Terça-feira

VALOR ECONÔMICO

Bancos acompanham Caixa e diminuem juros de crédito imobiliário

Não demorou para que o setor privado respondesse ao corte da Caixa Econômica Federal nos juros do crédito imobiliário.

Depois de 17 meses sem redução, que custou parte de sua fatia nesse mercado, o banco público diminuiu até 1,25 ponto porcentual da taxa anual, igualando seus juros aos praticados pelos bancos particulares.

Mas, segundo Marcelo Prata, fundador do Canal do Crédito, agora que o banco público corre atrás de recuperar sua participação no mercado com taxas mais atraentes, o setor privado não deve abrir mão facilmente da fatia conquistada.

“Houve um movimento atípico, em que os bancos privados lideraram no ano passado os movimentos de baixa, o que geralmente é encabeçado pela Caixa”, explica Prata. “A resposta agora do setor privado, acompanhando a redução sinaliza principalmente o interesse dessas instituições financeiras no mercado de crédito imobiliário”.

Foi preciso menos de uma semana para que surgisse a primeira resposta ao movimento da Caixa, que passou suas taxa mínimas de 10,25% para 9%  ao ano no Sistema Financeiro de Habitação (SFH)  e de 11,25% para 10% no Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI).

O banco Santander anunciou então uma redução na taxa de 9,49% ao ano para 8,99% no SFH, e de 9,99% para 9,49% pela Carteira Hipotecária, sistema semelhante ao SFI.

O objetivo do movimento, segundo o presidente do banco, Sérgio Rial, foi conquistar participação nesse mercado. Em evento, o executivo declarou que o banco deve fomentar um processo de mudança, “com o estímulo à competição no mercado financeiro”.

Também em abril, o Bradesco desceu os juros de 9,3% para 8,85% ao ano do SFH, e de 9,7% para 9,3% ao ano no SFI. O banco não informou o dia em que a alteração foi realizada.

No Itaú, as taxa continuaram as mesmas, a partir de 9% ao ano para SFH, e 9,5% para SFI. Em nota, o banco afirma que “já realizou, ao longo dos últimos anos, diversas reduções de taxas para oferecer as melhores condições aos clientes”.

Oportunidade. Dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) confirmam o avanço dos bancos privados no mercado de crédito imobiliário. Em março deste ano, o Bradesco liderou o mercado, com uma carteira de R$ 1,1 bilhão, enquanto a Caixa apareceu em quarto lugar, com R$ 712 milhões. Um ano atrás, no mesmo mês, a Caixa era a primeira colocada, com R$ 2 bilhões.

A competição no ramo pode render grandes economias para quem pretende financiar um imóvel. Isso porque dados do Banco Central indicam um panorama mais geral de barateamento do crédito imobiliário: em um ano, a taxa média do mercado para financiamentos imobiliários caiu 3,7 pontos porcentuais, saindo de 14,5% ao ano em março de 2017, para 10,8% no mesmo mês de 2018.

Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), em média, cada ponto de redução do financiamento imobiliário impacta com a redução de 10% no montante final a ser desembolsado com o crédito, porcentual que tende a crescer conforme o tempo para quitação da dívida.

 

Mercado aposta em dólar mais alto e crescimento menor no fim de 2018

As projeções para o dólar no fim de 2018 entre os economistas do mercado consultados pelo Banco Central (BC) no Boletim Focus subiu de R$ 3,35 para R$ 3,37, conforme o levantamento divulgado nesta segunda-feira. É o terceiro avanço consecutivo. Quatro semanas antes, as apostas eram de dólar a R$ 3,30.

Para 2019, a mediana das expectativas continua sendo de dólar a R$ 3,40, como contemplado no documento anterior. Entre as casas que mais acertam as projeções, as chamadas Top 5, de médio prazo, as estimativas para a moeda americana estão em R$ 3,40 no fim de 2018 — uma alta em relação aos R$ 3,38 da pesquisa anterior — e em R$ 3,45 em 2019, mesmo nível das últimas duas semanas.

As estimativas para o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também tiveram uma nova rodada de elevações para os 12 meses seguintes: saíram de 4,08% para 4,12%, a sexta semana consecutiva de revisão para cima. Para o fim de 2018 e de 2019, as estimativas para a inflação oficial se mantiveram em 3,49% e 4,03%, respectivamente.

