Sexta-feira

VALOR

Sinal de conciliação política dá força à bolsa

Os investidores aproveitaram a nova trégua que se desenhou no campo político para refazer as contas e recompor as carteiras de ativos locais. Depois de dias de grande nervosismo no mercado, o Ibovespa recuperou parte do terreno perdido e se firmou de volta no patamar dos 94 mil pontos, beneficiando-se da melhora na percepção de risco que também provocou a queda do dólar e dos juros futuros.

Nesta quinta, Ibovespa encerrou em alta de 2,70%, aos 94.388 pontos, depois de encostar nos 95 mil pontos na máxima intradiária atingida no período vespertino (94.854 pontos). O giro financeiro totalizou R$ 14,2 bilhões, acima dos R$ 12 bilhões médios negociados diariamente nos pregões de 2019, sinal claro de que os investidores voltaram a montar posições em ações.

Para Vicente Zuffo, gestor da SRM, a queda dos ativos foi muito acentuada na véspera e abriu espaço para uma recuperação, pautada na confiança de que haverá embates, mas também um “armistício” pela aprovação da reforma da Previdência. “E, sem dúvida, houve um esforço de um dia para o outro no sentido de acalmar os ânimos dos investidores”, afirma Um dos principais termômetros de risco do mercado, o juro longo do DI para janeiro de 2025 fechou a 8,71%, depois de tocar a máxima de 9,25% no período da manhã — marca que foi construída à base do nervosismo na política e pressão contrária a emergentes no exterior.

Um importante passo para o alívio foi dado nesta quinta à tarde, quando o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), almoçaram juntos, acompanhados também de Rogério Marinho, secretário especial da Previdência. Após o encontro, Guedes afirmou que acredita que a reforma fiscal irá deslanchar, enquanto Maia disse ter combinado com o ministro que “está na hora de focar no que vai mudar a vida dos brasileiros”.

Trata-se de um importante sinal de congruência entre governo e Congresso, que protagonizaram, na figura do presidente Jair Bolsonaro e de Maia, uma intensa troca de farpas, críticas e duras declarações nesta semana e na anterior. Havia profundo medo, entre os investidores, de que isso pudesse não apenas atrasar a reforma, como também tirar o governo dessa rota. As faíscas entre Bolsonaro e Maia aumentaram muito o grau de nervosismo do mercado durante a semana, mas houve um certo excesso no “modo pânico” em que entraram os investidores. “Tivemos um retrocesso [na política], mas estamos muito longe de uma ruptura”, diz Paulo Nepomuceno, estrategista-chefe da corretora Coinvalores.

 Movimentos de “stop loss” — ordens automáticas para proteger os portfólios em caso de perda acentuada — foram detonados na quarta-feira, o que levou as ações a aprofundarem demais as perdas, inclusive nas negociações do pósfechamento (“after market”). “Grandes fundos locais lançam mão disso para gerenciar os riscos da carteira, então o que constatamos agora é uma reversão desse movimento”, diz Zuffo, da SRM. Mesmo o dólar, que vinha resistindo a um ajuste mais intenso, recuou 1% e voltou para R$ 3,9148.

A queda da moeda americana contra o real só não foi mais forte porque o desempenho também acompanha a tendência global que tem desfavorecido os emergentes, diante dos riscos de desaceleração da economia global. O mercado de câmbio carece de fluxo externo. Tanto é que, para suprir a falta de liquidez, o Banco Central vendeu US$ 1 bilhão em leilão de linha, aquele com compromisso de recompra.

Operadores afirmam que a iniciativa serve para atender alguma demanda de fim de mês, e não para acalmar os ânimos dos investidores, que ainda buscam um ponto de equilíbrio no mercado. Para o economista Silvio Campos, da Tendências, é viável que o dólar volte a operar perto de R$ 3,90, talvez pouco abaixo, que era o patamar vigente pouco antes das últimas brigas na política. “Mas recuar novamente para abaixo de R$ 3,80 dependerá de avanços mais concretos na construção da base de apoio. Ou seja, pode demorar um pouco”, acrescenta.

