Sexta-feira

O GLOBO

Caixa reduz crédito imobiliário com FGTS

A Caixa Econômica Federal decidiu reduzir o ritmo de concessão do crédito imobiliário até fim do ano. A medida atinge, principalmente, os financiamentos com recursos do FGTS. Neste mês, a instituição, que é líder no segmento, já pisou no freio e emprestou apenas R$ 2 bilhões para a compra da casa própria, depois de ter contratado quase R$ 12 bilhões em agosto. Há uma semana, todas as operações foram suspensas em todo o país e só foram retomadas ontem.

A explicação do banco para a paralisação temporária das contratações foi a necessidade de ajustar os sistemas internos à nova norma do Ministério das Cidades, que fixou limites mensais para os financiamentos imobiliários com recursos do FGTS. Editada em agosto, a Instrução Normativa 32 determina que o orçamento habitacional do Fundo seja executado de forma mensal e fixa percentuais para os meses de agosto a dezembro, para evitar que a verba acabe antes do fim do ano.

- Como o sistema é um só, precisamos suspender todas as contratações (incluindo as linhas da poupança e com recursos próprios) para fazer ajustes a fim de adequar à IN (Instrução Normativa) do Ministério das Cidades, que mensaliza o orçamento - explicou o vice-presidente de Habitação da Caixa, Nelson Antonio de Souza.

Segundo o Ministério das Cidades, a medida foi editada porque o FGTS não dispõe de margem para liberar recursos novos além do orçamento anual, aprovado pelo Conselho Curador do Fundo para habitação, que é de R$ 71,7 bilhões em 2017. A Caixa recebeu 80% deste montante, e o Banco do Brasil, os 20% restantes.

De acordo com dados da Caixa, o volume do crédito imobiliário atingiu R$ 62 bilhões até setembro, sendo R$ 47,6 bilhões com recursos do FGTS. As concessões subiram 20,5% acima dos valores registrados no mesmo período do ano passado, mas o orçamento também ficou maior. Segundo Souza, o montante global disponível para 2017 é de R$ 84,2 bilhões, contra R$ 81 bilhões em 2016, somando várias fontes.

- O problema não é a falta de recursos - afirma o vice-presidente da Caixa.

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PEDIDOS REPRESADOS

Em junho, o banco suspendeu a linha de financiamento pró-cotista, que oferece juros mais em conta para os mutuários (de R$ 8,66% para imóveis de até R$ 950 mil). A modalidade - abastecida com recursos do FGTS - só deve ser reaberta em 2018.

Segundo o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic), José Carlos Martins, a decisão da Caixa não deve provocar grande impactos no mercado, mas pode haver atrasos nas contratações. O próprio banco admite que existem pedidos represados.

- O que pode acontecer é que a rapidez nas contratações não seja mais igual - diz Martins.

 

VALOR ECONÔMICO

BC projeta inflação na meta mesmo com Selic a 7% em 2018

O Relatório de Inflação de setembro, divulgado ontem, projeta o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dentro das metas nos próximos três anos, mesmo que o Banco Central corte os juros dos atuais 8,25% ao ano para 7% ao ano e mantenha-os nesse patamar até o fim de 2018.

O documento apoia as previsões do mercado financeiro de que, se não houver nenhuma surpresa, os juros poderão cair aos menores percentuais da história nos próximos meses. Mas, desta vez, seria uma queda mais sustentável do que a ocorrida no governo Dilma Rousseff, quando a taxa básica ficou em 7,25% ao ano entre o fim de 2012 e o começo de 2013. As projeções do BC mostram que a inflação ficará em 3,2% em 2017 e em 4,3% em 2018 - nos dois casos abaixo da meta de inflação, de 4,5% - caso sejam confirmadas as expectativas do mercado de corte dos juros a 7% até o fim deste ano e a alta da taxa de juros só em 2019, para 8% ao ano.

