Quinta-feira

DIÁRIO DO NORDESTE

Uso do FGTS no consignado pode afetar habitação

A decisão do governo em disponibilizar os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviços (FGTS) como lastro para contratação de crédito consignado pode prejudicar o mercado imobiliário, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Rubens Menin.

Ao direcionar esse capital para outros fins, há o risco de que parte do FGTS fique comprometida e menos dinheiro seja encaminhado para financiamento imobiliário, incluindo as modalidades de crédito contempladas pelo programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). "A indústria da construção civil já está enfrentando um problema de carência de funding e não está no momento de dispersar recursos. Todo funding necessário tem de ficar nessa indústria", afirmou o executivo, ao citar que o mercado imobiliário tem sofrido com falta de crédito e juros elevados.

O chefe da Abrainc, que também ocupa a presidência no conselho da MRV Engenharia, ressaltou ainda que o momento da contribuição ao FGTS é "muito ruim", sob efeito de demissões e redução na oferta de empregos. "O FGTS pode ter uma contribuição negativa no futuro", disse.

'Desvirtuação' do Fundo

Ao anunciar a medida sobre o consignado na semana passada, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou que essa modalidade de crédito poderia crescer em R$ 17 bilhões com a possibilidade de o trabalhador utilizar 10% do saldo do FGTS, mais a multa de 40% em caso de demissão sem justa causa, como garantia para o empréstimo.

Para o executivo da Abrainc, embora se trate apenas de uma garantia, há o risco de os mutuários não cumprirem suas obrigações, gerando uma retirada de capital do fundo. "Podemos ficar com menos recursos para o setor imobiliário, num momento de pico negativo do segmento", afirmou Rubens Menin.

A questão precisa passar pelo Congresso Nacional, onde o governo vem enfrentando dificuldades para aprovar seus projetos. Também necessita ser aprovado pelo conselho curador do FGTS, onde já enfrenta resistências de alguns conselheiros, por ser uma "desvirtuação" do objetivo do Fundo de Garantia.

"Nós não fomos consultados e, se tivéssemos sido, mostraríamos nossa posição contrária a esse tipo de operação. Poderiam ter sido encontradas outras fontes", questionou o presidente da Abrainc. O executivo afirmou ainda que a entidade está produzindo um estudo sobre o impacto negativo no mercado imobiliário e deve apresentar a análise ao governo ainda nesta semana. "Não estamos confortáveis com essa situação", acrescentou.

'Minha Casa'

O comprometimento do FGTS com garantia para crédito consignado também pode afetar o programa Minha Casa, Minha Vida. Segundo o presidente da Abrainc, a questão pode inibir o ritmo das contratações de empreendimentos na terceira fase da iniciativa habitacional. "Deveriam criar condições para que todos os recursos disponíveis no FGTS se voltassem para geração de riqueza de uma indústria que depende disso. E não passar para outros segmentos", afirmou.

Dentro do programa, os consumidores das faixas de renda 2 e 3, com ganho mensal de R$ 2.350 a R$ 6.500 por família, podem se beneficiar de juros mais baixos ao contrair empréstimos com recursos do FGTS. Para Rubens Menin, essas são as faixas que mais devem sofrer caso o FGTS fique comprometido com outros fins.

Fôlego

Por outro lado, o governo federal também anunciou uma série de medidas para estimular o mercado de imóveis. O plano é usar o FGTS para aumentar o fôlego do crédito habitacional, ao oferecer R$ 10 bilhões como fonte de recursos para esses financiamentos.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Pesos-pesados da indústria não veem luz no fim do túnel

Deterioração fiscal, incertezas políticas, queda na confiança do investidor, queda na confiança do consumidor, queda na produção, inflação... A coleção de desafios paia a economia neste ano é vasta, e o setor industrial brasileiro, um dos mais afetados, está custando em achar a luz no fim do túnel.

A Folha ouviu representantes empresariais de quatro setores de peso da indústria, que juntos representam um terço do PIB brasileiro, para saber o que esperam deste ano.

SIDERURGIA

"Estamos vivendo a pior crise em toda a história", diz o presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello.