Nesta quinta, os estrangeiros também aproveitaram os preços baixos dos ativos locais, principalmente das ações, e a lacuna deixada pela forte redução de exposição dos fundos locais para entrar na bolsa. “Conversando com estrangeiros, pudemos ver que, após perderem o rali de janeiro, eles passaram a olhar principalmente o nível de preço.

Com a forte queda recente, eles aproveitaram e entraram”, diz Cesar Augusto Mikail, gestor de portfólio da Western Asset no Brasil. “Mas os estrangeiros, de olho em um prazo mais longo, só vão entrar de fato com a reforma aprovada.” Entre os ativos que compõem o Ibovespa, apenas aqueles mais conectados às commodities internacionais e ao dólar caíram, um retrato que é exatamente o oposto de quarta-feira. Com a reversão de apostas mais defensivas, Vale ON (-0,60%), Suzano ON (-2,25%) e Bradespar PN (-0,29%) recuaram.

 

Análise: Cessar-fogo alivia, mas variável Bolsonaro justifica cautela

O tom apaziguador adotado pelo presidente Jair Bolsonaro em sua entrevista nesta manhã ajuda a dar conforto ao mercado financeiro, que mostra alguma melhora nas primeiras horas de negociação. A percepção é de que se chegou a um entendimento de “cessar-fogo” nas declarações públicas para que se possa avançar com a reforma da Previdência.

O acerto teria sido feito a partir de conversas entre Paulo Guedes – que deve assumir o papel de articulador da reforma, segundo apurou a jornalista Claudia Safatle –, Rodrigo Maia e Sergio Moro – estes, protagonistas do conflito que deflagrou a recente fase de instabilidade. Com isso, pode ser possível seguir com a tramitação e, quem sabe, cumprir um prazo razoável de votação do projeto na Câmara, ainda no terceiro trimestre.

A grande dúvida ainda é qual o comprometimento de Bolsonaro com esse acerto. A fala do presidente nesta manhã, de que o desentendimento com Rodrigo Maia é “página virada”, é um ponto favorável a essa hipótese. Mas, dadas as intervenções inesperadas e desastrosas do chefe do Executivo nestes dias, fica muito difícil colocar fichas firmes num cenário como esse.

Com isso, o mercado tenta se recuperar, mas não abandona o prêmio de risco que reflete o aumento das incertezas sobre qualquer cenário. Há um fluxo comprador em bolsa e também de aplicadores em ativos de renda fixa vindo do investidor estrangeiro, que aproveita os preços mais atrativos desses ativos.

Mas ainda trata-se do chamado “smart money”, o dinheiro de curto prazo que vem em busca de oportunidades e não de fundamentos. A variável Bolsonaro ainda mantém o cenário movediço e o investidor sob cautela.

 

Ruído de curto prazo não vai influenciar Copom, diz Campos

Em meio às pressões nos mercados causadas pela piora no ambiente externo e desencontros entre governo e Congresso que ameaçam a aprovação da reforma da Previdência, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse ser importante à condução da política monetária não se influenciar pelo “ruído de curto prazo” e se focar no médio e no longo prazos.

Ele sustentou ainda que o leilão de empréstimos de dólares realizado pelo Banco Central nesta quinta não representa uma mudança na estratégia de política cambial, mas apenas uma resposta técnica às condições de mercado. “Não existe nenhuma mudança de estratégia em relação ao câmbio”, afirmou, em entrevista para a apresentação do Relatório Trimestral de inflação (RTI).

Segundo ele, o BC não pretende substituir as operações de swaps cambiais por leilões de empréstimo em dólares, como o mercado chegou a especular. “Entendemos que o cupom cambial estava com um comportamento relativamente disfuncional”, disse, referindo-se à taxa acima de 4% nos empréstimos em dólares cursados em reais. A ideia, disse, é suprir liquidez no instrumento mais demandado, sem violar o regime flutuante.

Campos foi questionado se, mesmo depois da piora de humor sobre as reformas, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC mantinha a sua avaliação de que o balanço de riscos para a inflação havia se deslocado do lado negativo para neutro. “O que podemos dizer é que vamos sempre estar reavaliando o cenário e vamos atuar quando for necessário”, afirmou.

