Terça-feira

O ESTADO DE MINAS

Lançamentos crescem 12,9% no 3º tri, para R$ 463,841 milhões, diz Gafisa

São Paulo, 09 - A Gafisa retomou os lançamentos de imóveis no terceiro trimestre, com quatro projetos que totalizaram R$ 463,8 milhões em Valor Geral de Vendas, o que significa aumento de 12,9% sobre o terceiro trimestre de 2016. Os dados constam da prévia dos resultados operacionais do terceiro trimestre, ainda sujeitos à revisão da auditoria.

O valor de venda bruta cresceu 20,3% também na comparação anual, para R$ 438,429 milhões, alta também ante o segundo trimestre, de 82,1%. Por sua vez, os distratos caíram 20,5%, para R$ 84,390 milhões. Na comparação com o segundo trimestre, houve queda de 25,7%. Assim, as vendas contratadas somaram R$ 354,039 milhões, cifra 178,5% superior ao segundo trimestre e 37,0% maior do que no mesmo período de 2016.

A velocidade de vendas (VSO) do período ficou em 18,3%, ante 7,9% no segundo trimestre deste ano e 11,5% no terceiro trimestre de 2016, "atestando a constante evolução e aperfeiçoamento do nosso modelo de negócios".

"Os destaques de venda no período foram o Moov Parque Maia (Guarulhos) e o Moov Espaço Cerâmica (São Caetano do Sul). Seguimos bem posicionados para a atual realidade de vendas e continuaremos atentos para sinais de melhora que indiquem uma aceleração na retomada do mercado imobiliário", afirmou por meio de nota o CFO e diretor de Relações com Investidores da Gafisa, Carlos Calheiros.

Por fim, o estoque soma R$ 1,581 bilhão a valor de mercado, aumento de 7,1% sobre o segundo trimestre deste ano.

 

VALOR ECONÔMICO

BNDES terá de ajustar balanço e forma de atuar

Para atender a demanda do governo, que se mostra irredutível na exigência de devolução de R$ 180 bilhões para cumprir regras fiscais em 2017 e 2018, o BNDES deve ser forçado a mudar sua forma de atuar e também a estrutura do seu balanço, segundo a agência de classificação de risco Fitch e especialistas ouvidos pelo Valor.

As alternativas, que segundo as fontes podem ser combinadas, passam por contenção de desembolsos, venda de ativos da BNDESPar e captação de recursos no mercado, sendo que a última opção implica aumento do custo dos empréstimos do banco.

 Diante dos R$ 200 bilhões que o banco tinha disponíveis em caixa em agosto - conforme informou o Valor na semana passada -, e da entrada de caixa prevista para 2018, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, vem repetindo que o BNDES terá recursos para a antecipação.

Mas recente relatório da Fitch menciona que o "cheque" de R$ 146,3 bilhões previsto para 2018 - sendo R$ 130 bilhões em devolução antecipada para o Tesouro Nacional e R$ 16,3 bilhões para cobrir rombo orçamentário do FAT - "pode gerar certa pressão na liquidez do banco durante determinados períodos" de 2018.

O dinheiro a ser devolvido no ano que vem praticamente coincide com os R$ 147 bilhões que a Fitch estima que o banco terá em caixa no fim de dezembro, já após o pagamento de R$ 50 bilhões ao Tesouro neste ano - dos quais R$ 33 bilhões foram pagos em setembro. Devem entrar na conta, pondera a agência, os R$ 95 bilhões em retornos de empréstimos que vencem em 2018, o que deve ajudar na recuperação da liquidez, além dos juros sobre a carteira.

