Sexta-feira

TRIBUNA DO NORTE

Empresa de exportações CMA aponta falhas no Porto e risco de encerrar operações

A empresa francesa CMA CGM responsabiliza a "situação precária" do Porto de Natal pela "contaminação" de cargas com "altas quantidades de substâncias ilícitas" e afirma que, em virtude da precariedade do porto, há risco de encerramento definitivo das operações no Estado. A CMA CGM é a única empresa a realizar a exportação de cargas para a Europa e suspendeu durante o mês de março as atividades no Porto de Natal.

O alerta para a possibilidade do fim da operação em Natal está em um comunicado direcionado a várias autoridades, entre elas a governadora Fátima Bezerra e o próprio Porto de Natal, no último dia 20 de fevereiro, ao qual a TRIBUNA DO NORTE teve acesso com exclusividade. A carta é assinada pelos Diretores-presidentes da CMA CGM do Brasil, Lionel Chatelet e Axel Babonneau. Os executivos afirmam que a apreensão de cocaína em contâneires da empresa "compromete a atividade" e é contrária aos princípios defendidos pela empresa. Nos últimos quatro meses, 7,5 toneladas de cocaína apreendidas passaram pelo Porto de Natal, sendo que 3,2 toneladas foram apreendidas no próprio porto nos dias 12 e 13 de fevereiro, enquanto que o restante foi apreendido no Porto de Roterdã, na Holanda.

"Diante da situação precária do Porto de Natal que, evidentemente, aumentou tais riscos de contaminação, o grupo CMA CGM se encontra em um impasse, pois por um lado desejamos continuar contribuindo com o desenvolvimento da região Nordeste e atender aos nossos clientes locais, principais exportadores de frutas do Brasil, por outro lado não podemos permanecer nesta situação de risco que além de comprometer nossa atividade, está contra os princípios defendidos pela CMA CGM", aponta a carta.

A CMA CGM afirma ter realizado uma auditoria própria no Porto de Natal em dezembro do ano passado na qual identificou falhas nos processos para a entrada de instalações portuárias, incluindo caminhões; falta do scanner de contêiner; falta de controle sistemático da entrada dos estivadores nas dependências do porto; ausência de uma sala de controle de câmeras de segurança; falta de vigilância no cais; e 8 câmeras de segurança sem funcionar, de 40 existentes. Para a empresa, isso aumentaria os riscos de “contaminação” das cargas.

Em nota, a Companhia de Docas do RN disse, ao contrário do que foi relatado pela CGM, que cumpre todos os procedimentos de segurança exigidos pelos órgãos de controle, entre eles o funcionamento das câmeras, a ronda de segurança no cais, a sala de monitoramento e o controle de acesso. A CMA CGM, por outro lado, diz que faltam no Porto a observância de protocolos mínimos de segurança. “Nosso departamento de segurança realizou uma auditoria no Porto de Natal e constatou que a instalação se encontrava, em termos de segurança, com níveis muito aquém das normas exigidas internacionalmente”, afirmam os diretores.

Além de apontar a estrutura precária do local, o ofício da CMA CGM para o Governo do Estado também alerta sobre o risco da empresa paralisar as operações no Porto de Natal se a segurança não for garantida. A paralisação, segundo a empresa, “causaria um forte e indesejado impacto na economia local”. Isso porque a CMA CGM foi responsável nos últimos três anos por 93% do transporte de frutas exportadas pelo Rio Grande do Norte. Esse volume de exportação corresponde cerca de US$ 409 milhões em dólares comerciais, de acordo com os valores disponibilizados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

“Conjuntamente, solicitamos, no objetivo de assegurarmos nossa permanência como ator de destaque no Porto de Natal, que sejam tomadas, com extrema urgência, as providencias necessárias visando ao cumprimento dos requisitos mínimos exigidos para o reestabelecimento do credenciamento no Código Internacional para Proteção de Navios e Instalações Portuárias (ISPS)”, encerra o comunicado.

Leia trechos da carta enviada pela CMA CGM

“Vimos, pela presente, manifestar preocupação com relação à situação precária em que se encontra o Porto de Natal, principalmente em termos de segurança, e informar sobre o risco do grupo CMA CGM deixar de operar neste porto, o que causaria um forte e indesejado impacto na economia local.”

