivo, que condene o Brasil a crescer apenas 1%. Estamos vivendo um processo de estagflação. Não é recessão global. O setor de serviços ainda cresce, o consumo privado ainda cresce 3%, 4%, o agronegócio ainda cresce 3,5%, 4%, mas estamos próximos da estagnação, combinada com uma inflação alta. Um ponto muito importante foi a grande mudança estrutural da economia brasileira, o lado social, esse círculo virtuoso de pleno emprego — apesar da estagnação — e da mobilidade social. Só que há um prazo de validade, caso a economia permaneça estagnada. O setor de serviços substituiu a indústria na geração de empregos. E grande parte do agronegócio e da mineração ainda vem empregando mão de obra. Mas se esse processo for prolongado por muito tempo, principalmente com inflação elevada, os ganhos sociais dessa verdadeira revolução estrutural vão diminuir.

O país vive um momento de estagflação e não de recessão?

Sim. Estagflação com recessão em alguns setores, mais localizado na indústria. Os serviços, o agronegócio e a mineração ainda crescem. Estamos em uma fase típica de transição. Sabemos que a situação atual não pode ser permanente. Ou ela desanda em uma crise grave, que seria um mergulho recessivo, uma descontinuidade recessiva, ou nós preparamos um terreno para romper essa armadilha do crescimento baixo e restaurar a confiança. Tudo indica que, qualquer que seja o eleito, ele irá trabalhar para seguirmos um caminho de retomada, ainda que seja gradual. O primeiro ano vai ser muito difícil. Não existem soluções mágicas. Uns candidatos vão optar por um ajuste gradual, outros, talvez, por um ajuste mais rápido. O importante é o choque de confiança, que é o que o país está precisando. Não há dúvida alguma de que esse modelo de crescimento ancorado no consumo das famílias está esgotado. Tem que passar para o investimento. Fazendo um paradoxo, é curioso como a China está vivendo, exatamente, o oposto simétrico, saindo de um modelo de crescimento baseado em exportações para um modelo baseado no consumo interno. Nós temos que fazer o contrário.

Há risco de a taxa de desemprego aumentar em outros setores, além da indústria?

Sem dúvida. Temos que evitar isso a qualquer custo. Independentemente de quem for o próximo presidente, vai haver mudança da política econômica. O bom senso, a visão objetiva, não partidária e fria da economia brasileira mostra que não podemos correr o risco de interromper esse processo virtuoso de mobilidade social. Hoje, ele está sob ameaça.

A manutenção dos juros elevados é necessária?

Foi necessária porque não houve a contribuição da política fiscal. Estamos combatendo a inflação de forma ineficiente: só com juros. Há uma distorção, que é o represamento de preços, como os de combustíveis e das tarifas do setor elétrico. A política fiscal continua com um viés expansionista. Deveria haver um rearranjo macroeconômico e uma política fiscal de melhor qualidade. Isso passa por uma ênfase maior na questão dos gastos correntes, principalmente os gastos públicos, que não são investimento. Mais cedo ou mais tarde, teremos que fazer essa inflação corretiva. Porque o controle de preços apenas faz ganhar tempo. Depois de passar o período eleitoral, no próximo ano, independentemente de quem for eleito, vai haver o reajuste dos preços controlados.

Se houver um ajuste fiscal maior, no atual cenário de desaceleração interna e externa, o efeito seria  de mais contração?

