Segunda-feira

VALOR ECONÔMICO

Selic deve permanecer estável até 2019

Os tempos favoráveis para mercados emergentes parecem ter ficado para trás, o que tem se traduzido em firme alta do dólar ante as divisas desses países. Em resposta, cresce a lista dos países que ingressaram num ciclo de aperto monetário. Argentina e Turquia fizeram choques de juros, enquanto Rússia, Índia, Indonésia e Malásia promovem ajustes graduais de suas taxas para conter a pressão cambial em curso.

Enquanto isso, a taxa básica Selic segue na mínima histórica, em 6,5%. E, na visão dos economistas ouvidos pelo Valor, mesmo com a recente desvalorização cambial, reforçada pelo quadro eleitoral muito incerto, ainda não há razão para o Banco Central brasileiro seguir seus pares: todos os 45 economistas entrevistados esperam que o juro será mantido na reunião do Copom que acontece nos dias 19 e 20 de setembro. Para o fim deste ano, seis casas contam com um juro mais alto, entre 7% e 7,5%.

Para a maioria, portanto, a normalização da política monetária só deve começar no próximo ano. Nesse horizonte de tempo, as expectativas estão bastante dispersas, sendo a mais elevada a da SulAmérica Investimentos, que vê o juro chegando a 10% no encerramento de 2019. A normalização da política monetária é esperada para quando a economia ingressar num movimento mais claro de recuperação.

Mas o risco discutido é se a pressão sobre o dólar, tanto pelas questões globais e, sobretudo, pelo resultado da eleição, pode levar o BC a antecipar a alta da Selic. Para Ana Flávia Soares, economista chefe da Icatu Vanguarda, o Brasil está em uma etapa do ciclo econômico diferente de alguns países emergentes e, por isso, as comparações devem ser feitas com cautela. Porém, a reversão dos fluxos de capital, que tem penalizado as economias emergentes em maior escala em função da normalização da política monetária nas principais economias desenvolvidas, é um fator que gera pressão altista nas taxas de juros.

"Acredito que a reversão da tendência no Brasil se aproxima, tanto pelo fator externo quanto pelo fator doméstico. Apesar de o cenário de inflação ser benigno, as leituras extremamente baixas da inflação já ficaram para trás e veremos leituras mais pressionadas à frente, pois há uma piora no balanço de riscos", afirma. A Icatu trabalha hoje com estabilidade da taxa Selic até o fim deste ano.

Para o fim de 2019, a expectativa é de uma taxa dois pontos mais alta, de 8,5%. A boa condição das contas externas brasileiras é a grande diferença do Brasil em relação a Argentina e Turquia, observa Thomaz Sarquis, economista da Eleven Financial. "Turquia e Argentina possuem poucas reservas internacionais, baixo investimento direto estrangeiro, elevado déficit em conta corrente e crescente dívida externa. Esse conjunto de indicadores tornam os países consideravelmente mais expostos à restrição monetária dos países desenvolvidos e aumentam o repasse cambial. As taxas de inflação desses países falam por si só", diz Sarquis.

Já o Brasil tem hoje uma inflação bastante controlada, principalmente quando se observa os núcleos mais sensíveis ao ciclo econômico, como de serviços ou por exclusão, diz. "O aumento esperado da Selic deve ser encarado como uma normalização dos níveis expansionistas, não como uma reversão na tendência. Esperamos aumentos graduais no juro a partir do primeiro trimestre de 2019, somente como resposta ao crescimento da atividade", afirma.

O economista-chefe do ABC Brasil, Luiz Octavio de Lima, espera que o juro permaneça em 6,5% até o fim do ano e só seja elevado a partir de 2019, até 7,5%. O único motivo para que esse cenário não se verifique é se o dólar superar R$ 4,70 e esse patamar se mostrar um "novo normal". Esse quadro, explica, poderia colocar em risco o cumprimento da meta de inflação do ano que vem, o que poderia levar o BC a antecipar as altas dos juros, mesmo com a economia brasileira ainda com uma recuperação anêmica.

A despeito do resultado da eleição, a normalização da política monetária deve ocorrer no próximo ano. Ana Flavia, da Icatu Vanguarda, explica que se for eleito um candidato reformista e houver uma melhora da confiança, e consequente recuperação mais rápida da atividade, a redução da capacidade ociosa ocorrerá mais rapidamente. Nesse cenário, o juro deve começar a subir no primeiro semestre de 2019.

