Segunda-feira

O ESTADO DE SÃO PAULO

'Governo deve insistir na reforma da Previdência'

O cenário para a aprovação da reforma da Previdência está difícil, mas o governo deve fazer um esforço para conseguir passar o que for possível das medidas o quanto antes, afirma o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita, ex-diretor do Banco Central. Um dos riscos de deixar a reforma para o próximo presidente pode ser um novo rebaixamento do rating soberano do Brasil, disse ele em entrevista ao Estadão/Broadcast. Já a aprovação pode ajudar o Banco Central a reduzir ainda mais a taxa de juros. Mesquita prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) do País vai crescer 3% em 2018, puxado pelo consumo. A seguir, os principais trechos da entrevista.

O sr. acredita que a reforma da Previdência, mesmo que diluída, tem chance de ser aprovada neste governo?

Acho que está difícil. Primeiro, pelo fato de que o tempo está acabando e tem outras pautas que podem ser prioritárias, como a própria pauta do ajuste fiscal de curto prazo, que são as medidas para atingir a meta fiscal (de déficit de R$ 159 bilhões) em 2018. Há outras pautas importantes para os congressistas, como a segurança pública. Parece que há um certo “engarrafamento legislativo”. Não é impossível que uma versão light seja aprovada, mas está se tornando mais difícil, dada a questão do tempo. O ideal é passar o que for possível o quanto antes, porque a cada momento que se adia a reforma, o problema não é resolvido e faz com que a reforma tenha de ser mais severa, as regras de transição mais abruptas. A versão mais light geraria economia de 50% da economia proposta pelo governo.

Se a reforma da Previdência não passar este ano, as agências de rating podem rebaixar o Brasil novamente?

A comunicação das agências tem sinalizado que a manutenção do rating do Brasil pode ser desafiadora se não avançar a reforma da Previdência. A equipe econômica goza de enorme credibilidade, mas as agências ressaltam que, ao avaliar um país, consideram não só as políticas, mas o comprometimento da classe política como um todo com a solvência do país. Se essa elite dirigente, que envolve Executivo, Legislativo e Judiciário, não consegue chegar a um acordo a respeito das medidas para estabilizar a dívida, o rebaixamento acaba sendo inevitável.

Nos últimos anos, vimos um enorme salto da dívida pública em relação ao PIB. Para onde caminha essa situação?

Com a volta do crescimento da economia, o efeito da queda dos juros e a devolução de recursos do BNDES ao Tesouro, o ritmo de crescimento da dívida bruta nos próximos um ou dois anos vai ser bem mais lento do que foi nos últimos dois anos. Não significa, de forma alguma, que a questão fiscal está sendo resolvida. Continuamos com um problema fiscal muito sério, que é transformar um déficit primário (resultado das receitas menos as despesas do governo, sem contar o pagamento dos juros da dívida) de 2,5% do PIB em um superávit ao redor de 2,5%, ou seja, um desafio de 5 pontos do PIB. É muito difícil conseguir superar esse desafio e também viver com outra trava fiscal, que é o teto de gasto, sem a reforma da Previdência. Se tiver reforma, pode ser que a relação dívida/PIB se estabilize. Sem reforma, não tem perspectiva.

O governo vai conseguir cumprir o teto de gastos nos próximos anos?

Estimamos que consegue cumprir, sem a reforma da Previdência, este ano e em 2018. Mas em 2019 complica e em 2020 fica inviável.

Qual o cenário para a taxa de juros no País?

Seguimos com a previsão de que o atual ciclo de cortes vai terminar com a Selic em 6,5%. Me parece claro que, se passar a reforma da Previdência, ainda que seja uma versão mais diluída, tem chance maior de o BC continuar reduzindo os juros no início de 2018. Se a reforma não encontrar respaldo no Congresso, essa chance diminui. Não é condição absolutamente necessária a aprovação das reformas, mas acho que favoreceria de forma importante a continuidade do ciclo no ano que vem.

Com a retomada da economia e a volta do consumo, o País corre o risco de ter inflação de demanda?

