Segunda-feira

VALOR

Mercado projeta expansão menor do PIB em 2018, traz Focus

A mediana das projeções do mercado para o crescimento da economia em 2018 mostrou recuo pela primeira vez desde 8 de outubro, de 1,39% para 1,32%, segundo a pesquisa semanal Focus, do Banco Central (BC), divulgada nesta segunda-feira.

O ajuste ocorre após a divulgação na sexta-feira passada do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do terceiro trimestre, de avanço de 0,8% perante os três meses anteriores.

O resultado ficou levemente acima da média apurada pelo Valor Data junto a 21 consultorias e instituições financeiras, que apontava para um crescimento de 0,7% no período Em relação a 2019, o ponto-médio das estimativas de crescimento da economia brasileira passou de 2,50% para 2,53%.

A equipe econômica reduziu de 1,6% para 1,4% a previsão de expansão da economia para este ano, segundo o relatório de receitas e despesas do quinto bimestre, publicado pelo Ministério do Planejamento no mês passado.

Câmbio

Os economistas do mercado voltaram a elevar suas apostas para o dólar no fim de 2018 pela primeira vez desde 24 de setembro, agora de R$ 3,70 para R$ 3,75. Para 2019, a mediana das projeções também foi ajustada para cima, de R$ 3,78 para R$ 3,80 entre uma semana e outra.

Entre os economistas que mais acertam as previsões, os chamados Top 5, de médio prazo, o ponto-médio das apostas subiu de R$ 3,73 para R$ 3,80 no fim de 2018 e permaneceu nos mesmos R$ 3,70 das últimas três semanas para 2019

 

Economia se encaminha para aceleração moderada em 2019

Com o fim das incertezas relacionadas às eleições, a economia brasileira se encaminha para crescer a um ritmo mais forte em 2019, ainda que não se espere uma expansão robusta. As condições para uma aceleração moderada da atividade estão dadas, por causa da enorme ociosidade de recursos, dos juros e da inflação baixos e da solidez das contas externas.

Nesse ambiente, a retomada pode ganhar fôlego sem gerar pressões inflacionárias relevantes, com a Selic inalterada por um período considerável. Se a agenda de reformas avançar e o quadro internacional não ficar hostil aos emergentes, um crescimento de 2,5% a 3% em 2019 é factível, depois de um avanço frustrante neste ano, na casa de 1,5%.

O PIB do terceiro trimestre cresceu 0,8% em relação ao trimestre anterior, alta mais forte que o aumento de 0,2% dos três meses anteriores, quando houve o efeito da greve dos caminhoneiros. "A posição cíclica da economia favorece a retomada do crescimento", resume o economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato Barbosa. Segundo ele, há um cenário benigno formado por inflação e juros em níveis baixos, endividamento menor de empresas e consumidores, capacidade ociosa elevada, evidente no mercado de trabalho e na indústria, e um pequeno déficit externo.

Barbosa aponta também a melhora no mercado de crédito, englobando aí o comportamento de empréstimos bancários, do mercado de capitais e de captações externas. Há ainda um quadro um pouco melhor no mercado de trabalho, com maior geração de empregos. Se no próximo ano a agenda de reformas fiscais e de estímulo ao crescimento avançar, a melhora recente das condições financeiras deverá se traduzir em expansão mais forte da atividade, diz Barbosa.

Os juros futuros caíram, o câmbio se valorizou, a bolsa subiu e o risco-país cedeu, nota ele. Barbosa vê espaço para o PIB crescer 2,8% no ano que vem - para este ano, projeta 1,1%. Os economistas destacam a grande ociosidade na economia, que levará um tempo considerável para ser preenchida. Isso abre espaço para a atividade ganhar velocidade sem pressionar a inflação, num quadro em que os índices de preços estão comportados, como diz o economista-chefe do Morgan Stanley para a América Latina, Arthur Carvalho.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar 2018 abaixo de 4%, nível inferior à meta de 4,5%. No mercado de trabalho, a taxa de desemprego deve ficar em 12,1% na média deste ano e em 11,1% na do ano que vem, nas estimativas da economistachefe da Rosenberg Associados, Thais Marzola Zara. Como ela calcula que a taxa de desocupação que não acelera a inflação está em torno de 8,5%, o desemprego em 2019 ainda deverá ficar bastante acima desse nível.

Carvalho considera que, com a reforma trabalhista, as empresas tendem a gastar primeiro com contratações do que com investimentos, uma vez que o mercado de trabalho se tornou mais flexível. No entanto, isso não deve se traduzir em alta preocupante da inflação. Para Carvalho, o desemprego ainda deverá fechar 2019 em 10,4%, um número acima dos cerca de 8% que, estima ele, pressionariam os índices de preços. A situação na indústria é tranquila.

O nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) de novembro foi de 75,2%, abaixo dos 76,4% de outubro, conforme dados com ajuste sazonal da Fundação Getulio Vargas. É um número baixo, inferior à média observada desde 2001, de 80,6%. "O crescimento mais forte não deve gerar inflação porque há muita ociosidade na economia", diz Carvalho, que vê um IPCA de 3,8% neste ano e de 4% em 2019 - inferior à meta de 4,25% do ano que vem.

Thais também vê um quadro tranquilo para a inflação, permitindo que o Banco Central (BC) mantenha os juros nos atuais 6,5% ao ano por um período razoavelmente longo. Ela espera a primeira alta da Selic para setembro do ano que vem, acreditando que a taxa vai terminar 2019 em 7,25%.

Na visão de Thais, a ociosidade só será preenchida em 2020, mas o BC aumentará a Selic um pouco antes porque a política monetária age com defasagem sobre a economia. Barbosa, que projetava a primeira elevação da Selic para o segundo trimestre do ano que vem, acredita que o aumento pode ser adiado. Com a grande capacidade ociosa, a inflação está comportada, diz ele.

Carvalho só vê duas altas da Selic no fim do ano que vem, com o BC começando a ajustar a política monetária com vistas à inflação de 2020. Os juros encerrariam 2019 em 7,5%, segundo o economista do Morgan Stanley. Ele projeta uma expansão do PIB de 2,3%, um número mais modesto do que o 2,8% estimado por Barbosa e também por Thais.

Para ele, o investimento terá alta mais moderada do que em recuperações anteriores, quando chegou a crescer a taxas de dois dígitos nos períodos que se seguiram a recessões. Há muita capacidade ociosa, o custo de capital é elevado e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve continuar a jogar na retranca, avalia Carvalho, projetando alta para o investimento de 2,6% neste ano e de 5,5% no ano que vem. São números inferiores aos 3,5% e 6,5% estimados pelo Bradesco, por exemplo.

O economista do Morgan Stanley se diz "cauteloso" ao falar sobre as perspectivas econômicas do Brasil, observando que o processo político pode ser conturbado. Ele trabalha com a aprovação de uma reforma da Previdência parecida com a última versão discutida no Congresso da proposta do governo de Michel Temer, ou um pouco mais dura. Um dos fatores que podem abortar a aceleração da retomada é justamente uma eventual decepção com o andamento das reformas. Isso afetaria a recuperação da confiança e colocaria pressão no câmbio e elevaria os juros futuros e o risco-país, por exemplo.

As condições financeiras piorariam, comprometendo a melhora da atividade, dizem os analistas. A agenda para enfrentar o problema fiscal e elevar o crescimento é fundamental para que o cenário mais positivo se concretize, segundo Barbosa. Outro ponto que pode abalar a retomada brasileira é o cenário internacional, destaca o economista-chefe do Bradesco.

Há as incertezas em relação ao ciclo de alta dos juros americanos, o temor de enfraquecimento do crescimento global e as tensões comerciais entre EUA e China. Na semana passada, porém, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, deu sinais de que o aperto monetário será menos duro do que se pensava.

Na visão de Barbosa, o discurso de Powell foi um alívio, mas seria cedo para dizer que o cenário para os emergentes será mais favorável - o quadro para a política monetária americana ainda permanece em aberto. Se as reformas caminharem e o ambiente internacional não se deteriorar, há espaço para a economia ganhar velocidade ao longo do ano que vem, reitera Barbosa, que vê o PIB crescendo a um ritmo anualizado de 3% a 4% na segunda metade de 2019.

 

'Crescimento de 3% exige novidade em termos de reformas'

A recuperação da economia brasileira deverá ganhar fôlego em 2019, num cenário marcado por mais estímulo monetário, melhora do crédito e menor nível de endividamento das famílias, avalia Armando Castelar, coordenador de economia aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Para ele, a tendência é o crescimento acelerar de 1,5% neste ano para 2,5% no ano que vem - uma expansão de 3% exigiria a aprovação mais rápida de reformas mais ambiciosas. "Se você aprovar uma reforma da Previdência no primeiro semestre que seja razoavelmente significativa em termos fiscais, pode haver uma aceleração do crescimento", diz Castelar.