Num cenário adverso, a eleição de um candidato não comprometido com a agenda de reformas desancoraria as expectativas de inflação. "Esse quadro levaria o BC a elevar a Selic ainda neste ano, provavelmente", afirma a economista. André Augusto Freitas, economista da Verus Gestão de Patrimônio, concorda que a taxa de juros atual é "conjuntural por conta de atividade econômica ainda fraca". "Acreditamos que, em caso de cenário positivo da eleição [vitória de candidato reformista], a recuperação da confiança e da atividade permitirão que o BC normalize a política monetária ao longo do primeiro semestre de 2019", afirma.

 

'Ninguém tem subestimado riscos, todos estão apreensivos'

A forte instabilidade do mercado financeiro, que viu o dólar superar os R$ 4,20 e renovar sua máxima histórica na semana passada, reflete, majoritariamente, as incertezas eleitorais. Mas esse movimento ainda é apenas busca por proteção.

Para o ex-diretor de política monetária do Banco Central e atual sócio da Mauá Capital, Luiz Fernando Figueiredo, o mercado ainda não está colocando "no preço" a chance de um candidato de esquerda vencer a eleição. Caso isso ocorra, afirma, os preços dos ativos financeiros podem se deteriorar ainda mais, trazendo de volta o risco de uma alta da inflação, num quadro sem crescimento econômico. "Está todo mundo num momento de incertezas, que não são mensuráveis. Você não consegue estabelecer uma relação risco/retorno com incertezas", afirma.

Figueiredo discorda da leitura de parte do mercado de que, caso o petista Fernando Haddad passe para o segundo turno ele pode vir a adotar um discurso mais moderado. Para ele, todos os sinais até agora são de que o PT não vai implementar a agenda de reformas necessárias. E mudar o discurso, diz, não será suficiente. "O mercado não vai dar o benefício da dúvida."

Valor: Depois das recentes pesquisas, cresceu no mercado a leitura de que o risco de dois candidatos considerados mais "extremistas" podem se enfrentar no segundo turno. É isso que o mercado está colocando nos preços?

Luiz Fernando Figueiredo: Para mim, o que deixou o mercado mais nervoso foi o risco de haver uma disputa entre Ciro Gomes e Jair Bolsonaro num segundo turno. Nas pesquisas todas, o Bolsonaro se mostra mais frágil nessa disputa. Mas isso foi muito mais caracterizado nas pesquisas do Datafolha. Nos trackings e mesmo no Ibope, isso não acontece. E no Datafolha que saiu na sexta-feira, o Ciro não subiu e o Bolsonaro subiu mais dois pontos. Então, ficou um cenário um pouco melhor. Outra questão é que a subida do Haddad talvez esteja roubando votos do Ciro. Então, se o Haddad subir mais, o Ciro pode enfraquecer. E volta a ser Bolsonaro contra Haddad, quadro no qual, segundo o próprio Datafolha, o Bolsonaro é mais forte.

Valor: As pesquisas captam um momento em que a candidatura de Fernando Haddad ainda é bastante recente. O risco dele crescer está mais no radar do mercado?

Figueiredo: Eu acho que sim. Mas o que está parecendo é que o Haddad está roubando votos também do Ciro. Se um subir, o outro vai cair. Mas, sem dúvida, o Haddad parece que vai subir mais. Houve trackings mostrando que ele tinha 18%, até um pouco mais do que isso. Mas como está tudo muito embolado, qualquer um ou dois pontos chama a atenção. Existe um receio muito grande porque a esquerda, nos últimos doze anos, destruiu a economia do Brasil.

Valor: No mercado, já tem gente dizendo que vê chance de o Haddad moderar o discurso, talvez até trazer para a equipe econômica algum liberal. Você concorda com essa visão?

Figueiredo: Eu discordo 100%. Primeiro que o Haddad não é o Lula, que durante todo o primeiro mandato se mostrou alguém muito pragmático e até apertou a política fiscal. Com o Haddad, a discussão ainda é se a Previdência tem déficit, o que é um absurdo. Discutir a esta altura do campeonato, com a dívida chegando num ponto inadministrável, se esse déficit existe ou não, é inacreditável. Realmente depois do que o PT fez nos últimos doze anos... Eu não sei o que vai acontecer com o país. E eles não têm uma 'Carta ao povo brasileiro' dizendo que a gente vai na direção certa. Pelo contrário. Dizer que o PT vai acreditar na visão do Marcos Lisboa [que, segundo rumores, poderia vir a ser chamado para integrar a equipe econômica do PT] sobre o que tem que fazer com o país... Acho que ninguém deles acredita nisso.

Valor: Mas o próprio Fernando Henrique Cardoso já se manifestou dizendo que, num eventual embate entre Bolsonaro e Haddad, o PSDB deveria apoiar o PT.