Estimamos que a folga na economia, o hiato de produto, muito provavelmente só vai se fechar lá para 2020. Assim sendo, deve ser esse o prazo para termos pressão de demanda, o que não quer dizer que não existam riscos no cenário inflacionário. Tem riscos do lado da oferta, algumas pessoas já estão começando a ficar preocupadas com o comportamento do preço de alimentos, que foi uma ajuda muito grande para trazer a inflação cheia para baixo. Um movimento mais agressivo de política monetária lá fora poderia ensejar uma depreciação da moeda, o que teria implicação inflacionária.

O que esperar do investimento?

Já devemos ver recuperação do investimento no terceiro trimestre. O consumo de bens de capital teve recuperação, o setor de construção, que vinha em contração, deve ter tido atividade estável. Para 2018, prevemos expansão de 3% do PIB, muito em função dos efeitos defasados da política monetária. Vamos ver o efeito mais intenso do corte de juros na atividade a partir já talvez deste trimestre e no ano que vem.

A retomada de investimentos por parte das empresas pode ficar para depois das eleições?

Depende do grau de incerteza que o processo eleitoral pode vir a suscitar. Se existe um certo consenso sobre o tipo de política econômica que será implementado após 2019, aí a incerteza tende a ser mais limitada. Os pré-candidatos não têm propostas econômicas e não estão falando sobre isso. É um tema meio árido para a maioria da população e é razoável que não seja mencionado na largada. O cenário fiscal incerto, que tem a ver com trajetória de reformas e a política econômica depois de 2019, é algo que pode atuar negativamente sobre o investimento. Se tivermos eleição em que todos os principais candidatos se comprometam com o ajuste fiscal, a eleição passa a ser algo que não vai elevar a incerteza fiscal.

 

O GLOBO

Caixa retém saldo de FGTS, mas não libera crédito imobiliário

Com o mercado imobiliário ainda em clima de incertezas, compradores e vendedores de imóveis que recorrem à Caixa Econômica Federal têm enfrentado um desafio extra para fechar negócios. Muitos adquirentes, com créditos já aprovados, aguardam há meses a assinatura de seus contratos e a liberação de financiamentos. A espera pode passar de quatro meses. Fontes da instituição informam que gerentes de agências de todo o país enfrentam dificuldades para liberar os recursos por carência de verbas. O banco adotou a execução mensal do orçamento e vem interrompendo liberações quando o limite é atingido.

Foi o que aconteceu com a família do especialista em telecomunicações Vitor Vidal, de 35 anos. Ele adquiriu um imóvel na planta, há cerca de três anos, na Zona Norte do Rio. Com o fim das obras, buscou crédito no banco. O financiamento foi aprovado em agosto, quando a Caixa resgatou os recursos de sua conta de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), mas o empréstimo não saiu.

- Já tínhamos tudo pronto para a mudança. Nossas coisas estão encaixotadas. Fomos informados que não há "dotação orçamentária"e só agora prometeram devolver o dinheiro do FGTS- disse.

Para muitos, a saída é buscar financiamento em outros bancos, incluindo os privados.

- Se a Caixa está descapitalizada, não poderia ter iniciado o processo, com a abertura da conta para o cliente e o saque do FGTS. Agora, a alternativa é procurar outro agente financeiro - disse o consultor imobiliário Alex Strotbek.

O corretor de imóveis Alessandro Neves de Lima, de 41 anos, tem um cliente que aguarda o crédito há 45 dias.

- Para não desistir do negócio, o comprador propôs pagar a mensalidade de um outro financiamento imobiliário feito pelo dono do imóvel que ele deseja comprar, até a liberação do dinheiro. Há casos de proprietários que estão aguardando os recursos para comprarem outros imóveis.

Empréstimos chegam a R$ 62 bi

A Caixa informou que substituiu o modelo de dotação anual de recursos para financiamentos imobiliários e adotou um limite para a liberação mensal de verba. Quando o volume de dinheiro previsto para aquele período de 30 dias termina, os contratos aprovados ficam suspensos, aguardando o mês seguinte.

Além da estratégia de execução mensal do orçamento para todas as linhas de crédito imobiliário, o banco implementou outras medidas que restringiram ainda mais o acesso ao crédito. Uma delas foi a redução da cota de financiamento de imóveis usados para 50% - antes, os clientes podiam financiar até 60% ou 70% do valor de avaliação do bem - e suspendeu as operações com interveniente quitante (quando uma pessoa procura a instituição para financiar a compra de um imóvel que ainda está alienado em outra operação de financiamento). A Caixa informou que a contratação do crédito imobiliário neste ano está 20% superior ao mesmo período do ano passado, e que já emprestou mais de R$ 62 bilhões.