Os maiores compradores internos de aço no pais são justamente os setores que mais estão sofrendo com a crise - construção civil, indústria automotiva e de máquinas e equipamentos.

Além disso, explica Mello, a queda na demanda global por aço e a atuação da China com preços artificialmente mais baratos criaram um excedente de 700 milhões de toneladas da matéria-prima no mundo. A produção anual brasileira é de 48 milhões de toneladas.

"Se nada for feito, teremos que fechar mais indústrias", afirma o executivo.

A CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), que um dia já foi estatal, está desligando fomos e demitindo, e outras siderúrgicas estão fazendo o mesmo.

MÁQUINAS

O setor de máquinas e equipamentos, termômetro do quanto as empresas estão investindo na modernização de suas estruturas, deve amargar o quarto ano seguido de queda no faturamento, sequência inédita.

Segundo José Velloso, presidente-executivo da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), o setor projeta queda de 10% no faturamento para 2016. "A indústria biasileira está doente", diz.

Apenas um segmento da economia está ampliando investimentos -o de energia eólica. De resto, todos os setores estão reduzindo os seus gastos com a compra de equipamentos. O maior baque é o do setor de petróleo e gás, seguido pelo siderúrgico e pelo de etanol.

Segundo o executivo, as indústrias brasileiras estão 35% menores do que em 2012, e as demissões não param.

AUTOMOBILÍSTICO

O mesmo acontece no setor automotivo. Mais de 40 mil funcionários de montadoras estão com jornada reduzida pelo Programa de Proteção ao Emprego ou com contrato de trabalho suspenso (lay-off). Há excedente de empregados e perspectiva de queda na produção.

Segundo Luiz Moan, presidente da Anfavea (que reúne fabricantes de veículos), a produção de carros prevista para 2016 será equivalente à de dez anos atrás. E o nível de emprego, ao de 2010.

Para o ano, Moan aposta nas exportações e na abertura de novos mercados para que o faturamento das montadoras fique pelo menos estagnado. Ele projeta queda de 73% nas vendas internas.

O fim do poço, segundo ele, já passou. Moan, que participou da reunião no fim de janeiro do reativado Conselhão (grupo formado por empresários, representantes de sindicatos e da sociedade civil, acredita que as medidas de destravamento do crédito anunciadas pelo governo possam aliviar esse quadro.

PETRÓLEO E GÁS

Com a Petrobras, grande motor da indústria do petróleo e gás, mergulhada em investigação de corrupção, cortando investimentos e vendo suas ações derreterem na Bolsa, o ano para o setor será ainda mais desafiador.

Para o presidente do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis), Jorge Camargo, as revisões de preço do petróleo e outros fatores limitaram muito a capacidade de investimento. A palavra-chave da vez será "competitividade", diz.

 

O GLOBO

Analistas preveem inflação no teto da meta em 2017

Mesmo com uma recessão cada vez mais profunda no radar, os analistas do mercado financeiro preveem inflação no teto da meta no ano que vem. De acordo com a pesquisa semanal Focus, que o Banco Central faz com as principais instituições financeiras do país, a projeção para o índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 5,8% para 6%: exatamente o limite máximo estipulado pela equipe econômica para 2017. No ano passado, o Conselho Monetário Nacional (CMN) manteve o centro da meta em 4,5% no ano que vem, mas diminuiu a margem de tolerância de 2 pontos percentuais para 1,5 ponto percentual.

Para este ano, os especialistas também revisaram para cima, pela sexta vez consecutiva, a expectativa para o IPCA, de 7,26% para 7,56% - ou seja, acima do teto da meta deste ano, que é de 6,5%. Confirmando-se essa expectativa, serão dois anos seguidos de inflação acima do teto da meta. Em 2015, quando o limite também era de 6,5%, a taxa encerrou a 10,67%.

- A gente imaginava que a inflação começaria a ceder no primeiro semestre. Não aconteceu - explicou o economista-chefe da corretora Gradual, André Perfeito.

Ele lembrou que as passagens de ônibus subiram e os alimentos ficaram mais caros por causa do fenômeno El Nino e da alta do dólar, que favorece as exportações.