Nesse mesmo cenário, o relatório do BC prevê uma inflação de 4,2% em 2019, bem perto da meta de 4,25% definida para o ano, e de 4,1% em 2020, levemente acima da meta do ano, de 4%. No documento, o BC descreve um cenário em geral positivo para cortes de juros, com o ambiente internacional favorável a economias emergentes e, dentro do país, perspectivas de inflação sob controle apesar da retomada gradual da economia, que cresceria 0,7% em 2017 e 2,2% em 2018.

O diretor de política econômica do BC, Carlos Viana de Carvalho, foi questionado, após a divulgação do relatório, se não houve excesso de conservadorismo na política monetária, já que os cálculos apresentados no RI indicam um risco de 36% de a inflação ficar abaixo do piso da meta em 2017, definida em 3%.

Ele atribuiu o recuo da inflação não a um eventual conservadorismo do BC, mas sim à inesperada queda de preços de alimentos. Viana explicou que o importante é enfatizar o caráter condicional da política monetária. A condução depende da evolução do cenário base, balanço de risco, projeções e expectativas. "Ninguém tem bola de cristal para saber o que vai acontecer", disse. Se a inflação ficar abaixo do piso, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, terá que escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda apresentando as justificativas e detalhando as providências para fazê-la voltar ao objetivo.

"Se isso ocorrer, faremos [uma carta] com serenidade. A condução da política monetária tem que mirar mais adiante", disse, lembrando que não havia tempo para reagir a esse choque inesperado para colocar a inflação na meta ainda em 2017.

Segundo ele, devido a choques como a queda ou alta de preços de alimentos "a inflação oscila acima ou abaixo da meta". No relatório, o BC renovou a indicação de que, depois de quatro cortes de juros de um ponto percentual, a tendência é uma "redução moderada na magnitude da flexibilização monetária". Especialistas tem entendido isso como uma indicação de que, em outubro, o corte será de 0,75 ponto percentual.

O relatório também repete que o BC terminará de forma gradual o atual ciclo de distensão monetária. Apesar de as projeções do relatório indicarem que há espaço para os juros ficarem baixos por um bom tempo, Viana evitou dar sinalizações mais concretas sobre o que vai ocorrer com a taxa básica depois que o ciclo de distensão terminar.

Ele disse que a evolução da taxa de juros, a partir de então, dependerá das estimativas sobre a taxa de juros estrutural da economia - também chamada "taxa neutra", que é a que mantém a economia em pleno emprego sem acelerar nem desacelerar a inflação. Segundo Viana, o BC comunicou que hoje considera adequado manter os juros abaixo da taxa neutra para estimular a economia.

Os juros reais, segundo estimativas apresentadas pelo BC, estão em cerca de 3% ao ano. Mas ele disse que, ao longo do tempo, o natural é que a Selic oscile em torno da taxa neutra, ficando abaixo dela em alguns períodos e acima em outros. Ilan Goldfajn, em entrevista ao Valor na semana passada, disse que depois do fim do ciclo as hipóteses são o BC subir a Selic, a taxa estrutural recuar ou uma combinação de ambos. Neste relatório, o BC apresentou um box com o resultado de uma pesquisa que fez em abril com os participantes do Focus sobre a percepção com relação à taxa neutra.

Os resultados apontam mediana em 5% para o curto prazo, 4,5% para um horizonte de dois anos e 4% em um prazo de cinco anos. Viana disse não saber o quão abaixo do neutro a taxa está e nem por quanto tempo vai ficar assim. "O tempo dirá. A evolução da conjuntura vai ditar a condução da política monetária ao longo do tempo", explicou.

Mas, em termos qualitativos, Viana disse que o cenário do BC embute o entendimento de que as reformas na área de crédito, como a Taxa de Longo Prazo (TLP), registro de ativos, cadastro positivo e as reformas de natureza fiscal contribuem para uma queda dessa taxa ao longo do tempo. "Por isso, comunicamos a importância dessas reformas", explicou. Sobre o balanço de riscos, Viana destacou que ele é simétrico e que os riscos citados nos comunicados do BC não somem completamente.

