Terça-feira

VALOR
 
Analistas já temem PIB próximo de 1%
 
Com a mediana das estimativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 1,97%, em queda há seis semanas no Focus, alguns analistas já temem que o avanço da economia este ano fique mais próximo de 1% que de 2%, repetindo o pífio desempenho de 2017 e 2018. A fraca dinâmica da demanda e a piora recente da confiança dos empresários e das condições financeiras fazem crescer o risco de novas decepções na atividade nos próximos trimestres.
 
"Os indicadores do primeiro trimestre são todos ruins, a despeito de em fevereiro ter uma melhoria no Caged", observa Gilberto Borça Jr., membro do grupo de Grupo de Conjuntura Econômica da UFRJ. Em fevereiro, foram criadas 173 mil vagas com carteira, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), acima do esperado. Borça destaca, porém, que o número foi influenciado pela mudança de data do Carnaval e que é provável uma devolução em março.
 
Nas contas do economista, se o PIB do primeiro trimestre ficar estável em relação ao trimestre anterior, com ajuste sazonal, para a economia avançar 2% no ano, será necessário que ela cresça 1% em média no segundo, terceiro e quarto trimestres. "Isso equivale a um crescimento anualizado de 4% até o fim do ano. Me parece algo muito difícil", afirma. Em 2018, o crescimento médio do PIB por trimestre foi de 0,3%. Mesmo no terceiro trimestre, sobre a base fraca de um segundo trimestre afetado pela greve dos caminhoneiros, a atividade avançou apenas 0,5%.
 
A última vez que o PIB cresceu mais do que 0,5% num trimestre, em relação ao anterior com ajuste, foi de janeiro a março de 2017, quando avançou 1,5% sob efeito da super safra de grãos daquele ano. Assim, Borça avalia ser mais provável um PIB mais próximo a 1% quede 2%, que poderia ser atingido com um resultado entre estabilidade e 0,2% no primeiro trimestre e um crescimento médio de 0,5% no restante do ano.
 
Ao fim de março, a média de 19 estimativas de consultorias e instituições financeiras colhidas pelo Valor Data apontava para um PIB de 0,3% no primeiro trimestre, com intervalo de -0,2% a 0,6%. Desde então, já há quem tenha revisado para baixo sua projeção, caso do Bradesco, que começou o ano prevendo um PIB de 0,7% no primeiro trimestre, em janeiro reduziu para 0,3%, ao fim de março para estabilidade e agora vê ligeira queda de 0,1%.
 
Segundo a equipe do Bradesco, a revisão para baixo foi feita após a decepcionante alta de 0,7% da produção industrial em fevereiro e diante dos dados já conhecidos de março que, apesar de influenciados pelo deslocamento do Carnaval, sugerem que o fraco desempenho da atividade não é algo apenas pontual.
 
Na visão de Borça, as repetidas frustrações com o ritmo da atividade desde 2017, a despeito da melhora da confiança a partir da mudança de governo em 2016, se devem a uma combinação de incerteza elevada, da letargia da construção civil, do processo ainda em curso de desalavancagem das empresas e das famílias e da lenta queda dos spreads bancários, que afeta as taxas de juros finais aos tomadores de crédito.
 
Além disso, avalia o economista, falta um vetor autônomo de demanda agregada que lidere a retomada da economia. Itens que não dependem da atividade econômica corrente como o consumo de duráveis, exportações, investimento em construção e gastos do governo não apresentam, por ora, qualquer dinâmica de aceleração. "Sem estímulo, a economia não vai se recuperar", diz Borça, que defende um novo corte de juro pelo Banco Central. O Itaú Unibanco chegou a um modelo de correlação entre confiança do empresário, geração de empregos formais e crescimento do PIB que também traz perspectivas pouco animadoras para o crescimento neste ano.
 
Segundo cálculo dos economistas Luka Barbosa e Alexandre Gomes da Cunha, o nível de confiança atual - 94 pontos, segundo o Índice de Confiança Empresarial (ICE) da Fundação Getulio Vargas (FGV), após queda de 2,7 pontos na passagem de fevereiro a março - é consistente com a criação de apenas 20 mil vagas por mês e com um PIB de apenas 0,8% no ano.
 
