Sexta-feira

VALOR ECONÔMICO

Comércio mundial continuará em desaceleração, aponta OMC

A expansão do comércio internacional vai continuar a desacelerar no terceiro trimestre, aponta a Organização Mundial do Comércio (OMC), ilustrando os estragos que o ambiente de guerra comercial vem causando nas trocas globais. O “Indicador sobre as Perspectivas do Comércio Mundial”, que quer fornecer informações em tempo real sobre a tendência de exportações e importações globais, caiu para 100,3 pontos, inferior ao valor anterior de 101,8. Pelo WTOI, como é conhecido, um resultado acima de 100 aponta tendência de crescimento do comércio e abaixo de 100 indica possibilidade de baixa nas trocas.

Para a OMC, essa ''perda de dinamismo'' reflete a fraqueza dos índices que compõem o indicador, incluindo as encomendas de exportação e produção e venda de automóveis. Para a entidade, isso pode ser por causa do aumento de tensões comerciais. O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou aumentar tarifas de importações de carros, o que significaria uma guerra comercial ainda mais acirrada.

No caso das encomendas de exportação, o índice agora é negativo, em 97,2, numa queda persistente ao longo de um ano. A produção e venda de automóveis tem o índice 98,1, também em retração, apesar de ter subido ligeiramente. Os índice do para carga aérea (100,9) e de transporte de containers (102,2) continuam acima da tendência, mas o crescimento parece ter atingido o pico, segundo a OMC.

Os índices para produtos eletrônico (102,2) indica crescimento em linha com tendências de médio prazo. Por sua vez, o índice de produtos agrícolas (100,1) apresenta tendência de queda.

O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, não cessa de alertar para os impactos negativos de medidas unilaterais que restringem o comércio, que por sua vez provocam retaliações.

 

Crédito bancário interrompe ciclo de queda

O estoque de crédito dos grandes bancos interrompeu, no segundo trimestre, uma trajetória de queda iniciada há dois anos e meio. Itaú Unibanco, Banco do Brasil (BB), Bradesco e Santander chegaram ao fim de junho com um total de R$ 2,2 trilhões em empréstimos e financiamentos.

O volume aumentou 4,3% em um ano, praticamente empatando com a inflação nesse período. Foi o melhor desempenho anual desde o terceiro trimestre de 2015, última vez em que o crédito cresceu acima da variação do IPCA, segundo o Valor Data.

Em março, o crédito já havia mostrado um pequeno aumento nominal, mas ainda encolheu em termos reais. A reação do crédito veio acompanhada de uma nova queda no risco de calotes, e essa combinação foi decisiva para levar os bancos a mais uma safra de resultados em alta. O lucro combinado das quatro maiores instituições financeiras de capital aberto somou R$ 17,8 bilhões no segundo trimestre, o que representa alta de 12,3% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Analistas consultados pelo Valor esperavam R$ 18 bilhões. O crescimento no volume de crédito visto no segundo trimestre veio sobretudo dos segmentos de pessoa física e micro, pequenas e médias empresas, definidos como prioritários pelos bancos na estratégia para o póscrise.

No entanto, os balanços também mostraram uma melhora — ainda que muito discreta — nas operações com empresas, mesmo com a greve dos caminhoneiros em maio. A expectativa dos bancos é que o crédito continue em aceleração nos próximos meses, apesar das incertezas eleitorais. “Não vejo razão para que o ímpeto de crescimento do crédito que a gente tem visto desacelere no segundo semestre”, disse Sergio Rial, presidente do Santander Brasil, na divulgação dos resultados do banco.

O crescimento dos empréstimos e financiamentos, porém, ficou concentrado nos bancos privados. O BB ainda mostrou queda na carteira, mas a expectativa é que a recuperação comece a aparecer com a conclusão de um processo que o presidente da instituição, Paulo Caffarelli, qualificou de “limpeza” da carteira.

De forma geral, as instituições conseguiram driblar a tendência de queda nos spreads ao ajustar o foco para linhas mais rentáveis e de menor risco. Empréstimos consignados, financiamento imobiliário e de veículos, e operações com pequenas companhias lastreadas em recebíveis deram o tom nos negócios. Spread é a diferença entre a taxa que uma instituição financeira paga ao captar recursos e a que cobra para emprestar dinheiro. A demanda de grandes empresas permaneceu fraca, mas o segmento deixou de piorar.