Sem isso, a expectativa é de alguma aceleração da retomada, mas sem um desempenho exuberante. Ele acredita que 2019 será "bom", destacando a retomada cíclica em curso e a janela de oportunidade para fazer as reformas. O desemprego, porém, deve cair devagar. A seguir, os principais trechos da entrevista.

Valor: Como o sr. avalia o resultado do PIB do terceiro trimestre?

Armando Castelar: Veio bem em linha com o que nós prevíamos no Ibre/FGV. Houve uma influência grande da greve dos caminhoneiros de maio, no sentido de o fim da paralisação ter permitido a recuperação de uma série de atividades que tiveram um desempenho ruim no segundo trimestre. A abertura do resultado foi um pouco distorcida pela mudança no Repetro [que levou operações envolvendo plataformas de petróleo a serem registradas como importação, inflando a alta do investimento no período; veja abaixo]. Isso engana um pouco, mas não altera o resultado total e está dentro do esperado. O PIB mostrou ainda o consumo das famílias recuperando bem, enquanto o setor da construção continua fraco. Foi o 18º trimestre seguido de queda na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.

Valor: O que mais o sr. destaca?

 Castelar: O consumo do governo está puxando para baixo, o que é consistente com o esforço fiscal grande que o governo está fazendo. E começa a se ver alguma retomada em serviços. É importante, porque o setor que responde por quase dois terços do PIB.

Valor: Por que 2018 foi bem mais fraco do que se esperava no começo do ano, na casa de 3%?

Castelar: A confiança foi o que mais pesou. Apenas mais recentemente, em outubro, houve uma recuperação mais forte da confiança. Houve muita incerteza. As eleições tiveram um papel importante, mas também houve uma deterioração do cenário externo a partir do fim de março. A piora externa, com a disparada do dólar, o aumento do risco-país, a situação de emergentes bastante ruim, coincidiu com a redução das expectativas de crescimento. Há a situação do setor de construção, que continua com um desempenho fraco. É uma história importante. E a greve dos caminhoneiros também teve impacto. Mas, olhando para frente, a situação dos emergentes melhorou um pouco no último trimestre. Não foi apenas o real que se recuperou. Melhorou o clima, o que ajuda a construir essa percepção de que 2019 pode ser melhor. E, partindo do discurso do Jerome Powell, mais ainda [na quarta-feira, o presidente do Federal Reserve indicou que a instituição pode aumentar menos os juros no ano que vem, o que favorece emergentes].

Valor: E como fica o Brasil em 2019?

Castelar: Em 2019, haverá um estímulo monetário que vai ser sentido com mais força. A Selic passou quase todo 2018 em 6,5% ao ano, e a tendência é que ela continue nesse nível pelo menos no primeiro semestre, num cenário em que o Fed mantém essa posição mais recente [que embute menos altas dos juros]. Há mais estímulo monetário, há uma recuperação em curso, um ambiente externo que favorece um pouco mais, então se caminha para a continuidade da retomada. Agora, a dinâmica que vinha em 2018 era uma em que 2019 a economia já estaria crescendo mais de 3%. Acho que não haverá isso, a menos que se aprovem as reformas com alguma rapidez. Se você aprovar uma reforma da Previdência no primeiro semestre que seja razoavelmente significativa em termos fiscais, pode haver uma aceleração do crescimento. Mas, sem uma novidade em termos de reformas, a economia ficará mais nessa coisa de a política monetária ajudando, de haver algum espaço que tem do desemprego, com o crédito fluindo de novo, num quadro em que as famílias se desalavancaram e as empresas um pouco. Criou-se espaço para um crescimento um pouco mais rápido.

Valor: De 2014 a 2016, houve uma recessão cavalar. Um crescimento de 2,5% não é decepcionante depois desse tombo?

Castelar: Sem sombra de dúvida. Mas reflete primeiro o fato que a confiança não está restabelecida e o fato de que o setor da construção, que é uma parte importante do investimento, vive a sua própria crise. E, quando há uma recessão, o investimento sofre mais porque há capacidade ociosa. É preciso crescer para o investimento vir atrás também. Investe-se menos se há capacidade ociosa. Além disso, o investimento público caiu.

Valor: O que vai puxar a demanda no ano que vem?

Castelar: Um pouco de investimento, que melhora um pouco. Em máquinas e equipamentos, em especial, já há um movimento bom. E também o consumo das famílias, via crédito e melhora do mercado de trabalho. Mas sem grandes taxas [de expansão], consistente com um crescimento de 2,5%.

Valor: Quais os principais riscos?