Os economistas também pioraram a projeção para a atividade. A perspectiva passou de uma retração da economia de 3,01% para 3,21% para este ano. Para 2017, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 0,7% para 0,6%. Diante disso, analistas avaliam que o corte de juros que será feito em 2017 levará a taxa básica (Selic) dos atuais 14,25% ao ano para 12,50%.      

 

INFOMONEY

Governo prepara corte bilionário no Orçamento, mas não deve garantir superávit prometido

Outra informação diz que a tesourada poderá ser menor, abaixo de R$ 20 bi. O ritmo de queda da arrecadação está pior que no ano passado e he pendências de receitas não aprovadas e já incluídas no Orçamento, caso da nova CPMF

Todas as atenções da presidente Dilma Rousseff e de boa parte do governo estão voltadas para o mutirão de ataque ao mosquito da dengue no sábado 13, com a participação de todo o ministério e de 220 mil profissionais das Forças Armadas. Ontem, foi dia de reuniões o tempo inteiro no Palácio do Planalto. Algumas com a presença da presidente Dilma Rousseff. A presidente comanda diretamente a operação, do Rio.

Dilma vai para esta mobilização -- que, embora não seja o objetivo principal da presidente (pelo menos o confesso), pode ajudar a melhor a imagem desgastada do governo e da presidente -- contabilizando um bom indício sobre sua popularidade: segundo reportagem de "O Estado de S. Paulo", o principais indicadores da Fundação Getúlio Vargas apontam que melhorou um pouco a confiança no governo.

Cinco dos seis setores pesquisados pela instituição (consumidor, indústria, serviços, comércio, construção civile indicador antecedente do emprego) tiveram reação positiva no ano passado, com destaque para a indústria, até então o mais afetado. Apenas a construção civil continuou em queda. Também pesquisa CNI/Ibope constatou a mesma tendência. A cofiança dos pequenos empresários foi outra que teve leve alta.

Porém, segundo os analistas, a recuperação ainda é incipiente, inicialmente não significa uma retomada. Em princípio, significa que o pior da crise ficou para trás -- ou seja, a situação teria parado de piorar.

A chamada "retomada" de fato, a recuperação consistente da confiança no governo e na presidente, essencial para destravar principalmente os investimentos e levar os consumidores a começarem novamente a comprar, vai depender quase que exclusivamente do que o governo vier fazer com a economia, de como ele vai, de fato, vencer os desafios -- tanto econômicos quanto políticos -- que tem à sua frente.

E é nesse ponto que as dificuldades aparecem e parecem, algumas, instransponíveis no curto prazo. É o caso, já exaustivamente repetido, do equilíbrio das contas públicas, marcado pelo ajuste fiscal prometido - e ensaiado - pelo ministro da Fazenda, Joaquim Barbosa.

É sabido, pelo Orçamento aprovado pelo Congresso, que o superávit primário programado de 0,5% do PIB ainda não está ainda garantido "na batata" como se diz popularmente. Porque ele ainda depende de confirmação de receitas (aprovação da nova CPMF), da prorrogação da DRU (Desvinculação das Receitas da União) e também por causa da subestimação de alguns gastos.

Especialistas calculam que, como está, o texto orçamentário embute na realidade um déficit que pode chegar a 0,9% do PIB. O departamento econômico do Itaú Unibanco, por exemplo, prevê até mais -- 1,5% do PIB este ano e 2% em 2017.

O governo teria de cortar despesas em valores elevados (estimam alguns analistas que algo entre R$ 60 bilhões e R$ 100 bilhões) para atingir seu propósito de economizar cerca de R$ 30,5 bi (R$ 24 é sua parte, o restante de estados e municípios) para abater na conta de juros. Coisa que parece absolutamente impossível e até indesejável dentro do governo, que teme, com isso, ampliar a crise econômica. O corte deverá ser bem menor.

APOSTA NA BANDA FISCAL

Segundo a "Folha de S. Paulo", o que será anunciado amanhã será uma tesourada de entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões. A previsão anterior era de R$ 50 bi. O "Valor Econômico" diz que deve ficar abaixo dos R$ 20 bi. Para compensar, enviará ao Congresso (conforme o "Primeiras" de ontem) a proposta da "banda fiscal", mecanismo que, na prática, autoriza o não cumprimento da meta fiscal ao estabelecer que em caso do PIB muito fraco prejudicar a arrecadação prevista, a perda de receita poderá ser abatida da conta da economia para pagar juros.