Estamos presos em uma armadilha da estagflação, de baixo crescimento e inflação elevada, em um cenário mais preocupante. O crescimento do PIB foi revisado para baixo outra vez, para praticamente 1%, muito abaixo do potencial brasileiro. A inflação continua rígida, acima da faixa de 6%, e já superou o limite superior da meta. O ambiente externo não é de crise global, mas é hostil e reduz as margens de manobra da política econômica. Com a recuperação gradual da economia nos Estados Unidos e a queda do desemprego, já foi anunciado pelo Fed que a compra de títulos acaba em outubro e, provavelmente em meados do ano que vem, inicia-se a elevação dos juros americanos. Isso vai provocar um realinhamento de preços relativos no mundo inteiro: de commodities, moedas e taxas de juros. Um lado bom é que o Brasil já colocou a taxa de juros nominal e real em um patamar que lhe permite conviver bem com o ciclo de elevação de juros. O diferencial de juros ainda é muito favorável, até porque a taxa de juros americana sai de zero para um patamar de 3%, 4%, porque a inflação americana hoje é muito baixa. O diferencial de juros entre doméstico e internacional, mesmo com o ajuste americano no ano que vem, não vai precisar ser corrigido de forma muito mais drástica. De qualquer maneira, temos um período de trégua de um ano, entre julho e o terceiro trimestre de 2015, quando teremos que aproveitar e fazer as correções necessárias. Não são correções fáceis. Não há soluções mágicas e elas vão trazer custos, sim. Custos econômicos, sociais e políticos. Adiamos a correção dos desequilíbrios e, agora, está chegando a hora da verdade.

Essa correção em 2015 levaria a mais desaceleração econômica?

O que pode minimizar um impacto recessivo dessa correção de desequilíbrios é o governo apresentar um programa econômico consistente, que tenha credibilidade e provoque uma reversão nessa onda de expectativas pessimistas que tem afetado consumidores e empresários de forma generalizada. Não é mais só a indústria e os serviços. A única exceção é o agronegócio, que está em uma espécie de clausura.

O ajuste fiscal é necessário até para retomar a confiança?

Exato. É em uma dosagem menor, felizmente, do que aquela que os países da Zona do Euro tiveram que passar. É preciso ter um ajuste fiscal inicial para restabelecer a confiança de que o Brasil tem uma política fiscal consistente. Esse ajuste, no início, vai implicar, certamente, em corte de gastos e, até mesmo, de investimentos públicos. É difícil só cortar gastos correntes, não tem espaço. Se bem feito, vai minimizar a necessidade de mais aperto monetário. O governo tinha que apresentar um projeto pelo qual todos esperam, de reforma tributária. Ainda que seja debatido pela sociedade e pelo Congresso, o anúncio de uma reforma tributária que racionalize o sistema e aponte para uma redução da carga tributária, ainda que lenta e gradual, começando pela tributação sobre poupança e investimento e depois sobre o consumo. O objetivo é transformar o investimento, principalmente o privado, em grande motor do crescimento. E o governo precisa anunciar uma nova agenda de concessões.

Em quais áreas?

Em todas as áreas nas quais o setor privado possa ter papel ativo. Começaria pelo aprimoramento dos marcos regulatórios, eliminando qualquer resquício ideológico ou viés de controle de taxa de retorno. Incluiria todo o setor de infraestrutura — portos, ferrovias, rodovias e aeroportos. No setor de energia, é preciso retomar um modelo que era bem sucedido. Não pode reduzir tarifa de forma artificial. As tarifas vão ser reduzidas à medida que exista maior oferta de energia, maior eficiência energética e melhor distribuição. Mas não se pode colocar em risco a rentabilidade do setor, porque se cai em um círculo vicioso do qual se quer escapar: a retração de investimento e até o risco de racionamento, como neste ano.

O ano que vem será difícil para o próximo presidente?

Seja a presidenta Dilma reeleita ou qualquer candidato da oposição eleito, haverá uma fase difícil, que pode ser de curta duração, para corrigir os desequilíbrios da economia brasileira, principalmente os internos, mas também os externos, que voltaram a ser fonte de preocupação. Estamos com um déficit em conta corrente beirando os 4% do PIB. O Brasil já não financia esse déficit apenas com capitais de longo prazo, mas pelo menos 20% com capitais de curto prazo. Com o aumento dos juros nos EUA, a tendência é que haverá uma correção cambial. O câmbio está mais ou menos estabilizado devido aos juros elevados. Mas, provavelmente, no ano que vem, com esse aumento de juros nos EUA e a deterioração da balança comercial, por uma queda das exportações, vai haver uma alta no câmbio. O governo vai ter que dosar sua política para quebrar essa rigidez inflacionária, levando em consideração que terá que fazer a correção de preços e do câmbio. Não é uma tarefa simples, mas o grande fator minimizador de uma consequência recessiva é a retomada da confiança na gestão macroeconômica e os estímulos que podem ser dados ao setor privado, apenas mexendo de forma inteligente nos marcos regulatórios. Recentemente, o governo eliminou uma série de impedimentos no 4G da telefonia celular.

