Terça-feira

VALOR

Projeções de analistas já pendem para corte de juros

As projeções dos analistas econômicos já começam a pender levemente para cortes de juros neste ano, mostra o mapeamento do Banco Central da distribuição das expectativas de profissionais do mercado financeiro. O reforço nas apostas em mais estímulo monetário ocorre depois de o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC declarar que o seu balanço de riscos para a inflação está simétrico, e não mais pendendo para o lado negativo.

Ao mesmo tempo, as projeções de inflação se mantiveram ancoradas nas metas de 2019 e 2020. Esse é um sinal de que os economistas de mercado acreditam que o Banco Central fará os ajustes na taxa de juros necessários para manter a inflação nos objetivos fixados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Se os analistas não confiassem na ação do BC, os juros projetados pelo mercado oscilariam menos, mas a inflação tenderia a divergir das metas, para cima ou para baixo. Quase 30% dos analistas econômicos acreditam que o Banco Central vá reduzir a taxa Selic em pelo menos 0,5 ponto percentual, dos atuais 6,5% ao ano para 6% ou menos.

Um mês antes, no último dia útil de fevereiro, apenas algo como 10% dos analistas econômicos apostavam em um corte na taxa básica de juros. Até fevereiro, havia mais apostas em alta de juros do que em corte da taxa. Quase 30% dos analistas achavam que, depois de baixar os juros aos menores níveis da história, o BC começaria a retirar estímulos monetários neste ano. Hoje, menos de 15% dos economistas do mercado preveem alta de juros em 2019.

A maior parte dos analistas segue apostando na manutenção dos juros básicos em 6,5% ao ano até o fim de 2019. Em fevereiro, cerca de 50% deles previa manutenção dos estímulos monetários nos patamares atuais; no último dia de março, esse percentual havia subido para 60%. Os analistas aumentaram as apostas também em um período mais longo de política monetária estimulativa.

Algo como 20% deles acreditam que, em 2020, a taxa básica de juros ficará nos atuais 6,5% ao ano ou em percentual mais baixo. Em fevereiro, cerca de 10% dos economistas do setor privado previam que isso fosse ocorrer. Ao mesmo tempo que apostam em menos juros, os analistas econômicos mantêm mais ou menos inalteradas as suas projeções para a inflação. Cerca de 90% acreditam que, em 2020, a inflação será maior do que 3,7% e menor ou igual a 4,1%. A meta de 2020 está definida pelo CMN em 4%.

 De forma crescente, a política monetária tem como foco a inflação de 2020. Cortes de juros começam a ter efeito sobre a inflação, quando se transmitem pelo canal da atividade econômica, com uma defasagem de cerca de nove meses. O efeito máximo dos estímulos monetários ocorre com uma defasagem entre um ano e meio e dois anos.

Para 2019, menos de 10% dos analistas acreditam que a inflação ficará acima do centro da meta, de 4,25%. Ainda assim, a maior parte deles acredita que, se ultrapassar 4,25%, ficará bem próxima desse percentual.

 

Juro neutro está em 2,8% e Selic deveria cair, diz Fiesp

A taxa de juros real neutra (aquela que não gera impulso ou contração adicional na economia) no Brasil está em torno de 2,8% ao ano. A conta é da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em documento do seu departamento de competividade obtido pelo Valor. Para a entidade, mesmo que a economia acelere do atual ritmo de crescimento de 1,1% verificado nos últimos dois anos para a marca de 2,5% previsto pelo mercado para os próximos períodos, o nível de desemprego só voltaria à marca de um dígito em 2021.

Segundo a Fiesp, o atual nível da Selic (o juro básico do Brasil) de 6,5% ao ano está muito próximo da taxa neutra quando se desconta a inflação. Dessa forma, avalia a indústria paulista, o juro definido pelo Banco Central está bem pouco estimulativo para uma economia com necessidade de acelerar seu ritmo de expansão e reduzir a ociosidade do parque produtivo. "O nível de ociosidade da indústria de transformação permanece elevado, colaborando para baixo crescimento dos investimentos", diz o texto.

O material aponta que hoje a taxa neutra permitiria um crescimento do país em torno de 1,5% a 2%. Mas, com uma ociosidade - diferença entre o Produto Interno Bruto (PIB) potencial e o efetivo - ainda próxima de 4%. "Portanto, há espaço para a redução de juros. Esse movimento ainda não é esperado pelo mercado. A taxa Selic deveria cair para estimular a retomada", diz a Fiesp. "Assumindo a expectativa do mercado de crescimento do PIB para os próximos anos, a ociosidade da economia somente será preenchida entre 2021 e 2022", acrescenta.

O vice-presidente da entidade José Ricardo Roriz Coelho disse ao Valor que a ideia do levantamento é mostrar que a redução dos juros nesse momento não geraria risco relevante de pressão inflacionária e, por outro lado, teria muitas vantagens em termos de geração de crescimento econômico e emprego.