Entre os economistas que mais acertam as projeções, os chamados Top 5, de médio prazo, a mediana para o IPCA passou de 3,56% para 3,40% em 2018 e se manteve em 4% em 2019. As projeções para o crescimento da economia brasileira foram revistas para baixo em 2018, de 2,75% para 2,70%, e se mantiveram em 3% em 2019.

Não sofreram alterações em relação à última semana as medianas das expectativas para a taxa básica de juros, Selic, mantidas em 6,25% para o fim de 2018 e 8% para o de 2019 entre os economistas em geral e em 6,25% para este ano e 7,50% para o próximo entre os Top 5 de médio prazo.

 

Investimento desacelerou no 1º trimestre, aponta Ipea

Dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram forte desaceleração na formação bruta de capital fixo (FBCF), medida do que se investe em máquinas, equipamentos, inovação e construção civil, no início deste ano.

O crescimento de 0,3% no primeiro trimestre ante o último de 2017, feito o ajuste sazonal, foi a quarta taxa positiva dessa linha do Produto Interno Bruto (PIB), mas contrasta com a alta de 1,96% registrada no quarto trimestre do ano passado.

Em 2017, houve queda de 0,56% no primeiro trimestre, aumento de 0,4% no segundo e alta de 1,84% no terceiro, sempre na série com ajuste sazonal. Apenas em março, a formação bruta de capital fixo subiu 0,8% ante fevereiro, quando houve aumento de 1,9%. Em janeiro, o investimento caiu 4,9% ante dezembro, feitos os ajustes sazonais.

De um lado, o investimento no primeiro trimestre foi prejudicado pelos dados ainda frágeis da construção civil e pela categoria "outros", que engloba itens tão díspares como propriedade intelectual e lavouras permanentes, gado de reprodução, etc.

De outro lado, o consumo aparente de máquinas e equipamentos continuou a subir, indicando que continua o movimento de modernização do parque produtivo do país após anos de estagnação e deterioração.

No primeiro trimestre, enquanto a construção civil caiu 0,6%, a categoria "outros" recuou 1,9% e o consumo aparente aumentou 2,4%, todos ante o último trimestre de 2017, feito o ajuste sazonal. Na comparação com o mesmo período do ano passado, apenas a construção civil exibe queda, de 0,9%. A categoria "outros" sobe 0,8% e o consumo aparente de máquinas e equipamentos lidera com alta de 15,7%.

Na média, a formação bruta de capital fixo sobe 3,3% sobre os primeiros três meses de 2017, também uma taxa menor que a do quarto trimestre do ano passado, de 3,8%. A desaceleração dos investimentos é mais um dado a mostrar uma recuperação mais lenta que a esperada na economia.

Na semana passada, o IBGE informou que a produção industrial de março surpreendeu ao cair 0,1%, quando se esperava alta de 0,5% ante fevereiro. No trimestre, o setor ficou estagnado depois de crescer por quatro trimestres consecutivos. Nesse contexto, as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) também têm desacelerado.

A mediana das estimativas expressa no boletim Focus, do Banco Central, recuou de 2,9% em meados de fevereiro, antes da divulgação dos primeiros indicadores econômicos trimestrais, para atuais 2,7%. O Focus mostra, ainda, que a projeção para o crescimento do primeiro trimestre, ante o primeiro de 2017, que estava pouco acima de 2% no início do ano e chegou a 2,2% em meados de março, caiu para 1,75% na edição divulgada ontem.

As projeções para os demais trimestres também foram revisadas para baixo, de 2,8% para 2,6% no segundo; de 3,10% para 2,9% no terceiro; e de 3,4% para 3,33% no quarto. O Focus não tem previsões para o PIB trimestral com ajuste sazonal.

 

J.P. Morgan corta previsão duas vezes em pouco mais de 15 dias

A divulgação de indicadores econômicos abaixo do esperado fez o J.P. Morgan reduzir a estimativa para o crescimento de 2018 duas vezes em pouco mais de 15 dias. Em meados de abril, a equipe liderada pela economista Cassiana Fernandez cortou a projeção de expansão do PIB neste ano de 3% para 2,7%; no começo deste mês, baixou mais uma vez a previsão, desta vez de 2,7% para 2,4%.