“Em dezembro de 2018, nosso departamento de segurança realizou uma auditoria no Porto de Natal e constatou que a instalação se encontrava, em termos de segurança, com níveis muito aquém das normas exigidas internacionalmente. Alguns exemplos práticos são de fácil constatação, entre eles:

Perda da certificação ISPS, desde 2014;

Falha nos processos de segurança para entrada nas instalações portuárias, inclusive para caminhões;

Existência de um escâner inoperante;

Falta de controle sistemático da entrada dos estivadores nas dependências do porto;

Ausência de sala de controle das câmeras de segurança;”

“Ademais, a operação conjunta realizada pela Polícia Federal, Receita Federal e Polícia Rodoviária Federal, em 7 de fevereiro de 2019, resultou no fechamento do porto para averiguação de diversos containers (109) e a confirmação da contaminação de dois contêineres com altas quantidades de substancia ilícitas”

“Salientamos que, anteriormente, em 11 de dezembro de 2018, foi confirmada, no porto de Rotterdam, a contaminação de outra unidade provinda do Porto de Natal com alta quantidade de substancias ilícitas”

“Diante da situação precária do Porto de Natal que, evidentemente, aumentou tais riscos de contaminação, o grupo CMA CGM se encontra em um impasse, pois por um lado desejamos continuar contribuindo com o desenvolvimento da região Nordeste e atender aos nossos clientes locais, principais exportadores de frutas do Brasil, por outro lado não podemos permanecer nesta situação de risco que além de comprometer nossa atividade, está contra os princípios defendidos pela CMA CGM”

 

VALOR

Bancos veem retomada de crédito para grande empresa

Depois de amargar queda no saldo de financiamento a grandes empresas em 2018, os bancos traçam um cenário mais positivo para esse segmento neste ano, com a retomada dos investimentos pelas companhias. O ritmo de expansão dessa carteira, contudo, vai ser menor que o verificado nos ciclos anteriores de crescimento dado o ambiente de mercado de capitais aquecido, que tem permitido às empresas alongar o prazo da dívida a um custo mais baixo. Em 2018, o estoque de crédito para pessoa jurídica cresceu 1,9%, com avanço de 13,2% no volume de concessões, segundo dados do Banco Central.

Esse aumento, no entanto, foi liderado pelo segmento de pequenas e médias empresas. Entre os grandes bancos do varejo, Itaú Unibanco, Santander e Banco do Brasil apresentaram queda no saldo da carteira de grandes empresas em 2018. O Bradesco registrou crescimento de 4,5% no ano passado, mas verificou recuo de 1,5% no estoque nos últimos três meses em relação a setembro.

Bruno Boetger, diretor-executivo do Bradesco, vê essa queda no quarto trimestre como algo pontual e enxerga uma recuperação da carteira de crédito de grandes empresas neste ano, prevendo crescimento superior ao registrado em 2018. “De maneira geral, estamos muito otimistas com 2019 tanto para o mercado de capitais como para o crédito”, diz. Luiz Felipe Trevisan, diretor comercial do Itaú BBA responsável por grandes clientes, afirma que a queda no saldo da carteira desse segmento em 2018 se deu mais em função da menor demanda por crédito que por uma restrição por parte dos bancos, e já vê uma retomada do interesse por parte das grandes empresas.

“Os dois anos de retração da economia fez com que as empresas se ajustassem à nova demanda. Mas a gente já observa sinais positivos de retomada da demanda para investimentos de longo prazo”, diz. Ele destaca que a estimativa de crescimento para a carteira de crédito do banco para 2019 é de 9% a 13%, com o varejo devendo ficar na ponta mais alta e o crédito para grandes empresas na banda mais baixa.

Com a taxa de juros no menor nível histórico, em 6,5% ao ano, e a grande demanda dos investidores por papéis de crédito privado, as empresas têm buscado cada vez mais se financiar no mercado de capitais, principalmente por meio de emissão de dívida. “Vimos muitas companhias acessando o mercado de dívida local, aproveitando a liquidez alta para fazer o refinanciamento de passivos”, afirma Jose Rudge Filho, diretor comercial Itaú BBA, responsável pela carteira de grandes clientes.

As emissões de debêntures foram recorde em 2018, chegando a R$ 147 bilhões, crescimento de 52% em relação a 2017. Considerando só as ofertas de renda fixa que foram distribuídas no mercado o volume somou R$ 98 bilhões em 2018. “Acho que as emissões de debêntures que vão a mercado este ano devem crescer em torno de 15%”, afirma Boetger, do Bradesco.

Em coletiva para comentar o balanço do banco, o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, afirmou que a projeção de crescimento modesto da carteira de crédito do banco, entre 3% e 6% em 2019, reflete o fato de parte das operações de grandes empresas estar sendo transferida para o mercado de capitais. A estratégia do banco tem sido direcionar os grandes clientes para captar recursos no mercado.

Apesar da maior competição com o mercado de capitais, os bancos esperam um crescimento da carteira de grandes empresas neste ano diante da retomada dos investimentos com a melhora da confiança e recuperação da economia. Para Boetger, do Bradesco, alguns fatores devem colaborar para o crescimento da carteira de crédito de grandes empresas como o programa de privatização do governo, que deve aumentar as operações de financiamento a transações de fusões e aquisições, e a menor participação do BNDES no financiamento de investimentos.

Os desembolsos do BNDES em 2018 somaram R$ 69,3 bilhões, queda de 2,1% em relação a 2017. No ano passado, muitas empresas emitiram dívida no mercado de capitais para pré-pagar o BNDES. “À medida que a taxa de juros caiu, o BNDES deixou de ser a alternativa mais barata e muitas empresas têm encontrado operações com custo mais atrativo em outros bancos e no mercado de capitais”, destaca Trevisan, do Itaú BBA, que atende no banco de atacado 200 grupos econômicos, com faturamento acima de R$ 4 bilhões.