- A jurisprudência dos tribunais tem sido de que, em princípio, como a lei não traz nenhum prazo para a concessão de financiamento, nada poderia ser feito contra a instituição financeira, que tem liberdade para conceder ou não o empréstimo - disse o advogado Thiago Neves.

 

 Indústria começa a se recuperar lentamente da crise

As vendas da indústria paranaense tiveram aumento de 6,79% em agosto em comparação com julho. Em decorrência do acréscimo, a compra por insumos também cresceu 4,88% e o nível de emprego subiu 0,17%. Os dados são de um levantamento mensal realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e mostram uma possível recuperação.

Quarto mês de crescimento - “Estamos no quarto mês de crescimento consecutivo, é um sinal bem claro de que se inicia uma recuperação da indústria. Uma retomada ainda leve, mas que a cada mês vem incorporando mais setores. Em junho, eram seis segmentos que tiveram resultados positivos, em agosto foram 8”, afirma o economista da Fiep, Roberto Zurcher.

Setores - Os setores industriais que tiveram crescimento foram: Celulose e Papel; Veículos Automotores; Material Eletrônico e de Comunicações; Metalúrgica Básica; Máquinas e Equipamentos; Produtos Químicos e Madeira.

Celulose e Papel - No caso do setor de Celulose e Papel, o aumento da produção é reflexo de investimentos feitos em anos anteriores que modernizam e ampliaram o parque fabril. O segmento de veículos teve aumento de exportações puxado principalmente pelo mercado da Argentina e pela recuperação do mercado interno. “Os novos modelos produzidos no Paraná têm uma boa aceitação no mercado nacional, também movimentam a Metalúrgica que é parte da cadeia produtiva. E o setor de Máquinas e equipamentos teve uma boa reação por conta das máquinas agrícolas compradas em resultado da excelente safra”, explica Zurcher.

Vendas - As vendas aumentaram especialmente entre outros Estados, com acréscimo de 14,84%, o que mostra que há uma recuperação nacional de demanda. Dentro do Paraná, as vendas tiveram um aumento de 2,69%.

Investimentos - Apesar da tendência de recuperação, poucas indústrias estão fazendo grandes investimentos, de acordo com o economista da Fiep. “Não há indícios fortes de investimentos das indústrias de modo geral, pois ainda há uma taxa de ociosidade elevada na indústria e é possível produzir com a capacidade que se tem, sem a necessidade de investir”, avalia ao citar que a utilização da capacidade instalada das indústrias paranaenses está em 69%, três pontos percentuais abaixo do que fora registrado em agosto de 2016.

Setores que recuaram - Enquanto alguns setores já sentem os reflexos de uma possível recuperação, outros tiveram queda, entre eles o segmento do Vestuário com recuo de 14,21%. Material Elétrico e de Comunicações após dois meses de crescimento consecutivo decresceu 6,11% em agosto. Também apresentou recuo o setor de Máquinas, Aparelhos e materiais elétricos, com uma desaceleração de 1,88% na demanda. “No último mês o Vestuário puxou positivamente os indicadores, mas por conta de uma demanda sazonal, de entrega de uma coleção. Agora desacelera, um movimento natural. Porém o setor ainda está muito abaixo de 2016, por problemas de concorrência interna”, pontua Zurcher ao explicar o encolhimento registrado em agosto.

Geração de emprego - Metade dos segmentos industriais tiveram aumento de emprego, promovendo um acréscimo de 0,17% nos postos de trabalho na indústria paranaense. Os principais avanços aconteceram em Veículos Automotores (2,65%); Metalúrgica Básica (2,12%) e em Máquinas e Equipamentos (1,97%).

Contratações - Para contratações mais significativas, de acordo com Roberto, é preciso que setores que “são mais intensivos em mão-de-obra – aqueles que exigem trabalho manual – tenham mais impacto na demanda por trabalhadores, como o vestuário e o setor da madeira. Os segmentos que são mais automatizados devem demorar a contratar, com exceção do automobilístico, os demais vão voltar a abrir vagas se tiverem um nível mais elevado de vendas”, conclui.

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