O movimento mais recente foi uma reação à queda de 0,1% registrada pela produção industrial em março em relação a fevereiro, feito o ajuste sazonal - o banco previa uma alta de 1%. "A recuperação deverá ser mais gradual do que nós esperávamos", escrevem os economistas do J.P. Morgan.

Eles destacam que o mau resultado da produção industrial se seguiu a um relatório fraco sobre o mercado de trabalho, marcado pelo desempenho ruim dos salários reais (descontada a inflação).

A indústria teve uma pequena queda em relação a fevereiro, o que levou a produção a ficar estável na comparação com o quarto trimestre de 2017, na série livre de influências sazonais. Com o resultado decepcionante da produção industrial, o J.P. Morgan decidiu baixar outra vez a sua projeção para o PIB. Para o primeiro trimestre, o banco cortou a estimativa de crescimento de 0,6% para 0,5% em relação ao trimestre anterior - em meados de abril, já havia reduzido a previsão de 0,8% para 0,6%.

O número para o segundo trimestre também piorou, de 1,2% para 0,9% -a projeção era de 1,3% antes da revisão de 16 de abril. Ao explicar os motivos para a mudança nas previsões, a equipe de Cassiana aponta a herança estatística mais baixa que o resultado da indústria no primeiro trimestre deixou para o segundo - ela ficou negativa em 0,04%. Isso significativa que, se a produção industrial encerrar junho no mesmo nível de março, haverá queda de 0,04% no segundo trimestre.

Mas o fator mais importante foram os sinais desencorajadores do mercado de trabalho, diz o J.P. Morgan. Além disso, as incertezas em relação à persistência da recente desvalorização do câmbio também podem impactar o investimento no curto prazo, uma vez que bens de capital importados são parte significativa desse componente da demanda, observa o banco. Os economistas do J.P. Morgan dizem ainda que as decepções recentes sobre o crescimento afetam a visão do banco sobre a dinâmica eleitoral.

"Nós temos argumentado que a recuperação liderada pelo consumo, como nós esperamos, favoreceria os candidatos associados à continuidade do atual arcabouço de políticas", afirma o relatório. "No entanto, se a nossa previsão estiver correta e o PIB crescer apenas 2,4% neste ano, essa perspectiva se torna mais desafiadora, especialmente devido ao desapontamento no mercado de trabalho."

Ainda assim, os analistas do J.P. Morgan dizem que continuam a acreditar numa aceleração significativa do crescimento nos próximos trimestres, ainda que agora isso deva ocorrer especialmente na segunda metade do ano.

Os economistas do banco também ponderam que as estruturas partidárias, o financiamento e o tempo de televisão continuam a favorecer um candidato da coalizão de centro que apoie uma reforma da Previdência no ano que vem. Nesse cenário, se não houver um efeito negativo sobre a confiança empresarial depois das eleições deste ano, as perspectivas para a expansão da economia seguem positivas.

Para 2019, o J. P. Morgan elevou ligeiramente a projeção de crescimento, de 3,1% para 3,2%. Com a perda de fôlego da atividade econômica no primeiro trimestre, diversos bancos e consultorias têm revisado para baixo as projeções para o crescimento em 2018. O consenso de mercado do Boletim Focus do Banco Central (BC) mostrou ontem mais uma redução das projeções dos analistas para este ano, de 2,75% para 2,7%.

No fim de fevereiro e no começo de março, o número estava próximo de 3%, tendo alcançado 2,92%. O Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), por exemplo, cortou a sua previsão para 2018 no fim de abril, baixando-a de 2,8% para 2,6%. Para 2019, o consenso do Focus segue em 3%.

 

Governo também refaz conta do PIB para baixo

A previsão de crescimento econômico do governo para 2018 está sendo revista e tem um viés de baixa, em linha com o que tem acontecido no mercado, segundo apurou o Valor. Mas, além de estar refazendo suas contas sobre o nível de atividade deste ano, a equipe econômica também discute qual o melhor momento para anunciar o número que substituirá os 3% atualmente previstos nos documentos oficiais.

