Quinta-feira

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BC projeta crescimento menor neste ano e avanço de 2,4% em 2019

O Banco Central (BC) revisou marginalmente a sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, de 1,4% para 1,3%. A informação está no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado nesta quinta-feira pela autoridade monetária. "Esse ajuste na projeção repercute os resultados das Contas Nacionais Trimestrais divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o terceiro trimestre do ano, da revisão da série histórica do PIB e de estatísticas setoriais disponíveis para o trimestre em curso", diz o BC.

No terceiro trimestre, a economia brasileira cresceu 0,8%, de acordo com o IBGE. O PIB agropecuário também foi revisto, de expansão de 1,5% para alta de 0,6%. A estimativa para o crescimento da produção industrial, por sua vez, foi revisada de 1,3% para 0,6%, "refletindo reduções nas projeções para a indústria de transformação (de 2,2% para 1,6%), produção e distribuição de eletricidade, gás e água (de 2,3% para 1,4%) e construção civil (de -1,0% para -2,4%)". Já os serviços devem crescer mais, passando de 1,3% para 1,4%.

A revisão foi feita em função de mudanças "nas projeções para comércio (de 2,3% para 2,5%), serviços de informação (de -0,7% para -0,3%) e atividades imobiliárias e aluguel (de 2,5% para 3,0%) e redução na previsão para outros serviços (de 1,3% para 1,1%)".

Do lado doméstico da demanda, houve diminuição na projeção de crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, um indicativo de investimentos), de 5,5% para 4,8%, em parte compensada pela revisão nas previsões para o consumo das famílias (de 1,8% para 1,9%) e do governo (de -0,3% para 0,2%)".

Já a projeção para as exportações passou de avanço de 2,2% para 4,1%, por causa principalmente de novas vendas para o exterior de "equipamentos para a indústria de petróleo e gás". A estimativa para as importações oscilou de 10,2% para 10,1% de alta, o que o BC considerou "estável". A autoridade monetária afirma ainda que a demanda interna deve contribuir com 1, 9 ponto percentual do PIB em 2018, enquanto o setor externo deve ter contribuição negativa de 0,7 ponto.

2019

Para o próximo ano, o BC manteve a sua projeção para o crescimento econômico em 2,4%. A estimativa está "em linha com a perspectiva de continuidade da retomada gradual da atividade econômica ao longo dos próximos trimestres", mas "é condicionada ao cenário de continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira, notadamente de natureza fiscal", aponta a instituição.

Do lado da oferta, houve uma pequena mudança na projeção para a ampliação dos serviços, de 2% para 2,1%, "repercutindo, principalmente, elevações em comércio e em atividade imobiliárias e aluguel, em parte compensadas por redução na expectativa de crescimento de outros serviços". Ficaram inalteradas as estimativas para o crescimento da agropecuária (2%) e indústria (2,9%).

Em relação à demanda interna, também houve pequena variação na previsão de consumo do governo, de alta de 0,5% para 0,6%. As projeções de consumo das famílias (2,5%) e investimentos (4,4%) foram mantidas.

Do lado do setor externo, a "estimativa para o crescimento das exportações foi revista de 6,0% para 5,7%, diante de perspectiva de desaceleração da economia global, enquanto a projeção para as importações passou de 5,9% para 6,1%".

Nos cálculos do BC, a demanda interna deve contribuir com 2,4 pontos percentuais de crescimento do PIB em 2019, enquanto o setor externo deve ter contribuição nula.

 

Desonerações no novo governo serão 'definitivas e universais' , diz Cintra

A equipe do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, promete implementar um plano de desoneração da folha de pagamento que evite repetir aspectos das medidas tomadas durante o governo de Dilma Rousseff (PT). Na atual equipe econômica, a desoneração da folha promovida pela presidente já foi chamada de "uma droga de projeto" considerando o retorno econômico. A declaração foi dada em outubro de 2017 pelo então secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda (na gestão de Henrique Meirelles), Fabio Kanczuk, em evento sobre subsídios no Tribunal de Contas da União (TCU).

A própria Dilma disse ter se arrependido de desonerações ao afirmar que as empresas teriam apenas embolsado os ganhos sem aumentar investimentos. O futuro secretário da Receita, Marcos Cintra, avalia que as desonerações promovidas no governo da então presidente beneficiaram apenas alguns setores selecionados e tiveram caráter pontual, sem representar uma política ampla para a economia. "No governo Dilma foram reduções para setores privilegiados com medidas excepcionais e temporárias", afirmou ao Valor.

O futuro secretário afirma que o plano sendo estudado agora contrasta com as medidas de Dilma por ter como objetivo promover uma desoneração irrestrita, sem selecionar setores, e de caráter permanente. "Nós faremos desonerações definitivas e universais, com impacto bem diferente."

Cintra afirma que as medidas voltadas à folha de pagamento incluem a desoneração da contribuição previdenciária e aquela ligada ao Sistema S, que pode ter até 50% dos repasses cortados. Segundo ele, o pagamento das empresas destinado às entidades pode até virar opcional. Ele ressalta que ainda não há uma decisão definitiva sobre o tema. De acordo com Cintra, a desoneração vem sendo alvo de "estudos", mas o objetivo é a geração de empregos.

Os planos sobre a desoneração ganharam força após Guedes defender nesta semana "meter a faca" no Sistema S, que recebe uma parte das contribuições e tributos recolhidos pelo governo sobre a folha de pagamento. Anualmente, o repasse às entidades (que incluem Sesi, Senai e Sebrae, entre outras) fica em torno de R$ 17 bilhões ao ano. Na futura equipe econômica, a visão é que é possível reduzir os repasses.

