Segunda-feira

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Orçamento do FGTS para a Caixa deve ser mantido em 2018

O orçamento que o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) disponibilizará para a Caixa Econômica Federal em 2018 não deve variar muito em relação ao montante relativo a 2017, segundo informou o presidente do banco Gilberto Occhi. Ele esteve em Belo Horizonte na quarta-feira (27), quando firmou acordo para liberação de empréstimo de R$ 120 milhões para a prefeitura da Capital. De acordo com ele, em 2016 os investimentos em habitação giraram em torno de R$ 82 bilhões, sendo que este ano devem chegar a R$ 85 bilhões. Para 2018, o valor deve "variar dentro desse montante", informou Occhi.

Ele disse ainda que o orçamento para o ano que vem ainda não foi aprovado, mas que o conselho curador do FGTS já tem as diretrizes. "Não haverá restrições e contingenciamentos", reforçou. "Quero passar a mensagem ao setor empresarial, que é quem produz, que nós vamos continuar a contratar. Com o orçamento deste ano e do ano que vem", disse.

Occhi informou que o orçamento é definido anualmente. Se necessário, é possível fazer uma reprogramação no meio do período. "O conselho curador do FGTS pode se reunir novamente e fazer eventualmente alguma suplementação. Ou pode haver sobra das outras funções onde o FGTS atua, como saneamento, mobilidade e infraestrutura. Aí esse recurso pode ser redirecionado para habitação", explicou.

Ele informou que os empréstimos da habitação aumentaram este ano, no comparativo com 2016. "Isso é sinal de que há novas produções, a comercialização está ocorrendo. A economia está sendo retomada", disse. Segundo a Caixa, o banco emprestou até o momento R$ 62 bilhões, valor 20% acima do registrado de janeiro a agosto de 2016.

Segundo Occhi, a Caixa vem cumprindo exatamente o orçamento disponibilizado pelo FGTS para o banco. A instituição vem adotando medidas para adequação às regras orçamentárias do Ministério das Cidades, que, por meio de instrução normativa publicada em agosto, estabeleceu limites mensais para empréstimos com o FGTS.

Entre as medidas tomadas para a adequação está a redução para 50% do valor limite máximo para financiamento de imóvel usado, que passou a valer no último dia 25. Antes, esse valor variava entre 60% e 70%, dependendo da linha de crédito.

Segundo Occhi, a Caixa dá prioridade aos imóveis novos, o que pode impulsionar a geração de empregos, movimentando a economia e a cadeia da construção civil. "Por isso essa decisão estratégica (reduzir o limite de financiamento de imóveis usados) pelos dois motivos: a regra do Ministério das Cidades e a prioridade de gerar emprego", disse.

Segundo a Caixa, as propostas em análise relativas a imóveis usados e entregues até última semana continuarão a operar sob os limites antigos, caso o empréstimo seja liberado.

 

VALOR ECONÔMICO

Inflação baixa deste ano deixa um legado benigno para 2018

A inflação baixa esperada para este ano, possivelmente inferior a 3%, deixará um legado muito benigno para os índices de preços ao consumidor do ano que vem. A forte inércia, que por vários anos propagou a inflação alta do passado para o futuro, vai contribuir para moderar a variação dos indicadores em 2018.

Nesse cenário, é grande a possibilidade de um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) abaixo de 4% no ano que vem, mesmo com a perspectiva de um crescimento mais forte da economia e de uma recuperação dos preços de alimentos, após a deflação deste ano. O economista-chefe da Santander Asset Management, Ricardo Denadai, diz ter uma visão "muito favorável para a trajetória da inflação", projetando um IPCA de 2,9% em 2017 e de 3,8% em 2018. "A inércia, que jogava contra, agora vai jogar a favor", afirma ele, que espera uma inflação de serviços em 2018 de 3,8%, inferior aos 4,7% projetados para este ano. Um dos motivos é justamente o fato de que a inflação deste ano ficará muito baixa.

Denadai acredita numa alta modesta, na casa de 2%, para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado para corrigir o salário mínimo. Indicador que mede o custo de vida de quem ganha até cinco salários mínimos, o INPC acumula alta de apenas 1,73% nos 12 meses até agosto, inferior aos já baixos 2,46% do IPCA, devido ao peso maior dos alimentos. A cesta de consumo do IPCA vai até 40 salários mínimos.

No IPCA, o reajuste do salário mínimo impacta diretamente os itens empregado doméstico e mão de obra para reparo. Além disso, influencia o reajuste de diversos serviços pessoais, como cabeleireiro, manicure e despachante. "O aumento do salário mínimo é uma referência muito relevante", resume Denadai. Nesse quadro, ele projeta uma inflação para o subgrupo de serviços pessoais de 3,4% no ano que vem, inferior à de 5,4% projetada para este ano.