Santander e Bradesco mostraram crescimento anual no crédito a pessoas jurídicas, mas ainda não veem uma retomada mais forte pelo menos até que passem as incertezas do período eleitoral. “O cenário não mudou”, afirmou Carlos Firetti, diretor de relações com o mercado do Bradesco “O resultado pode parecer surpreendente, mas para nós não”, disse o presidente-executivo do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, numa referência à estratégia de buscar operações mais rentáveis e menos arriscadas.

Um ambiente menos negativo para as empresas e o foco em operações com garantias mais fortes também contribuíram para uma redução significativa do chamado custo do crédito. As despesas dos bancos com provisões para devedores duvidosos (PDD) somaram R$ 13,2 bilhões entre abril e junho. O número mostra queda de 24,3% frente ao mesmo período do ano passado e é menos da metade da cifra registrada no primeiro trimestre de 2016, pior momento da crise.

Diante da melhora, Itaú, BB e Bradesco reduziram suas projeções para despesas com provisões neste ano. O Santander não divulga estimativas ao mercado. O alívio nas despesas com PDD, ao lado de um forte aperto nos custos operacionais, ajudou os bancos a contrabalançar a pressão na margem financeira. Com exceção do Santander, os demais tiveram queda no indicador nos três meses encerrados em junho.

O impacto não veio só das operações de crédito, mas também da tesouraria e do efeito contábil da Selic mais baixa sobre o patrimônio líquido. Embora a atividade econômica esteja aquém do esperado, os grandes bancos vislumbram um ambiente mais promissor à frente. “Vemos uma tendência clara de crescimento dos resultados”, afirmou o presidente do Itaú, Candido Bracher, em teleconferência com analistas.

Segundo ele, a retomada do crédito, mudanças na composição da carteira e melhorias em custos e serviços vão contribuir para isso. Caffarelli, do Banco do Brasil, também apontou uma tendência de melhora nas operações de empréstimos e financiamentos e nos resultados de forma geral. “O caminho para os próximos trimestres está pavimentado. Tenho certeza de que colheremos novos ganhos”, afirmou.

 

Artigo

Alckmin vai propor autonomia do BC

Claudia Safatle (Diretora adjunta de Redação - Valor)

Alvo de uma campanha tresloucada na véspera das eleições de 2014, a proposta de autonomia do Banco Central voltou a constar dos programas de governo de dois dos candidatos à Presidência da República mais competitivos: Jair Bolsonaro (PSL) e Geraldo Alckmin (PSDB). Ambos, inclusive, externaram a intenção de manter no cargo o atual presidente do BC, Ilan Goldfajn, sejam eleitos.

A equipe de Bolsonaro adiantou, em comunicado, que ele é favorável à independência do BC. Com mandatos atrelados a metas e métricas definidas pelo Legislativo, a diretoria do BC teria "autonomia para garantir à sociedade que nunca mais presidentes populistas ou demagogos colocarão a estabilidade do país em risco para perseguir um resultado político de curto prazo", diz o texto publicado no fim de 2017 no blog do candidato.

Alckmin disse que o assunto não consta das quatro grandes reformas constitucionais - política, tributária, previdenciária e do Estado - que ele encaminhará ao Congresso nos primeiros dias de governo, se for eleito. Aparentemente, portanto, a autonomia do BC não estaria entre as prioridades do candidato do PSDB, que concentraria o capital político acumulado na eventual vitória na aprovação das reformas, que exigem quorum qualificado.

O economista Persio Arida, coordenador do programa de governo de Alckmin, esclareceu, porém, que a intenção do candidato é enviar um projeto de lei complementar com a proposta de mandato fixo e alternado para a diretoria do BC. Arida considera que a autonomia, garantida pelo mandato fixo e alternado da diretoria, é um importante passo não só para manter as expectativas de inflação na meta, com juros menores, mas pelo impacto fiscal da medida. Com juros mais baixos, reduz-se o custo de financiamento da dívida mobiliária.

Ele definiu o desenho que o candidato do PSDB pretende dar ao BC, caso seja eleito. De início duas mudanças estão descartadas. Não seguirá, por exemplo, as experiências do Chile e da Suiça - que transferiram para uma agência toda a função regulatória do BC, deixando a instituição encarregada somente da política monetária.

Arida prefere manter o Banco Central tal como é hoje, cuidando da estabilidade da moeda e da saúde do sistema financeiro. Ele é contra, também, a atribuição de objetivo "dual" para a autoridade monetária, que significaria ter a meta de inflação e de emprego.

Para o economista o BC deve perseguir uma só meta - a de inflação - até porque o nível de atividade e do emprego constam do modelo que orientará as deliberações do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a Selic. Dar dois objetivos para o Banco Central perseguir, nos moldes do Fed, traria o risco de grandes confusões no país, como a judicialização da política monetária caso o BC cumprisse a meta de inflação em prejuízo da meta de emprego.

Mandato fixo e alternado, com cláusulas bem definidas para eventual remoção, protege a diretoria do BC de demissões arbitrárias e termina, segundo Arida, com a ideia de que cada novo presidente da República poderá trocar todo o comando da autoridade monetária durante o seu mandato.

Ao desistir da aprovação da reforma da Previdência no Congresso, no início do ano, o governo de Michel Temer apresentou uma agenda com 15 medidas que perseguiria neste fim de mandato, dentre elas a autonomia do Banco Central - medida que resguardaria o BC de eventuais interferências políticas que, em geral, optam por ganhos de curto prazo em detrimento do controle da inflação.

Há trabalhos acadêmicos que dividem o grau de autonomia de um banco central em duas dimensões: a autonomia política, na determinação dos objetivos, e a autonomia econômica, que diz respeito aos instrumentos usados para alcançar os objetivos.

Poucos bancos centrais têm liberdade para definir a meta de inflação e para manejar os instrumentos que dispõem como melhor entender. Um deles é o Federal Reserve, o BC americano. Já o caso brasileiro está entre os mais complexos, pois não possui autonomia formal, garantida em lei, apesar de operar com autonomia concedida pelo presidente da República.

A Lei 4.594, de 1964, que criou o BC, atribui a ele múltiplas competências e nenhum objetivo claramente definidos em documento legal. A lei diz que "compete ao Banco Central da República do Brasil cumprir e fazer cumprir as disposições que lhe são atribuídas pela legislação em vigor e as normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional".

Não faz menção, porém, ao que deveria ser o objetivo primordial da autoridade monetária, que é o de preservar o poder de compra da moeda. Parecem distantes os dias em que, durante a campanha eleitoral de 2014, as televisões do país foram invadidas por propaganda da então candidata à reeleição, Dilma Rousseff, que demonizava o papel do Banco Central para destroçar a candidatura de Marina Silva, defensora da autonomia.

Dizia-se, alí, que o BC era uma instituição a serviço dos banqueiros ávidos por tirar o prato de comida da mesa dos pobres. Prestou-se um desserviço à política desinflacionária, cujo custo de reversão foi pago por toda a sociedade brasileira. É possível, e os que advogam a autonomia do BC acreditam, que esse assunto tenha amadurecido e que, hoje, não mais se repetiria aquela peça de insensatez. Mas campanha é campanha e, em meio à disputa, pode-se cair em um "vale tudo" para derrotar o adversário.

REAJUSTE STF

Os ministros do Supremo Tribunal Federal, que hoje ganham salário de R$ 33,7 mil, estão entre o 1% mais rico da população brasileira, segundo dados da Pnad. Eles pretendem receber um reajuste de 16,38% no ano que vem, conforme decisão do STF na quarta-feira, elevando o salário para R$ 39,3 mil. Acentua-se a distância com os demais brasileiros, que têm renda média de R$ 2,1 mil, valor que sobe para R$ 4.663, considerando os de nível universitário.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Próximo governo herda gasto extra de R$ 42 bilhões

O reajuste do Judiciário, definido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), é mais um elemento explosivo para as contas públicas. Somando o aumento dos juízes, os reajustes de outras categorias de servidores e o efeito do repique inflacionário sobre o salário mínimo —que serve de base para corrigir pensões, aposentadorias e benefícios— o novo governo recebe em 2019 uma conta extra de R$ 42,1 bilhões.

O valor equivale a 71% dos R$ 59,3 bilhões permitidos como despesas adicionais no próximo ano, segundo a regra do teto de gastos.

Sobrariam R$ 17,2 bilhões para todos os outros gastos —de saúde e educação a investimentos públicos. Em outras palavras, o gasto praticamente bateu no teto.

A conta de salários inclui o reajuste de ministros do STF e seus efeitos sobre todo o Poder Judiciário (na esfera federal), caso aprovado, de R$ 1,4 bilhão, segundo estimativas das consultorias da Câmara e do Senado.

Nesta quarta-feira (8), o STF aprovou uma proposta de reajuste de 16,38%— o que significa uma alta de dois dígitos já descontada a inflação—, o que levará os salários dos ministros a R$ 39,3 mil.