Enquanto isso segue a marcha de desconfiança no mercado financeiro internacional, com os naturais reflexos aqui dentro. Ontem houve um certo alívio, com alguma volatilidade (como o registrado no noticiário em tempo real do "Infomoney" durante todo o dia), em parte pela fala em parte apaziguadora da presidente do Fed, o BC americano.

Por aqui, porém, pioraram as expectativas dos analistas financeiros (Boletim Focus) para a inflação e o PIB de 2016 e 2017, uma indicação de que a recuperação da confiança registrada pela FGV ainda não é totalmente consistente.

E esta quinta-feira já começou agita lá fora. As principais bolsas da Ásia caíram -- no Japão a queda foi novamente superior da 2%. Apesar do "bálsamo" da presidente do BC americano.

 

VALOR ECONÔMICO

Lançamentos caíram 38,6% em São Paulo em 2015

Os lançamentos imobiliários tiveram queda de 38,6% na cidade de São Paulo, no ano passado, para 20.218 unidades, conforme dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp). Em 2014, o volume lançado chegou a 32.930 unidades. "A demanda por novos empreendimentos está estagnada, e o estoque do que já foi produzido está elevado", afirma o diretor da Embraesp, Reinaldo Fincatti.

Os lançamentos devem se manter, neste ano, no mesmo patamar de 2015, na avaliação de Fincatti. Em 2015, a área total lançada na capital paulista foi de 2,052 milhões de metros quadrados, o que representa redução de quase 47%, patamar superior à queda do número de unidades. O valor médio por metro quadrado dos apartamentos lançados na cidade de São Paulo caiu 8,51% no ano passado na comparação com 2014, de R$ 9.186 para R$ 8.404, conforme levantamento da Embraesp.

Fincatti diz esperar manutenção da tendência de queda do preço médio do metro quadrado lançado. O representante da Embraesp ressalta que há menos procura por imóveis, os distratos continuam a ocorrer, e as incorporadoras já possuem bancos de terrenos. Nesse cenário, só há opção por novas aquisições de áreas se a oportunidade for considerada "muito atraente", e poucos negócios tem sido fechados.

De acordo com Fincatti, o mercado de terrenos está favorável ao comprador, e há "leve tendência de queda dos valores". A Embraesp não acompanha vendas. A última projeção do Secovi¬SP, o Sindicato da Habitação, para 2015, era de redução de 20%, na cidade de São Paulo, para 17,3 mil unidades vendidas.

 

EXAME

Crescimento será afetado por recessão no Brasil, diz Edenred

A fornecedora de vouchers e cartões pré-pagos francesa Edenred disse nesta quinta-feira que o crescimento neste ano deve ficar próximo ao piso da faixa de 8 a 14 por cento que forneceu como meta porque a economia brasileira não tem mostrado sinais de recuperação.

A dona da marca Ticket Restaurante disse que o lucro de 2015 antes de juros e impostos (Ebit, na sigla em inglês) chegou a 341 milhões de euros, queda ante os 343 milhões de euros em 2014, mas alta de 9,7 por cento em uma base ajustada.

A Edenred, que compete com Sodexo e Compass, assim como com as redes de cartões de crédito MasterCard e Visa, recebe cerca de 50 por cento de seu lucro operacional do Brasil.

A exposição da Edenred ao Brasil, onde a agitação política e econômica afetou a confiança do investidor, e a partida inesperada do ex-presidente do Conselho de Administração e ex-presidente-executivo Jacques Stern, derrubou suas ações em 24 por cento no ano passado.

O novo presidente do Conselho e presidente-executivo, Bertrand Dumazy, está no cargo desde outubro. No mês passado, a Edenred revelou planos de se expandir no Brasil por meio de uma joint-venture com a Embratec que dobrará o tamanho de seu negócio de cartões para combustíveis no país.