Figueiredo: Se o PSDB fizer isso, eu nunca mais na minha vida vou votar no PSDB. Eu acho que, na visão do próprio PSDB, o que o ex-presidente disso foi um erro. Acreditar que o PT, depois de tudo o que fez, vai fazer a coisa certa, para mim não é excesso de otimismo, para mim é uma loucura. Se o PT voltar ao poder, eles sabem, principalmente o Lula, que num ambiente de instabilidade ninguém governa. Mas mudar o discurso não será suficiente. E todos os sinais hoje são para a direção ruim. Os entrevistados do PT, tanto o economista [Guilherme Mello] quanto o próprio candidato Haddad não dizem categoricamente, em nenhum momento, que há disposição em se fazer uma reforma profunda fiscal para estabilizar o país. E é disso que se trata.

Valor: Nesses últimos dias, o dólar e os juros de longo prazo reagiram claramente a essas dúvidas. Mas a bolsa parece resistir num intervalo entre 74 mil e 76 mil pontos. O que isso significa?

Figueiredo: O que acontece é que, quando o dólar sobe, a bolsa fica muito barata em moeda estrangeira. Então, ela não cai tanto nominalmente, mas cai em dólar. De todo modo, as oscilações de mercado hoje são um sistema de defesa. O sistema todo está esperando para ver, ninguém está com muito risco, nem investidores nem fundos. Os investidores estrangeiros estão com uma das posições em Brasil mais baixas da história, vários zerados. Eles estão acompanhando de perto e se tiver resultado favorável da eleição, vai ter uma corrida. O que acontece hoje é que ninguém está fazendo nada no Brasil.

Valor: Isso significa que o potencial de melhora é maior do que o de uma deterioração?

Figueiredo: Na verdade não significa porque, se for um outro governo que não coloque a agenda fiscal no dia zero, pode haver uma situação muito ruim para o país. Se não resolver a questão fiscal num primeiro momento, a instabilidade vai tomar conta. E daí você pode estar falando de preços muito piores. E não é só uma questão dos preços de mercado, mas da própria economia. Você pode ter uma taxa de câmbio disparando, bem acima do que está agora. Ninguém sabe para que nível, mas vai subir mais. Nessa situação, se o Banco Central não reagir a esse choque inflacionário, a inflação vai subir muito. E aí você entra de novo naquela situação de inflação alta com crescimento negativo, sem horizonte de melhora.

Valor: Nesses cenários que o mercado discute, não se considera mais a vitória do PSDB. Essa chance está completamente fora do preço já?

Figueiredo: São duas questões. Ter um candidato com plataforma de reformas e outro com plataforma e grande capacidade de implementação. Um candidato com essas duas características, isso hoje parece que está mais longe. Agora, um candidato que tenha essa linha, uma vez que ele ganhou com essa plataforma, acho muito difícil o Congresso dizer não. O Congresso não pode dizer não para quem votou num candidato com essa plataforma.

Valor: Mas o mercado não está subestimando esse risco, do Bolsonaro não conseguir implementar essas reformas, assim como o ex-ministro Joaquim Levy não conseguiu fazer os ajustes no governo Dilma?

Figueiredo: Eu acho que ninguém está subestimando riscos. Está todo mundo apreensivo. Agora, está todo mundo num momento de incertezas, que não são mensuráveis. Você não consegue estabelecer uma relação risco/retorno com incertezas. No caso do Bolsonaro, o que deixa o mercado mais tranquilo é que não é só o Paulo Guedes que tem esse discurso [de responsabilidade fiscal]. Tem um grupo embaixo dele, que está fazendo um bom trabalho em produzir o discurso de reformas. E o discurso do próprio candidato a vice-presidente, que é bastante liberal.

Valor: Com essa volatilidade do dólar, qual deve ser a postura do Banco Central, tanto na política cambial quanto na monetária?

Figueiredo: O Banco Central deve ser um agente neutro nesse tempo de incerteza. Em geral, os bancos centrais não criam marola, no mundo e no Brasil. Ele tem que ajudar para que os mercados não fiquem disfuncionais, principalmente no de câmbio. O BC tem feito isso, tem sido muito cuidadoso.

Valor: Mesmo com a pressão sobre países emergentes, no curto prazo você não vê razão para o Banco Central subir o juro?