"Ressaltamos os riscos mais relevantes. No momento atual, com relação ao passado recente, os riscos mais relevantes são a inflação baixa que pode se perpetuar e, do outro lado, a possível frustração com reformas e medidas", disse. A recuperação da atividade e o cenário externo já estavam no balanço de risco do relatório de junho.

 

Juro deve cair a patamares recordes e por longo prazo

Ao divulgar ontem o Relatório de Inflação, o Banco Central (BC) deixou claro que vai continuar reduzindo a taxa básica dos juros (Selic) e que a economia conviverá com juros historicamente baixos por um bom tempo. No documento, o BC indica que, mesmo que a Selic caia dos atuais 8,25% para 7% ao ano e seja mantida nesse patamar até o fim de 2018, o IPCA ficará dentro das metas fixadas até 2020.

O mercado, agora, trabalha com a possibilidade de a Selic cair abaixo de 7% no início do próximo ano. Com isso, o juro básico, que serve de referência para toda a economia, cairia ao menor nível da história. Analistas acreditam que, dado o forte recuo do IPCA, que nos 12 meses até agosto ficou em 2,5%, mesmo valor da prévia da inflação de setembro (IPCA-15), a queda dos juros, desta vez, é sustentável.

A expectativa de juros e inflação menores já leva os economistas a revisar, para cima, as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este e o próximo ano. A Tendências Consultoria Integrada, por exemplo, mudou de 0,3% para 0,7% a projeção de alta do PIB para 2017 e manteve em 2,8% a estimativa para 2018.

O otimismo com a recuperação da economia se dissemina, mesmo diante da crise política que ameaça o mandato do presidente Michel Temer, denunciado duas vezes pela Procuradoria-Geral da República, e da consequente falta de condições para aprovar a reforma da Previdência, considerada crucial para o reequilíbrio das contas públicas.

"Agora estamos conseguindo ver o copo meio cheio", disse Mário Torós, exdiretor do BC e hoje sócio da Ibiúna Investimentos, que atribui o mérito à área econômica do governo. Ele destaca a antecipação do pagamento de R$ 180 bilhões do BNDES ao Tesouro Nacional. A medida ajudará a manter a dívida pública estável em 2018, depois de anos de escalada.

 

As razões para o otimismo do mercado

Há razões para o entusiasmo dos mercados, nas últimas semanas, que vão além de meras esperanças e desejos, com a bolsa de valores em alta, os juros em queda e a taxa de câmbio estável. O principal estímulo vem de fora, com o crescimento sincronizado e não inflacionário da economia mundial, farta liquidez, juros baixos e maior apetite por ativos de risco das economias emergentes. "O céu das finanças globais é de brigadeiro, extremamente benigno, e não há sinais visíveis de mudança desse quadro", comentou um gestor de fundos de investimentos.

Há, também, motivos domésticos para sustentar o ambiente que prenuncia um crescimento econômico depois de uma longa recessão, de 2,5% a 3% em 2018, segundo analistas. Apesar da fragilidade política do governo e da enorme dificuldade de consertar o rombo das contas públicas herdado da gestão anterior, o fato de os mercados não contarem com a queda de Michel Temer por denúncias de corrupção é um atenuante do impacto da crise política. Uma parte dos analistas acredita que ainda que o governo não consiga aprovar a reforma da Previdência agora, ela será a primeira iniciativa do próximo presidente. O fato, porém, é que, se aprovada este ano, mesmo que restrita à idade mínima e à regra de transição, a reforma daria credibilidade ao teto para o gasto público e viabilizaria uma taxa de juros talvez até mais baixa do que espera o mercado. Isso permitiria o início de um "ciclo virtuoso" para além da retomada cíclica do crescimento, avalia o ex-diretor do Banco Central Mário Torós, sócio da Ibiuna Investimentos.

O que, segundo ele, tornaria o país mais preparado para enfrentar o fim dos bons ventos externos, que não costumam durar para sempre. A inflação baixa e sob controle e a queda da taxa de juros para algo como 6,75% a 7% ao ano - patamar que encerraria o ciclo de cortes da Selic - são, também, contribuições relevantes ao cenário que se firma de retomada da atividade.

"Agora estamos conseguindo ver o copo meio cheio", disse Torós, que atribui esse mérito à área econômica do governo que está tomando medidas na direção correta. Destaca-se, aí, a decisão de antecipar o pagamento de R$ 180 bilhões do BNDES ao Tesouro Nacional, sendo R$ 50 bilhões este ano e R$ 130 bilhões em 2018. Esse dinheiro e as expectativas de crescimento devem representar uma importante mudança na trajetória da dívida como proporção do PIB para os próximos anos. Ao abater R$ 180 bilhões do seu estoque, a dívida bruta, que chega a 75% do PIB este ano, fica estável em 2018, interrompendo anos de crescimento insustentável.

Segundo cálculos feitos pela Ibiúna Investimentos a pedido desta coluna com base no cenário da pesquisa Focus, no teto para o gasto (que pressupõe ter aprovada a reforma da Previdência) e no BNDES, a trajetória da dívida bruta seria de um aumento mais suave do que o esperado, chegando a 79% do PIB em 2022 e não a quase 100% do PIB. Com a recuperação do superávit primário a partir daí, a dívida voltaria ao atual patamar em 2026. Como principal indicador de solvência do país, uma mudança no ritmo de crescimento da dívida tem impacto não desprezível nas expectativas econômicas.

Nem todos, é claro, têm uma visão otimista sobre o futuro. Até porque o grande fator de risco para 2018 em diante está nas eleições do próximo ano, que ainda não constam dos preços dos ativos. "Está cedo para colocar o risco eleitoral nos preços e isso só deverá ocorrer no primeiro trimestre do ano que vem", indicou um economista da área financeira. Por enquanto o que há é a visão de que o eleitor brasileiro não gosta dos extremos e votará em alguém do centro. Os candidatos dos extremos, Lula à esquerda e Jair Bolsonaro à direita, porém, estão sólidos nas pesquisas, enquanto o centro está pulverizado.

O mercado tem considerado Lula cada dia mais fora do páreo, o que não é ainda uma certeza. Há quem tema um estresse eleitoral em 2018 semelhante ao de 2002 - quando Lula teve que escrever a Carta aos Brasileiros comprometendo-se com a estabilidade econômica e respeito a contratos - que pode desembocar em sérias dificuldades de financiamento da dívida pública.

Esse é o caso, por exemplo, de um diretor de um grande banco, para quem as condições fiscais hoje são muito piores do que as do passado e isso, junto com um eventual candidato competitivo que não preza a racionalidade econômica, pode ser explosivo. São cenários distintos que povoam as expectativas dos analistas e que dependem fundamentalmente de quem vai vencer o pleito de 2018. Os governos do Brasil têm sido useiros e vezeiros em deixar boas oportunidades escapar das mãos, não aproveitando os ciclos de bonança interna ou externa para fortalecer a economia local. O presidente, com 3,4% de popularidade, poderia ser o agente de mudança do script. Afinal, ele não tem o que perder. Ao contrário, pode até ganhar um lugar na história.

 

Tendências vê consolidação da retomada econômica

Com a consolidação da retomada da economia, a Tendências Consultoria Integrada elevou a projeção de crescimento de 2017 de 0,3% para 0,7% e manteve a de 2018 em 2,8%, um número que já era mais otimista do que o da maior parte do mercado. A recuperação também reforçou a avaliação da consultoria de que as eleições do próximo ano serão vencidas por um candidato de centro-direita, que dará continuidade à atual política econômica e seguirá com a agenda de reformas, "especialmente no âmbito fiscal".