"Se não observarmos uma melhora da confiança nos próximos meses, a criação de empregos vai ser mais baixa do que o esperado e o PIB deve crescer menos", diz Barbosa. "Essa queda da confiança gera um viés de baixa para nossa projeção de crescimento do PIB para 2019, hoje de 2%." A confiança empresarial mede a condição presente e a perspectiva de crescimento das vendas, investimento e atividade entre empresários de diversos setores, como indústria, serviços, comércio e construção. Isso afeta a decisão de contratar ou não, diz Barbosa. Pelos cálculos do Itaú, se a confiança recuar ainda mais, a 90 pontos, o país pode passar até mesmo a destruir vagas formais e o PIB pode voltar à retração.
 
Segundo o economista do banco, é difícil prever como se comportará a confiança adiante, mas ela deverá ser afetada principalmente pela percepção com relação às chances de aprovação da reforma da Previdência e pela variação das condições financeiras. Em março, o Índice de Condições Financeiras da MCM Consultores recuou de 0,2 para 0,1, segunda queda consecutiva. Trata-se de uma cesta de indicadores que inclui câmbio, risco-país, volatilidade da bolsa, alíquotaefetiva do compulsório, inclinação da taxa de juros no trecho mais longo da curva. "Condições financeiras mais relaxadas indicam de maneira geral condições de crédito mais fartas na economia, o que estimula consumo e investimento", diz Alexandre Teixeira, da MCM.
 
Segundo ele, a piora recente no índice está relacionada à maior incerteza com relação às reformas, mas Teixeira destaca que, acima de zero, o indicador segue em terreno expansionista, o que, na sua visão, ainda é compatível com um PIB de 2%. Até poucas semanas um ponto fora da curva entre os economistas, a visão de que um crescimento em torno de 2% em 2019 é pouco provável tem ganhado espaço nos últimos dias. Na sexta-feira, o Banco Safra reduziu sua estimativa para o PIB de 2019 de 2% para 1,5% e a projeção para 2020 de 3% para 2,5%.
 
O banco estima que, com a lenta tramitação da reforma da Previdência, o país pode deixar de criar 300 mil empregos até o fim de 2019. "A cada dia que passa, o atraso na reforma implica pelo menos mil empregos gerados a menos", calcula.
 
Na mesma linha, a A.C.Pastore, consultoria do ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore, avaliou em relatório ontem que "não é possível vislumbrar uma aceleração mais robusta da economia ao longo de 2019" e que "um crescimento em torno de 2% torna-se altamente improvável".
 
Os economistas da casa destacam que a demanda doméstica segue fraca, com desemprego elevado e sem perspectiva de retomada do investimento. Além disso, o baixo crescimento global impede que a demanda externa sirva de impulso.
 
 
 
Campos: Tema da autonomia do BC está maduro e projeto está avançado
 
A discussão sobre a autonomia formal do Banco Central (BC) está madura, o projeto está avançado e essa mudança traria enorme ganho de credibilidade para o Brasil, além de permitir um juro estrutural mais baixo. A informação partiu do presidente da instituição, Roberto Campos Neto.
 
“Queremos consolidar os ganhos em inflação, manter o sistema financeiro sólido, ter um BC autônomo e transparente e queremos mais empreendedores e menos atravessadores. Precisamos achar soluções privadas para problemas públicos”, comentou ao discursar no Fórum da Liberdade em Porto Alegre. “Vamos trabalhar para ter autonomia do BC registrada na lei, ajudando a reduzir o risco Brasil e a aumentar o crescimento de longo prazo”, acrescentou.
 
“Acreditamos que um BC autônomo estaria melhor preparado para consolidar os ganhos recentes e abrir espaço para os novos avanços de que o país tanto precisa.” Campos disse que a aprovação e a implementação das reformas, notadamente as de natureza fiscal, e de ajustes na economia brasileira é essencial para a manutenção da inflação baixa no médio e longo prazos, para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia.
 
Ele afirmou que o Brasil tem atualmente um cenário de inflação na meta e início do processo de recuperação da economia. Ainda assim, lembrou que a atividade sofreu diversos choques ao longo de 2018 e que a atuação firme e transparente do BC nos momentos de maior volatilidade foi fundamental para a manutenção da funcionalidade dos mercados e amorteceu os impactos desses choques sobre os preços.
 