O economista Fabio Ramos, do UBS Brasil, também ressalta que o INPC mais baixo vai segurar o aumento do mínimo. "E inflação passada menor ajuda a ter uma inflação futura menor", reforça ele, citando também os menores repasses em itens como educação, condomínio, aluguéis, contratos em geral e salários. Ramos projeta um IPCA de 2,9% em 2017 e de 3,7% em 2018, um número confortavelmente abaixo da meta perseguida pelo Banco Central (BC), de 4,5%.

Para ele, o grupo de serviços deve ter uma inflação ligeiramente acima da que deve ser registrada neste ano, avançando de 4,4% para 4,7%. Ainda assim, será uma variação baixa para o grupo, considerando que, entre 2010 e 2016, esses preços subiram a uma média anual de 8,2%. Ramos diz esperar uma inflação de serviços um pouco maior em 2018 porque a inflação "cheia" não será tão baixa como em 2017 e o nível de ociosidade na economia será menor.

Denadai, como já dito, vê os preços de serviços crescendo apenas 3,8% no ano que vem, influenciados pelo efeito da inflação mais baixa deste ano. Nas projeções do economista, o comportamento mais favorável esperado para os preços de serviços ajuda a aliviar a reversão de tendência dos preços de alimentos esperada para 2018. Denadai espera que o grupo alimentação no domicílio caia 2,3% neste ano e suba 6% no ano que vem. Essa projeção, porém, tem viés de baixa, diz ele.

Se houver uma redução na estimativa para esse item, a projeção para o IPCA "cheio" de 2018, atualmente em 3,8%, pode ser revista para baixo. Ramos, por sua vez, acredita que alimentação no domicílio cairá mais neste ano. Ele projeta um recuo de 4,3% para o grupo em 2017, apostando num avanço menos intenso no ano que vem - para o qual vê uma alta de 2,8%.

Denadai diz ainda que a inflação baixa vai ajudar a segurar os índices de preços pelo seu efeito sobre os salários superiores ao do mínimo. Segundo ele, "a dinâmica da inflação passada ganhou relevância para a dinâmica dos salários" na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.

Nesse cenário, Denadai acredita que os salários vão seguir em desaceleração nos próximos meses em termos nominais (quando não se desconta a inflação) nos próximos trimestres, também por considerar que a melhora do trabalho será gradual. Os reajustes salariais vão olhar para uma inflação inferior a 3%, ou de cerca de 2% no caso do INPC.

No começo do ano, os rendimentos da Pnad cresciam cerca de 8% em termos nominais em relação ao mesmo período do ano anterior. Em agosto, o ritmo tinha caído para 4,7%. "Em outras palavras, mesmo se o mercado de trabalho melhorar, acreditamos que salários continuarão desacelerando por mais algum tempo, aliviando custos e a inflação de modogeral", diz ele, reiterando que o fato de o salário mínimo ser reajustado por algo na casa de 2% "também vai ajudar nesse processo, contribuindo para ancorar os aumentos de outros salários.

Com a perspectiva de que a inflação baixa deste ano reforçará as projeções de um IPCA abaixo de 4% no ano que vem, o Banco Central (BC) tem tranquilidade para continuar a cortar os juros. A aposta dominante hoje é de que a Selic, atualmente em 8,25% ao ano, poderá fechar 2017 em 7%, havendo a possibilidade de reduções adicionais em 2018. Nesse quadro, um eventual aumento da taxa ocorreria apenas em 2019.

 

Retomada tira empresas de aplicações em títulos

A perspectiva para a economia é sinalizada por indicadores de atividade e indicadores financeiros. A atividade, em alta ou em queda, tem efeito na confiança que consumidores e empresários têm na recuperação. A produção industrial, as vendas no varejo e o mercado de trabalho avançam, prova o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No mínimo por contágio, todos os índices de confiança construídos e monitorados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) estão em alta, à exceção do Índice de Incerteza da Economia (IIE) que melhora quando cai - e está caindo. Os indicadores financeiros são usualmente representados pela trajetória da taxa de juros e da demanda por crédito. A taxa Selic está próxima de sua mínima histórica.

Hoje, a Selic é de 8,25%, mas já é vista a 7,50% nas projeções para o resultado da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) marcada para o fim deste mês. Em dezembro, no último encontro do Comitê, deve chegar a 7%. A demanda por crédito não cresceu em agosto, segundo os dados mais recentes divulgados pelo Banco Central (BC).

