Terça-feira

FOLHA DE SÃO PAULO

Lobby na infraestrutura testa proposta de Bolsonaro de pôr fim à barganha

A área de infraestrutura se tornou uma espécie de prova de fogo para a proposta do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), de promover o fim das negociações políticas na destinação de verbas para obras públicas —o conhecido toma lá dá cá.

Desde a campanha, ele tem a ideia fixa de deixar a área com os militares, mas a transferência de secretarias e ministérios para essa nova esfera de influência vem encontrando forte resistência de segmentos políticos e empresariais.

Iniciada a transição, Bolsonaro afirmou que acabaria com o jeito antigo de fazer política, daria mais poder aos municípios e, por isso, fecharia o Ministério das Cidades.

O presidente eleito então encontraria outra forma de liberar os R$ 11 bilhões em verbas para projetos em redutos eleitorais de deputados federais e senadores.

O resultado dessa eventual mudança é que o Ministério de Minas e Energia e o de Transportes, Portos e Aviação Civil se tornaram alvo de disputas entre políticos interessados em garantir para suas praças parte da destinação dos R$ 35,7 bilhões em investimentos previstos no Orçamento conjunto dessas pastas para investimentos.

Representantes do PR e do MDB tentam convencer Onyx Lorenzoni (DEM-RS), futuro ministro da Casa Civil e chefe do governo de transição, a manter indicações políticas nessas duas pastas em troca de apoio nas votações de reformas importantes e polêmicas, como a da Previdên    cia e a tributária.

Em suma, justamente o que não querem o presidente eleito Bolsonaro e os militares. Pessoas que participam das conversas afirmam que a pressão tem vindo de diferentes frentes políticas.

A indicação do consultor Adriano Pires para o Ministério de Minas e Energia, por exemplo, partiu de caciques do MDB. Pires representa também empresários do setor de óleo e gás, um dos grupos que têm tido forte interlocução no governo Michel Temer.

O deputado Jaime Martins (Pros-MG) também foi um nome que surgiu de políticos.

O escolhido pelo vice-presidente, o general Hamilton Mourão, foi Paulo Pedrosa, que ocupou a secretaria-executiva do ministério antes de Moreira Franco (MDB-RJ) tomar posse como ministro.

A indefinição em relação a quem, afinal, vai comandar a pasta já dura cerca de 20 dias por causa das divergências entre as diferentes alas.

Para os Transportes, o PR gostaria de manter o atual ministro, Valter Casimiro, mas o deputado Alexandre Baldy (PP-GO) surgiu no fim da semana como mais um postulante para cargo. Baldy é o atual ministro das Cidades.

Os generais escolheram inicialmente o tenente-coronel Jamil Megid Júnior.

No entanto, nesta segunda-feira (26), surgiu como cotado o general Joaquim Brandão. Ele deve comandar o Ministério de Infraestrutura, que combinaria Transportes, Portos e Aviação Civil e também o setor de telecomunicações.

Outro alvo de disputas é o PPI (Programa de Parceria de Investimentos), que centralizará as privatizações e as concessões de Bolsonaro

Mourão chegou a afirmar que coordenaria o programa, mas o advogado Gustavo Bebianno, futuro ministro da Secretaria-Geral da Presidência, foi nomeado dizendo que assumiria o PPI.

Porém, o programa ficaria sob os cuidados de Pablo Tatim, hoje braço direito de Onyx na transição.

No arranjo da semana passada, ficou praticamente definido que Mourão levaria não só o comando do PPI como também a coordenação das pastas de Transportes e Minas e Energia —que seguirão como ministérios.

No início da transição, o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, quis ficar com o PPI, que será um dos pilares de sua agenda econômica.

Concordou em abrir mão do programa desde que ele ficasse com um militar, com status de ministro e força para acelerar as privatizações e as concessões.

Poderia ser o general Mourão ou o general Oswaldo Ferreira, mas seria preciso que tivessem cargo de ministro na Presidência da República para garantir a autonomia e o caráter de coordenação entre diversos órgãos da administração que compete ao PPI na definição dos projetos.

Ferreira, que coordenou os grupos de trabalho dessa área durante a campanha para a elaboração do plano de governo, já afirmou que não tem interesse em ter cargo no governo Bolsonaro.