Até o próximo o dia 22 de maio, o governo tem que divulgar o segundo relatório bimestral de receitas e despesas deste ano. Nesse documento, também são divulgados os parâmetros macroeconômicos que devem ser levados em conta. Como os 3% dificilmente serão atingidos, o reconhecimento dessa realidade teria uma oportunidade oficial de ser feita.

Por outro prisma, há quem defenda esperar a divulgação do PIB do primeiro trimestre, que será feita só no fim do mês, para se ter um dimensão melhor do desempenho da economia no início do ano e assim traçar uma projeção mais segura. A decisão será tomada nas próximas semanas. Uma fonte considera que ficará estranho não rever a projeção já neste relatório bimestral, dado que há elementos suficientes para isso e não faria sentido colocar um número no qual já não se acredita em um documento oficial.

Embora uma fonte diga que os 3% de crescimento para este ano ainda não possam ser considerados fora do jogo, esta hipótese realmente tornou-se minoritária. O mercado, que há semanas vem reduzindo suas projeções de crescimento, na média já trabalha com 2,7% de expansão.

Como mostra reportagem abaixo, o JP Morgan reduziu por duas vezes nos últimos 15 dias suas estimativas de crescimento. No próprio governo há cenários com expansão inferior inclusive à projetada no mercado, com números em torno de 2,5% de crescimento. Oficialmente, o Banco Central já trabalha com um número de 2,6%, bem menos otimista que os formalmente divulgados pelo governo no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) e no primeiro relatório bimestral.

O dinamismo abaixo do esperado neste início de ano, reforçado por dados mais recentes como o da produção industrial - que caiu 0,1% em março, quando o governo e o mercado esperavam alta - tem sido também apontado por algumas fontes do governo como fator que levou aos dados ruins do mercado de trabalho no primeiro trimestre deste ano.

Embora o presidente Michel Temer e alguns analistas do governo tenham apontado que a flutuação negativa nesse início é normal, cálculos de dessazonalização feitos por algumas fontes governamentais apontam que o desempenho também foi negativo após esses ajustes feitos para excluir dos dados os efeitos típicos de cada período. Esse desempenho causou estranhamento em alguns analistas da equipe.

"O mercado de trabalho veio mais fraco do que se esperava. As surpresas ocorridas, com números abaixo do esperado, e volatilidade de indicadores afetam o mercado de trabalho. Além disso, incertezas com o ano eleitoral e a alta do dólar também afetam a disposição de contratação", comenta uma fonte.

Mesmo assim, as avaliações internas são de que, mesmo sem toda intensidade antecipada nas projeções mais otimistas do fim do ano passado e início deste ano, o governo ainda considera as perspectivas para a economia como favoráveis, bem como para a criação de empregos ao longo de 2018.

Ainda espera-se efeitos favoráveis que devem se materializar com a queda dos juros, em um ambiente no qual os indicadores de confiança de empresários e consumidores ainda estão melhores do que no passado. Embora tenham sido vistas surpresas negativas, o governo ainda acredita em um PIB positivo no primeiro trimestre e até considera a possibilidade de uma surpresa favorável advinda do setor externo na contabilidade do PIB, dado que as exportações nesse primeiro período do ano teriam crescido mais que as importações de bens e serviços.

 

Pressão no câmbio não deve levar inflação muito além de 3,5%, dizem economistas

Com o cenário de preços favorável ao consumidor, a recente alta do dólar deve apenas conter as frequentes revisões para baixo nas estimativas para a inflação deste ano, avaliam economistas. A trajetória benigna dos alimentos, a retomada em ritmo mais fraco da atividade econômica e a alta contida nos serviços seriam âncoras suficientes para fazer com que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) não suba muito mais do que 3,5% em 2018, apesar da taxa de câmbio mais depreciada.

A moeda americana renovou ontem a máxima de fechamento em praticamente dois anos, ao terminar o dia em R$ 3,5532. No ano, a valorização ante o real é de 7,23%. Como consequência da alta do dólar nas últimas semanas, os analistas consultados pelo boletim Focus, do Banco Central, elevaram suas estimativas para a taxa média de câmbio em 2018, de R$ 3,34 para R$ 3,37.

A previsão mediana para o indicador de oficial de inflação no ano, no entanto, permaneceu em 3,49% pela segunda semana consecutiva. Tudo o mais constante, o efeito líquido da desvalorização do real seria uma inflação maior este ano, mas há muitos outros fatores que vão segurar os preços, diz Fabio Romão, da LCA Consultores.