O dirigente da autoridade monetária repetiu a comunicação recente do Comitê de Política Monetária (Copom), afirmando que diversas medidas de inflação subjacente se encontram em níveis apropriados ou confortáveis, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária.
 
Segundo ele, a consolidação da inflação em torno da meta e a ancoragem das expectativas de inflação permitiram a redução consistente da taxa de juros. “O presente processo de flexibilização monetária tem levado à queda das taxas de juros reais (juros nominais menos inflação) e tende a estimular a economia”, ressaltou.
 
Sobre a atividade, apontou que os choques de 2018 produziram efeitos que persistem mesmo após cessados seus impactos diretos. “Os indicadores recentes apontam ritmo de crescimento aquém do esperado. Não obstante, a economia brasileira segue em processo de recuperação gradual.”
 
Campos Neto recordou que o papel central da autoridade monetária para estimular a economia é manter a inflação sob controle. "Não tem nada mais desestimulante para economia que inflação descontrolada, como tivemos no passado”, disse. Agora, num momento de inflação sob controle, expectativas ancoradas e sistema financeiro sólido, a ideia é introduzir uma dimensão de democratização de mercados, de modo a baixar o custo de crédito e trazer mais pessoas para o mundo financeiro.
 
Campos Neto também ressaltou que é importante manter os ganhos recentes alcançados na condução da política monetária, que tem se baseado na cautela, na serenidade e na perseverança. Ele lembrou que na última reunião o Copom ressaltou que o balanço de riscos passou de assimétrico para simétrico e decidiu manter os juros em 6,5%.
 
Segundo o presidente do BC, o grau de estímulo adequado depende das condições da conjuntura, em particular das expectativas de inflação, da capacidade ociosa na economia, do balanço de riscos e das projeções de inflação. “É importante observar o comportamento da economia brasileira ao longo do tempo, com menor grau de incerteza e livre dos efeitos dos diversos choques a que foi submetida no ano passado. Esta avaliação demanda tempo e não deverá ser concluída a curto prazo.”
 
Ele voltou a enfatizar que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação. E reforçou que “cautela, serenidade e perseverança nas decisões de política monetária, inclusive diante de cenários voláteis, têm sido úteis na perseguição de nosso objetivo precípuo de manter a trajetória da inflação em direção às metas”.
 
O dirigente do BC também comentou que é necessário avançar nas mudanças que permitam o desenvolvimento do mercado de capitais. Nesse aspecto, as medidas de ajuste fiscal também podem contribuir, disse. “Colocar as contas públicas em uma trajetória equilibrada, através de um ajuste fiscal e de uma reestruturação patrimonial, gera efeitos multiplicadores sobre o mercado de capitais, resultando em uma maior diversificação desse mercado e em um maior número de transações.”
 
 
Cadastro positivo automático pode incorporar 100 milhões de pessoas
 
O governo estima que mais de 100 milhões de brasileiros vão ser incluídos no cadastro positivo a partir da entrada em vigor da nova lei, sancionada nesta segunda-feira pelo presidente Jair Bolsonaro, que tornou a adesão dos consumidores ao cadastro automática.
 
Em cerimônia da sanção da lei no Palácio do Planalto, o secretário de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa, disse que a expectativa é que nos próximos anos o saldo de crédito aumente de 47% do PIB para 66% do PIB como efeito direto da lei, beneficiando principalmente micro e pequenas empresas e viabilizando a incorporação de 22 milhões de pessoas ao mercado de crédito. Já a inadimplência poderá ser reduzida em até 45%.
 
“Todas as instituições que competem terão acesso às mesmas informações de um tomador ou empreendedor. Todos poderão competir para oferecer o empréstimo desejado”, afirmou Costa em discurso, destacando que o cadastro terá papel importante no fomento da concorrência bancária.
 