Figueiredo: O Brasil está em uma situação em que 90% ou até 95% da precificação se dá em função do processo eleitoral. Ou seja, não tem a ver com economia real. A inflação tem dois caminhos. Se der um governo que não estiver disposto a fazer as reformas, o fiscal vai continuar piorando e, com isso, vem um processo inflacionário firme. Haveria a desancoragem das expectativas de inflação. Porque, além do que o BC vai de fato fazer, o que influencia é a expectativa dos agentes sobre isso. Essa noção é mais importante do que a própria atitude do BC. Por outro lado, se tiver um governo reformista, será dado a ele o benefício da dúvida, embora haja dificuldades em aprovar reformas. Se essa agenda vier num primeiro momento, ela será endereçada com pouca dificuldade, mesmo sendo emenda constitucional. Aí, você verá a inflação indo para outra direção.

 

Com "esquerda" na mira, mercado avalia riscos

A eleição presidencial ganha complexidade a exatas três semanas do 1º turno de votação. Jair Bolsonaro (PSL) deve ter seu favoritismo confirmado pelas pesquisas de escopo nacional CNT/MDA e Ibope, que serão divulgadas hoje e amanhã, e deixa de ser uma "questão" a ser discutida neste momento.

Sua posição está consolidada. Para o 1º turno. Hospitalizado, mas deixando a UTI ontem, Bolsonaro, apresentado em análises de bancos internacionais a grandes investidores como sendo de "direita" ou "extrema direita", já não se resguarda dos holofotes. Ontem circulava nas redes sociais um vídeo do deputado em sessão de fisioterapia e dando alguns passos.

Nesta segunda, as atenções devem se voltar para o seu concorrente imediato. O empate nas intenções de voto de Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes (PDT), revelado pela pesquisa Datafolha na sexta, sugere uma disputa a ser travada no campo da esquerda. As sondagens MDA e Ibope poderão confirmar quem, entre eles, leva vantagem ou se o empate prossegue.

Seja qual for o resultado dessas pesquisas quanto a Haddad e Ciro, os investidores e também os especuladores poderão, mais uma vez, comprar ou vender ativos para ganho rápido. Reposicionamento mais firme especialmente de bancos será postergado para a última semana do mês, que é quando altos executivos do sistema financeiro esperam ocorrer a transferência e a consolidação para Geraldo Alckmin (PSDB) de votos atualmente destinados a João Amoêdo (Novo) e Alvaro Dias (Pode).

Cresce a expectativa de que as transferências finais de voto assegurem ao tucano a vaga para disputar o 2º turno com Jair Bolsonaro. Se Alckmin não decolar, o voto útil contra a esquerda já tem dono: o capitão do PSL. Os movimentos no câmbio - idioma universal dos mercados - tendem a ser intensificados portanto. E, dada a interação entre os preços fundamentais da economia, a formação das taxas de juros - sobretudo em prazos mais longos - possivelmente indicará um futuro assustador. "O mercado procura um preço para o incerto", explica Adeodato Netto, estrategista-chefe da Eleven Financial.

"O mercado tem medo do escuro. E o escuro hoje significa entender e avaliar qual é a chance de ocorrer uma ruptura no cenário econômico nacional, no modelo de gestão das contas públicas, na definição de contratos e na funcionalidade do sistema como um todo." Com propriedade, o executivo descreve, em entrevista à coluna, que ao menos parte da histeria que domina os mercados durante ciclos eleitorais se deve à característica intervencionista presente em discursos populistas de candidatos.

"Ainda que apenas sugerido, o intervencionismo é fiador de gestão inconsequente de recursos públicos. E essa percepção realimenta a histeria." Adeodato faz uma ponderação: "Se as expectativas do mercado são frustradas, não será por que estão erradas? O mercado trabalha com dólar acima de R$ 4 20 e juro de dez anos de 13% simplesmente o dobro da taxa acima de R$ 4,20 e juro de dez anos de 13%, simplesmente o dobro da taxa Selic vigente. Esse cenário é razoável?"

E avalia que tentar perpetuar a realidade de um processo pré-eleitoral é um erro estrutural desmedido. "Por maior que seja a incerteza, não dá para subverter a realidade até porque não há padronização de condições e da capacidade individual dos agentes de absorver riscos. Neste momento, falta racionalidade aos mercados." Uma leitura do movimento no mercado de câmbio feita pela coluna sugere que há uma distância entre mensagens que podem ser depreendidas da mobilização de investidores e a realidade dos fatos. Uma preocupação préeleitoral não necessariamente vai fazer "preço" ao longo de um ano.

Estatísticas oficiais sobre fluxo de capital estrangeiro apontam também que a gestão temerária de um governo pode produzir impacto tão ou mais relevante do que a mera especulação financeira. Repercussões negativas de decisões de governo consideradas duvidosas pelos mercados podem se mostrar persistentes e interferir na taxa de câmbio e na formação de expectativas sobre oferta e demanda de capital que poderia, por exemplo, financiar projetos de investimentos.

