Segunda-feira

VALOR ECONÔMICO

Mercado vê crescimento menor do PIB e taxa de juro em 7% em 2019

Os analistas consultados pelo Banco Central (BC) no Boletim Focus esperam crescimento menor da economia brasileira neste ano. A mediana das estimativas passou de 2,55% para 2,53% de expansão — nível em que estava há duas semanas. Para 2018, o ponto-médio das estimativas para a atividade permaneceu em 1,30% de avanço.

Ao mesmo tempo, mantiveram inalteradas as projeções para a alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2018, em 3,69%, e neste ano, em 4,01%. O resultado de 2018 será publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira.

O grupo de economistas que mais acertam as previsões, ou Top 5, também confirmou suas projeções de inflação - para 2018, segue a estimativa de 3,66%; para 2019, de 3,96%. No caso da taxa básica de juros, a mediana de estimativas dos economistas para a Selic no fim de 2019 voltou a cair, de 7,13% para 7%.

É o terceiro corte consecutivo, conforme a pesquisa Focus divulgada hoje, que traz estimativas coletadas pelo BC até a última sexta-feira. Entre os economistas que mais acertam as previsões, os chamados Top 5, de médio prazo, o ponto-médio para a Selic no fim de 2019 manteve-se em 6,50%.

Para 2020, a projeção seguiu em 8% no Top 5 e também na amostragem mais ampla de analistas. A ata da última reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom) — em que a autoridade monetária manteve a Selic em 6,50% — afirma que a economia brasileira segue operando com alto nível de ociosidade dos fatores de produção, refletido nos baixos índices de utilização da capacidade da indústria e, principalmente, na taxa de desemprego.

 

Ilan diz que reformas são difíceis de serem aprovadas no Brasil

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou que o Brasil é uma democracia com vários pequenos e fragmentados partidos políticos, o que torna mais difícil avançar com reformas. A declaração consta em uma apresentação de Ilan divulgada na noite de ontem no site do BC. Neste domingo ele deu uma palestra para alunos da Wharton School, da Universidade da Pensilvânia, em São Paulo.

O texto cita que a economia brasileira está em um processo de recuperação gradual, mas ressalta a importância das reformas. "O Brasil precisa continuar no caminho de ajustes e reformas, especialmente a da Previdência, para garantir a confiança na sustentabilidade fiscal e gerar maior crescimento".

Na apresentação Ilan também diz que o Brasil é uma economia grande e fechada, mas ressalta alguns dos principais aspectos da política macroeconômica, como o regime de metas de inflação, a Lei de Responsabilidade Fiscal e o câmbio flutuante. Sobre a política monetária, ele ressalta que as expectativas de inflação estão ancoradas próximas das metas e que a taxa básica de juros está na mínima histórica, de 6,5%, enquanto os juros reais estariam em 2,7%.

O documento elenca ainda pontos que precisam ser abordados, como a reforma da Previdência, o projeto de autonomia do BC, medidas que melhorem a produtividade e a abertura para o comércio internacional.

Repetindo o tom das comunicações recentes do BC, Ilan afirma na apresentação que a economia global gera desafios para os emergentes, com maior aversão ao risco nos mercados financeiros, em função de incertezas com o comércio internacional e com a normalização da política monetária em países desenvolvidos. "Mas o Brasil está bem posicionado para resistir a choques".

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Avaliação é que divergências no governo Bolsonaro levam ruído à economia

Ao sugerir um aumento de imposto para compensar gastos, o governo perdeu a chance de mandar uma mensagem correta sobre a situação fiscal do país, além de ter levantado dúvidas sobre quem é a verdadeira voz de comando na economia —tudo isso em menos de 24 horas.

"Responder a um ato irresponsável do Congresso Nacional com mais imposto não me parece razoável", diz o ex-presidente do Banco Central e sócio da consultoria Tendências, Gustavo Loyola.

Por volta do meio-dia de sexta-feira (4), o presidente Jair Bolsonaro confirmou a informação dada pela Folha de que tinha assinado um decreto para elevar a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para compensar incentivos fiscais ao Norte e Nordeste.

