Quarta-feira

VALOR ECONÔMICO

Onze trimestres de recessão geraram queda de 8%, afirma Considera

O pesquisador do Ibre/FGV Claudio Considera refez as contas do Produto Interno Bruto (PIB) incorporando as informações mais recentes do IBGE - sobre os dados da atividade econômica de 2015 - e concluiu com uma releitura da recessão de 2014 a 2016: a contração do PIB no período foi de 8% e não de 8,6% conforme os indicadores originais do IBGE.

Ou seja, foi a mais longa - 11 trimestres consecutivos de queda da atividade - e mais profunda desde que a Fundação Getulio Vargas começou a calcular as contas nacionais, em 1947. Mas foi um pouquinho menor do que o IBGE anunciou inicialmente. Ele refez, também, as estimativas para os três primeiros trimestres deste ano.

Pelas informações recentes do IBGE, a taxa negativa do PIB no ano de 2015 seria de 3,5% e não de 3,8%. Com base nos dados trimestrais dessazonalizados, a taxa de 2016 estimada pelo Monitor do PIB da FGV passaria a uma retração de 3,4%, e não de 3,6%. O PIB trimestral, na série dessazonalizada, cresceu até o primeiro trimestre de 2014, quando iniciou o período de queda só revertido no primeiro trimestre de 2017.

Conforme os resultados oficiais divulgados pelo IBGE, nos 11 trimestres em questão a queda do produto foi de 8,6%. Na sexta feira o IBGE divulgará os dados novos com base nas informações atualizadas. Segundo o pesquisador, as mudanças vão implicar, também, na revisão do crescimento dos primeiros três trimestres de 2017.

Suas estimativas são de que a economia cresceu 0,9% no primeiro, 0,25% no segundo e apenas 0,1% no terceiro trimestre deste ano. Com base nas estimativas da atividade em 2016 a coordenadora do Boletim Macro do IBRE, Sílvia Matos, recalculou a projeção para o PIB deste ano de um crescimento de 0,8% para 0,9%.

Para ela, os novos indicadores permitem uma leitura positiva da atividade econômica este ano, com a recuperação disseminada. Considera ponderou que os dados do terceiro trimestre do ano são os mais complicados de acertar por causa da quantidade de revisões feitas pelo IBGE. Ele avalia que a recuperação da economia será mais forte no último período do ano

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Ajuste fiscal é política de Estado e vai além da eleição, diz diretor do Banco Mundial

O ajuste fiscal brasileiro é um desafio que vai além das eleições de 2018, afirma Martin Raiser, 49, diretor do Banco Mundial para o Brasil.

No relatório apresentado na semana passada, o Banco Mundial recomendou ações que poderiam produzir uma economia de até 8,3% do PIB em dez anos, sem afetar os mais pobres. Entre elas, a cobrança de mensalidade em universidade pública.

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Folha - Como tem sido as reações desde a divulgação das sugestões?

Martin Raiser - Gostaria de destacar que a nossa ideia não era apresentar uma lista de recomendações. Era fazer um diagnóstico da situação fiscal do país. O trabalho começou com o [ex] ministro [Joaquim] Levy e foi bastante detalhado, envolvendo técnicos da Fazenda, do Planejamento, da Saúde, da Casa Civil e do Ipea.

Nossa ideia principal era demonstrar que o Brasil tem que fazer um ajuste. Senão, entrará numa crise de dívida aguda. Segundo, é possível fazer esse ajuste de um jeito que reduza a desigualdade. Identificamos que o Estado brasileiro gasta mal e que suas transferências beneficiam mais os ricos do que os pobres. Dá para fazer um ajuste sem prejudicar os mais vulneráveis e os mais pobres.

Acredita que as sugestões serão acolhidas pelos candidatos à Presidência em 2018?

O ajuste é um desafio de médio prazo, que vai muito além das próximas eleições. A economia necessária é de 5% do PIB e, por isso, é um ajuste que vai decorrer de ações a serem tomadas nos próximos dez anos. É uma política de Estado, não de eleição, vai muito além do mandato do novo presidente.

Vê espaço político para que essa agenda avance?

Estudos internacionais demonstram que os ajustes são sempre mais bem-sucedidos em momentos de retomada da economia e do ponto de vista do crescimento econômico. Reduzir o gasto ineficiente tem mais impacto do que aumentar a receita. Um ajuste bem-sucedido não necessariamente significa prejuízo eleitoral, ao contrário.

Embora mencionem no relatório, o aumento de impostos à parcela mais rica da população não entrou na lista de recomendações. Por quê?

Estruturalmente, a crise fiscal brasileira não é de receita. A receita foi afetada pela recessão, mas, principalmente, o que se constata é um aumento estrutural do gasto nos últimos 15 anos. Não pode continuar desse jeito. Isso está ligado a regras de vinculação de despesas no Orçamento e, sem enfrentar esse gargalo, será muito difícil estabilizar as contas públicas. Mas isso não significa que não seja necessário fazer uma reforma para reduzir a desigualdade que vem da área tributária.

Não é só o gasto público que beneficia mais a classe média e os de renda mais alta. Ricos e pobres pagam o mesmo imposto quando consomem e isso provoca uma desigualdade elevada na carga tributária.

Se a nossa análise do gasto tivesse mostrado que todos os programas são bem desenhados e que ajudam a reduzir a pobreza, claro que daríamos mais ênfase do lado da receita. Mas nossa análise tem demonstrado que o gasto não está sendo bem alocado. O Estado está pegando dinheiro do pobre e dando para o mais rico, via subsídios e incentivos a setores industriais.

Chamou atenção a disparidade entre o pagamento a funcionários públicos e os da iniciativa privada. O Brasil está fora do padrão no mundo?

O serviço público no Brasil é de alta competência. Mas, mesmo tomando em conta a qualificação, o background desse funcionário, ele ganha muito mais do que a mesma pessoa ganharia no setor privado. É muito fora do padrão.

Em quais outras áreas o Brasil está fora do padrão mundial?

Na Previdência. É o maior gasto dos emergentes. Gasta o mesmo que o Japão, que tem uma população bem mais envelhecida. Em 20 anos, terá uma população tão envelhecida quanto a do Japão e o gasto será superior a 20% do PIB.

Com a versão enxuta da reforma, apresentada pelo governo, aumenta a pressão sobre demais medidas de ajuste?

Não chegamos a avaliar a nova proposta. Isso faz parte da discussão política e o Banco Mundial não vai entrar. Mas, se o Brasil não fizer a reforma, vai ter de fazer uma maior em pouco tempo. Mesmo com a reforma, o Brasil terá que fazer uma nova rodada em 7, 10 anos.

Em sua avaliação, o ajuste já começou?

Alguns passos foram dados, o teto [de gastos] é claro. A redução da desoneração da folha deveria ter continuado. Há propostas sendo discutidas sobre o salário do servidor.

Se não enfrentarmos essa agenda, é certo que serão os mais pobres os afetados?

Não é a primeira vez que o Brasil enfrenta um ajuste fiscal. Nas últimas vezes, esse ajuste veio pela inflação e são os mais pobres que sofrem mais quando a inflação sobe.

Alguns ligaram as sugestões a uma agenda liberal.

Não estamos contra incentivos à indústria, mas é preciso ter resultado. Em geral, essas políticas no Brasil têm pouca avaliação e, quando têm, não demonstram ter efeito algum. Na política social, o Banco Mundial sempre foi um grande apoiador e admirador do Bolsa Família. O relatório mostra que o programa faz uma transferência importante para a faixa mais pobre da população. É um exemplo de política que é avaliada, dá certo, e que daria para ampliar.

No caso do ensino superior, países como o Chile estão tentando reverter o caminho do ensino 100% privado para melhorar a desigualdade.

As políticas para aumentar o acesso ao ensino superior estão nas universidades privadas, com o ProUni e o Fies. Nos últimos anos, houve expansão significativa de acesso à universidade publica, mas os mais pobres ainda representam 20% dos estudantes das universidades federais –65% dos alunos estão entre os 10% mais ricos da população. Ao introduzir uma contribuição para a parcela mais rica, seria possível ampliar o acesso ao ensino.