“Mas, de novo, é importante que se tenha um planejamento mais de longo prazo e não se influencie tanto pelo ruído de curto prazo.” O presidente do BC destacou que as turbulências recentes nos mercados, que levaram o dólar a superar a barreira dos R$ 4 pela manhã, refletiram tanto a piora no ambiente internacional quanto a reavaliação de expectativas sobre a aprovação da reforma da Previdência.

“A reforma é muito esperada, mencionamos várias vezes nos documentos oficiais que é importante”, disse. “Evidentemente, qualquer mudança na expectativas nesse sentido vai gerar volatilidade.” Ainda assim, disse, ele acredita que a reforma seja aprovada. No cenário externo, a preocupação é com a desaceleração da economia mundial. Dependendo da severidade da retração, disse, poderá ter repercussões diferentes para o nível de liquidez para os emergentes.

Uma desaceleração mais suave poderia ampliar a liquidez, na medida em que os BCs dos países desenvolvidos manteriam por mais tempo suas políticas monetárias mais relaxadas. Uma queda mais abrupta, porém, poderia aumentar o nível de risco, reduzindo a liquidez para os emergentes.

“Não há nada que garanta que a desaceleração global seja mais abrupta”, disse Campos. “É o que vamos avaliar na próxima reunião [do Copom]”, disse. Questionado sobre o que havia tornado o balanço de riscos para inflação simétrico, Campos afirmou que não era possível dizer qual fator teve preponderância, já que houve avaliações diferentes entre os membros do Copom sobre a evolução e pesos de cada um dos três fatores mais importantes: alto grau de ociosidade da economia, ambiente internacional e andamento das reformas.

Ele disse, ainda, que a discordância dos membros do Copom sobre cada item do balanço de riscos, comunicada em ata divulgada nesta semana, não significa divisões mais profundas no colegiado — as diferenças foram expostas apenas como uma justificativa para a falta de explicação para o balanço de risco ter passado de assimétrico para simétrico. “Queria ressaltar que a decisão [sobre considerar o balanço de riscos simétrico] foi unânime”, disse Campos.

“A divergência [sobre os itens individuais do balanço de riscos] é mínima.” Projeções divulgadas no relatório de inflação mostram que, em 2021, o índice de preços ficará acima da meta, definida em 3,75%. Os percentuais projetados são entre 3,8% e 3,9%, caso o BC suba gradualmente os juros para 7,75% ao ano em 2020 e para 8% em 2021. Se os juros ficarem em 6,5% ao ano, a inflação fica entre 4,1% e 4,3%, dependendo da evolução da taxa de câmbio no período.

As projeções estão no intervalo de 3,9% e 4,1% para 2019 (a meta é de 4,25%) e entre 3,8% e 4% para 2020 (meta de 4%). O diretor de política econômica do BC, Carlos Viana de Carvalho, procurou tirar o foco das projeções de 2021, afirmando que a política monetária está hoje focada em cumprir as metas de 2019 e de 2020.

Questionado qual seria o movimento provável dos juros depois do tempo de observação sinalizado pelo Copom, Campos disse que as chances de a inflação ficar abaixo ou acima do projetado são simétricas. “A gente vê uma possibilidade simétrica nas condições presentes”, disse. “Agora, faz parte avaliar a cada momento.”

Campos disse ainda que vão ser anunciadas medidas de simplificação do mercado do câmbio —as quais não detalhou, afirmando que seriam divulgadas quando chegar o momento. O presidente do Banco Central disse que, quando a economia não tem conversibilidade, há um preço do dólar dentro do país e outro preço fora. Essa diferença de preços, afirmou, significa um prêmio e um custo. “A conversibilidade é um norte, não uma coisa de curto prazo.”

 

FOLHA

Ipea reduz previsão do PIB e vê risco de recessão sem reforma

O Grupo de Conjuntura do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) reduziu de 2,7% para 2% a previsão para o crescimento da economia brasileira em 2019. Para 2020, o instituto projeta crescimento de 3%.

O cenário considera a aprovação da reforma da Previdência. Sem ela, diz o Ipea, o país pode voltar ter recessão no médio prazo, em condições piores do que o último ciclo recessivo, já que o desemprego está alto e a situação fiscal dos estados, pior.