Horas depois, o secretário especial da Receita, Marcos Cintra, negou a ação e, no fim da tarde de sexta-feira (4) o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, colocou fim no assunto ao dizer que o presidente "se equivocou".

Para Loyola, o governo tinha todas as condições de renegociar com um Congresso renovado o fim do benefício regional e não o fez, o que pode ser interpretado como um sinal dúbio num momento em que a equipe se prepara para negociar a reforma da Previdência. "Fica a ideia de que o governo tem dinheiro", diz ele.

O ex-presidente do BC diz também que não vê sentido em elevar a alíquota do IOF em meio aos esforços para reduzir o spread bancário (diferença entre o que os bancos pagam para captar recursos e o que cobram nos empréstimos).

"Me parece meio maluco. Aumentar impostos vai contra o discurso do governo de que o país tem uma carga tributária alta."

A economista Mônica de Bolle, pesquisadora do Peterson Institute, em Washington, diz que as idas e vindas do governo levantam dúvidas sobre quem de fato fala pela área econômica.

Bolle diz que o governo deveria se organizar em torno de uma só voz, sob risco de não conseguir tirar nada do papel. "A dinâmica de várias pessoas falando coisas aparentemente divergentes não é boa para acelerar as reformas", diz.

A avaliação é que os ruídos até eram esperados, dada a inexperiência da equipe, mas o governo ainda parece estar no "modo campanha". "Ou dão carta branca ao Paulo Guedes ou as expectativas do mercado vão se mostrar equivocadas", diz Bolle

Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, diz que não faria muito sentido que uma das primeiras medidas do novo governo fosse aumentar impostos —algo que Bolsonaro disse tanto que não faria.

"Seria melhor ter pensado em outras alternativas, como diminuir outras renúncias fiscais", diz o economista.

Para Vale, o mais preocupante é o "bate-cabeça" da equipe, algo que identifica também nos discursos sobre a proposta de reforma da Previdência.

"O presidente tem falado coisas que não deveriam estar na proposta final e, em apenas três dias, houve muita divergência. Acho preocupante o que pode acontecer nas conversas para a Previdência", diz Vale.

Durante entrevista a uma emissora de TV na quinta-feira (3), Bolsonaro defendeu idades mínimas de 62 e 57 anos para aposentadoria.

Um economista que já passou pelo ministério do Fazenda avalia que, no caso da Previdência, parte dos problemas reflete uma diferença de agenda entre o presidente e a equipe econômica.

Mônica de Bolle diz ser curioso que, enquanto Paulo Guedes enfatizou durante o seu primeiro discurso a necessidade de mudanças de um sistema de aposentadorias que é, sobretudo, desigual, Bolsonaro repete mais ou menos o que tinha dito durante a campanha.

"Afinal, o ministro Paulo Guedes tem ou não autonomia?", questiona.

 

ESTADÃO

Déficit habitacional é recorde no País

A redução do crédito para financiamento de imóveis, o desemprego em alta a partir dos anos de crise e a queda na renda das famílias tornaram o sonho da casa própria ainda mais distante para milhares de brasileiros. O déficit habitacional do País, que já era elevado, aumentou em mais de 220 mil imóveis entre 2015 e 2017, batendo recorde.

Um levantamento feito pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV) aponta que o déficit de moradias cresceu 7% em apenas dez anos, de 2007 a 2017, tendo atingido 7,78 milhões de unidades habitacionais em 2017.

“Chegamos ao recorde da série histórica de déficit habitacional. Hoje, ele ocorre, sobretudo, pela inadequação da moradia – famílias que dividem a mesma casa, moram em cortiços, favelas – e pelo peso excessivo que o aluguel passou a ter no orçamento das famílias no últimos anos”, afirma Robson Gonçalves, da FGV.

Ele explica que a maior parte do déficit é formada por famílias que ganham até três salários mínimos por mês, mas a demanda por moradias também atinge consumidores de rendas intermediárias, que viram o mercado de trabalho ficar instável nos últimos anos e o crédito imobiliário mais escasso.