Se Dilma for reeleita, ela marcharia para um modelo mais privatista, diferente do atual?

O Brasil tem uma história econômica interessante, em que o pragmatismo sempre vence a ideologia. A presidente Dilma vai enfrentar uma situação em que a opção de o Estado liderar a retomada do crescimento não existe mais. Depois da crise do euro, a sensibilidade dos mercados à trajetória esperada na relação dívida/PIB, seja dívida bruta ou líquida, aumentou de forma tremenda. No passado, os investidores internacionais, que, no fundo, são fundamentais para qualquer país emergente, olhavam muito as reservas e as contas externas. Hoje, o foco é maior na dívida interna. Qualquer percepção de que há um desvio sistemático na trajetória da relação dívida/PIB, um indicador crítico de solvência interna, pode ter consequências muito sérias para a economia brasileira, que seria o Brasil perder o status do grau de investimento. Já houve um ensaio no primeiro semestre. O custo econômico e social de o Brasil ser rebaixado ou sair do clube restrito de países que são grau de investimento é tão alto que nenhum governo sensato vai correr esse risco. Mesmo o governo da presidenta Dilma vai ser obrigado a adotar uma linha de maior austeridade fiscal e mais estímulo ao setor privado. O próprio governo está colhendo os frutos do ensaio de concessão privada que fez, de forma muito bem sucedida, com os aeroportos. E preparou o terreno para a área de portos, que ainda precisa deslanchar. Mudou-se o marco regulatório, mas não aconteceu nada em termos de investimento. O Estado brasileiro tem um papel fundamental de gestor de conflitos sociais e tem feito isso de forma relativamente eficiente. As políticas de transferência de renda no Brasil — o Bolsa Escola que virou Bolsa Família — são exemplos para o mundo todo e o custo em relação ao PIB é baixo. O resultado foi, de fato, inserção e mobilidade social. Outra prioridade absoluta do Estado brasileiro passou a ser a questão da educação. Uma das coisas mais extraordinárias que eu li sobre a Copa do Mundo foi o gerente da Federação Alemã de Futebol dizendo que, para o Brasil voltar a ter sucesso no futebol, falta investir em educação. A frase é extremamente emblemática, porque não é só no futebol. Para a indústria brasileira ser mais competitiva, falta mão de obra mais qualificada e mais preparada. Falta ter um setor de serviços com mão de obra qualificada. Essa foi a minha tese, em 1970, da educação como investimento. O Estado brasileiro tem um desafio imenso de concentrar suas energias nesse grande fator multiplicador de oportunidades, ganho de eficiência, correlacionado com inovação e tecnologia, que é a qualidade da educação.

Fala-se sobre isso desde os anos 70. Nos anos 80, falava-se muito do exemplo da Coreia do Sul. Por que não se dá essa prioridade no Brasil?

Não sei dizer. Há algo muito curioso. Quando terminei meu doutorado em Chicago e publiquei minha tese no Brasil sobre fontes de crescimento econômico, e dois anos depois, sobre educação e distribuição de renda, quando tratei a educação como capital humano, fui criticado tremendamente porque havia uma postura de falta de compreensão da dimensão econômica da educação. Olhava-se a educação somente como algo social e cultural. Naquela ocasião, os pioneiros mostravam que a educação era um fator de produção per se , independente do capital físico. Os países que investem em educação têm o melhor desempenho econômico e a melhor distribuição de renda. Apesar desse debate intenso nos anos 70, que se arrastou pelos 80, só fomos despertar para a importância da educação nos anos 90, quando houve um grande salto quantitativo da escolaridade no Brasil. Agora, temos 98% das crianças em idade escolar na escola. Temos um estoque, infelizmente, de analfabetos.

Há também a grande evasão...