 

O ESTADO DE SÃO PAULO

Confiança melhora, mas não é retomada

Cinco de seis indicadores que medem a confiança e as expectativas em diferentes setores da economia voltaram a crescer em janeiro em relação ao final do ano passado. Economistas dizem que é cedo para falar em recuperação porque o cenário econômico ainda é ruim e os indicadores estão em um patamar muito baixo. Mas o fato de a confiança interromper a trajetória de queda em vários setores e voltar a crescer pode ser uma primeira pista de que o pior da crise pode ter ficado para trás, especialmente no caso da indústria.

No mês passado, o índice de confiança dos empresários da indústria, apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), atingiu 78 pontos e avançou 2,6% em relação a dezembro, descontadas as variações que sempre ocorrem nesse período.

Nas mesmas bases de comparação, movimentos semelhantes de alta de dezembro para janeiro de outros indicadores de confiança da FGV foram registrados nos serviços (2,8%), no comércio (6,4%), no consumidor (2,5%) e no emprego (5,4%). Só o setor de construção civil destoa: a confiança recuou 0,7 ponto de dezembro para janeiro. “Há uma boa chance que tenhamos atingido o piso desses indicadores no final do ano passado, mas acredito que vamos ter que esperar um pouco mais para confirmar se houve uma virada”, afirma o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da FGV, Aloisio Campelo. Dúvidas sobre a reação.

O economista da Tendências Consultoria, Rafael Bacciotti, diz que é cedo para acreditar em reversão sustentável. “O cenário econômico é bastante adverso: estamos no meio de um ajuste do emprego e da renda, convivendo com inflação elevada e contração do crédito.” Para Francisco Pessoa, economista da LCA Consultores, os índices de confiança podem ter parado de cair não porque a situação da economia tenha melhorado, mas porque a atividade está tão ruim que os agentes acreditam que não possa piorar mais. “Neste ano ainda vejo queda na atividade, mas num ritmo menor do que no ano passado.”

Para Campelo, houve uma espécie de “aterrissagem” dos indicadores de confiança no final de 2015 e na indústria já é possível notar uma melhora. Em janeiro, a confiança dos empresários da indústria teve a segunda alta seguida. O indicador subiu em 12 de 19 segmentos na comparação com dezembro. “A confiança dos empresários da indústria parou de cair desde agosto”, diz Campelo. Isso porque o setor, baseado na forte contração da produção, conseguiu ajustar o estoque ao tamanho menor do mercado.

Bacciotti concorda com Campelo e diz que o cenário é mais favorável para a indústria porque, além do ajuste de estoques, o setor é beneficiado pelo câmbio depreciado, que amplia a competitividade das exportações, e pelo arrefecimento dos custos salariais que ocorrem por causa da recessão. No caso da confiança do consumidor, Campelo também vê fatores objetivos para que o índice tenha parado de cair.

Ele lembra que o consumo das famílias despencou no ano passado, as pessoas ficaram mais cautelosas, reduziram as compras e fizeram um ajuste. “Os orçamentos domésticos continuam apertados, mas, daqui para a frente, as taxas começam cair de forma menos intensa, pois a base de comparação é fraca”, argumenta. O economista lembra que esse movimento provocado pela base fraca de comparação é esperado nos ciclos da economia. O difícil é saber se ele veio para ficar.

Um ponto levantado pelo superintendente da FGV é a sustentabilidade dessa possível recuperação. “Fiz uma exercício com 37 países e constatei que quanto mais longa a fase de queda da confiança, mais tempo demora para a economia se recuperar.” Isso significa que em recessões longas, como a atual, a recuperação é mais volátil. Isto é, pode ter início uma fase de recuperação que depois é interrompida. Como os economistas gostam de ilustrar, seria uma recuperação afetada por turbulências, no formato da letra W.

Enquanto não se sabe ao certo se, de fato, o avanço da maioria dos índices de confiança é um sinal de recuperação, no caso da construção civil, essa hipótese está descartada. Em janeiro a confiança do setor atingiu o menor nível da série iniciada em julho de 2010. Além de o ciclo da construção ser mais longo comparado aos demais, hoje há incertezas que afetam o setor tanto no segmento imobiliário como no de infraestrutura. Além disso, as turbulências por causa das investigações da Lava Jato ajudam a piorar o cenário.

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