Retornar às atividades públicas tem sido um desafio para parte dos militares.

A área de infraestrutura se sofisticou nos últimos anos e alguns dos envolvidos na transição entenderam que não bastam bons projetos e organização para tocar as obras.

É preciso entender o funcionamento de novidades, como o mercado livre de energia e a estrutura de financiamento de projetos via mercados de capitais.

Os militares dedicam parte do tempo da transição a assimilar as mudanças.

Na área de aviação, por exemplo, os generais começaram a se reunir com membros da administração atual para tomar pé da situação, mas a impressão de quem atua hoje no setor é a de que os militares estão desatualizados e desconfortáveis depois de passarem muitos anos distantes da indústria.

A referência dos militares ainda é o antigo DAC (Departamento de Aviação Civil), que ficava sob o Comando da Aeronáutica até 2006, quando foi substituído pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

Segundo interlocutores com quem os militares se comunicaram no governo nas últimas semanas, ainda é preciso explicar a eles como funcionam as novas tecnologias e o atual modelo de negócios da indústria de aviação.

Isso inclui a liberdade tarifária, iniciada há mais de 15 anos, e as recentes mudanças na cobrança pelo despacho de bagagens, entre outras novidades.

 

VALOR ECONÔMICO

Retomada será mais lenta do que esperam os otimistas, afirma Mendonça de Barros

A retomada do crescimento sustentado da economia "vai demorar mais do que os otimistas estão imaginando, mas é possível". A avaliação é do economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados. Ele falou ontem sobre cenário político e econômico e perspectivas para o Brasil na abertura do Encontro das Indústrias de Café (Encafé), em Punta del Este.

Para Mendonça de Barros, além do desafio de enfrentar a desaceleração da economia global, o governo eleito terá de avançar nas reformas, como a da Previdência, já no primeiro semestre, para reduzir a dívida pública. "O período-chave é o primeiro semestre de 2019. Se no primeiro semestre estiver aprovada ou muita avançada a reforma, o cenário será muito favorável. O mercado ficará otimista, algum investimento voltará. Se chegar derrapando, ou se chegar sem conseguir avançar, certamente vai ser desfavorável." Avançar com as reformas, porém, não será tarefa fácil diante da inexperiência dos membros do novo governo, avaliou.

"O que chama atenção é que o novo presidente, o superministro e o chefe da Casa Civil não têm nenhuma experiência de governo", disse. Essa inexperiência vai cobrar "certo preço", acrescentou. "Já tivemos alguns exemplos, de trombadas com Eunício [Oliveira] no Senado", observou em referência à aprovação do ajuste para o Judiciário, que deve ter impacto fiscal. Mendonça de Barros elogiou a agenda econômica do novo governo, mas disse que é "uma pauta difícil de fazer", uma vez que necessita de consenso.

Assim, avaliou, a retomada "vai depender da capacidade desse grupo de conseguir levar adiante essa pauta". Para ele, "nos cabe é torcer para que isso avance". Para ele, uma "derrapada" das reformas também terá efeito sobre o comportamento do dólar. "Grosseiramente, podemos dizer que, se governo novo conseguir aprovar a Previdência, o dólar deve ficar entre R$ 3,60 e R$ 3,70. Se não conseguir, pode voltar a superar R$ 4,00."

Diante do que ele chama de "cenário mais realista", sua consultoria prevê crescimento de 2,2% para o PIB em 2019, não muito acima do 1,6% estimado para o ano. "Não dará tempo para o novo governo aprovar coisas o suficiente pra fazer com que o PIB no ano que vem seja muito maior do que isso." E um avanço mais sustentado a partir de 2020, com crescimentos de 2,5% a 3% para o PIB, vai depender do que ocorrer no primeiro semestre do próximo ano, reiterou.

Para melhorar a situação fiscal do Brasil, que tinha em setembro uma dívida bruta equivalente a 77,2% do PIB, permitindo a recuperação sustentável da economia, Mendonça de Barros defendeu medidas "que ataquem as despesas, de tal forma que o crescimento da dívida pública deixe de ser flecha em direção ao infinito".

 

Dólar supera R$ 3,91 e BC anuncia atuação para acalmar mercado

O mercado financeiro enfrentou um dia de nervosismo, numa dinâmica agravada pela saída de recursos do Brasil. O dólar cravou a quinta alta consecutiva e rompeu a marca dos R$ 3,91 no fechamento, pressionando o Banco Central (BC) a quebrar o silêncio e anunciar operações de oferta de liquidez. A autoridade monetária fará uma oferta de até US$ 2 bilhões em operações de venda de moeda com compromisso de recompra hoje, os chamados leilões de linha. O anúncio foi feito pelo BC após o fechamento do pregão ontem.

São operações de linhas "novas", ou seja, elas se somam ao estoque atual e adicionam liquidez ao mercado de câmbio. Ontem o dólar comercial fechou na máxima do dia, em alta de 2,51%, aos R$ 3,9176. Foi o maior nível desde 2 de outubro, quando ficou em R$ 3,9333. O salto da moeda foi tamanho que reverteu o curso de queda dos juros futuros nos últimos dias.

A taxa de longo prazo - medida pelo DI janeiro de 2025 - subiu de 9,53% para 9,79% na B3. Além dos leilões de hoje, o BC ainda carrega uma operação de linha de US$ 1,25 bilhão que vence no começo de dezembro. De acordo com a assessoria de imprensa da instituição, a rolagem deve ser avaliada depois.

Para gestores, os leilões de linha devem aliviar, pelo menos em parte, a pressão no mercado de câmbio, marcado nos últimos dias pelo encarecimento do custo do dólar. "Os leilões de linha sinalizam um desconforto do BC com o nível do dólar e supre o mercado de liquidez", diz Marcelo Giufrida, sócio e gestor da Garde Asset Management.

As operações afetam principalmente o mercado à vista, não o segmento futuro que é fator crucial para definir a taxa de câmbio. No entanto, a posição do BC sinaliza prontidão para atuar, dizem especialistas. "Acho que o mercado abre melhor, sim, pela expectativa gerada pelo BC", diz Luiz Eduardo Portella, sócio e gestor da Novus Capital.

O Ibovespa não escapou dessa pressão e caiu 0,79%, para 85.547 pontos - depois de atingir, na mínima, os 84.905 pontos -, descolando do bom desempenho dos índices de ações americanos. O giro financeiro deu um salto na metade final do pregão e terminou o dia em R$ 11,3 bilhões, depois que os fundos passaram a atuar de forma mais agressiva na ponta vendedora. De um lado, o ano de 2018 já no fim reserva aos investidores só expectativas quanto à aprovação de reformas, que ainda estão no papel.

De outro, o exterior joga contra os ativos locais, com os emergentes sofrendo na mão da redução da liquidez global e da firme baixa nos preços das commodities. Para se ter uma ideia, o minério de ferro teve um tombo de 8% só ontem. O movimento global também chega no mercado brasileiro numa época do ano que já é marcada pela saída de recursos, por causa de remessas de empresas para o exterior.

Muitas companhias enviam capital para o exterior para fechamento de balanços ou pagamentos de dividendos, entre outras operações. Sinal da piora de liquidez até então, a taxa do casado - uma espécie de cupom cambial (juro em dólar) de curtíssimo prazo e que reflete condições de liquidez no mercado à vista - voltou a superar a marca de 5% ontem, depois de ficar bem próximo de 3% durante boa parte de outubro.

Esse salto sinaliza o aumento do custo do dólar no mercado interno, resultado de uma menor oferta de divisas por aqui, o que já vinha criando alguma ansiedade com a atuação do BC. "Muita gente estava 'comprada' em real esperando a volta do investidor estrangeiro, que está demorando pra voltar mais do que o esperado. Ou seja, [a alta do dólar] parece mais um movimento técnico, que se alastra para outros ativos", diz um gestor de um grande fundo paulista. Os investidores estrangeiros já retiraram, no ano até o dia 22 de novembro, R$ 9,5 bilhões da bolsa.

Só em novembro, as saídas já são de R$ 3,6 bilhões. "Os estrangeiros não estão ainda entrando, aguardando mais definições do novo governo", afirma Giufrida, da Garde. Na frente doméstica, as perspectivas para as reformas fiscais persistem, mas o investidor opera "sem palpite", já que, para este ano, nada deve acontecer nessa frente senão sinalizações e a indicação de nomes na formação do novo governo de Jair Bolsonaro.

Na bolsa, o saldo disso tudo foi o setor bancário fechando em baixa demarcada, por serem ações bastante líquidas e muito procuradas pelas grandes casas, caso de Banco do Brasil ON (-1,76%), Bradesco ON (-2,14%), Bradesco PN (-1,44%) e Itaú Unibanco PN (-1,65%). A Vale ON, mesmo como tombo do minério, resistiu em parte e cedeu 0,46% - mas vale a ressalva de que, no mês, a baixa já é de 11,6%.

As perdas se espalharam em diversos ativos, inclusive aqueles que já são vistos como arriscados. Foi o caso da Gol PN (-7,53%), maior perda do dia, que tende a sofrer com a onda de venda dos fundos por causa da alta do dólar - boa parte dos custos da companhia são denominados na moeda americana. Todo esse pano de fundo gera um mau humor que começa a se estender para o sentimento em relação ao governo, enquanto os "players" buscam "hedge" no dólar. "Os leilões de linha do BC aliviam um pouco da pressão no câmbio, mas o comportamento no mercado vai depender do mercado externo", acrescenta.

 

IPCA caminha para fechar 2018 abaixo de 4%

A inflação caminha para fechar o ano abaixo de 4%, refletindo o cenário mais favorável para os preços da gasolina e para a conta de luz, num ambiente marcado ainda por grande ociosidade na economia, o que limita o espaço para reajustes de preços. Nas últimas semanas, analistas reduziram com força as estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA). Desde o fim de outubro, elas caíram de um número próximo a 4,5%, a meta perseguida pelo Banco Central (BC), para algo entre 3,8% a 3,9%.

Divulgada na sexta-feira, a alta de apenas 0,19% do IPCA-15 em novembro contribuiu para esta onda mais recente de revisões - foi a menor para o mês desde 2003. Prévia do IPCA, o indicador mostrou pressões inflacionárias pouco disseminadas e um comportamento benigno dos núcleos, as medidas que buscam reduzir ou eliminar a influência dos itens mais voláteis.

Com a inflação tranquila, tudo indica que o BC poderá manter os juros em 6,5% ao ano por mais tempo. A variação modesta do IPCA deste ano também vai colaborar para o indicador ficar mais baixo no ano que vem, devido à inércia inflacionária, o fenômeno pelo qual a inflação passada alimenta a inflação futura.

O consenso de mercado informado ontem pelo BC indicou mais uma queda nas projeções dos analistas para o IPCA de 2018 e de 2019. Para este ano, a mediana das estimativas passou de 4,13% para 3,94%, depois de bater em 4,44% em meados de outubro. Para o ano que vem, o recuo foi de 4,2% para 4,12%. Já o consenso dos chamados Top 5 de médio prazo, que reúne os economistas que mais acertam as previsões, caiu abaixo de 4% para 2018 e para 2019. A mediana é o número que está no centro de uma distribuição de dados.

Dois principais fatores contribuíram para a melhora recente do quadro inflacionário, segundo a economista Basiliki Litvac, da MCM Consultores Associados. Com mais chuvas, melhoraram as condições hidrológicas, apontando para um quadro mais favorável para as contas de energia elétrica. Além disso, o preço da gasolina caiu com força nas refinarias, devido à combinação do tombo das cotações do petróleo no mercado internacional e do câmbio mais valorizado. "Esses dois eventos ajudaram muito a Petrobras a promover cortes consecutivos dos preços da gasolina", resume o economista Fabio Romão, da LCA Consultores.

Basiliki baixou a projeção do IPCA de 2018 de 4% para 3,8%. Para o indicador de novembro, ela espera deflação de 0,15% - a estimativa anterior era de estabilidade. Ela aponta cinco fatores que justificam a provável variação negativa do IPCA no mês. Primeiro, a queda da conta de luz, decorrente da mudança de bandeira vermelha patamar 2 para bandeira amarela. Depois, a "intensificação da redução dos preços dos combustíveis nos postos a partir da segunda quinzena". Desde o fim de setembro, a Petrobras reduziu as cotações da gasolina em 33% nas refinarias, diz ela.

Se 40% dessa queda chegar às bombas, os preços cairão 13%, afirma Basiliki, para quem a gasolina deve recuar nos último bimestre deste ano e talvez até mesmo em janeiro do ano que vem. Romão acredita que, no IPCA deste mês, a gasolina vai recuar 2,25%. Para ajudar na deflação de novembro, Basiliki também cita "a moderação da alta de passagens aéreas, o arrefecimento das altas dos alimentos in natura e recuos dos produtos semielaborados" e o fato de que os "bens duráveis e vestuário podem ceder com os reflexos das promoções e descontos neste mês com a Black Friday".

Para dezembro, ela reduziu a projeção de 0,2% para 0,1%, por causa da perspectiva mais benigna para preços de combustíveis e alimentos. Além disso, a estimativa "também contempla a premissa de mudança para bandeira verde na conta de luz em dezembro", de acordo com Basiliki.

Romão prevê igualmente um IPCA de 0,1% no mês que vem, apostando que haverá bandeira verde para a conta de energia. "Se não estivesse com bandeira verde para dezembro, a minha projeção seria de 0,17% para o IPCA", diz ele. Outro fator que ajuda a manter a inflação sob controle é a grande ociosidade existente na economia, destaca Romão.

O mercado de trabalho, por exemplo, melhora a passos lentos, num quadro de desemprego ainda muito alto. Esse quadro não chancela grandes reajustes de preços, diz o economista da LCA. No IPCA-15 de novembro, o chamado núcleo EX 2, formado por serviços, alimentos e produtos industriais que reagem mais ao comportamento da atividade econômica, teve variação de apenas 0,04%, depois de subir 0,32% em outubro, nas contas da MCM.

Em 12 meses, o IPCA EX2 desacelerou de 2,34% para 2,31%, abaixo do piso da banda de tolerância da meta, de 3%. O câmbio mais valorizado também ajuda a conter alguns preços do IPCA. É o caso dos bens industriais, que caíram 0,1% no IPCA-15 de novembro. Em 12 meses, a alta desse grupo é de apenas 1,6%. Para o economista Elson Teles, do Itaú Unibanco, a influência maior para conter esses preços é da ociosidade, que dificulta repasses de aumento de preços da indústria para o varejo.

Teles estima um IPCA de 3,9% neste ano, também destacando a expectativa favorável dos preços da gasolina e da conta de luz para justificar a melhora no cenário para o indicador nas últimas semanas. Para ele, a inflação mais baixa deste ano vai contribuir para um quadro mais tranquilo no ano que vem, beneficiada pela inércia. "De alguma forma, isso vai ajudar em 2019", diz Teles, que projeta, por enquanto, um IPCA de 4,2% para o ano que vem, muito próximo da meta de 4,25% a ser perseguida pelo BC. A projeção, porém, tem um viés de baixa, segundo Teles.

Para 2019, Romão estima um IPCA de 4,3%. Na visão do economista da LCA, os preços de alimentos e de serviços ficarão um pouco mais pressionados no ano que vem - os primeiros ficaram muito comportados em 2017 e 2018, e para o ano que vem deverá haver a influência negativa do fenômeno climático El Niño. A economia mais forte deve sancionar altas um pouco maiores de serviços.

Na outra direção, a expectativa é de um comportamento mais benigno dos preços administrados (como tarifas públicas e combustíveis). Com esse ambiente inflacionário em geral tranquilo, o BC deve ter espaço para manter a Selic em 6,5% por mais tempo. O Banco Safra, por exemplo, espera que a taxa fique inalterada ao longo de todo o ano que vem, projetando IPCA de 3,8% em 2018 e de 3,9% em 2019.

A MCM, por sua vez, vê o primeiro aumento no quarto trimestre do ano que vem, diz Basiliki, ponderando que a alta pode ser eventualmente adiada. Já a LCA acredita numa elevação a partir de julho. Uma alta da Selic nos próximos meses parece bastante improvável.

 

 

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