A LCA mantém em 3,5% sua projeção para o aumento do IPCA em 2018, embora tenha elevado de R$ 3,34 para R$ 3,39 a projeção para o dólar médio em igual período. "Em vez de promover uma alta maior dos preços, o que está acontecendo com o câmbio vai ao menos mitigar as consecutivas revisões para baixo nas estimativas de inflação", afirma Romão.

Os alimentos no domicílio - que subiram apenas 0,76% de janeiro a abril, considerando o IPCA-15 -devem registrar inflação menor do que 2% em 2018, diz, ante uma estimativa anterior de cerca de 4%. De 2011 a 2016, estes preços subiram 8,7% ao ano, em média. Segundo o economista, o fenômeno climático La Niña pressionou as cotações de milho e soja, que são insumos para rações animais e, por isso, poderia ter efeito sobre os preços de proteínas animais, diz.

 No entanto, o embargo da União Europeia às importações de carne de frango do Brasil provocou uma sobreoferta deste item no mercado doméstico, o que tem contribuído para manter os preços em nível reduzido. Além da questão dos alimentos, a atividade em ritmo mais modesto é outro fator que vai ajudar a conter eventuais pressões vindas do câmbio, na avaliação de Marcio Milan, da Tendências Consultoria.

"A inflação corrente ainda mostra um quadro bastante positivo, num contexto de atividade ainda derrapando e sempre surpreendendo para baixo", diz. Assim, complementa, preços como bens industrializados podem mostrar um comportamento ainda mais tranquilo, apesar do câmbio mais alto.

Para Milan, é pouco provável, ainda, que a divisa americana se mantenha no nível atual, o que também inibe repasses cambiais mais significativos aos preços. "A cotação mudou de patamar no curto prazo, mas este é um movimento muito ligado às incertezas pontuais causadas pelas eleições", diz. Como a consultoria trabalha com a hipótese de que o próximo presidente eleito manterá a política econômica, a tendência é que o dólar encerre o ano entre R$ 3,30 e R$ 3,35, acredita.

André Muller, da AZ Quest, considera uma taxa de câmbio de R$ 3,40 em dezembro em seu cenário de alta de 3,75% para o IPCA em 2018. Caso a moeda americana se mantenha no nível atual por mais tempo do que o previsto, revisões para cima nas projeções inflacionárias serão necessárias, diz o economista.

"Há no cenário uma probabilidade de que a taxa de câmbio fique mais depreciada. A pergunta é quanto disso será repassado aos preços", comenta Muller, tendo em vista a atividade ainda fraca. Nos cálculos da gestora de recursos, cada 10% de depreciação adiciona 0,7 ponto ao IPCA.

Romão, da LCA, estima que o índice de inflação sobe 0,9 ponto a cada 10% de desvalorização cambial, mas não descarta que, tendo em vista a elevada ociosidade na economia, o chamado "pass-through" esteja um pouco menor.

 

O ESTADO DE SÃO PAULO

Governo estuda ampliar ‘Minha Casa’ para famílias mais pobres

O governo estuda ampliar o programa habitacional "Minha Casa, Minha Vida" (MCMV) para famílias carentes. A iniciativa tenta dar ânimo ao setor da construção civil ao mesmo tempo em que dá uma resposta federal ao debate sobre habitação popular após o desabamento do edifício ocupado por famílias carentes no centro de São Paulo. O estudo para ampliar o programa habitacional foi confirmado pelo presidente da Caixa Econômica Federal, Nelson Antônio de Souza. O tema é acompanhado de perto pelo presidente Michel Temer.

A ampliação do programa tende a ocorrer com o remanejamento de recursos e injeção de dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Segundo pessoas que acompanham o debate no governo, a ideia é beneficiar famílias mais carentes, especialmente a faixa 1 - que têm renda familiar de até R$ 1,8 mil e pagam prestações mensais entre R$ 80 e R$ 270 por até 120 meses. Algumas das opções também contemplam a ampliação do número de casas da faixa 1,5 - com renda entre R$ 1,8 mil e R$ 2,6 mil, mas a prioridade são as famílias mais pobres.

