Sexta-feira

VALOR ECONÔMICO

Incorporadoras devem ter que mudar registro de receita

O martelo ainda não foi batido. Mas oito anos após flertarem com essa possibilidade, as incorporadoras imobiliárias brasileiras estão bem próximas de ter que mudar, a contragosto, a forma de reconhecer a receita da venda de imóveis na planta para clientes de classe média e classe média alta, que deixaria de ser feita ao longo da obra (em um método conhecido como POC) para o momento da entrega das chaves.

A decisão deve vir de Londres, numa reunião do comitê de interpretações do Iasb (órgão que edita as normas contábeis IFRS) marcada para a próxima terça-feira. Mas a tendência maior é de mudança, já que o parecer da área técnica desse comitê, diante das análises realizadas - e com o tratamento dos distratos tendo peso relevante na avaliação -, foi de que "a entidade deve reconhecer a receita em um único momento no tempo".

Embora seja razoável supor que o efeito seria muito maior se o mercado imobiliário estivesse crescendo, como em 2010, a mudança, se confirmada, deve provocar um efeito nada desprezível nos saldos patrimoniais e de resultado divulgados por essas companhias. Segundo um analista da área, os investidores não estão com essa questão no radar neste momento.

A possível novidade, cujo efeito prático é adiar o registro da receita nos balanços, não vale para os projetos do Minha Casa Minha Vida e outros de baixa renda financiados pela Caixa Econômica Federal. Para Renato Ventura, vice-presidente da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), o método POC (do inglês "percentage of completion") traz uma visão mais completa da situação financeira dos negócios.

"O reconhecimento na chave é uma fotografia do passado, que prejudica a visibilidade efetiva do andamento da empresa", afirma ele, para quem o caso dos distratos poderia ser resolvido provisões. Ele frisa ainda que é "urgente uma resposta" sobre essa questão dado que, em caso de mudança, as empresas precisam se adaptar para divulgar os novos números no primeiro trimestre de 2018, com 2017 comparativo.

A pedido do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), órgão que traduz e adapta as normas contábeis internacional do IFRS aqui no país, a área técnica do Ifric analisou os contratos de venda de imóveis na planta no Brasil e também sua aplicação na prática - ou seja, como a Justiça os interpreta. A conclusão foi de que e nenhuma das condições previstas no pronunciamento IFRS 15 (ou CPC 47, que entra em vigor em 2018) para reconhecimento da receita ao longo do tempo é plenamente atendida.

O comitê do Ifric, contudo, ainda pode manifestar entendimento diverso na reunião do dia 12. Essa polêmica surgiu no Brasil quando da adoção do padrão contábil IFRS completo em 2010.

Depois de muita discussão, com as empresas preferindo a manter o POC (que era a prática local e mostrava balanços mais robustos) e as auditorias entendendo que a norma internacional (ainda debaixo do as auditorias entendendo que a norma internacional (ainda debaixo do pronunciamento CPC 30) exigiria o reconhecimento da receita apenas nas chaves, o CPC decidiu, por maioria (vencidos os auditores), editar a Orientação CPC 04, ratificada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na época.

A OCPC 04 teve o efeito prático de dar segurança jurídica para as empresas usarem o método POC. Mas por causa dessa norma local, os pareceres de auditoria sobre os balanços das incorporadoras brasileiras vêm com um parágrafo de ênfase, que fazem uma espécie de alerta de que essa seria uma peculiaridade do IFRS adotado no Brasil - como se fosse uma exceção à norma internacional, com o que a CVM e muitos especialistas não concordam. Juridicamente, nem o CPC nem a CVM nem o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) são obrigados a seguir o Ifric.