Ele acrescentou que o cadastro também vai contribuir para a redução dos spreads, na medida em que permitirá que as instituições definam com mais facilidade o risco de cada tomador. “Os bons pagadores hoje pagam juros excessivamente altos e só terão a ganhar”, afirmou. O cadastro positivo já existe hoje, mas tem funcionamento restrito porque os birôs de crédito só podem incluir as informações dos consumidores que fazem a solicitação. Com a nova lei, essa lógica foi revertida e a adesão passará a ser automática. Aqueles que não desejarem ser incluídos no cadastro precisarão fazer um pedido expresso.
 
Costa disse que o novo formato do cadastro deve começar a funcionar em cerca de seis meses. Segundo ele, nesse período o governo vai promover uma campanha para esclarecer os consumidores sobre os procedimentos para o “opt-out”. A cerimõnia de sanção do projeto não atraiu muitas atenções. "Isso aqui era para estar cheio de parlamentar", notou uma assessora no Palácio do Planalto. Apenas dois representantes do parlamento estavam presentes: os deputados Efraim Filho (DEM-PB) e Marco Bertaiolli (PSD-SP). Além deles, estava Walter Ihoshi (PSD-SP), que foi relator do projeto na Câmara.
 
"Nós pedimos para que a cerimônia fosse na terça, quando os deputados retornam a Brasília. Não veio ninguém", diz Efraim, presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Comércio, Serviço e Empreendedorismo. Percebendo a falha do cerimonial do Planalto, que não previu assento para nenhum parlamentar a seu lado no evento, Bolsonaro chamou Efraim ao palco durante o gesto de assinatura. Ele tenta melhorar a já desgastada relação com o parlamento.
 
 
 
ESTADÃO
 
Mercado reduz novamente projeção de crescimento do PIB em 2019
 
A expectativa de alta para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 passou de 1,98% para 1,97%, conforme o Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 8, pelo Banco Central. Há quatro semanas, a estimativa de crescimento era de 2,28%. Para 2020, o mercado financeiro alterou a previsão de alta do PIB de 2,75% para 2,70%. Quatro semanas atrás, estava em 2,80%.
 
Os economistas do mercado financeiro também alteraram levemente a previsão para o IPCA - o índice oficial de inflação - em 2019. O relatório mostra que a mediana para o IPCA este ano foi de alta de 3,89% para elevação de 3,90%. Há um mês, estava em 3,87%. A projeção para o índice em 2020 seguiu em 4,00%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo nível. A projeção para o IPCA em 2021 e 2022, seguiu em 3,75%, mesmo patamar de 4 semanas atrás.
 
As projeções para o câmbio e para a taxa Selic permaneceram inalteradas. O dólar, segundo estimativas, deve encerrar 2019 em R$ 3,70 e 2020 em R$ 3,75. Já a previsão é que a taxa básica de juros da economia termine 2019 em 6,50% ao ano e 2020 em 7,50% ao ano.
 
A projeção do BC para o crescimento do PIB em 2019 é de 2,0%. Esse porcentual foi atualizado no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de março.
 
No Focus desta segunda-feira, 8, a projeção para a produção industrial de 2019 permaneceu em 2,50%. Há um mês, estava em 2,80%. No caso de 2020, a estimativa de crescimento da produção industrial permaneceu em 3,00%, igual ao visto quatro semanas antes.
 
A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2019 seguiu em 56,20%. Há um mês, estava em 56,25%. Para 2020, a expectativa foi de 58,20% para 58,50%, ante 58,40% de um mês atrás.

BANCO DE TALENTOS

ÁREA DO ASSOCIADO

O Sinduscon/RN pensa como você, e por isso trabalha:

NOSSA MISSÃO

Representar e promover o desenvolvimento da construção civil do Rio Grande do Norte com sustentabilidade e responsabilidade sócio-ambiental

POLÍTICA DA QUALIDADE

O SINDUSCON/RN tem o compromisso com a satisfação do cliente - a comunidade da construção civil do Rio Grande do Norte - representada por seus associados - priorizando a transparência na sua relação com a sociedade, atendimento aos requisitos, a responsabilidade socioeconômica, a preservação do meio ambiente e a melhoria contínua.

CONTATO

55 84 3206 5362

contato@sindusconrn.com.br

SOCIAL

LOCALIZAÇÃO

Rua Raimundo Chaves, 2182 - Sala 101 Empresarial Candelária - Candelária - Natal/RN

SINDUSCON/RN (C) 2012 - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS