Sexta-feira

VALOR ECONÔMICO

Sob governo do PSL, Minha Casa vira Casa Brasileira

A equipe do candidato Jair Bolsonaro (PSL) estuda mudar o nome do Minha Casa Minha Vida e ampliar o escopo do programa de construção de moradia popular. Uma das propostas em análise é rebatizá-lo de “Casa Brasileira”. Segundo o economista Carlos Alexandre da Costa, do grupo de economistas que assessoram Paulo Guedes, o coordenador econômico de Bolsonaro, a ideia é ampliar o programa para incluir creches próximas às residências, que seriam administradas pelos governos locais. Os novos empreendimentos também teriam câmeras de segurança que seriam ligadas diretamente à polícia.

“É diferente do programa do PT, é mais amplo. Não queremos dar só casa. Acho que a pessoa tem que ter direito de moradia, urbanização e segurança”, afirma.

A sustentação do programa de moradia seria garantida por medidas de estímulo à redução da rotatividade do mercado de trabalho para aumentar os recursos do FGTS, responsável hoje por bancar o desconto e os juros mais baixos dos financiamentos do programa de habitação popular criado em 2009 e usado como uma das principais vitrines das gestões petistas. Nesta semana, Bolsonaro gravou um vídeo com o ministro das Cidades, Alexandre Baldy, prometendo reduzir as taxas do programa caso seja eleito.

Risco. “Hoje o programa está correndo o risco de terminar porque os recursos do FGTS estão acabando”, diz. Nos últimos anos, os governos Dilma Rousseff e Michel Temer não têm cumprido as metas de contratação de moradias. No ano passado, por exemplo, o governo contratou 442,2 mil unidades – embora a meta era de 610 mil. Para as famílias mais pobres – que ganham até R$ 1,8 mil mensais – foram contratadas 23 mil moradias, apenas 13,5% da meta, que era 170 mil.

Em 2013, auge do programa, o governo se comprometeu em financiar 913 mil unidades. Nessa primeira fase, a União assina o contrato com a construtora responsável pela obra. Mas até as casas ficarem prontas e serem entregues aos beneficiados leva em torno de um ano e meio. Com a grave crise fiscal enfrentada nos últimos anos, o Minha Casa passou a ser um programa quase que exclusivamente do FGTS, responsável por financiar a maior parte do programa.

 

Permanência de Ilan é questão em aberto

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, não recusou nem aceitou o convite para permanecer no cargo após o fim do mandato do atual governo, pelo simples fato de que convites ainda não foram feitos oficialmente. A equipe do candidato do PSL à presidência, Jair Bolsonaro, pode fazer sondagens. O próprio candidato adiantou, em entrevistas, que se for eleito gostaria de manter Ilan no Banco Central.

O coordenador do programa de Bolsonaro, o economista Paulo Guedes, esteve com o presidente do Banco Central e deixou claro que ele é a primeira alternativa, caso o candidato do PSL vença as eleições. Mas ponderou que só fará um convite formal se tiver certeza de que a resposta será positiva. Assim evita-se a situação constrangedora de, diante de uma negativa, ficar a impressão de que o convidado seguinte é uma escolha de segunda linha.

Pessoas próximas a Ilan têm a convicção de que ele não se furtará a ficar no presidência do BC por um período de transição se esse for o desejo do presidente eleito, até porque ele fez isso na passagem do governo de FHC para Lula, em 2003. Ilan era diretor do BC e ficou no cargo por cinco meses após a posse de Lula na presidência da República.

Há, porém, um atrativo para Ilan permanecer no comando da autoridade monetária por mais tempo, se for convidado, que é o compromisso do eventual governo de Bolsonaro com a proposta de autonomia do Banco Central. Essas mesmas pessoas próximas ao presidente do BC avaliam que Ilan pode ser convencido a ficar para viabilizar essa prometida reforma institucional que conferirá mandato fixo à diretoria da instituição, desde que não seja por um prazo a perder de vista.

A situação do presidente do BC, nesse momento, é delicada. Ele não pode confirmar ou negar um convite que não foi feito, embora esteja sendo sondado pela eventual nova administração do país. Fernando Haddad, candidato pelo PT, antecipou sua posição se eleito for. Haddad disse que não convidará nenhum dos atuais colaboradores do governo Temer a permanecer no cargo. Ao contrário, ele afirmou em entrevista na quarta feira que quer todos fora do seu suposto governo.

 

Ruído em torno de saída de Ilan traz pressão adicional aos mercados

Não bastasse o exterior forçar a correção dos mercados locais, os investidores também encararam ontem, próximo ao fim do pregão, um ruído envolvendo a chefia do Banco Central (BC) — uma combinação que fez o dólar subir mais de 1% e o Ibovespa encostar na mínima do dia. Para analistas, no entanto, trata-se de um comportamento típico de um mercado volátil, que mais recebe as notícias “no susto” do que muda de direção de fato.

O dólar comercial vinha oscilando perto de R$ 3,70 até chegar às mesas de operações a informação de que Ilan Goldfajn estaria se preparando para deixar a presidência do BC, conforme fontes ouvidas pela agência “Bloomberg”. Na sequência, a moeda avançou rapidamente até R$ 3,7302, no pico do nervosismo, antes de terminar o dia em alta de 1,11%, a R$ 3,7222.

Já o Ibovespa, bem no leilão de fechamento, acelerou a queda para encerrar na mínima, aos 83.847 pontos, com desvalorização de 2,24%. A princípio, o mercado chegou a cogitar que essa “saída” de Ilan poderia ser iminente. Depois, entendeu-se que tal evento estaria, na realidade, relacionado ao fim do governo de Michel Temer.

O BC não quis comentar o assunto. Gestores ouvidos pelo Valor classificaram o evento muito mais como um “ruído”, que não chega a determinar uma direção para o mercado no momento. Segundo um operador, os investidores tinham um desejo de que Ilan pudesse continuar à frente do BC depois do fim do governo Temer, sendo sua gestão considerada extremamente profissional — mas a saída dele é algo que “faz parte do jogo” e não deve detonar uma mudança de patamar de preços. “Isso não é um risco que o mercado esteja precificando, vejo muito mais como um ruído pela forma como chegou nas mesas de operação, como se fosse ocorrer agora”, diz Eric Hatisuka, gestor da Rosenberg Investimentos.

Até há certa expectativa de que um eventual governo de Jair Bolsonaro (PSL) convidasse Ilan para seguir no BC, diz Hatisuka. Mas os investidores não descartam que o candidato, se vencer, consiga atrair outro nome “bom e profissional”. “Por que ele ficaria [no BC]? Ilan tem uma carreira bemsucedida e consolidada na iniciativa privada, não é surpresa sair.”

Para Marcelo Giufrida, sócio e gestor da Garde, o ruído pode retirar um pouco do ânimo dos ativos locais, mas não parece suficiente para gerar uma grande piora agora. “Mudança sempre gera incerteza, o que significa aumento dos prêmios, mas temos de esperar uma confirmação.”

O exterior funcionou ontem como o maior catalisador, na opinião dos especialistas, para os ajustes de posição nos ativos locais — uma dinâmica que pode continuar sobre os negócios hoje. Com a queda das principais moedas emergentes, o dólar não abandonou a alta durante todo o dia contra o real, enquanto ações ligadas ao cenário internacional lideraram as perdas na bolsa — caso de Vale (-3,91%) e da Gerdau (-3,79%). “É o exterior que ditará mais a abertura dos negócios, a questão do Ilan não deve trazer tanta pressão, nada demais”, afirma um gestor.

Com ou sem Ilan no comando do BC, o que se percebe é que a onda de otimismo com um eventual governo de Bolsonaro não sofreu grandes abalos. “Dá uma arranhada, mas não é motivo para mais do que um susto”, diz o diretor da Wagner Investimentos, José Faria Junior. “O mercado gosta do Ilan e fica um pouco temeroso com o risco de mudança, mas o movimento maior vem de fora mesmo.”

O mês de outubro tem sido marcado pelo entusiasmo com a cena eleitoral, o que se traduz num firme desmonte de posições de proteção no mercado cambial. Os investidores brasileiros se desfizeram de quase US$ 10 bilhões em dólar futuro e cupom cambial até o dia 17, de acordo com dados da B3. E o Ibovespa acumula alta de 5,68% no mês, resistindo às perdas em Wall Street ao longo das últimas três semanas; no ano, a bolsa brasileira já sobe 9,74%.

O susto de ontem, entretanto, serve para mostrar que a reta final da eleição não está livre de sobressaltos. E reforça a leitura de que o BC ainda deve manter a estratégia de rolagem de swaps cambiais, pelo menos até que haja mais clareza no cenário. “Há uma clara preferência do mercado pela continuidade [no comando do BC], o que ainda não descartamos. Mas entendemos que o fato de a equipe de Bolsonaro cogitar mantê-lo já é uma boa sinalização de que devem seguir essa linha para um novo nome”, diz outro gestor de recursos.

Por enquanto, a posição de fontes ouvidas é observar os nomes que começarão a ser ventilados num eventual governo Bolsonaro. “Se começarem a vir nomes esquisitos, aí sim deve afetar os preços”, diz outro profissional. “O mercado adora o Ilan pelos motivos óbvios e a sua saída gera incerteza, mas não abrirá mais prêmio de risco agora.” Uma outra fonte, no entanto, lamenta a possibilidade de Ilan deixar o comando do BC.

O atual presidente da autarquia tem liderado esforços para adotar medidas pró-competição e que favorecem uma maior eficiência no mercado de crédito e a manutenção dele no cargo era a certeza de que essa premissa seguiria em vigor. Outra perda potencial, segundo fonte do setor financeiro, é a afinação “inédita” que se viu nos últimos dois anos entre BC e Ministério da Fazenda. “Nos dois órgãos, já houve bons quadros em outros governos, mas nunca se viu alinhamento tão grande. Um está sempre muito a par do que outro está fazendo, e isso resulta numa agilidade muito maior.”

 

Brasil figura entre mercados que devem ter melhor desempenho, diz JP

Brasil, Rússia e México devem ser os países com o melhor desempenho nos mercados até o fim do ano. É o que mostra pesquisa realizada pelo J.P. Morgan com mais de 400 investidores, além de representantes de bancos centrais, governo e analistas durante a reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial, realizada em Bali (Indonésia) na semana passada. Os entrevistados apontaram Brasil (citado por 23% dos participantes), Rússia (23%), México (19%) e Turquia (8%) como os países que devem apresentar maior retorno até o fim do ano. Segundo o banco, Brasil e Rússia se beneficiam de um setor externo sólido e de um positivo posicionamento técnico, uma vez que a aplicação de investidores estrangeiros nesses países está baixa.

"Estamos 'overweight' [acima da média do mercado] em real, títulos públicos brasileiros e ações", aponta o banco em relatório. Enquanto mais sanções à Rússia continuam sendo um risco, na visão do J.P. isso é uma preocupação menor, principalmente, para os investidores europeus, especialmente se as sanções vierem em linha com as previamente adotadas. "Vemos um risco de alta para o petróleo", destaca o banco.

Já em relação ao cenário eleitoral brasileiro, 100% dos entrevistados acham que Jair Bolsonaro (PSL) vencerá a eleição. Para 40%, a reforma da Previdência deve ser aprovada no ano que vem independentemente de quem vença a eleição. Para 20% dos participantes, a reforma deve ser aprovada em caso de vitória do Bolsonaro. Já 7% acreditam que a reforma será aprovada em um governo de Fernando Haddad (PT). Para 33% dos entrevistados, ela não deve ser aprovada em 2019. "A reforma da Previdência é a mais urgente, mas o cenário político fragmentado torna isso um desafio", diz o banco.

Os investidores apontaram as ações de mercados emergentes no topo da lista da classe de ativos com melhor performance nos próximos seis a 12 meses, citadas por 41% dos participantes, seguido pelas ações de mercados desenvolvidos (24%). Já entre os ativos que devem ter a pior performance, as visões dos investidores foram variadas, mas os bônus locais de mercados emergentes ganharam mais votos (21% dos entrevistados) como os ativos que devem ter o pior desempenho.

O desempenho desses papéis tem sido afetado pela alta das taxas dos títulos do Tesouro americano (Treasuries). Para dois terços dos entrevistados, o Federal Reserve (Fed, BC americano) deve subir os juros de duas a três vezes no próximo ano, com 37% dos participantes vendo a taxa do Treasury de 10 anos entre 3,25% e 3,50% no fim de 2019.

Somente 15% dos participantes veem o yield desse papel acima de 3,75%. Sobre o câmbio, 28% acreditam que o euro deve ficar entre 1,15 e 1,20 unidades por dólar. Já em relação à perspectiva para o preço do petróleo, um terço dos participantes espera que o barril do Brent alcance de US$ 70 a US$ 80 até o fim de 2019, mas quase 45% acham que o preço pode passar de US$ 80.

Ao redor de 60% dos investidores veem S&P 500 em patamar igual ou mais alto que o atual no fim de 2019 e 30% acham que o índice de ações da bolsa americana deve ficar abaixo. No caso da América Latina, o banco aponta que a região precisa de um rebalanceamento das fontes de crescimento domésticas para reduzir a vulnerabilidade ao ciclo de commodities. O banco destaca que as tensões comerciais podem beneficiar setores como de exportação de soja do Brasil, mas em geral não é boa notícia para a região uma vez que muitos países têm fortes relações comerciais com os Estados Unidos e a China.

 

ESTADÃO

Bolsonaro sonda sócio do Modal para BNDES

Liderando com folga pesquisas de intenção de voto no segundo turno, Jair Bolsonaro (PSL) segue empenhado na montagem de seu eventual governo. O presidenciável sondou recentemente Eduardo Centola, sócio e copresidente do Banco Modal, a se juntar aos quadros de futura equipe econômica. O executivo foi inclusive consultado sobre seu interesse em comandar o BNDES, segundo duas fontes ouvidas pelo ‘Estado’.

Não houve convite formal, mas Centola segue como um nome cogitado por Bolsonaro. O executivo tem contribuído com propostas para o plano de governo, especialmente na área de infraestrutura diante de sua experiência com investimentos da China no País. A sondagem não significa que ele será, ao fim, a indicação formal de Bolsonaro. Fontes próximas a Paulo Guedes, apontado por Bolsonaro como seu ministro da Economia, dizem que ele tem conselheiros econômicos de confiança que também seriam qualificados para o cargo.

O sócio do Modal apoia a candidatura de Bolsonaro e aproximou-se da campanha por caminho diferente de outros executivos aventados para a equipe econômica de um governo PSL. Centola estabeleceu contato direto com o candidato e os filhos políticos de Bolsonaro por ter amigos em comum. A maior parte dos nomes cogitados até o momento foi levada à campanha pelas mãos de Guedes, que tem grande entrada no mercado financeiro e protagonismo na montagem da equipe.

Guedes se reúne toda a semana com um grupo de economistas de sua confiança, entre eles estão Rubem Novaes, Marcos Cintra, Carlos da Costa e Carlos von Doellinger. Foi Guedes também quem iniciou conversas com executivos como Roberto Campos Neto, diretor do Santander, Pedro Guimarães, sócio do Brasil Plural, e Alexandre Bettamio, presidente do Bank of America Merryl Linch na América Latina, para angariar sugestões de propostas e, eventualmente, atraí-los para a equipe do novo governo.

Resistências

Centola é entusiasta da candidatura de Bolsonaro e começou a conversar com o grupo próximo ao presidenciável para colaborar com ideias, segundo fontes. Além de contato com os filhos de Bolsonaro, o executivo trabalha com Eudes de Orleans e Bragança, irmão do agora eleito deputado federal pelo PSL Luiz Philipe de Orleans de Bragança, que se tornou aliado do deputado nos últimos meses e chegou a ser cogitado como nome para vice de Bolsonaro.

O executivo, que se especializou em assessorar negócios de chineses no Brasil nos últimos anos, tem atuado para fazer pontes entre campanha e empresários asiáticos e reduzir a resistência de Bolsonaro. O candidato já expressou contrariedade com o apetite de chineses.

Em entrevista ao Estado, o coordenador dos times que elaboram propostas de infraestrutura para um governo PSL, o economista Paulo Coutinho, pontuou que Bolsonaro só vê problema na compra de terras. “Não há resistência para que chineses construam ferrovias, rodovias, portos.” Procurados, Centola e Paulo Guedes não quiseram dar entrevista.

 

Fitch reduz previsão de crescimento da América Latina para 1,5%

A agência de classificação de risco Fitch reduziu a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2018 da América Latina, exceto a Venezuela, de 2,6% para 1,5%, e destaca no cenário do continente os desafios fiscais que enfrentam países como a Argentina e o Equador.

A agência aponta ainda que a região enfrenta "condições de financiamento externo mais apertadas, o que desafia o crescimento regional". Além disso, acrescenta que "riscos políticos e de desafios governabilidade que prejudicam reformas poderiam aumentar a pressão".

Por outro lado, a Fitch destaca que o crescimento tem acelerado no Chile, Colômbia e Peru, "refletindo em parte a recuperação dos preços das commodities e a melhoria do sentimento dos investidores no Chile e na Colômbia após as respectivas eleições presidenciais".

Também em relação ao Chile, a Fitch ressalta que "um mercado de trabalho sem brilho e riscos para os preços do cobre em meio às tensões no comércio global representam algum risco".

 

Ainda há espaço para alta no mercado antes da 'era Bolsonaro', diz Financial Times

Ainda há espaço para altas no mercado brasileiro antes da "era Bolsonaro", de acordo com texto publicado nesta quinta-feira, 18, no site do jornal britânico Financial Times pelo chefe da sucursal brasileira, Joe Leahy. Ele destacou, no entanto, que, como administrador, o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, continua sendo um desconhecido.

"No Brasil, neste mês, as únicas pessoas que têm um momento melhor do que os que apoiam a eleição de Jair Bolsonaro são acionistas da produtora local de armas Taurus", considerou. As ações da companhia mais do que triplicaram de preço desde o mês passado enquanto o ex-capitão da extrema-direita, que é favorável à liberação da posse de armas para combater as altas taxas de criminalidade do Brasil, subia nas pesquisas até vencer o primeiro turno da eleição, em 7 de outubro.

Com as pesquisas indicando uma forte vitória para Bolsonaro na segunda rodada, em 28 de outubro, investidores estão migrando para as ações da Taurus e ignorando as promessas do candidato de romper o fornecimento de armas para as forças de segurança do Brasil em meio a críticas sobre a qualidade de suas armas. O otimismo sobre a companhia, de acordo com o texto, se reflete no mercado mais amplo, com os investidores apostando que Bolsonaro honrará suas promessas de combinar conservadorismo social com políticas econômicas liberais. Ao longo do mês passado, o índice Ibovespa subiu 12%, enquanto o real se fortaleceu em 10% em relação ao dólar.

Paulo Guedes, conselheiro econômico do candidato que é formado na Universidade de Chicago, dá o aval à posição favorável do mercado a Bolsonaro. As promessas do economista incluem, como citou o FT, um maciço programa de privatização de empresas estatais brasileiras para reduzir a dívida pública. Ele também prometeu reformas fiscais, como a reforma da Previdência, para reduzir o déficit orçamentário.

A força da vitória de Bolsonaro no primeiro turno estimulou investidores que antes se preocupavam com o fato de seu rival, Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores (PT), ter uma chance. Conhecido por seu intervencionismo na economia, os mercados considerariam o retorno do PT como catastrófico, conforme a publicação. Mas com o PT aparentemente dominado e os mercados já significativamente mais altos, os investidores enfrentam uma questão, de acordo com o autor: eles deveriam vender o fato de uma vitória final do Bolsonaro no segundo turno ou esperar por mais vantagem?

A maioria dos analistas citados por Leahy acredita que ainda há espaço para mais ganhos modestos. Ronaldo Patah, diretor de investimentos para o Brasil da UBS Global Wealth Management, prevê o dólar a R$ 3,60 nos próximos três meses, com a possibilidade de "exceder" para R$ 3,50 antes de fortalecer gradualmente para R$ 3,80 à medida que a política monetária apertar no exterior. As ações ainda estão sendo negociadas ligeiramente abaixo da média histórica em termos de preço/lucro. Pode haver um aumento de 10% se o mercado começar a considerar um crescimento econômico mais rápido para o próximo ano de cerca de 2,5%, disse ele.

Em termos de risco soberano, os Credit Default Swaps (CDS, indicador financeiro que mede a confiança em um país) de cinco anos, que já passaram de 281,4 pontos-base para 210,9 no mês passado, podem cair mais 30-50 pontos-base. No entanto, a classe de ativos mais arriscada é a dos títulos públicos domésticos, com a ponta curta já considerando a maior parte dos ganhos potenciais. Isso porque seriam mais expostos ao que se espera que seja o primeiro teste real da determinação de Bolsonaro em questões econômicas - se ele vai ou não fazer uma forte reforma previdenciária e fortalecer a precária posição fiscal do Brasil.

Os mercados, conforme o site do FT, esperam que ele gaste seu novo capital político no primeiro ano com o tema. Ainda assim, Bolsonaro, que confessa pouco conhecimento da economia, está tergiversando, segundo a publicação, ao dizer que queria passar por uma reforma diferente da do atual presidente Michel Temer, que careceu de apoio para que suas propostas fossem aprovadas no Congresso este ano. "Não podemos penalizar aqueles que já adquiriram direitos", disse ele esta semana.

Bolsonaro também voltou atrás em relação à privatização dos ativos de geração de eletricidade, fazendo as ações da líder do mercado no segmento, a estatal Eletrobras, perder força. "Os investidores, por enquanto, estão lhe dando o benefício da dúvida", escreveu o chefe da sucursal, acrescentando que, com a campanha ainda em curso, falar sobre reformas de pensões impopulares pode custar-lhe votos.

No entanto, Bolsonaro também não foi testado no governo, pontuou o texto. Em quase 28 anos no Congresso, ele aprovou poucas leis e nunca ocupou um cargo executivo, como o governador do Estado ou o prefeito da cidade. Como administrador, ele continua sendo um desconhecido. É por isso que alguns investidores podem optar por obter lucro em sua provável vitória em 28 de outubro. Eles podem seguir o exemplo do fabricante de armas Taurus, que está usando o aumento astronômico no preço de suas ações para uma oferta de ações de bônus que visa a reduzir sua dívida.

 

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