Os gastos incluem ainda a folha de pessoal ativo e inativo prevista no PLOA (Projeto de Lei Orçamentária) em elaboração, no valor de R$ 26 bilhões. Esse número inclui o aumento já prometido aos servidores federais, estimado em R$ 7 bilhões e que o governo busca postergar para 2020.

Ainda há o impacto do aumento previsto pela regra do salário mínimo sobre os gastos previdenciários. Levantamento feito por Fábio Klein, especialista em contas públicas da consultoria Tendências, indica que só a regra do mínimo deve elevar os gastos previdenciários em R$ 14,7 bilhões.

A regra do salário mínimo fala em reajuste segundo a inflação medida pelo INPC mais o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes. Ela afeta as despesas públicas via gastos e benefícios previdenciários.

Segundo Klein, cada aumento de R$ 1,00 no mínimo tem um impacto de R$ 301 milhões nas contas públicas, principalmente em função dos benefícios previdenciários e assistenciais a ele vinculados.

A questão, diz ele, é que a regra do mínimo está prevista em lei e deve ser cumprida.

Caberá ao próximo presidente revisar ou manter essa regra na proposta em 2020, a ser enviada em abril para o Legislativo. Há economistas que avaliam que ela precisa ser revista, justamente em razão de seus impactos sobre as contas do governo.

Mas é complicado dizer à sociedade que é preciso rever uma regra que favorece mais de 22 milhões de pessoas apenas na Previdência e, ao mesmo tempo, justificar aumentos dados à elite do funcionalismo, diz Klein.

Para ele, o primeiro ano fiscal do próximo governo não será nada fácil. Restrições fiscais severas e temas politicamente sensíveis irão dominar a agenda do próximo presidente —e os conflitos salariais estarão no centro da polêmica política-orçamentária.

 

O ESTADO DE SÃO PAULO

Grandes bancos veem lucro subir 12,30% no 2º trimestre

Os grandes bancos de capital aberto no País conseguiram consolidar, no segundo trimestre, a tendência vista no período anterior, quando os resultados superaram o gasto com calotes pela primeira vez desde a crise. Estimulados por menores despesas nessa linha e pelo aumento das receitas com serviços, essas instituições entregaram lucros crescentes e um maior vigor no crédito, capitaneado, principalmente, pelas pessoas físicas.

Juntos, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander Brasil tiveram lucro líquido consolidado de R$ 17,808 bilhões de abril a junho, cifra 12,30% superior à vista um ano antes, de R$ 15,857 bilhões. Com ajustes e eventos extraordinários, o resultado combinado do quarteto foi 17% maior, de R$ 16,879 bilhões.

Em um trimestre marcado por um crescimento um pouco mais forte das carteiras de crédito, a despeito de eventos como a greve dos caminhoneiros e os jogos da Copa do Mundo, o motor para os resultados continuou sendo o menor gasto com inadimplência. As despesas com provisões para devedores duvidosos, as chamadas PDDs, encolheram 19,44% no segundo trimestre ante igual intervalo de 2017, para R$ 16,955 bilhões, puxadas, principalmente, por menores gastos por parte de BB e Bradesco. Tanto é que diante do desempenho, ambos decidiram revisar para baixo suas projeções para os gastos com calotes neste ano.

"Estou bastante satisfeito com a redução das provisões (para devedores duvidosos) e com o melhor índice de cobertura que mostra que estamos na trajetória correta e voltamos a ter a menor inadimplência do mercado", disse o presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, em coletiva de imprensa, nesta manhã.

O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, afirmou que a continuidade da melhora da qualidade de crédito, acompanhada da redução de PDD expandido, deixou o banco confortável para rever seu guidance de PDD para baixo. O banco espera ficar no centro da nova projeção, de R$ 13 bilhões a R$ 16 bilhões.

Todos os quatro grandes bancos entregaram melhores índices de inadimplência no segundo trimestre, considerando atrasos acima de 90 dias. O destaque de queda foi o Bradesco, seguido por BB e Itaú.

Do lado do crédito, o maior crescimento veio por parte do Bradesco, que além de ter emplacado operações com grandes empresas, como Odebrecht e Suzano, no segundo trimestre, também teve impulso da valorização do dólar ante o real. No comparativo trimestral, considerando a carteira classificada, vieram na sequência Itaú e Santander.