Ele cita a discussão em torno do texto do economista André Lara Rezende ao Valor que aponta que o juro precisa estar abaixo do PIB para não inibir o crescimento, o que estaria ocorrendo no Brasil ao longo das últimas décadas, enquanto outros economistas estariam sempre apontando o risco inflacionário iminente para manter as taxas elevadas. "Não quis entrar em discussão teórica, mas mostrar que os juros podem cair sem causar problemas e seria benéfico para o país", afirmou.

O estudo da Fiesp mostra que o atual ciclo de recuperação econômica após uma recessão é o segundo mais lento da série iniciada nos anos 1980. Além disso, aponta que nos últimos meses tem havido frustração com o ritmo de atividade econômica, em especial no setor industrial. "As expectativas do mercado para o resultado do PIB em 2019 mostram deterioração nas últimas semanas", ressalta o documento, citando a queda de 2,5% para 2% nas projeções de alta do PIB coletada na pesquisa Focus, do Banco Central.

Por outro lado, destaca o material, a inflação está rodando abaixo da meta e as expectativas para este e os próximos anos seguem ancoradas. "Nos últimos anos, o IPCA ficou abaixo da meta. A expectativa é que isso se repita em 2019", disse.

 

FOLHA

Analistas projetam crescimento do PIB abaixo de 2% pela primeira vez em dois anos

O mercado voltou a reduzir as expectativas para a atividade econômica brasileira. As projeções pela primeira vez em dois anos estão abaixo de 2%, apontou nesta segunda o Boletim Focus do BC (Banco Central), que realiza pesquisa semanal com analistas de mercado.

No relatório divulgado nesta segunda (1º), a expectativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 caiu para 1,98%. No levantamento anterior, a expectativa era de crescimento de 2%.

Para 2020, também houve leve piora do cenário. A projeção de crescimento do PIB passou de 2,78% para 2,75%.

A deterioração das expectativas para o crescimento do PIB considera o baixo desempenho da economia como um todo, em especial da produção industrial. Os economistas consultados pelo BC agora calculam um crescimento de 2,5% para o setor em 2019, contra 2,57% na semana passada. Para 2020, a expectativa de aumento da produção industrial foi mantida em 3%.

A projeção para o crescimento do PIB vem sofrendo sucessivo rebaixamento. Na semana passada, o próprio BC reviu para baixo a sua projeção de crescimento em 2019 de 2,4% para 2%. A revisão foi atribuída à fraqueza observada na atividade econômica no fim do ano passado. A instituição também considerou as consequências econômicas da tragédia de Brumadinho (MG) e a perspectiva de uma safra agrícola menor neste ano.

Para a inflação, permanecem no Focus as contas de alta do IPCA de 3,89% este ano e de 4% no próximo. O centro da meta oficial de 2019 é de 4,25% e, de 2020, de 4%, ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

As expectativas em relação à taxa básica de juros Selic também não foram alteradas. A projeção é que terminará este ano no atual piso histórico de 6,5%, indo a 7,50% em 2020.

O Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, prevê o mesmo cenário.

Na reunião de política monetária de março, quando manteve os juros, o BC indicou que, diante da retomada econômica abaixo da esperada, o balanço de riscos para a inflação passou a ter pesos iguais tanto para cima quanto para baixo, o que tirou o impedimento explícito que o BC vinha apontando para eventualmente diminuir os juros à frente.

 

ESTADÃO

Tendência é que projeções para o PIB de 2019 convirjam para 1,5%, diz ex-presidente do BC

O ex-presidente do Banco Central (BC) Affonso Celso Pastore afirmou nesta segunda-feira, 1º, que a tendência é que as projeções do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2019 convirjam para 1,5%, após o PIB decepcionar no último trimestre de 2018 e o ano de 2019 começar com dados também frustrantes. O Boletim Focus desta segunda aponta mediana de alta de 1,98% para o ano.

"O quarto trimestre (de 2018) frustrou. Corrigindo a projeção de 2019 só por causa disso, o PIB viria para 2%. Acontece que o primeiro trimestre foi muito ruim e tem cheiro de crescimento nulo. Então é muito difícil crescer 2%. A tendência é que haja uma convergência das projeções para 1,5%", disse.  A declaração foi dada durante evento "Estadão Discute Corrupção", realizado na sede do jornal O Estado de S.Paulo em parceria com o Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP) para discutir as operações Lava Jato e Mãos Limpas.

Pastore esclareceu que essa análise feita por ele de piora das projeções leva em conta somente os indicadores econômicos, e não as perspectivas para aprovação da reforma da Previdência. "A aprovação da reforma só criaria otimismo para ter efeito na economia no ano que vem, mas não para este ano. Para 2019, com ou sem reforma, o quadro é de crescimento muito baixo", disse.

 

 

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