Mas para Alexsandro Broedel, professor da FEA-USP e membro do Asaf, um órgão de aconselhamento do Iasb, uma decisão formal do Ifric sobre essa questão tem efeito vinculante para a manutenção do IFRS completo no Brasil. "Se a empresa faz o balanço em desacordo com o que diz o Ifric, os auditores poderão dizer no parecer que não é IFRS". Broedel diz que há bons argumentos dos dois lados da discussão, mas acredita que a realidade, diante do grande volume de distratos, acabou levando à conclusão de que a obrigação de desempenho da incorporadora só é concluída na entrega das chaves. A CVM foi procurada, mas não se manifestou sobre o caso.

 

Copom corta Selic em 1 ponto percentual para 8,25% ao ano

O Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu nesta quarta-feira a taxa básica de juros, a Selic, em 1 ponto percentual, para 8,25% ao ano. A decisão foi unânime e veio em linha com o previsto pelo mercado. No comunicado, o colegiado presidido por Ilan Goldfajn sugere uma redução no ritmo de corte para 0,75 ponto percentual como o movimento mais provável no encontro de outubro. “O Comitê entende que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural”, diz o Copom no comunicado.

Essa frase se soma ao aceno já dado por Ilan e diretores de que a taxa atual já estimula a recuperação da economia. O atual ciclo de baixa começou em outubro do ano passado, com Selic em 14,25% ao ano. Com o corte desta quarta-feira, a redução chega a 5 pontos percentuais e a Selic testa patamares não vistos desde julho de 2013. Com a decisão desta quarta-feira, será acionada a regra do rendimento da poupança, que passa a ser de 70% da Selic. Desde agosto de 2013 a poupança vinha sendo remunerada pela “fórmula antiga”, de 0,5% ao mês mais TR.

O Copom ressaltou que as condições econômicas permitiram a manutenção do ritmo de flexibilização em 1 ponto percentual nesta reunião. Para a próxima reunião, em outubro, o colegiado do BC pondera que “caso o cenário básico evolua conforme esperado, e em razão do estágio do ciclo de flexibilização, o Comitê vê, neste momento, como adequada uma redução moderada na magnitude de flexibilização monetária”.

O Copom diz, ainda, que mantida essas mesmas condições, antevê encerramento gradual do ciclo. Tal sinalização deixa como desenho mais provável um corte de 0,75 ponto na reunião de outubro e um corte de meio ponto em dezembro, levando a Selic a 7% ao ano — patamar alinhado a grande parte das projeções de mercado.

Ainda assim, o Copom pondera que, apesar dessas perspectivas, o processo de corte de juros continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação.

O BC voltou a enfatizar que o processo de reformas, como as recentes aprovações de medidas na área creditícia — uma referência à Taxa de Longo Prazo (TLP) —, e de ajustes necessários na economia brasileira contribui para a queda da sua taxa de juros estrutural, que seria aquela que permite máximo crescimento com inflação na meta.

O BC fez uma atualização no seu balanço de riscos, apontando que a chance de ter inflação menor do que a projetada contrasta com a possibilidade de uma frustração com as reformas levar a um movimento nos preços de mercado com consequência sobre o comportamento futuro da inflação.

O risco do quadro negativo se materializar se intensifica com uma possível reversão do cenário externo favorável para emergentes. Essa possibilidade de queda ainda mais intensa da inflação decorre de dois fatores. O efeito secundário, isto é, sobre outros setores da economia, da retração dos preços de alimentos e industriais. E da possibilidade de que os mecanismos inerciais da economia brasileira propaguem a atual queda de mecanismos inerciais da economia brasileira propaguem a atual queda de preços para componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária.

Esse risco é o exato contrário do visto nos últimos anos, quando a inflação alta se transmitia para períodos mais distantes por esses mesmos mecanismos inerciais, como reajustes de salários e contratos em bases anuais. Na avaliação do cenário básico, o Copom nota que a atividade mostra sinais compatíveis com a recuperação gradual. Que a inflação permanece bastante favorável e que o cenário externo tem se mostrado favorável, contribuindo para manter o apetite ao risco em relação a economias emergentes.