Já o BB, que teve o menor crescimento no período, tem o desafio de cumprir o guidance no ano, de alta de 1% a 4%. Embora esteja alinhado aos seu pares na concessão de recursos às pessoas físicas, a carteira de pessoa jurídica demora mais a retomar. Joga contra o BB o fato de acumular operações de prazo mais longo e estar promovendo ao mesmo tempo uma mudança de mix que prioriza a rentabilidade. Nas operações de capital de giro, por exemplo, o banco tem ofertado empréstimos de prazos mais curtos, de no máximo 12 meses, enquanto que a concorrência tem atuado de forma mais elástica.

Apesar da queda da carteira de pessoa jurídica, o presidente do BB garantiu que espera crescimento "substancial" desse segmento na próxima metade do ano e reiterou o compromisso com o guidace de crédito, de alta de 1% a 4% neste ano. Sobre o impacto das eleições, Caffarelli minimizou qualquer reflexo. "De maneira alguma o período eleitoral abala o banco. Estamos acostumados com a troca de governo de quatro em quatro anos", disse o executivo.

Com o primeiro crescimento em sua margem financeira bruta em seis trimestres seguidos, o BB espera que a linha tenha maior participação no lucro do banco a partir de 2019. "Sabíamos que neste ano o maior direcionador do resultado seria os menores gastos com inadimplência somados ao crescimento de receita e controle de despesas administrativas", acrescentou o vice-presidente do BB, Bernardo Rothe.

O presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher, afirmou que os spreads continuam com tendência de queda no País, mas que, a despeito disso, o banco segue confortável com o guidance para a margem com clientes - que reflete as operações de crédito sensíveis a spreads.

Em termos de rentabilidade, o Santander roubou novamente a cena ao entregar retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) de 19,5%, ante 19,1% obtido de janeiro a março. Segundo os analistas do BB Investimentos Kamila Oliveira e Carlos Daltozo, a rentabilidade do banco deve superar a marca histórica dos 20% nos próximos trimestres. Apesar de admitir que há espaço para continuar melhorando o indicador, o presidente do Santander, Sérgio Rial, não quis detalhar a expectativa do grupo para o retorno.

Enquanto isso, o BB segue debruçado em equiparar sua rentabilidade ao dos pares privados. No segundo trimestre, o banco melhorou seu indicador, que foi a 13,80% ao final de junho, ante 13,20% em março. O Itaú seguiu na liderança em rentabilidade. O retorno recorrente sobre o patrimônio líquido médio anualizado do banco foi a 21,6% no segundo trimestre, contra 22,2% nos três meses anteriores. Já a rentabilidade do Bradesco teve queda de 0,2 ponto porcentual, para 18,4%, na mesma base de comparação.

 

Poupador ainda prefere gerente de banco no aconselhamento de investimento

Embora o sistema bancário e os processos de investimento caminhem aceleradamente para a digitalização, grande parte dos poupadores prefere buscar informações diretamente com o gerente de banco.

Levantamento feito pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima) mostrou que 41% da população investidora, que aplica em produtos financeiros, vai às agencias pedir aconselhamento. Nas 3,4 mil entrevistas realizadas em 152 municípios, a Anbima verificou que esse porcentual é composto em 42% por pessoas com idade entre 45 e 59 anos.

 

Brasil é altamente vulnerável devido à incerteza com eleições, diz IIF

O Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) afirmou nesta quinta-feira, 9, que o Brasil é "altamente vulnerável" no âmbito fiscal em meio à incerteza com as eleições deste ano. No entanto, a baixa exposição do País a choques externos "é um fator atenuante", de acordo com o instituto.

Segundo o IIF, a dívida pública é moderada nos mercados emergentes como um todo, mas está acima de 60% em alguns países, como o Brasil. "Os emergentes altamente endividados têm planos de políticas para reduzir a dívida no médio prazo", aponta o instituto, embora ressalte que a capacidade dos emergentes de fazer ajustes fiscais "é incerta". Nesse sentido, o IIF aponta, ainda, que Brasil e Argentina devem ver uma dívida em rápido crescimento, mesmo com os níveis já altos.

Não por acaso, o instituto aponta que a vulnerabilidade fiscal é elevada no Brasil, na Argentina e na Ucrânia, sendo que os dois últimos estão em programas do Fundo Monetário Internacional (FMI), o que poderia reduzir a vulnerabilidade caso esses planos sejam bem-sucedidos. "No Brasil, as próximas eleições aumentam os riscos de dívida alta e crescente", aponta o IIF.

Em relação à Turquia, a organização acredita que o país é "um dos principais casos de altos desequilíbrios externos", embora não apresente vulnerabilidades fiscais muito elevadas, devido aos empréstimos externos feitos pelo setor privado.