"Não vemos grandes problemas no curto prazo, e o rating do banco é o mesmo do Tesouro. Mas vemos o BNDES exercendo um papel menos intenso na economia nos próximos anos", disse Claudio Gallina, diretor sênior para instituições financeiras da América Latina da Fitch. O diretor da área financeira e internacional do BNDES, Carlos Thadeu de Freitas, disse que a instituição precisa manter recursos do Tesouro no balanço para atravessar uma fase de transição para um novo modelo em que a principal fonte de recursos serão as captações no mercado, dentro da lógica criada pela Taxa de Longo prazo (TLP). "O BNDES vai se ajustar a uma nova era, com novos fundings, inclusive a securitização de créditos vinculados à TLP", disse Freitas.

"Mas essa transição precisa ser bem administrada para o banco não ficar numa situação de não ter recursos." Ao exigir a devolução dos R$ 180 bilhões, a equipe econômica quer evitar que a dívida bruta do setor público passe de 82% do Produto Interno Bruto (PIB) e também garantir o cumprimento da regra de ouro, que impede que sejam emitidos títulos para pagar despesas correntes da União. O BNDES não vê problemas na parcela de R$ 50 bilhões deste ano, mas afirma que a situação de caixa não é tranquila para o pagamento de R$ 130 bilhões no ano que vem.

"Hoje, a situação de caixa é confortável. Mas não significa que essa situação de conforto vá continuar permanentemente. Pode até continuar no ano que vem, desde que o BNDES tenha ainda por algum tempo os recursos do Tesouro aqui dentro", disse Freitas. O BNDES alega que seu caixa não pode ser usado integralmente, porque o banco deve manter níveis mínimos de liquidez por questões prudenciais. Também sustenta que, no ano que vem, o quadro de ingresso e saídas de recursos será menos favorável do que o observado neste ano.

De janeiro a agosto, o caixa do BNDES foi reforçado com uma média mensal de R$ 5 bilhões. O superintendente da área financeira do BNDES, Selmo Aronovich, afirma que o BNDES tem características especiais, por isso não deve observar os índices de liquidez tradicionais determinados pelas regras do Banco Central.

Mas, ainda assim, a prática é manter um caixa para cobrir todos os pagamentos previstos nos três meses seguintes, incluindo impostos, dívidas e desembolsos de empréstimos projetados. Em termos práticos, esse caixa equivale a cerca de 8% dos ativos do banco, que, nas contas atuais, equivale a cerca de R$ 60 bilhões. Ou seja, esse seria o valor mínimo do caixa a ser preservado. Na média entre 2002 e 2007, porém, antes dos repasses do Tesouro, esse índice era mais baixo, de 5,5%, conforme levantamento do Valor.

Aronovich diz também que as entradas de caixa no ano que vem tendem a ser R$ 30 bilhões menores do que neste ano, caindo de R$ 200 bilhões estimados para 2017, para R$ 170 bilhões. A queda, diz o técnico do banco, seria uma consequência dos desembolsos menores dos últimos anos e também da redução dos juros.

Do outro lado, as saídas de caixa no ano que vem devem crescer R$ 20 bilhões, passando dos R$ 180 bilhões esperados em 2017 para R$ 200 bilhões em 2018. Essas cifras consideram o pagamento antecipado de R$ 50 bilhões ao Tesouro em 2017, mas não a devolução de R$ 130 bilhões em 2018. Uma série de fatores deverá pressionar a saída de recursos, afirma o BNDES.

Um deles é o aumento dos empréstimos previstos com a perspectiva de retomada da economia e dos investimentos. A hipótese de trabalho é que os desembolsos cheguem a R$ 90 bilhões em 2018, assumindo como premissa uma expansão de 1% do PIB. Nos 12 meses até agosto, os desembolsos somaram R$ 77,7 bilhões.

Se a economia crescer numa velocidade de 2% a 3%, mais alinhada com as projeções dos analistas econômicos, os desembolsos seriam de R$ 120 bilhões, estima o BNDES. "Os desembolsos do ano que vem são sinalizados pelas consultas, que vem mostrando recuperação", disse Freitas. Um outro compromisso que deve pressionar as saídas de recursos é a cobertura do déficit no pagamento do seguro desemprego.