Castelar: Internamente, o risco maior é abandonar reformas, haver algum sinal de que as reformas não vão ocorrer na área fiscal. Isso prejudicaria o crescimento de modo forte. Lá fora, há o risco de a economia americana acabe pressionando a inflação e o Fed elevar os juros mais do que se depreenderia do discurso de Powell. E há a questão da guerra comercial. Uma desaceleração da China seria ruim.

Valor: A dívida pública segue em trajetória insustentável. Em que medida a situação fiscal limita o crescimento?

Castelar: Impacta sim pela confiança. [A situação fiscal] Não é sustentável. O investidor estrangeiro olha e diz - o país é vulnerável a um choque externo pela questão fiscal. O real foi uma das moedas que mais se desvalorizaram, embora não tenha chegado ao nível de Turquia e Argentina, porque as contas externas estão mais sólidas.

Valor: Como define a sua visão sobre 2019? Otimista ou pessimista?

Castelar: A situação da economia melhorou bastante. A equipe atual fez um excelente trabalho. Reduziu o déficit, o crescimento volta aos poucos, as famílias se desalavancaram financeiramente, houve reformas importantes, como a trabalhista e a adoção da TLP [Taxa de Longo Prazo, que substituiu a Taxa de Juros de Longo Prazo nos empréstimos do BNDES]. Há o reconhecimento da necessidade de fazer reformas. Mas é um desafio enorme, porque o déficit é grande e as reformas são politicamente complexas. Eu estou meio otimista, pela melhora da situação da economia, pela recuperação cíclica e porque há uma janela de oportunidade. Acho que nós vamos ter um 2019 bom, porque, independentemente de qualquer coisa, há um crédito para o novo governo. Há seis meses em que as coisas deverão fluir bem.

Valor: E como ficará a sensação térmica para a população?

Castelar: Os nossos números mostram uma queda do desemprego bastante lenta. É verdade que em parte porque há muita gente desalentada que está voltando para o mercado de trabalho. Mas um crescimento de 2,5% não gera um aumento do emprego tão grande que permita absorver quem está entrando [no mercado de trabalho] e tirar quem está desempregado dessa situação. Há o benefício da inflação baixa. A renda começa a aumentar. Se a inflação estivesse mais alta, todo mundo sofreria mais. Vai ter benefício, mas as pessoas não vão dizer que está tudo resolvido no fim de 2019, não. O desemprego vai cair devagar.

 

Trégua comercial entre EUA e China traz euforia ao mercado

O apetite global por risco aparece com força nos mercados após a trégua comercial firmada no fim de semana, na Argentina, entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping. Trump se comprometeu a não elevar de 10% para 25% tarifas sobre US$ 200 bilhões em importações da China a partir de 1º de janeiro.

Em troca, a China se comprometeu a reduzir ou eliminar tarifas de 40% incidentes em carros produzidos nos EUA e exportados ao país asiático, disse Trump em um tuíte no fim da noite. Os dois lados concordaram em iniciar negociações para esfriar as tensões comerciais e discutir a transferência forçada de tecnologia, proteção à propriedade intelectual, barreiras não-tarifárias e questões cibernéticas e agrícolas, entre outras.

Em um briefing nesta segunda-feira, autoridades chinesas não confirmaram nem desmentiram o tuíte do presidente americano. O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Geng Shuang, disse hoje em Pequim que “os dois líderes chegaram a um importante consenso” no fim de semana e que “levarão adiante esse consenso”. O porta-voz não respondeu diretamente a questões sobre as tarifas de carros. A Bolsa de Xangai avançou 2,57% e o índice Shenzen disparou 3,27%. O otimismo impulsiona os ativos de risco e as commodities nesta manhã e derruba o dólar e os preços dos títulos do Tesouro dos EUA.

O petróleo opera em alta, assim como o ouro. No fim de semana, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que seu país e Arábia Saudita concordaram em estender o acordo de corte da produção de petróleo. Na Europa, as principais bolsas operavam no terreno positivo, com Londres e Frankfurt registrando alta acima de 2%. Papéis de empresas ligadas a matérias-primas e do setor automotivo eram destaque.

Em Wall Street, os futuros acionários apontam uma abertura em forte alta nesta sessão, com os três índices (S&P 500, Dow Jones e Nasdaq) subindo mais de 2%. A Bolsa de Valores de Nova York e a Nasdaq vão fechar na quarta-feira em homenagem ao ex-presidente George Herbert Walker Bush, que morreu neste fim de semana. Com otimismo global, Ibovespa pode buscar novos recordes.