Alguns integrantes chegam a defender o papel educacional do Sistema S, mas o próprio Cintra defende que grande parte dessa tarefa pode ser feita pelas empresas sem o uso de recursos públicos. Alterar os repasses ao Sistema S também já foi algo tentado durante o governo Dilma. Encabeçada pelo então ministro da Fazenda, Joaquim Levy (que integrará o governo Bolsonaro como presidente do BNDES), a proposta era realocar 30% das receitas do Sistema S para reforçar as contribuições previdenciárias.

Somado a isso, a Fazenda promoveria uma oneração incidente sobre a folha em 0,9%. As duas medidas somadas gerariam um impacto fiscal calculado na época em R$ 6 bilhões. Mas a reação dos dirigentes das entidades barrou o plano. Agora, a ideia de Guedes também já causa reações.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI), entidade patronal que recebe recursos do Sistema S, divulgou um posicionamento em que confronta as afirmações de Guedes e defende as entidades que integram o Sistema S. "Será que o futuro ministro sabe da importância dessas instituições para o país? Será que ele tem noção do prejuízo que representaria um corte desse tamanho em entidades que têm utilizado, de maneira qualificada e transparente, os recursos destinados pelas empresas privadas para suas ações?", afirma o texto.

A CNI afirma ainda que menos 30% nas verbas representaria consequências como o fechamento de 162 escolas de formação profissional, o corte de 1,1 milhão de vagas em cursos profissionais oferecidos por ano pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), a demissão de 18,4 mil trabalhadores em todo o país e o cancelamento de atendimentos em saúde para 1,2 milhão de pessoas.

 

Brasil está perto de voltar à moda e recuperar espaço perdido, diz BTG

A expectativa de uma agenda liberal do novo governo e de volatilidade relativamente sob controle nos mercados internacionais apontam para um cenário "construtivo" para o mercado de capitais brasileiro. Essa é a avaliação do banco BTG Pactual, que já teve aumento de demanda de companhias buscando se preparar para emissões de ações no início do ano. "O Brasil está muito perto de voltar à moda", diz Fábio Nazari, chefe de mercado de capitais para ações e sócio do BTG.

Uma das razões para o otimismo é o patamar mínimo atual de capital estrangeiro alocado em bolsa brasileira e também a baixa exposição dos gestores locais a ações - tendendo ao crescimento. Nas contas do banco, se o volume de exposição voltar ao patamar de 2010, por exemplo, são nada menos de US$ 194 bilhões, correspondente a R$ 736 bilhões. "Essa alocação foi desidratando nos últimos anos. Os fundos dedicados a América Latina foram praticamente dizimados e os globais reduziram muito", diz Nazari.

"É claro que não volta tudo de uma vez. Mas, uma vez aqui, também não saem repentinamente." De novembro de 2010 para novembro de 2018, a participação de ações brasileiras em fundos globais caiu de 2,2% para 0,4%. Em fundos de emergentes, foi de 16% para 6,4%, em fundos sob o chapéu BRICs recuou de 33,4% para 13,4% e, em fundos dedicados a América Latina, foi reduzida de 64,7% para 55,3%. A retomada de participação representaria por si só um fluxo de entrada de US$ 97,1 bilhões.

"E isso considerando o mesmo volume atual. O que acreditamos, no entanto, é que esse bolo tende a crescer e a fatia do Brasil também." A alocação de gestores brasileiros em ações também está pequena no comparativo histórico. É especialmente baixa quando considerada a taxa Selic na mínima - o que, teoricamente, faria os investimentos migrarem para a bolsa. Com a Selic a 6,5%, a alocação em ações dos gestores representa 9,2% dos recursos totais.

Em 2007, chegou a 22%, quando a Selic estava em 12%. "Considerando o volume alocado pelos gestores brasileiros em 2010, o fluxo seria de R$ 367,5 bilhões [cerca de US$ 96,7 bilhões] adicionais para a bolsa. Se for para o mesmo patamar de 2014, seriam R$ 107,5 bilhões", afirma Nazari. Para o executivo, cabem mais 100 empresas listadas na B3 nos próximos quatro anos. "Uma fração disso já está pronta, mas outras começam a se preparar e, se houver uma abertura de fato de mercado, podem aproveitar essa oportunidade", diz ele. "Podemos finalmente ter recorrência de ofertas, o que não acontece desde 2010. De lá para cá, o que tivemos foram apenas janelas."

O banco projeta 20 operações de ações para o próximo ano, a maior parte de ofertas subsequentes. Segundo o executivo, são empresas que não necessariamente precisam de capital agora, mas que querem aproveitar a oportunidade de captar após a valorização em bolsa. "A bolsa navegou por quase 18 meses entre 60 mil e 70 mil pontos e subiu para 90 mil. Para a empresa que teve essa mesma valorização, a captação representa menor diluição", explica. A perspectiva também considera que, no cenário de América Latina e de emergentes, o Brasil tem hoje uma vantagem em relação a outros mercados.

"De certa forma, o Brasil foi o México nos últimos anos. Com o país em recessão, os investidores regionais migraram para lá", avalia Nazari. A mudança de governo no México, no entanto, deixou os investidores mais cautelosos com o país. Na Argentina, a animação com as intenções e velocidade das decisões do governo também durou pouco. "No Brasil, as empresas corrigiram suas expectativas de crescimento de receita e rentabilidade e houve uma forte desalavancagem dos balanços", complementa. O executivo ressalta que a dinâmica referente à economia dos Estados Unidos é um risco no cenário otimista para Brasil, assim como a agenda positiva do governo não se concretizar.

"Estruturalmente, o jogo global comanda. Conjunturalmente, não podemos ter um susto aqui", avalia. "Saberemos isso em questão de meses." O cenário base do banco, no entanto, não é de um "soluço" no mercado doméstico e nada "drástico" na frente internacional.

 

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