Segundo Trevisan, o mercado de capitais tem evoluído de forma sistemática, com cada vez mais empresas conseguindo financiar suas dívidas a taxa mais atrativas que a oferecidas pelos bancos. “Se o mercado de capitais será capaz de absorver todas as operações vai depender do nível de investimento que o Brasil vai demandar. O banco tem interesse em aumentar a carteira de crédito, mas sempre procuramos oferecer a melhor estrutura de financiamento em termos de prazo e preço”, afirma o executivo.

Boetger, do Bradesco, vê o crédito bancário como complementar às operações do mercado de capitais. “Nem todas as empresas têm acesso ao mercado de capitais e há prazos diferentes para essas transações”, afirma.

Para o executivo do Bradesco, os bancos terão um papel mais estratégico no financiamento das grandes empresas, com foco em operações de empréstimo-ponte para operações de fusão e aquisição, que demandam disposição imediata de recursos para um posterior alongamento da dívida no mercado de capitais. Rudge Filho, do Itaú BBA, destaca a importância do crédito bancário para atender a necessidade de capital de giro das empresas por meio de linhas de curto prazo e de desconto de recebíveis. “É saudável que as empresas acessem diferentes bolsos”, diz.

Embora ainda não tenham verificado um crescimento da demanda por crédito por parte das grandes empresas, os bancos já percebem uma melhora do sentimento, o que se reflete nos indicadores de confiança. “A capacidade ociosa na indústria ainda é grande, mas já vemos uma melhora dos índices de confiança do consumidor e de serviços”, afirma Rudge Filho.

“Algumas empresas já começam a tirar os projetos da gaveta e fazer consultas aos bancos sobre estruturas de financiamento”, acrescenta Boetger, do Bradesco. Da parte dos bancos, a queda da inadimplência e desalavancagem financeira das empresas contribuíram para o aumento da disposição para dar crédito. “Desde o ano passado estamos com maior apetite para emprestar. Queremos crescer a carteira de crédito, obviamente com bons nomes e bons risco de crédito”, diz Boetger, do Bradesco.

A aprovação da reforma da Previdência também deve melhorar ainda mais os níveis de confiança e será um gatilho para empresário investir mais. “Se aprovar a reforma da Previdência vai ter demanda para crédito de longo prazo, com os investidores apostando em crescimento sustentável”, diz Trevisan, do Itaú BBA. O diretor do Bradesco afirma que a aprovação da reforma da Previdência deve ajudar a atrair investimentos estrangeiros para a economia real, principalmente para fusões e aquisições. “Os investidores estrangeiros estão mais conservadores, esperando a aprovação da reforma da Previdência”, diz Boetger.

 

IPCA-15 fica em 0,34%, menor inflação para fevereiro desde Plano Real

Prévia da inflação oficial do país, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) foi de 0,34% em fevereiro, acelerando em relação ao medido no mês anterior (0,30%), informou há pouco o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se do menor resultado para o mês desde o início do Plano Real, em 1994. Em fevereiro do ano passado, o indicador havia subido mais, em 0,38%.

Desta forma, a prévia da inflação passou a registrar avanço de 3,73% no acumulado dos últimos 12 meses. O indicador ficou ligeiramente abaixo da média das estimativas apurada pelo Valor Data com 32 consultorias e instituições financeiras, de alta de 0,37%. O intervalo ia de 0,22% até 0,48%. Para 12 meses, a expectativa era de 3,76%. No acumulado dos dois primeiros meses do ano, o índice apresenta alta de 0,64%.

Com o resultado, o indicador de 12 meses segue abaixo do centro da meta de inflação do governo, de 4,25% neste ano — a meta tem uma margem de flutuação de 1,5 ponto percentual, para mais ou para menos. O IPCA-15 foi calculado com preços coletados de 16 de janeiro a 12 de fevereiro. O indicador mede a inflação de famílias com renda de um a 40 salários mínimos e abrange nove regiões metropolitanas, além das cidades de Brasília e Goiânia.

 

FOLHA

Câmara aprova adesão automática ao cadastro positivo

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (20) o projeto de lei que faz com a adesão das pessoas ao chamado cadastro positivo seja automática e não voluntária, como é atualmente.

O texto segue para votação no Senado e, depois, irá para sanção do presidente Jair Bolsonaro.

Segundo a Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), o cadastro positivo deve reduzir o spread bancário, porque permite que os provedores de crédito definam melhor o risco de cada tomador, reduzindo a inadimplência.

O cadastro positivo usa informações históricas de crédito.

As informações são sintetizadas em uma nota de crédito, que é disponibilizada a bancos, financeiras e ao comércio, para definir limites de crédito ou de venda para cada cliente e a taxa de juros a ser cobrada.

 

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