 

Portos esperam por investimentos bilionários e novas concessões

A expectativa de investimentos em logística não existe só entre grupos que administram a malha ferroviária.

Empresas ligadas ao setor de portos também fazem planos para ampliar a capacidade e modernizar operações.

Os modais são interdependentes. Se o volume de cargas nos trens aumentar, os portos precisarão se adequar.

A integração é tão importante que o leilão da Norte-Sul, previsto para o segundo semestre, só deve acontecer em 2018 porque o governo precisou garantir uma saída da carga transportada para o mar e entrar em acordo com concessionárias que conectam a ferrovias a portos para avançar com o processo.

O PPI, programa federal para fomentar investimentos em infraestrutura, tem 10 projetos portuários em andamento. Do total, com previsão de R$ 5,819 bilhões de investimentos, oito foram concluídos com o equivalente a R$ 1,32 bilhão.

O setor deverá investir em torno de R$ 23 bilhões nos próximos cinco anos entre modernização, ampliação e novos projetos, segundo José Di Bella, diretor-presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários.

"A relação entre ferrovias e portos é umbilical, é quase um sistema único, em especial quando se fala em exportações", explica.

Fabrizio Pierdomenico, sócio da consultoria Agência Porto, lembra que pode haver descompasso entre crescimento de ferrovias e capacidade dos portos se não houver celeridade na publicação dos editais para novas concessões e na renovação de contratos. "Investimentos bilionários devem sair do papel assim que a parte burocrática for resolvida".

 

Empresários da construção cobram normalização de crédito imobiliário da Caixa

São Paulo, 28 - Os empresários do setor de construção têm feito coro para cobrar a normalização da liberação de financiamentos da Caixa Econômica Federal para a compra e a construção de imóveis no País. O gargalo na concessão de crédito tem ocorrido há cerca de dois a três meses e passou a se intensificar nos últimos dias. O banco enfrenta restrições para liberar novos empréstimos devido à necessidade de adequar sua estrutura interna às novas regras do Acordo de Basileia.

"Nas duas últimas semanas, a situação voltou a apertar", conta Rodrigo Luna, presidente da incorporadora Plano & Plano, empresa parceira da Cyrela e focada nas moradias para a população de menor renda, dentro do Minha Casa, Minha Vida. Nesse segmento, as empresas são ainda mais impactadas pelos gargalos da Caixa. O banco responde por 65% do mercado de crédito imobiliário, mas esse patamar sobe para 95% no mercado de baixa renda.

Luna diz que a Plano & Plano ouviu da Caixa que a situação será normalizada em breve, motivo pelo qual a incorporadora não deixou de lançar novos projetos. Na última semana, foram lançados dois empreendimentos e mais dois estão previstos até o fim do ano, afirma o executivo.

O presidente da Associação Brasileira das Incorporadoras (Abrainc), Luiz França, afirma que o problema é preocupante, mas confirma que o banco e o governo federal já sinalizaram que tratarão com prioridade as iniciativas para normalizar os empréstimos. "Nós trabalhamos com a hipótese de que esse é um problema que será resolvido nos próximos dias. Não vemos outra hipótese", ressalta França.

Ele diz que, diante da indisponibilidade de recursos, a Caixa tem priorizado o financiamento de imóveis para famílias com renda de até R$ 4 mil, enquanto os demais segmentos dificilmente conseguem os empréstimos. Apesar desse cenário, França diz que o mercado imobiliário segue com a tendência de recuperação e pode fechar 2018 com crescimento. No acumulado do ano até agosto, as vendas subiram 25,5%, enquanto os lancamentos recuaram 3,5%, segundo pesquisa da Abrainc com a Fipe.