Projeções

O Copom ainda atualizou as projeções de inflação do seu modelo considerando as trajetórias do boletim Focus para juros e câmbio. Com essa premissa, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerra 2017 em 3,3% e termina 2018 em aproximadamente 4,4%. No comunicado e na ata da reunião de julho, as projeções estavam em 3,6% para 2017 e em 4,3% para 2018, considerando juro de 8% ao fim dos dois períodos e câmbio de R$ 3,30 para 2017 e R$ 3,43 em 2018.

Agora, as projeções foram feitas considerando Selic de 7,25% no fim de 2017, queda para 7% no começo de 2018 e ajuste para 7,5% no encerramento de 2018. As novas projeções estão no comunicado da decisão da reunião desta quartafeira, quando o Copom reduziu a Selic em 1 ponto percentual, a 8,25% ao ano.

O BC aponta, ainda, que as expectativas de inflação apuradas pela pesquisa Focus subiram para em torno de 3,4% para 2017 e mantiveram-se em torno de 4,2% para 2018, 4,25% para 2019 e 4,00% para 2020.

 

Câmbio fraco estimula investimento empresarial, dizem analistas do FMI

Depreciações reais da taxa de câmbio impulsionam investimentos, lucros e vendas de empresas que enfrentam mais restrições financeiras e são mais intensivas em trabalho, diz estudo de economistas do Fundo Monetário Internacional (FMI). “Essas descobertas são consistentes com a visão de que desvalorizações estimulam oportunidades de financiamento interno ao reduzir os salários reais, consequentemente incentivando o investimento”, destacam os analistas do Fundo.

No relatório, eles examinaram a relação entre depreciações reais (descontada a inflação) do câmbio e indicadores de desempenho empresarial, usando uma amostra de mais de 30 mil companhias de 66 países desenvolvidos e emergentes, ao longo de 2000 a 2011. De acordo com o relatório, as estimativas indicam que uma “desvalorização real de 10% é associada com uma taxa de crescimento 2% maior para empresas altamente intensivas em trabalho”, comparadas com companhias pouco intensivas no uso desse fator de produção, em países com baixo desenvolvimento financeiro, como a relação entre o crédito e o PIB.

Essa diferença é próxima de zero em economias com alto grau de desenvolvimento financeiro. O estudo observa que movimentos do câmbio produzem efeitos imediatos nos resultados da empresas como vendas e lucros, mas também podem afetar a taxa de crescimento de médio e longo prazo, ao afetar suas decisões de investimento e a produtividade.

O primeiro canal pelo qual a moeda impacta as decisões das companhias é o da competitividade. Uma depreciação real torna mais lucrativas as empresas exportadoras e as que competem com importações. Outros dois canais operam na direção oposta, limitando o investimento, segundo os economistas do FMI. “Grandes depreciações são frequentemente associadas a balanços mais fracos das empresas, afetando a sua capacidade de tomar empréstimos, ou a balanços mais fracos de bancos, prejudicando a sua capacidade de conceder financiamentos”, escrevem eles. Esses dois canais operam especialmente em crises financeiras e recessões.

Os autores observam que o efeito positivo por meio do canal da competitividade se aplica apenas a depreciações reais sustentadas. “Se, ao contrário, a desvalorização é temporária e as empresas esperam que a taxa real de câmbio vai se reverter ao nível anterior em breve, o ganho de competitividade e lucratividade será temporário e não vai levar as companhias a investir e expandir a sua capacidade de produção”, dizem Mai Chi Dao, Camelia Minoiu e Jonathan Ostry.

No entanto, afirmam eles, há evidência de que mesmo depreciações temporárias e moderadas da taxa de câmbio podem ter um efeito sustentado sobre o crescimento. “Neste estudo, nós testamos um novo mecanismo pelo qual mesmo mudanças temporárias na taxa real de câmbio podem afetar a capacidade de financiar o investimento das empresas e, com isso, a capacidade de produção do setor empresarial”, escrevem os economistas, referindo-se ao que chamam de “canal de financiamento interno”.