Desconsiderando as transações comerciais, o movimento de câmbio no Brasil via conta financeira mostra que a oferta de recursos é sensível ao agravamento de expectativas com cenários políticos, mas também é sensível às perspectivas de crescimento econômico. "Essa é uma das razões pelas quais se espera que o futuro presidente, seja quem for, tenha à mão uma agenda de propostas voltadas ao crescimento", afirma o ex-diretor do Banco Central Tony Volpon, economista-chefe do UBS Brasil.

Volpon, que projeta aumento da Selic nas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) de outubro e dezembro, atribui à sua avaliação sobre a Selic não só um caráter operacional ou de sinalização de que o BC segue comprometido com a meta de inflação. "Nosso call de juro tem um apelo institucional. Passado o segundo turno, o governo estará em transição. O compromisso com o regime de metas é parte de um conjunto de escolhas concretas que deverão ser feitas pelo futuro presidente e sua equipe. Estamos há quatro anos com déficit primário. Questões terão de ser encaminhadas, e os ajustes, numa visão consolidada, deverão sinalizar ao mercado que há horizonte e que não é para o dia seguinte."

Ele explica que a perspectiva de horizonte é necessária, inclusive, porque, ao contrário do que se vê na Argentina, os financiadores da dívida do país são sobretudo brasileiros. "Na Argentina são basicamente estrangeiros que podem mudar muito rapidamente de posição a depender das condições globais. Aqui, se nada for feito, nossos financiadores podem se voltar ao exterior e não há impedimento legal para isso."

Apesar dessa característica de financiamento, o levantamento feito pela coluna mostra que cerca de US$ 120 bilhões deixaram o Brasil pela conta financeira em três anos: US$ 16 bilhões em 2015, US$ 51,5 bilhões em 2016 e US$ 52,3 bilhões em 2017. Neste ano, de janeiro a 6 de setembro, segundo dados do BC, a conta financeira está negativa em US$ 13,3 bilhões. Em média mensal, as saídas líquidas despencaram de US$ 4,3 bilhões em 2017 para US$ 1,7 bilhão em 2018.

 

Brasil tem 3º menor crescimento entre economias do G-20, aponta OCDE

O Brasil teve o terceiro menor crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre entre as maiores economias desenvolvidas e emergentes que formam o G-20, comparado ao trimestre anterior, aponta a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em levantamento divulgado hoje em Paris, a entidade mostra que a expansão real da economia brasileira entre abril e junho, de 0,2%, contra 0,1% no trimestre anterior, corresponde à da França, de 0,2%, ante 0,2% no trimestre anterior.

A taxa brasileira é a menor positiva - na sequência, aparecem México (-0,2% contra 1,0%) e África do Sul (-0,2% ante -0,7%). No G-20 como um todo, o crescimento do PIB melhorou ligeiramente no segundo trimestre, para 1%, comparado a 0,9% nos três meses precedentes. A maior expansão ocorreu no Japão, com 0,7%, após contração de 0,2%. E acelerou fortemente nos EUA, para 1%, contra 0,5% no trimestre anterior.

A maior desaceleração ocorreu na Turquia, país em crise, com crescimento de 0,9%, contra 1,5% nos três meses anteriores. A OCDE não publica os últimos dados da economia da Argentina. Em termos anuais, até o segundo semestre a economia brasileira fica também na laterna, com crescimento de 1%, à frente apenas da África do Sul com 0,5%. Por sua vez, a Índia registra o maior crescimento anual até o segundo trimestre, com 8%.

A China vem em segundo, com expansão real de 6,7%, seguida da Turquia, com 5,5% de avanço, e da Indonésia, com 5,2% de aumento. A economia dos Estados Unidos cresceu 2,9% em um ano até o segundo trimestre e a União Europeia avançou 2,1%. O PIB é a medida padrão do valor de bens e serviços produtos por um país durante um determinado período.

 

Pesquisa reforça temores do mercado

A pesquisa Datafolha divulgada na última sexta-feira reforçou o temor do mercado de que as candidaturas mais à esquerda ganhem força para disputar o segundo turno das eleições presidenciais. O levantamento deve estimular mais uma dose de pressão sobre o real e os juros futuros, e mesmo o mercado de ações tende a operar com um viés de queda, ao menos no curtíssimo prazo.

Na sexta-feira, o dólar se afastou um pouco dos R$ 4,20 - fechou a R$ 4,1669 -, após ter atingido a maior cotação nominal desde a criação do Plano Real no pregão de quinta. Mas a moeda pode testar uma reaproximação do pico depois do levantamento do Datafolha. A pesquisa, divulgada após o fechamento do mercado na sexta, mostrou que Jair Bolsonaro (PSL) ainda lidera a disputa, mas houve um claro avanço do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), agora empatado com Ciro Gomes (PDT).