Não conseguimos fazer o que deveria ser um objetivo fundamental, a educação em tempo integral, pelo menos no ensino médio, que foi a grande revolução da Coreia. Vamos ver se esse fundo do pré-sal nos ajuda. Esta é a grande revolução que o país precisa enfrentar. Temos um setor privado extremamente dinâmico, preparado para enfrentar desafios, desde que seja oferecido a ele um ambiente de negócios que reconheça a relação entre retorno e risco. Assim, o Estado atuaria na área de pesquisa e desenvolvimento, na inovação e na criação de Embrapas setoriais, principalmente para a indústria. Pouco a pouco, deixaríamos as soluções transitórias, o protecionismo, o subsídio exagerado, que criam um ambiente pouco competitivo.

As políticas de conceder isenções fiscais setoriais encaixam-se nesse contexto?

São medidas esporádicas, tópicas, que não vão ao fundo do problema. O governo concede isenção tributária quando seria melhor uma reforma tributária mais ampla, em benefício de todos os setores.

FHC, Lula e Dilma tentaram fazer a reforma tributária e não conseguiram. Qual seria a nova maneira?

Junto com a questão da educação, é o grande desafio da economia brasileira. O Brasil é uma sociedade cada vez mais organizada, uma democracia cada vez mais consolidada. Temos que ter capacidade, não só o governo, mas a sociedade civil, as organizações de classe, os sindicatos de trabalhadores e patronais de superar desafios. Não é possível que o Brasil, que tem uma rica experiência de reformas econômicas, não tenha capacidade de apresentar um projeto de reforma tributária com a liderança de um presidente eleito e mobilizar o Congresso para aprovar uma reforma que modernize, elimine distorções e crie um ambiente de negócios, para que a economia possa crescer não 1%, mas 4%, 5%. O custo econômico do adiamento dessas duas grandes reformas — a educacional e tributária — representa uma perda de 2 a 3 pontos percentuais de alta no PIB por ano.

Estamos fadados a crescer 1%, 1,5%?

O crescimento de 1%, ou de 2%, é muito abaixo do potencial da economia brasileira. O único setor da economia brasileira que cresce de maneira sustentável, ao longo do tempo, é o agronegócio, com taxas de 4%, 4,5%. Na indústria, além da competitividade baixa, há questões como o salário, que também não nos permite disputar em pé de igualdade com a China. O ambiente externo para a indústria é mais difícil. Enfrentamos a concorrência de outros emergentes, como o México, e vamos enfrentar daqui a pouco a concorrência da Índia, que vai passar por um processo de reformas institucionais, com uma nova liderança política. Essa é a beleza de um mundo globalizado. Não há vencedores permanentes, nem perdedores eternos. Ninguém está pregando uma política de total liberdade porque alguns países têm práticas comerciais não equitativas, mas temos a OMC (Organização Mundial do Comércio), a única instituição multilateral com poder de lei dentro dos seus países membros e que deve coibir abusos e posturas anticompetitivas. Se houver melhoria gradual de qualificação da mão de obra, aumento da inovação tecnológica e do volume de investimentos, vai haver ganhos de produtividade e a indústria vai encontrar os nichos onde vai ter condições de competir com outros players globais.

A Embraer é um exemplo extremo. Se temos uma indústria de ponta tecnológica no setor da aviação comercial e militar, por que não repetir esse modelo? A Embraer é a interface correta do Estado com o setor privado.

O senhor olha a economia com otimismo?

Muito. Vai ser um processo gradual. Não acredito no fatalismo econômico. A política econômica é feita para mudar a história. Se há uma situação de estagnação, de recessão e falta de competitividade, cabe ao governo usar os instrumentos de política econômica para reverter as expectativas, criar um ambiente de negócios que estimule a produtividade e a competição e viabilize a retomada de investimentos. Os instrumentos estão todos aí. Nos últimos anos, houve uma perda de substância na gestão macroeconômica. Ficamos muito preocupados com a gestão do curto prazo, vivemos a histeria do curto prazo. Precisamos retomar a visão de médio e longo prazos.

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