Esse é o cenário básico com que trabalha a Tendências, atribuindo a ele uma chance de 60%. A expectativa é de que as reformas em curso e as que serão implementadas aumentarão a eficiência da economia, acelerando o ritmo de crescimento da produtividade. Para o período de 2018 a 2026, a Tendências estima uma expansão média de 2,9%. Responsável pela área de macroeconomia e política da Tendências, Alessandra Ribeiro diz que os números do PIB do segundo trimestre e os indicadores mais recentes sobre a atividade confirmaram a recuperação da economia.

O movimento deve ser liderado pelo consumo das famílias e pelo setor externo, pelo lado da demanda, ganhando tração com o impacto da queda dos juros sobre a atividade. A consultoria não mudou a projeção de crescimento de 2,8% para o ano que vem porque já era uma previsão acima da média do mercado. "Os números mais recentes fortaleceram essa expectativa." Para este ano, a Tendências espera uma expansão do PIB de 0,7%, com o crescimento do consumo das famílias avançando também 0,7%, num quadro de menor endividamento das pessoas físicas e retomada do crédito. O investimento, por sua vez, deve recuar 2,2%.

No seu cenário básico, a Tendências conta com a aprovação da reforma da Previdência ainda neste ano. Pontos como a idade mínima para a aposentadoria, a unificação dos regimes do setor privado e do setor público e alguma regra de transição tenderiam a passar no Congresso. Para a concretização desse cenário, a Tendências vê como fundamental a coordenação política das forças governistas, com o PSDB e o PMDB se acertando e lançando um candidato único em 2018. O nome mais provável, na visão da consultoria, é o do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

O crescimento mais forte da economia deve fortalecer um nome desse campo. Alessandra destaca ser fundamental para a materialização desse quadro a coordenação entre essas forças políticas, para evitar a divisão nas eleições do ano que vem. A economista diz ainda que a Tendências passou a considerar um crescimento mais forte entre 2018 e 2026 - a média esperada para o período subiu de 2,6% para 2,9%, pela expectativa de aceleração do crescimento da produtividade.

Para Alessandra, o governo de Michel Temer tem entregado mais em termos de reformas do que se imaginava, e isso terá impactos sobre a produtividade da economia ao longo dos anos. Esse cenário básico contempla um quadro externo tranquilo, com um crescimento global moderado e boas condições de liquidez internacional. Os bancos centrais devem retirar gradualmente os estímulos monetários, sem o risco de grandes solavancos.

A Tendências atribui, porém, 30% de chances para um cenário pessimista, que se traduziria num crescimento médio de apenas 1,6% entre 2018 e 2026. Além de um ambiente externo mais difícil, marcado por medidas protecionistas, não haveria a coordenação política entre PSDB e PMDB para o lançamento de uma candidatura única. Além de Alckmin, o prefeito João Doria poderia ser candidato, dividindo o voto moderado, "gerando risco de ausência de ambos no segundo turno", avalia a Tendências.

"A eventual participação do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, apenas dividiria o eleitorado moderado, reforçando o risco de rupturas", diz a consultoria. A possibilidade de um segundo turno entre um candidato do PT e o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) aumentaria. Para Alessandra, isso tenderia a resultar numa vitória petista, seja com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou outro nome do partido.

Esse cenário seria marcado mais por paralisia do que por um "cavalo de pau" na condução do país, acredita ela. Um eventual governo do PT enfrentaria um país polarizado, e teria dificuldades para derrubar o teto de gastos, o que exige maioria de três quintos no Congresso. Essa amarra seria um obstáculo a uma mudança na política fiscal, impedindo aumento de despesas, benefícios sociais e investimentos públicos, na visão de Alessandra.

O crescimento cairia, mas não haveria uma explosão inflacionária. Por fim, a Tendências atribui 10% de probabilidade a um cenário otimista. Esse quadro também começa com a construção de uma candidatura única dentro da coalizão governista, provavelmente a de Alckmin.