No Brasil, os mercados financeiros tendem a acompanhar o clima de otimismo global e iniciar o mês com desempenho positivo — com destaque para o Ibovespa, que pode renovar suas máximas. Os investidores seguem atentos ao noticiário político, em especial às questões relacionadas à cessão onerosa.

Na última sexta-feira, o Ibovespa renovou sua máxima intradiária, aos 90.245 pontos, mas perdeu força no fim do pregão e fechou aos 89.504 pontos. A menor percepção de risco quanto aos atritos comerciais entre Estados Unidos e China, somada ao avanço firme do petróleo, tendem a impulsionar as ações de Petrobras, Vale e outros ativos ao longo do dia. O dólar comercial também tende a ser influenciado pelo clima de otimismo visto no mercado global de câmbio.

Na sexta-feira passada, a moeda americana avançou 0,18%, aos R$ 3,8581 — em novembro, o salto foi de 3,64%. Os DIs fecharam a sessão de sexta-feira em leve queda, acumulando perdas no penúltimo mês de 2018. No front político, os investidores continuam acompanhando os desdobramentos das discussões a respeito do projeto de lei da cessão onerosa — o tema pode ser colocado em votação amanhã no Senado. No entanto, as discussões a respeito do modelo de partilha dos recursos com Estados e municípios ainda não estão fechadas, o que alimentam as incertezas quanto ao avanço da pauta.

 

ESTADÃO

Empresas trocam financiamento do BNDES por recursos de investidores

Em cinco anos, as empresas conseguiram reduzir quase à metade a dependência por financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Com juros mais baixos e maior liquidez, elas encontraram no apetite de investidores o espaço para substituir os empréstimos do banco de fomento por emissões de títulos e de ações no mercado interno e externo.

Levantamento feito pelo Centro de Estudos de Mercado de Capitais (Cemec) mostra que de 2013 para cá a participação do banco estatal caiu de 20% para 12,9% no total da dívida das empresas. O movimento é resultado da queda brusca dos desembolsos do banco. Em 2013, a instituição liberou R$ 190 bilhões, o maior volume da série elaborada pelo Cemec. Em termos de comparação, no período de 12 meses até setembro deste ano, o montante foi de apenas R$ 64 bilhões.

No mesmo intervalo, as emissões de títulos e ações no mercado de capitais subiram de R$ 140 bilhões para R$ 226 bilhões. “Em 2018, apesar da economia deprimida, o volume captado no mercado de capitais já é superior ao maior desembolso do BNDES, em 2013”, diz Carlos Antonio Rocca, diretor do Cemec – instituição que se associou à Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Ele explica que esse movimento é reflexo de algumas mudanças significativas na economia brasileira. A primeira dela vem do próprio BNDES, que hoje vive uma nova política operacional. No passado, diz Rocca, os juros subsidiados desestimulavam as empresas a buscar outras fontes de financiamento, já que a mais barata vinha do banco de fomento.

Com a mudança nos juros da instituição e queda da taxa Selic no País, as condições se tornaram mais favoráveis. De um lado, as empresas precisavam lançar papéis no mercado para investirem ou para refinanciar débitos mais caros – algumas vezes do próprio BNDES.

Retorno

Do outro lado, havia uma série de investidores que buscavam se arriscar mais por maiores retornos nas aplicações, já que a rentabilidade dos títulos públicos, que sempre reinaram entre os investimentos dos brasileiros, caiu com a Selic – hoje em 6,5% ao ano, explica o presidente do Comitê de Finanças Corporativas da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Sergio Goldstein.

As condições do mercado internacional também ajudaram as empresas brasileiras na emissão de títulos. No primeiro semestre, os juros externos estavam baixos e a demanda por novos papéis era alta, afirma o diretor do Citibank, Eduardo Freitas.

Nesse cenário, destaca ele, muitas companhias aproveitaram para antecipar financiamentos que estavam para vencer. Segundo o Cemec, a participação do mercado externo na dívidas das empresas subiu de 25,5%, em 2013, para 40% em setembro deste ano.

“Esse movimento foi decorrente tanto dos juros baixos no exterior como das oscilações do câmbio no mercado interno”, explica Rocca. Na avaliação dele, o mercado de capitais reagiu fortemente nos últimos anos e tem potencial para continuar nesse ritmo daqui para frente, especialmente se os juros continuarem baixos e o BNDES mantiver a política atual. “O que se espera de um banco estatal é que ele atue em áreas em que o mercado privado não consegue atender, como inovação, pequenas e médias empresas e infraestrutura.”

Para o BNDES, a queda de desembolsos nos últimos anos é resultado especialmente da falta de investimentos.

 

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