No caso de empresas que enfrentam restrições financeiras, recursos internos como lucros retidos têm um papel importante em financiar o investimento empresarial, ressaltam eles. “Quando uma depreciação estimula os fluxos de caixa de exportação das empresas, ele também expande a capacidade interna de financiamento das empresas que dependem de recursos internos.”

As estimativas mostram que empresas mais intensivas em trabalho conseguem lucros mais altos para um dado nível de depreciação real. “Além disso, companhias que enfrentam fricções financeiras maiores, como as localizadas em países menos desenvolvidos financeiramente, são mais inclinadas a traduzir os lucros maiores em investimento em capital fixo e crescimento”, dizem os economistas do FMI.

Os autores observam, contudo, que as descobertas do estudo não implicam em recomendação de uma “subvalorização sistemática” do câmbio para impulsionar o investimento e o crescimento. “Os nossos resultados mostram que, para [uma] dada lucratividade do investimento, uma depreciação real libera recursos internos que podem servir como meio de efetuar essas oportunidades, ao mesmo tempo em que não dizem nada sobre o efeito potencial de uma desvalorização real sobre a produtividade e a própria lucratividade do investimento”, advertem eles.

 

Copom indica redução do ritmo de cortes de juro e prepara o fim do ciclo

O comunicado da reunião de anteontem do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que decidiu por unanimidade baixar os juros básicos de 9,25% para 8,25% ao ano, sinalizou a desaceleração moderada no ritmo de corte da taxa Selic daqui por diante e começou a preparar o mercado para o fim do ciclo de distensão monetária. Para a reunião de outubro, o BC indicou que o cenário mais provável é uma baixa de 0,75 ponto percentual, em vez dos cortes de 1 ponto das últimas quatro reuniões.

Também avisou que "antevê um encerramento gradual do ciclo", ou seja, daqui por diante os juros tendem a cair com movimentos cada vez menores. O BC não cravou até que percentual os juros poderão cair ao fim do ciclo de distensão. Mas, pelas projeções apresentadas no comunicado, nas condições econômicas e políticas atuais, a Selic poderia chegar a um percentual entre 7% e 7,25% ao ano.

As sinalizações sobre a desaceleração dos cortes para 0,75 ponto percentual em outubro e um fim gradual do ciclo de distensão estão tão claras que o risco é ignorar que elas são condicionais à evolução da conjuntura econômica. No comunicado, os membros do Copom se esmeraram em lembrar o mercado disso, ao dizer que "neste momento" o comitê vê como adequada uma redução moderada na magnitude de flexibilização monetária e ressaltar que a sinalização é válida "caso o cenário básico evolua conforme o esperado".

Todo esse esforço em realçar que a sinalização é condicional deverá levar, provavelmente, o mercado a ponderar quais serão as alternativas de movimento de taxa de juros com chances de ocorrer na reunião de outubro e seguintes. É possível que, na ata do Copom a ser divulgada na semana que vem, o colegiado reduza o leque de possibilidades. Foi o que ele fez na reunião de julho, quando no comunicado deu uma firme indicação condicional de que caminhava para mais um movimento de 1 ponto e na ata informou que o movimento alternativo mais provável era um corte de 0,75 ponto.

O BC indicou dois riscos do lado positivo que podem fazê-lo cortar mais os juros - a disseminação da inflação baixa de alimentos e bens industriais, e a possibilidade de os baixos índices de preços derrubarem as projeções de inflação do Copom. Do lado negativo, citou uma eventual frustração das expectativas sobre a aprovação das reformas, com efeito ainda pior se houver reversão do atual cenário externo favorável para emergentes. As projeções de inflação apresentadas no comunicado não permitem uma conclusão precisa sobre quanto a Selic poderá cair neste ciclo de distensão.

O BC estima que, se os juros caírem a 7,25% ao ano no fim de 2017, depois a 7% no começo de 2018 e depois subirem para 7,5% ao ano em fins de 2018, a inflação projetada para 2018 ficará em 4,4%. Ou seja, abaixo mas bem perto da meta, de 4,5%.