 

O GLOBO

Bancos públicos perdem espaço na concessão de crédito

Os bancos privados retomaram o apetite pela concessão de crédito para empresas e consumidores. Como os concorrentes públicos não estão seguindo o mesmo caminho, as instituições privadas vêm garantindo o aumento de sua participação no mercado.

As instituições controladas pelo governo respondem por 53% do saldo de empréstimos do país, que era de R$ 3,130 trilhões em junho. Embora ainda respondam por mais da metade do estoque, essa participação vem caindo desde 2015, quando atingiu o patamar recorde de 55,8%.

Essa perda de espaço reflete uma mudança de postura na atuação dos bancos públicos. Na crise financeira de 2008, o governo passou a usar essas instituições para conceder crédito e estimular a economia. Esse movimento ganhou força em 2012, quando Banco do Brasil e Caixa, principalmente, serviram de instrumento para forçar a redução dos juros finais ao tomador.

— Os bancos públicos foram usados no passado para atuarem como indutores da expansão de crédito e redução da margem de juros. Agora, essa atuação se dá de forma mais racional — afirma Glauco Legat, estrategista da Spinelli Corretora.

Na prática, o crédito nos bancos públicos está crescendo menos. No Banco do Brasil, o saldo em junho era de R$ 685,5 bilhões, um recuo de 1,5% em 12 meses e abaixo da projeção do BB, que esperava fechar o ano com uma expansão de até 4%. Na mesma base de comparação, a carteira de empréstimos do Bradesco subiu 4,5%, a do Itaú, 6,1%, e a do Santander, 13,3%. Caixa e BNDES ainda não divulgaram os balanços do segundo trimestre.

Paulo Caffarelli, presidente do BB, afirmou que o banco optou pela rentabilidade de sua carteira:

— A vida é uma escolha, e escolhemos a rentabilidade. Vamos abrir mão, caso necessário, da participação de mercado. Não significa que vamos entregar, mas vamos gerir nossa atuação de forma a aumentar a nossa rentabilidade.

O retorno do BB está em 13,8%, abaixo dos quase 20% dos grandes bancos privados.

No caso do BNDES, a lenta retomada da economia, que travou os grandes investimentos em infraestrutura, é a principal razão para a queda na concessão de crédito.

— Nossa natureza é destinar recursos para investimento e infraestrutura. Estamos em uma retomada da economia mais lenta do que o esperado, e há incertezas no cenário. A expansão da nossa carteira está relacionada ao crescimento da economia — explica Maurício Neves, superintendente da área de planejamento do BNDES.

O banco de fomento e outras instituições públicas respondem por cerca de 80% do crédito à infraestrutura no país. Essa participação não se alterou de forma significativa nos últimos anos, mas os desembolsos do BNDES estão em forte queda. No primeiro semestre, o tombo foi de 17%.

Este ano, o BNDES já vendeu R$ 6 bilhões em participações em empresas. O banco estima que esse valor chegue a R$ 10 bilhões até o fim do ano, segundo a diretora de Investimentos do BNDES, Eliane Lustosa.

Efeito da crise fiscal

No caso da Caixa, a instituição decidiu concentrar seus esforços no crédito habitacional, mas, mesmo assim, tem perdido espaço. O pé no freio foi necessário para evitar que o banco descumprisse as regras internacionais que exigem um patamar mínimo de patrimônio para balizar a concessão de novos empréstimos. Para ampliar o crédito, o banco precisa de dinheiro do Tesouro. Procurada, a Caixa não se pronunciou.

Haroldo Vale Mota, professor de finanças da Fundação Dom Cabral, afirma que essa perda de espaço dos bancos públicos já era esperada, uma vez que o governo não tem mais condições de injetar dinheiro:

— É uma consequência do problema nas contas públicas.

 

Agência de risco S&P mantém nota do Brasil em BB-, sem grau de investimento

A agência de classificação de risco Standard & Poor’s reafirmou nesta quinta-feira em BB- a nota de crédito do Brasil, enquanto a perspectiva segue estável.

A S&P havia reduzido a nota do Brasil de BB para BB- em janeiro, em função da demora na aprovação de medidas para reequilibrar as contas públicas e de incertezas devido às eleições deste ano.

Na semana passada, a Fitch, outra agência de risco, também reafirmou a nota do Brasil em BB-, citando igualmente as incertezas em relação à política fiscal no período eleitoral. Nos dois casos, a nota mantém o país sem grau de investimento, uma espécie de chancela conferida aos bons pagadores.

 

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