O tema foi debatido nesta tarde no Ministério do Planejamento, exatamente a pasta que administra imóveis da União, inclusive o edifício Wilton Paes de Almeida que foi consumido pelo fogo e desabou em São Paulo. A proposta é aumentar o número de famílias beneficiadas na base do MCMV. Reportagem do Estadão/Broadcast publicada em janeiro mostrou que em 2017 o governo contratou apenas 23 mil moradias destinadas a famílias que ganham até R$ 1,8 mil. Isso representa apenas 13,5% da meta de 170 mil unidades para o ano.

Ao deixar reunião com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, o presidente da Caixa, Nelson Antônio de Souza, confirmou os estudos. Segundo ele, o tema é analisado conjuntamente pelos ministérios das Cidades, Planejamento, Fazenda e a própria Caixa. Questionado sobre a perspectiva de benefício das famílias da faixa 1,5 - com renda entre R$ 1,8 mil e R$ 2,6 mil, Nelson Antônio de Souza disse que "não sei se vai chegar" a esse grupo intermediário.

"Tudo será feito de maneira bastante responsável. Essa é uma orientação do próprio presidente e da equipe econômica", disse o presidente da Caixa. O modelo para a ampliação e a palavra final será do próprio presidente Temer. Atualmente, o governo prevê 650 mil unidades habitacionais em 2018 para todas as faixas do MCMV que beneficia famílias com renda de até R$ 7 mil.

Com o reforço do programa habitacional, o governo Temer tenta incentivar a atividade da construção civil, segmento que tem grande capacidade de geração de empregos. Ao mesmo tempo, seria uma maneira de Brasília reagir ao problema da habitação popular urbana que voltou ao centro do debate nacional após a tragédia no centro da capital paulista.

 

'Criptomoeda é um veneno', afirma Warren Buffett

O megainvestidor Warren Buffett deu um recado duro à plateia durante encontro de acionistas de seu grupo, o Berkshire Hathaway, realizado no fim de semana, nos Estados Unidos: a busca por lucros por meio das criptomoedas, conhecidas como bitcoins, é uma “demência”.

Segundo o megainvestidor, trata-se de um ativo que não agrega valor à economia, como fazem as ações de empresas, por exemplo.

Em respostas que não pouparam adjetivos pouco lisonjeiros ao bitcoin, que considera puramente especulativo, o investidor frisou que esse tipo de negócio “é veneno de rato ao quadrado”. Apesar da oposição de Buffett, as criptomoedas vêm ganhando terreno: em 2014, o bitcoin valia US$ 600; hoje, é negociado a cerca de US$ 10 mil.

Buffett, que já tinha comparado a bitcoin ao ouro, foi ainda mais longe: ele comparou a febre das moedas digitais à das tulipas, no século 17, nos Países Baixos. Logo após a introdução das tulipas no solo holandês, ampliou-se a venda de bulbos da flor. A procura foi tamanha que, por volta de 1630, surgiram contratos futuros de tulipas. Anos mais tarde, diante da redução da confiança nesses contratos, eles perderam seu valor, levando muita gente à falência.

Diante das duras críticas de Warren Buffett, o valor do bitcoin, que havia chegado próximo da marca de US$ 10 mil nos últimos dias, caiu 6% no domingo e mais 2% ontem, fechando o dia a US$ 9,3 mil.

Ao responder a uma pergunta da plateia, o investidor afirmou que o bitcoin e outras moedas digitais vão levar seus investidores a “finais infelizes”. Ele também deu a entender que os entusiastas das criptomoedas são jogadores, e não investidores com intenções sérias.

Elogios. Buffett, que é sócio de grandes empresas de consumo – entre elas a Kraft Heinz, em parceria com os brasileiros do 3G Capital –, pretende investir mais em tecnologia. Uma das meninas de seus olhos atualmente é a gigante Apple.

O fundo Berkshire Hathaway tem hoje 5% da fabricante do iPhone, participação avaliada em mais de US$ 45 bilhões. Neste fim de semana, no entanto, ele afirmou que tem apetite para mais. “Eles têm um produto especial, com um grande ecossistema”, disse Buffett. Atualmente, a Apple está avaliada em US$ 939 bilhões.

 

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