“As famílias querem ter a própria casa, mas as incertezas dos últimos anos tornaram essa vontade mais distante para a maior parte”, afirma Gonçalves. “O brasileiro que não perdeu o seu emprego, ficou com medo de ficar desempregado e adiou a compra da casa; e muitos dos que ficaram sem trabalho tiveram de interromper um financiamento no meio.”

No ano passado, mesmo com o início da recuperação da economia, o desemprego ainda alto e a falta de confiança do consumidor fizeram a concessão de crédito andar de lado. Em 12 meses até setembro, o crédito imobiliário concedido era a metade dos recursos emprestados às pessoas físicas em 2014.

Novo ciclo

Apesar dos resultados ainda tímidos, a expectativa das construtoras e incorporadoras é de que, passadas as eleições, o mercado de trabalho mantenha uma trajetória de recuperação este ano e a busca por imóveis volte a crescer. O levantamento FGV/Abrainc também aponta que, para atender à demanda por moradia no País nos próximos dez anos, seria necessário construir 1,2 milhão de imóveis por ano.

“É uma oportunidade para o mercado, são poucos os países do mundo que têm uma demanda tão expressiva”, diz Alexandre Frankel, presidente da Vitacon. “Vemos um novo ciclo se formando no setor e, se tudo correr bem na economia, os próximos dois anos podem ser de retorno a um momento melhor do mercado imobiliário.”

“Temos de olhar com otimismo para o mercado, que é saudável e tem uma forte demanda, não só dos consumidores de baixa renda. A demanda é grande entre os que dependem de financiamento com recursos da poupança também”, avalia o presidente da MRV, Eduardo Fischer. Ele lembra que os juros básicos estão em um patamar baixo, a 6,5% ao ano, o que alivia na hora de contratar um financiamento imobiliário.

A empresa também espera lançar mais empreendimentos este ano do que em 2018, e quer aproveitar o aquecimento da demanda para voltar a vender imóveis de padrão mais alto, de olho nas famílias de classe média que adiaram a compra da casa própria durante a recessão.

Já o superintendente da Trisul, Lucas Araújo, estima que a demanda habitacional só na cidade de São Paulo aumente em 25 mil moradias por ano. Ele diz que as dificuldades do setor para zerar esse déficit passam pela dificuldade de se tomar crédito e a demora na aprovação de projetos nas prefeituras.

“Estamos falando de um mercado em que a demanda por moradias é crescente. Mesmo durante a crise, as construtoras focadas no público de baixa renda tiveram um bom desempenho e o consumidor que não pôde financiar um imóvel não desistiu de comprar sua casa, só adiou.”

Gonçalves, da FGV, alerta, porém, que o novo governo ainda não foi claro se pretende dar um novo uso para os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), importantes para financiar o setor imobiliário, e sobre o futuro do programa Minha Casa, Minha Vida.

A redução das incertezas após a eleição deve dar início a um novo ciclo para o mercado imobiliário, avalia o presidente da MRV, Eduardo Fischer. A construtora, que focou nos últimos cinco anos no consumidor de baixa renda, pretende voltar a lançar imóveis de maior valor. A seguir, trechos da entrevista.

2019 deve ser um ano melhor para o mercado imobiliário?

Nesse setor, é preciso sempre tentar antecipar os próximos três anos. Mesmo em 2014, quando o desemprego estava baixo, já se vislumbrava que seriam anos difíceis pela frente, mas 2019 deve ser melhor para o mercado imobiliário. O pior da crise parece ter passado e a demanda por moradia é alta.

A MRV focará em baixa renda?

Não só. Ficamos os últimos cinco anos focados em unidades a partir da faixa 1,5 do Minha Casa, Minha Vida – a segunda menor do programa – e financiadas com recursos do FGTS. A demanda é alta pela baixa renda, mas queremos voltar a construir empreendimentos de valores mais altos e financiados com a poupança. Essas famílias também ficaram com o consumo represado.

O mercado está otimista com a nova equipe econômica?

Sim. A impressão é de que há uma grande racionalidade por parte da equipe. Ela conhece a necessidade de gerar empregos no País e sabe do potencial que o setor imobiliário tem para criar postos de trabalho.

 

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