"Sem a reforma da Previdência, obviamente, o cenário é bastante pessimista, porque a gente tem um problema fiscal que não é possível de ser resolvido com medidas de curto prazo", disse o diretor de Macroeconomia do Ipea, José Ronaldo Souza Jr.

A revisão foi anunciada nesta quinta (28), logo após o Banco Central também anunciar redução de suas projeções com base no fraco desempenho da economia no fim de 2018 e efeitos do desastre de Brumadinho.

Segundo o Ipea, os indicadores econômicos nos primeiros meses do ano indicam que a recuperação iniciada em 2017 permanece lenta e a melhora nos indicadores de confiança ainda não se reflete na economia real.

"Ainda não conseguimos ver a decolagem da economia real", diz Souza Jr. "A gente olha os indicadores de confiança e de risco e vê um cenário bem diferente", completa.

Considerando a aprovação da reforma, o Ipea vê os investimentos crescendo 4,7% no ano, ainda com baixa participação da construção civil. O consumo das famílias deve crescer 2,6%.

Sob a ótica da oferta, o setor de serviços deve apresentar maior crescimento, de 2,2%. O PIB agrícola, uma das bases do crescimento nos últimos anos, deve crescer 0,4%. O instituto espera que a indústria, ainda em lenta retomada, cresça 1,8%.

O diretor do instituto avalia que, com as limitações fiscais impedindo a adoção de políticas expansionistas, a aceleração do crescimento depende da melhora das expectativas de investidores, que é atrelada à aprovação de reformas.

O Ipea calcula que, em um cenário sem mudanças na aposentadoria, a margem fiscal (diferença entre o teto de gastos e as despesas obrigatórias da União) cairá de R$ 151 bilhões este ano para R$ 51 bilhões em 2023.

O número pode ser menor, R$ 31 bilhões, caso gastos com educação e saúde permaneçam acima do piso exigido por lei. A projeção considera o cumprimento do teto de gastos públicos.

Com a reforma proposta pelo governo Jair Bolsonaro, diz o instituto, há um alívio médio de R$ 40 bilhões por ano no período. O cálculo considera que a aprovação de regras de transição, que garantem redução das despesas no curto prazo.

"Simplesmente, se essa reforma não é feita, não temos solução para um desafio estrutural de contas públicas", comentou o diretor do Ipea.

O Ipea revisou também a projeção de inflação ara 2019, que caiu de 4,10% para 3,85%.

 

BC reduz projeção do PIB e diz que tragédia de Brumadinho afeta economia

O Banco Central piorou sua projeção de crescimento da economia brasileira em 2019 citando fraqueza na atividade no fim do ano passado, consequências da tragédia de Brumadinho (MG) e menor perspectiva para a safra agrícola neste ano.

Em seu Relatório Trimestral de Inflação, publicado nesta quinta-feira (28), o BC apontou que o ritmo mais fraco de recuperação econômica também teve um papel nas suas reestimativas, mas menor na comparação com os demais fatores.

A autoridade monetária agora passou a ver um crescimento de 2% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano, contra 2,4% na previsão do relatório anterior.

"Essa revisão está associada à redução de carregamento estatístico de 2018 para 2019, resultante do crescimento no quarto trimestre de 2018 em magnitude menor do que esperada; aos desdobramentos da tragédia em Brumadinho sobre a produção da indústria extrativa mineral; às reduções em prognósticos para a safra agrícola; e, residualmente, à moderação no ritmo de recuperação", disse o BC.

Na prática, a instituição alinhou sua estimativa à leitura do mercado —2%, segundo a última pesquisa Focus—, numa postura um pouco mais pessimista que a do Ministério da Economia, que no último relatório previu expansão de 2,2% da economia neste ano.

Nas contas do BC, a produção agropecuária deve crescer apenas 1% neste ano, metade do que via no relatório de dezembro, citando como destaque a menor produção esperada para soja, item com o maior peso da agricultura, devido à estiagem ocorrida em importantes regiões produtoras.

O BC também reduziu para 1,8% a alta esperada para a indústria em 2019, contra 2,8% anteriormente, por recuo nas expectativas de crescimento para a indústria de transformação e extrativa.

Somente para a indústria extrativa, a projeção do BC caiu de uma expansão de 7,6% para 3,2%, por menor produção esperada após o rompimento da barragem de mineração da Vale em Brumadinho (MG).