 "A campanha eleitoral seria marcada por desempenho fraco do PT e dos candidatos 'outsiders', o que daria ao nome governista o mandato para reforçar a liberalização da economia brasileira", diz o relatório da consultoria. "Os dados positivos da economia reduziriam o estigma negativo em torno das reformas, ampliando o escopo reformista da próxima administração."

Na visão da Tendências, o "reformismo ampliado" teria uma gestão mais ambiciosa do controle dos gastos públicos, além de promover mudanças no sistema tributário e maior abertura comercial. Nesse caso, o crescimento médio de 2018 a 2026 ficaria em 3,8%.

 

Meirelles: Meta de inflação mais baixa é a economia de volta ao normal

A fixação de metas de inflação mais baixas para os próximos anos pelo governo foi uma consequência da normalização da economia brasileira, disse o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. “Não há dúvida de que o que está acontecendo na economia brasileira é algo que eu chamo de estar voltando ao normal”, enfatizou ele, após encontro com investidores no Bank of America, em Nova York.

“Há um ano, o Brasil vivia uma recessão profunda e [tinha] companhias com capacidade ociosa. De outro lado, muitas pessoas desempregadas. E, ao mesmo tempo, juros elevados. Isso não é uma situação normal na economia.” O ministro qualificou a situação anterior como de uma “economia desorganizada”. “Agora, tudo está voltando ao normal seja por causa das reformas, do ajuste fiscal”, continuou.

Meirelles ressaltou que a inflação caiu fortemente e os juros estão caindo também. “Estamos voltando ao normal. Temos ainda uma capacidade ociosa nas empresas e um grande número de desempregados. Mas o país vai crescer até com estímulos monetários.” Fed Para ele, a elevação recente da taxa básica de juros pelo Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, não deverá fazer o Brasil perder atratividade de capitais.

Na avaliação de Meirelles, o BC americano está fazendo movimentos praticamente antecipados pelo mercado, o que evita riscos ao Brasil. "Acho que nós não vamos ver crises de liquidez no mercado causadas pelo Fed. Já aconteceu no passado, mas, não agora. Agora, não deve acontecer. Esses movimentos de agora são ponderados, previstos. E a recuperação da economia americana está boa. Está indo bem”, afirmou o ministro. PIB Sobre o PIB, Meirelles colocou um viés de alta nas novas previsões para este e o próximo ano.

Na visão dele, os números do Banco Central com estimativa de 0,7% para 2017 e 2,2% para 2018 indicam essa tendência. “O fato concreto é que está havendo uma revisão para cima. Esse 0,7% está começando a se tornar um consenso”, afirmou. “Em alguns, está até quase como um piso das projeções. Mas esse é um bom número. E esse número de 2,2% para o ano que vem também”, completou. Para o ministro, há uma tendência de revisão para cima das perspectivas do Brasil.

Ele não quis especular se o FMI e o Banco Mundial elevarão as estimativas para o PIB brasileiro durante o lançamento de suas previsões para a economia daqui a duas semanas, mas ressaltou que muitos analistas e “casas respeitadas” estão com números bem acima de 2% para 2018. Previdência De acordo com Meirelles, a reforma da Previdência será votada depois da nova denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), que deverá ser encaminhada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara dos Deputados.

“Eu mencionei que havia isso e que, portanto, se esperava que a Câmara votasse, primeiro, essa denúncia e, resolvido isso, votaria a reforma da Previdência”, contou o ministro na sede do Bank of America. Um investidor perguntou se o governo tem um “plano B”, caso a reforma não seja aprovada.

“Eu disse que a nossa expectativa é que a reforma da Previdência seja aprovada porque é de interesse dos partidos que, inclusive, pretendem ocupar o poder a partir de 2019, que tenha sido aprovada uma reforma da Previdência suficientemente robusta para que o país não tenha essa preocupação no próximo governo”, afirmou.

“A pior coisa seria um governo começar tendo que enfrentar uma reforma da Previdência, independentemente do que cada partido está dizendo. Isso é outra história. Isso faz parte do jogo eleitoral.”

 

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