Nos anos recentes, o Tesouro vinha pagando essa despesa, mas o Orçamento de 2017 foi enviado ao Congresso já com a lógica de que recursos do FAT administrados pelo BNDES vão ser usados para esse fim em 2018, seguindo o que determina a Constituição. As estimativas preliminares indicavam um déficit de R$ 16 bilhões a ser coberto pelo BNDES (número usado no cálculo da Fitch), mas as contas mais recentes apontam a necessidade de mais R$ 4,7 bilhões.

Outra despesa a ser paga pelo BNDES é a devolução dos recursos do PIS/Pasep aos seus titulares, determinado pela medida provisória nº 797. O BNDES administra os recursos desse fundo, que tem saldo de R$ 36 bilhões. Já está previsto o repasse de R$ 10 bilhões neste ano, e as estimativas do governo apontam um pagamento total de R$ 20 bilhões.

Mas os saques podem ser maiores - o governo vai fazer uma campanha incentivando os beneficiários a buscarem o dinheiro a que têm direito -, o que levará o banco a apartar todo o saldo de R$ 36 bilhões no balanço. Uma alternativa para gerar caixa, citada por economistas, é a venda de ações da carteira da BNDESPar.

A preço de bolsa, elas valiam pouco mais de R$ 80 bilhões em junho. Mas se quiser obter liquidez relevante com essa estratégia o banco terá que desmontar posições relevantes. Isso porque os cinco maiores investimentos representam 75% do total, e estão alocados em Petrobras (R$ 27 bilhões), Vale (R$ 22 bilhões), Fibria (R$ 5,4 bilhões), JBS (R$ 3,8 bilhões) e Eletrobras (R$ 3,2 bilhões).

Nas duas estatais, parte das ações tem gestão restrita, dependendo de autorização do Tesouro para movimentação. No caso da Vale, pouco menos da metade da participação está vinculada a acordo de acionistas, instrumento que também existe na Fibria e na JBS - essa última em um momento considerado, pelo banco, como inadequado para venda.

 

Selic pode ficar ainda mais baixa com TLP, dizem economistas

A taxa de juros de equilíbrio da economia brasileira pode ficar até 2,2 pontos percentuais menor quando a Taxa de Longo Prazo (TLP) estiver totalmente implementada, o que se espera que aconteça num prazo de até cinco anos, conforme cálculos de departamentos econômicos de bancos.

Dessa forma, a Selic poderá testar patamares ainda mais baixos que o previsto pelo mercado financeiro, que hoje trabalha com juro de até 6,5% já para o ano que vem. A taxa de equilibrio é aquela que, teoricamente, permite máximo crescimento econômico ao mesmo tempo que mantém a inflação na meta.

A TLP foi aprovada em setembro como substituta da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) - juro que corrige empréstimos do BNDES e que está atualmente em 7% ao ano. Mesmo que a migração completa de uma taxa para a outra leve algum tempo, os efeitos positivos sobre a política monetária devem ser sentidos já nos próximos meses, quando se espera que a Selic esteja no mesmo patamar que a TJLP - ou mesmo abaixo dele.

A importância da aprovação da TLP se dá porque essa taxa permitirá uma redução drástica do subsídio implícito nos empréstimos concedidos pelo BNDES. Cerca de metade do crédito total do sistema tem custo ou condições de oferta diferentes do crédito livre. Dessa forma, uma parcela relevante do crédito praticamente não reage às decisões de política monetária. E isso acaba exigindo que o juro do crédito livre fique mais alto, apenas para "compensar" a insensibilidade do crédito direcionado.

O efeito colateral disso é um maior custo de financiamento à economia como um todo, o que reduz o PIB potencial e, por consequência, exige condições financeiras mais apertadas para que a inflação não escape da meta. Ou seja, uma taxa estrutural de juros mais elevada para que se cumpra a meta de inflação. O Itaú Unibanco lembra que, desde 2008, a potência da política monetária - ou seja, a capacidade de a Selic influenciar a taxa média de juros da economia - vem perdendo força.