Contudo, a movimentação de um estoque de dinheiro, em particular, autoriza apostas no crescimento econômico que pode ser diferenciado no seu ponto de partida. Empresas brasileiras, que chegaram a manter, em 2016, quase R$ 220 bilhões em aplicações financeiras temporárias em títulos públicos federais, reduziram em cerca de 60% essas operações. Essa modalidade de investimento - remunerado pela taxa Selic e de liquidez garantida por recompra dos títulos pelo BC em data predeterminada - marcou seu recorde de volume em março do ano passado, quando era corrente a expectativa de que a ex-presidente Dilma Rousseff não escaparia do pedido de impeachment por crime de responsabilidade. Confirmado.

Dois meses depois, em maio de 2016, Dilma era afastada provisoriamente do cargo e, no fim de agosto, definitivamente. Um ano depois, em agosto de 2017, a aplicação das empresas em operações compromissadas do BC estava em R$ 89 bilhões. Esse desmonte espetacular, que pode explicar resistência aos empréstimos bancários, não ocorreu da noite para o dia. As empresas começaram a resgatar os seus recursos no quarto trimestre de 2016.

No primeiro trimestre de 2017, os resgates foram substancialmente reduzidos, mas voltaram a aumentar no segundo trimestre e as estatísticas do BC sobre meios de pagamento revelam que o movimento prosseguiu no terceiro trimestre. Em doze meses encerrados em agosto, aproximadamente R$ 68 bilhões já estavam em mercado - distante portanto de amarras impostas, embora temporariamente, pelas aplicações na carteira de títulos públicos que pertence ao BC.

Passado o choque de meados de maio, provocado pela delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista, sócios do Grupo J&F, que instalaram o presidente Michel Temer no centro da Lava-Jato, a queda persistente da taxa de juro - orientada pela política executada pelo BC - contagiou investidores não financeiros com a tentação de mobilizar seus próprios recursos como alternativa ao crédito. Não indefinidamente, mas ao menos até o fortalecimento dos índices de confiança na retomada.

A utilização de dinheiro próprio sanciona a expectativa de que a estrutura produtiva no país vai se reerguer, possivelmente, em base menos endividada. Disposição à maior cautela com processos de endividamento também evita maiores percalços na retomada. Somam-se a isso a existência de considerável capacidade ociosa na indústria brasileira e a percepção de que consumidores potenciais estão à espreita, aguardando o melhor momento para voltar às compras. Não à toa, consumidores estão mais otimistas.

A depender do governo, eles podem começar a arregaçar as mangas e competir pelos melhores preços a partir deste último trimestre. Após a liberação de R$ 44 bilhões de contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), estão autorizados saques nas contas do PIS/Pasep em um total estimado em R$ 15,9 bilhões.

O calendário foi anunciado na quinta-feira passada: a partir de 19 de outubro podem sacar os que tem mais de 70 anos; a partir de 17 de novembro os aposentados; e, a partir de 14 de dezembro, os demais cotistas beneficiados pelo critério de idade. O Natal será mais comemorado.

Também na quinta-feira, indiretamente, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, acenou com o ingresso de mais R$ 5 bilhões em circulação ao longo de um ano. Esse montante de recursos é equivalente à economia com pagamento de juros por tomadores do crédito consignado - descontado em folha de pagamento. A folga no orçamento das famílias será proporcionada pela segunda redução do teto da taxa de juro em 2017 cobrada nesse segmento.

Para os servidores públicos, grupo mais numeroso de beneficiários da cobrança de juro bem inferior ao de mercado, o teto do consignado passou de 2,20% ao mês para 2,05% ou de 28,9% anualizados, para 28%. Para aposentados e pensionistas, o teto do consignado recuou de 2,14% ao mês para 2,08%.

O editor-assistente Gabriel Caprioli detalha, em análise publicada nesta edição do Valor , a trajetória favorável e generalizada do sentimento de consumidores e dos empresários. Os índices de confiança, em evidente melhora no início do ano, sofreram avaria considerável com a instabilidade política mais aguda provocada pela inesperada delação dos irmãos Batista.

O Índice de Confiança na Indústria (ICI) da FGV foi escolhido há alguns meses por analistas do banco UBS para um estudo que concluiu: todas as vezes que esse índice aproximou-se de 100 pontos, ao final de doze meses à frente a economia brasileira cresceu pelo menos 2,5%. Essa indicação para o PIB, visto nas projeções do mercado, revela um fundo do poço em 70 pontos. Em meados de 2015, o ICI chegou a 72,70 pontos. Em maio deste ano, alcançou 92,30. O "tombo Batista", rompeu o suporte de 90 pontos. Em agosto, o ICI havia retornado aos 92,20 pontos.

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