"O avanço de Haddad era algo já esperado pelo mercado, mas veio acompanhado de uma estagnação de Ciro Gomes. Havia uma expectativa de que, com o avanço de Haddad, Ciro pudesse cair e isso não se confirmou", diz Luiz Eduardo Portella, sócio da Novus Capital. "É também de se notar a fraqueza de Geraldo Alckmin [do PSDB], candidato preferido pelo mercado. Ele segue mal posicionado."

O Datafolha mostrou que, no primeiro turno, Bolsonaro conta com 26% das intenções de voto, contra 24% na pesquisa anterior. No entanto, Haddad saiu de 9% no levantamento passado para 13% agora, enquanto Ciro Gomes permaneceu com 13%. Alckmin ficou com 9% das intenções, queda de 1 ponto percentual ante a pesquisa anterior. A margem de erro do Datafolha é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Para Portella, um ponto que equilibra a pressão sobre o mercado é o fato de Bolsonaro ter ganhado destaque no segundo turno: ele está tecnicamente empatado com Haddad e o vence numericamente (41% contra 40%).

Ciro, no entanto, venceria o deputado num eventual segundo turno. "Isso quer dizer que tem espaço para correção adicional, embora o mercado esteja bem ajustado ao risco." Para Paulo Petrassi, sócio e gestor da Leme Investimentos, o avanço de Haddad e a falta de reação da chapa de Alckmin, mesmo com o PSDB tendo o maior tempo de propaganda gratuita em TV, deve levar o mercado a reassumir uma postura mais defensiva na abertura da sessão desta segundafeira. "Tem tudo para o dólar se aproximar de novo de R$ 4,20 e os juros subirem cerca de 20 pontos-base."

O especialista aponta, entretanto, que o mercado ainda pode esperar a divulgação das pesquisas ao longo da semana antes de cravar uma aposta. "Mas se esse quadro se confirmar nos próximos levantamentos, o dólar vai buscar um patamar mais alto", afirma Petrassi, que também não descarta que a moeda americana bata R$ 4,30. Por mais que, em caso de vitória, Haddad possa adotar uma postura mais conciliadora e economicamente responsável na visão do mercado, os investidores devem manter a apreensão e a desconfiança com o candidato até que ele efetivamente comece a governar.

"O avanço do PT nas pesquisas faz com que o mercado antecipe um cenário ruim para a economia brasileira, depois das experiências com os governos passados", afirma Roberto Padovani, economista-chefe do Banco Votorantim. Segundo um gestor de um grande fundo paulista que prefere não ter a identidade revelada, os ativos brasileiros, em especial o real, já haviam precificado o ganho de tração de Haddad, agora oficializado com a saída do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da chapa.

No entanto, a rejeição a Bolsonaro mostrada pelo Datafolha eleva o medo de que um candidato à esquerda vença a disputa. "Qualquer candidato com mais de 40% de rejeição dificilmente é eleito. Isso significa que, para todos os efeitos, quem for com Bolsonaro para o segundo turno, vence", diz a fonte. O índice de rejeição de Bolsonaro ficou em 44% na pesquisa Datafolha, contra 43% anteriormente.

O gestor ainda vê uma possibilidade de Alckmin crescer nas pesquisas, dada a eventual migração dos votos de Bolsonaro. E isso porque o deputado, fisicamente retirado da campanha por causa do esfaqueamento sofrido em Juiz de Fora (MG), deve começar a ficar mais distante do eleitor. "Esse evento vai começar a ser absorvido com o tempo e ficar distante e estar incapacitado para seguir em campanha não será positivo para o Bolsonaro."

Ainda segundo o gestor, os preços dos ativos devem começar a semana com variação marginalmente pior com a pesquisa Datafolha, mas sem abruptas mudanças. Além de nova pesquisa Ibope prevista para esta terça-feira, os levantamentos realizados por partidos e corretoras também devem ajudar a dar um sentido aos preços.

 

Caixa reduz taxa mínima de juros no SFI de 9,50% para 8,75%

O presidente da Caixa Econômica Federal, Nelson Antônio de Souza, afirmou que o banco vai reduzir a taxa mínima do financiamento para o Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI) para 8,75% a partir do dia 24, para imóveis até R$ 1,5 milhão. Antes a taxa era de 9,50%. A taxa máxima caiu de 11% para 10,25%. Ele também comentou que a partir da próxima semana todas as agências e correspondentes vão passar a realizar serviços de avaliação de imóveis.