O banco faz essa consideração ao observar a proporção do crédito direcionado sobre o total. Naquele ano, a fatia sobre o total era de 32%, mas agora oscila em 50%. Em outras palavras, uma parcela maior do crédito se tornou menos sensível à taxa Selic. Ao utilizar modelos econométricos, o economista Fernando Gonçalves, do Itaú, conclui que, hoje, um aumento da TJLP em 1 ponto percentual permitiria queda de 0,55 ponto da taxa básica de juros (Selic).

Como o spread histórico entre TJLP e Selic está em torno de 4 pontos percentuais, Gonçalves considera que a queda potencial da Selic - quando taxa básica e TJLP estiverem no mesmo patamar - seria de 2,2 pontos percentuais. Nessa mesma situação - spread entre TLP e Selic próximo de zero -, a influência da taxa Selic sobre a taxa média de juros da economia teria aumento de 50%.

O economista do Itaú ressalva que os exercícios são baseados em estatísticas comparativas - portanto, sensíveis a mudanças na conjuntura econômica (capturada no modelo pela taxa de desemprego) e também na proporção de crédito direcionado e na TJLP. "Mas tais efeitos tendem a ser de segunda ordem, especialmente no curto prazo, de modo que o exercício acima pode ser visto como uma boa aproximação dos impactos da TLP e da redução do crédito direcionado na economia", afirma.

O Bradesco chega à mesma conclusão de aumento do efeito da política monetária, mas por outra métrica. A economista Daniela Cunha de Lima calcula que, se 100% do crédito respondesse à Selic como o crédito com recursos livres o faz, um eventual ciclo de alta 400 pontos-base do juro básico poderia ser 130 pontos-base menor - ou seja, de 270 pontos.

Segundo Daniela, a maior sensibilidade do crédito aos movimentos dos juros reduziria a volatilidade da taxa Selic, o que permitiria um aperfeiçoamento do processo de formação de expectativas e, por sua vez, reforça os ganhos de potência da política monetária. "Teremos menos magnitude de mudanças na Selic", afirma. Por si só, a TLP já teria efeito de redução no juro estrutural.

Mas analistas ressalvam que a amplitude do ganho de potência da política monetária continuará dependente da implementação de reformas econômicas - sobretudo a da Previdência. No caso de a agenda de reequilíbrio fiscal não se materializar, a piora na confiança afetará diretamente expectativas para os mais variados indicadores, entre eles o juro estrutural.

Portanto, a sustentabilidade do juro estrutural em patamar mais baixo seria colocada em xeque, limitando o espaço do Banco Central para afrouxar a política monetária. "De alguma forma, parece haver algo levando a taxa neutra para perto de 4% ou abaixo disso, mas é difícil isolar efeitos que podem vir de outras políticas, como um fiscal mais austero", diz Carlos Kawall, ex-secretário do Tesouro Nacional, destacando a importância do que ele chama de "kit completo" de medidas para levar o juro a patamares permanentemente mais baixos. Kawall lembra o crescimento das operações no mercado de capitais neste ano em relação ao ano passado, período de queda da Selic.

Somando-se captações via debêntures, notas promissórias, CRAs, CRIs, Fidcs, ofertas públicas iniciais de ações (IPOs) e ofertas subsequentes de ações ("follow-on"), um total de R$ 93,322 bilhões foi movimentado neste ano até agosto, de acordo com dados da Anbima. O número é 59% maior que o registrado no mesmo período do ano passado. No mesmo intervalo, os desembolsos do BNDES caíram 15%, para R$ 45 bilhões.

"Isso comprova que a política monetária já está ganhando tração", diz Kawall, atualmente economista-chefe do Banco Safra. Ele reconhece que, ao prever impacto de 1 ponto percentual da TLP sobre a Selic, pode ter subestimado os efeitos do fim do subsídio do BNDES sobre a política monetária como um todo.

 

 

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