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, alertou na segunda-feira para o risco de o mercado imobiliário residencial sofrer um encolhimento no próximo ano, mesmo que haja continuidade das melhoras macroeconômicas, como redução da inflação e dos juros. Na sua avaliação, o setor permanece pressionado pelos gargalos de crédito da Caixa, que se somam a outros problemas, como a falta de regras claras para os cancelamentos de contratos de compra e venda de imóveis na planta (distratos).

"O mercado tem todas as condições para crescer. Mas se essas questões não forem resolvidas, vemos o risco de os números (de lançamentos e vendas) do mercado em 2018 serem menores", disse Martins. "Não está faltando cliente. O que faltam são condições para esses clientes adquirirem o tão desejado imóvel. As condições macroeconômicas melhoraram, mas só isso não é suficiente", frisou.

Cadeia da Construção

A Abrainc e a Fipe lançaram nesta terça um estudo que busca evidenciar o tamanho da cadeia da construção e os seus impactos sobre a economia. O estudo estima que foram lançadas 6,3 milhões de unidades residenciais pelas incorporadoras no País entre 2008 e 2017, dos quais 77,8% são moradias populares enquadradas no programa Minha Casa Minha Vida, 20,7% são residências de médio e alto padrão e 1,6% imóveis comerciais.

A atividade de construção e incorporação imobiliária foi responsável pela geração de 1,9 milhão de empregos no período de 2010 e 2017. Os postos de trabalho se espalharam por toda a cadeia produtiva, incluindo atividades que são impulsionadas pela formação de novos lares. Do total de empregos gerados, 372,5 mil (19,7%) foram para a indústria de transformação, 310,6 mil (16,4%) para o comércio e 305,2 mil (16,1%) para a construção.

O levantamento mostra ainda que a incorporação imobiliária e as atividades a ela associadas arrecadaram cerca de R$ 157,4 bilhões de 2010 a 2017, uma média de R$ 19,7 bilhões por ano. Desse montante, 41,7% foram para os cofres do governo federal, 37,9% para o estadual e 20,4% para as prefeituras municipais.

 

Minha Casa Minha Vida responde por quase 78% dos lançamentos imobiliários desde 2008, mostra estudo

As incorporadoras imobiliárias lançaram um total de 6,3 milhões de unidades entre 2008 e 2017, sendo que 77,8% dentro do programa habitacional Minha Casa Minha Vida, mostrou estudo divulgado nesta terça-feira pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Os empreendimentos de médio e alto padrão corresponderam a 20,7% dos lançamentos desde 2008 até agosto deste ano, enquanto imóveis comerciais representaram 1,6%, destacou o economista da Fipe, Eduardo Zylberstajn, ao apresentar o estudo "Cadeia de valor e importância socioeconômica da incorporação imobiliária no Brasil", em São Paulo.

Segundo Zylberstajn, o setor respondeu pela criação média de 1,9 milhão de empregos por ano em todo o país entre 2010 e 2017.

- O pico da geração de empregos foi em 2014, quando foram gerados 2,5 milhões de vagas - comentou o economista.

O estudo apontou, ainda, que a arrecadação de impostos com incorporação imobiliária e atividades relacionadas foi de R$ 157,4 bilhões entre 2010 e 2017, o equivalente a uma media de R$ 19,7 bilhões por ano. O auge também foi observado em 2014, quando o setor arrecadou R$ 25,1 bilhões.

RECUPERAÇÃO E DISTRATOSO

O presidente Abrainc, Luiz Antonio França, disse no mesmo evento que a retomada da economia já pode ser percebida nos indicadores industriais e que as atividades de incorporação imobiliária e as reformas são cruciais para o Brasil sair da recessão.

"O governo está ciente dos problemas enfrentados e busca reduzir os custos A reforma da previdência é o próximo marco dessa fase", afirmou França durante o lançamento da campanha "Do mesmo lado", na qual a entidade se posiciona "ao lado do crescimento do país".

Ele disse, contudo, que as incorporadores e investidores do setor imobiliário precisam da regulamentação dos distratos para se sentirem seguros em aplicar dinheiro nos empreendimentos. "A regra trará recursos e segurança para os investimentos no setor", disse França.

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