Segundo a Caixa, a redução das taxas de juros facilita o acesso à casa própria e antecipa as condições da Resolução nº 4.676/18 do Conselho Monetário Nacional (CMN). "As mudanças propostas pelo governo significam novas oportunidades para o setor imobiliário. O objetivo é melhorar as condições de financiamento para nossos clientes em todo país e continuar fomentando a retomada de investimentos do setor da construção civil", afirmou Souza.

Para o Sistema Financeiro de Habitação (SFH) as taxas mínimas já haviam sido reduzidas para 8,75% em agosto. Estão enquandrados nesse sistema os imóveis residenciais de até R$ 800 mil, para todo país, exceto para Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal, onde o limite é de R$ 950 mil. Os imóveis residenciais acima dos limites do SFH são enquadrados no SFI.

Em 2018, a Caixa possui R$ 85 bilhões disponíveis para o crédito habitacional. Ao participar de evento promovido pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em São Paulo, o presidente da Caixa comentou ainda que a aprovação do cadastro positivo acrescentaria 22 milhões de pessoas ao mercado de crédito e disse acreditar que o projeto que muda as regras de distrato pode ser aprovado ainda este ano pelo Congresso. Ele afirmou ainda ser positivo o fato de bancos privados terem ultrapassado a instituição estatal em termos de originação de financiamentos imobiliários em 2018. “Estamos deixando os bancos privados emprestarem mais do que a Caixa no setor imobiliário. Isso é bom, é bom para a economia do país, pois tem de haver uma irrigação [de recursos] na economia de maneira perene”.

Conforme o executivo, o banco “tem procurado fazer o dever de casa do ponto de vista de definir um capital e trabalhar com ponderação de risco, além de ter ido buscar uma solução para a falta de capital vista no ano passado e no primeiro trimestre, para manter a carteira de crédito imobiliário”.

Souza destacou como desafios que ainda permanecem para o setor a importância de reforçar a segurança jurídica e de contar com fontes de recursos para o crédito sem interrupção, para manter uma retomada sustentável. Já o presidente do Bradesco, Octavio Lazari, ressaltou que o número de desempregados no país é maior do que o mostrado pelas estatísticas, o que é demonstrado pelo elevado volume de pessoas com restrições nos órgãos de proteção ao crédito. “Se tem um setor capaz de melhorar isso é o de construção civil. O mercado como um todo desembolsou R$ 30 bilhões em crédito imobiliário este ano, sendo R$ 6 bilhões para pessoa jurídica e R$ 24 bilhões para pessoa física”, comentou.

 

Pesquisa BTG/FSB: Bolsonaro vai a 33% e Haddad salta de 8% para 16%

Pesquisa de intenção de votos divulgada na madrugada desta segunda-feira pelo banco BTG Pactual em parceria com o Instituto FSB Pesquisa mostra o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, consolidando sua liderança na corrida ao Palácio do Planalto. Ele aparece com 33% das intenções de voto, subindo três pontos percentuais em relação ao levantamento anterior, divulgado uma semana antes. A intenção medida é a estimulada, quando o nome dos candidatos é citado.

No segundo lugar aparece o candidato petista, Fernando Haddad, que deu o maior salto no levantamento BTG/FSB: de 8% para 16%. Haddad dobra sua participação após ter sido formalizado como candidato a presidente pelo PT, acabando com a indefinição sobre a participação do ex-presidente Lula na disputa. Em terceiro lugar aparece Ciro Gomes (PDT), com 14%, subindo em relação aos 12% de uma semana antes.

Em quarto está Geraldo Alckmin (PSDB), com 6%. Ele caiu dois pontos percentuais desde o levantamento da semana anterior. Marina Silva (Rede), recuou de 8% de intenções de votos para 5%. João Amoêdo (Novo) tem 4%, Alvaro Dias (Podemos) tem 2%, assim como Henrique Meirelles (MDB). Os outros candidatos têm 1% ou menos. Nesse levantamento, 9% disseram não votar em ninguém. Outros 2% apontaram nulo ou em branco e 4% não sabem. Apenas 1% não respondeu à pesquisa.

Segundo turno

No segundo turno, a pesquisa aponta que Bolsonaro e Ciro empatariam em 42%. Bolsonaro venceria Haddad por 46% a 38% nesse hipotético segundo turno. Bolsonaro também venceria Alckmin, por 43% a 36%. O candidato do PSL também venceria Marina Silva, por 48% a 33%. Rejeição A pesquisa BTG/FSB aponta que Marina tem a maior rejeição do eleitorado: 58%. Em segundo no quesito rejeição está Alckmin (53%). Meirelles e Haddad estão com 48%. Ciro apresenta 46% de rejeição e Bolsonaro, 45%.