Na véspera, inclusive, a Vale divulgou que realizou baixa contábil de R$ 480 milhões pela mina de Córrego do Feijão, relacionada à estrutura que colapsou em Brumadinho, e também por ativos ligados a barragens com método de construção a montante, com impacto nos resultados a partir do primeiro trimestre de 2019.

Embora considere ainda difícil avaliar os passivos potenciais com o desastre, a empresa anunciou que prevê provisões bilionárias, incluindo uma de até R$ 2 bilhões por pagamentos emergenciais aos atingidos.

Para o setor de serviços, o BC agora vê um crescimento de 2%, contra 2,1% anteriormente, refletindo "impactos em atividades que apresentam significativa correlação com o comportamento da indústria de transformação".

"Com relação aos componentes domésticos da demanda agregada, houve recuo na projeção para o consumo das famílias, de 2,5% para 2,2%, em linha com o relativo arrefecimento no ritmo de recuperação do mercado de trabalho no final de 2018 e início deste ano", destacou o BC.

"A estimativa para a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) apresentou ligeiro declínio [de 4,4% para 4,3%), enquanto a projeção para o consumo do governo permaneceu inalterada em 0,6%", completou.

POLÍTICA MONETÁRIA

O relatório não trouxe novidades em relação à política do BC para os juros básicos, tendo sido publicado apenas dois dias depois da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Mas o documento abriu as projeções de inflação do BC em diversos cenários, jogando mais luz sobre como a autoridade vê essa trajetória daqui para frente.

Para a diretora da área de Macroeconomia da Tendências, Alessandra Ribeiro, os números não abrem margem para o BC cortar os juros, há um ano em 6,5%, com as estimativas para o IPCA sem amplas folgas em relação às metas, principalmente no ano que vem.

As metas são de inflação em 4,25% em 2019 e 4,0% em 2020, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

"Essas projeções já estão incluindo esse cenário de atividade mais fraca e mesmo assim a gente vê inflação entre 3,8% e 4,0% [em 2020], muito alinhada à meta dependendo do câmbio", disse Ribeiro. "Pelo menos por essas sinalizações eu não consigo ver espaço para corte de Selic."

Desde a semana passada o BC já havia indicado que, diante da retomada econômica abaixo da esperada, o balanço de riscos para a inflação passou a ter pesos iguais tanto para cima quanto para baixo.

A decisão, a primeira com Roberto Campos Neto no comando da autoridade monetária, tirou o impedimento explícito que o BC vinha apontando para eventualmente diminuir os juros à frente. Mas o Copom indicou que seguirá atento ao desenrolar da atividade econômica antes de qualquer mudança de rota, numa avaliação que será feita com cautela e que lhe tomará tempo.

"O Comitê julga importante observar o comportamento da economia brasileira ao longo do tempo, com menor grau de incerteza e livre dos efeitos dos diversos choques a que foi submetida no ano passado. O Copom considera que esta avaliação demanda tempo e não deverá ser concluída a curto prazo", repetiu o BC nesta quinta-feira.

No documento, o BC também reiterou que seguirá mantendo "cautela, serenidade e perseverança nas decisões de política monetária".

"As projeções condicionais de inflação e a linguagem do relatório sugerem que o Copom é da opinião que o atual grau de acomodação monetária é justificado e que, diante da confortável trajetória condicional da inflação e do equilíbrio simétrico dos riscos inflacionários, o Copom não está interessado, no curto prazo, em adicionar ou remover estímulos monetários", avaliou o economista do Goldman Sachs Alberto Ramos, em nota.

Para o time do Bradesco, o relatório reforça a expectativa de manutenção da Selic nas próximas reuniões.

"Reconhecemos a possibilidade de corte de juros em algum momento do ano, caso as frustrações com a evolução da atividade econômica se materializem, em um contexto de expectativas de inflação bem ancoradas e avanço da agenda de reformas", trouxe nota do banco, assinada pelo diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos, Fernando Honorato Barbosa.

"Entretanto, consideramos plausível que o Banco Central queira aguardar mais informações para reavaliar o cenário e decidir pela eventual necessidade de estímulo monetário adicional", acrescentou a nota.

 

 

 

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