Metodologia

O Instituto FSB Pesquisa entrevistou, por telefone, 2 mil eleitores com idade a partir de 16 anos, nas 27 Unidades da Federação. A margem de erro no total da amostra é de 2 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%. As entrevistas telefônicas aconteceram entre 15 e 16 de setembro. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-06478/2018.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Mercado espera que dólar oscile mais principalmente entre 1° e 2° turnos

Após os resultados das últimas pesquisas eleitorais, os candidatos à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) são vistos pelo mercado financeiro como os mais prováveis em um eventual segundo turno. Agora, investidores começam a medir riscos no caso de vitória de cada um deles.

Especialistas projetam mais oscilação do dólar nas próximas semanas, com o pico de nervosismo entre o primeiro e o segundo turnos, quando a disputa entre esse dois candidatos, caso avancem para a reta final, deve se acirrar.

Na semana passada, a moeda chegou a bater R$ 4,20, fechando na sexta-feira (14) a R$ 4,1670, com uma alta acumulada de 1,51% no período.

"Um por cento na variação do preço de um ativo com liquidez internacional como o dólar, com risco emergente e com a questão local, não é nada", afirma Adriana Dupita, economista do Santander.

Na quinta (13), quando o dólar chegou aos R$ 4,20, não havia nenhuma notícia concreta no mercado a guiar a disparada da moeda. As explicações mais frequentes foram temores de avanço do petista nas intenções de voto e o receio sobre a saúde do líder, Bolsonaro, que passou por uma cirurgia de emergência decorrente de complicações do atentado à faca que sofreu.

O mercado ainda teria que esperar até a noite do dia seguinte para saber o resultado da última pesquisa Datafolha, que indicou a ascensão do capitão reformado, agora com 26% das intenções de voto. Haddad subiu de 9% para 13% da preferência dos eleitores, empatado com Ciro Gomes (PDT). Geraldo Alckmin (PSDB) ficou com 9% e Marina Silva (Rede), 8%.

O levantamento ouviu 2.820 eleitores, com uma margem de erro de dois pontos para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no TSE sob o número BR 05596/2018.

O UBS projeta que o dólar vai oscilar mais na segunda fase da disputa.

Tony Volpon, economista-chefe do banco, diz que Bolsonaro pode ter dificuldades em aprovar propostas no Congresso, apesar de ser parlamentar, porque tem comportamento de "outsider".

Já Haddad carrega a experiência do PT e não deveria enfrentar dificuldades. A questão é sua disposição em propor reformas. "O mercado tem dúvida se o partido se radicalizou após o impeachment [de Dilma Rousseff]", afirma Volpon.

O economista acrescenta ainda a dificuldade de comparar a disputa deste ano com eleições anteriores.

"É um erro olhar pra eleições passadas, erro que muita gente cometeu com Geraldo Alckmin [PSDB] em relação ao tempo de TV. Desde 2017 defendo que Bolsonaro seria muito competitivo por causa das redes sociais", diz.

A possibilidade de Alckmin crescer por causa do tempo de TV foi repetida à exaustão pelo mercado, que depositava no tucano esperanças de um presidente comprometido com reformas que consideram necessárias para o equilíbrio das contas públicas.

Agora, o mercado começa a abandonar essa esperança e flerta com Bolsonaro, apesar das incertezas. "Não é o grande pulo do gato pensar que haverá muita volatilidade no segundo turno", diz Volpon.

Para os especialistas, o fato de os índices econômicos no Brasil não estarem acompanhando as oscilações internacionais mostra que as peculiaridades do momento eleitoral têm prevalecido.

"O cenário internacional não tem ajudado muito, mas, na quinta [13], a Turquia subiu juros. Na sexta, foi a vez a da Rússia fazer o mesmo. Os mercados ficaram animados, mas o Brasil não seguiu essa tendência", diz Fernanda Consorte, estrategista de câmbio do Banco Ourinvest.

Além da incerteza doméstica, o Brasil é afetado pela turbulência em países emergentes desencadeada pelo processo de alta na taxa de juros nos EUA. Juros maiores lá tendem a fazer com que investidores migrem recursos antes aplicados em economias consideradas mais arriscadas.

Em dias em que o dólar se comporta diferente no Brasil, em relação a outros países, entram em jogo as nossas próprias mazelas, afirma Adriana, do Santander.

"Estamos há 20 dias das eleições e ninguém sabe quem vai ganhar. E independentemente de quem ganhar, não se sabe o que vai ser feito."

 

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