Essas projeções devem ser lidas com alguma cautela, porém, dada a defasagem com que as decisões de política monetária se transmitem para a inflação. Os efeitos máximos ocorrem num prazo de cerca de dois anos. Pode se dizer com alguma segurança que os juros podem cair a 7,25% em fins de 2017, pois uma boa parte dessa baixa teria efeito ainda na inflação de 2018.

Assim, como a inflação de 2018 está projetada em 4,4%, em tese há condições para Selic chegar a 7,25%, mas talvez não muito abaixo disso. Uma eventual baixa de juros a 7% ao ano no começo de 2018, porém, teria efeitos plenos sobre a inflação de 2019. Os juros de fins de 2018 vão determinar a inflação de 2019 e de 2020. Para se ter uma ideia mais clara do tamanho do ciclo possível será preciso esperar o Relatório de Inflação, em que são apresentadas projeções de inflação para 2019 e 2020.

O documento será divulgado no próximo dia 21. Por ora, o que se pode dizer com alguma certeza é que, pelos dados apresentados pelo BC, ainda não está avalizada a Selic na casa dos 6% ao ano. Outra questão em aberto é se, depois que a Selic atingir a mínima, ela vai permanecer nesse percentual.

No comunicado, o BC avisa que está promovendo uma política monetária estimulativa, ou seja, levando os juros abaixo da taxa estrutural. Esse recado já vinha sendo transmitindo pelo presidente do BC, Ilan Goldfajn, que alertou que o patamar de juro real entre 3% e 3,5% vigente "é baixo do ponto de vista histórico" e "tende a estimular a economia".

Em algum momento, a Selic e a taxa estrutural deverão se reencontrar, seja porque o BC terá que subir os juros básicos ou porque as reformas econômicas terão baixado a taxa estrutural.

 

Bancos anunciam repasse de queda da Selic para linhas de crédito

Os grandes bancos anunciaram que vão repassar a queda da taxa básica de juros (Selic), de 9,25% para 8,25% ao ano, aos juros cobrados nos financiamentos aos clientes. Em comunicado, o Bradesco informou que o repasse do corte de 1 ponto percentual na Selic ocorrerá nas principais linhas para pessoas físicas e jurídicas.

No Itaú Unibanco, haverá queda nas taxas do empréstimo pessoal e cheque especial nos financiamentos a pessoas físicas. Nas linhas para micro e pequenas empresas, serão alteradas as taxas do produto capital giro e cheque especial. No crédito de veículos, o banco informou que já vem reduzindo os juros ao longo do ano, em linha com a Selic. A redução é válida a partir do dia 13 de setembro.

O Banco do Brasil anunciou a redução nos juros do crédito imobiliário. Nas linhas do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), as novas taxas passam a variar entre 9,24% a 10,44% ao ano, ante o intervalo anterior de 9,74% e 10,69% ao ano. Na carteira hipotecária, as taxas variavam de 10,65% a 11,74% ao ano e agora serão reduzidas para uma faixa entre 10,15% e 11,49% anuais. As novas taxas entram em vigor a partir da próxima segunda-feira, dia 11.

 

Governo já vê PIB de 2018 em 2,5%

O crescimento acima do esperado do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre levou a equipe econômica a rever as previsões para o desempenho da economia em 2017 e 2018. Conforme apurou o Valor, os cálculos iniciais fazem a projeção oficial para este ano passar de 0,5% para 0,7%.

A melhora da previsão para 2017 está levando também a uma mudança na projeção de crescimento para 2018 - as contas ainda são prematuras neste caso, mas as primeiras estimativas da equipe econômica alteram o crescimento do ano que vem de 2% para 2,5%. O movimento do governo é semelhante ao do mercado, que também está refazendo cálculos para 2017 e 2018 depois que o PIB do segundo trimestre surpreendeu positivamente. De acordo com o último boletim Focus (divulgado na segunda-feira), os analistas elevaram a projeção para o crescimento da economia neste ano de 0,39% para 0,5% após sete semanas de estimativas abaixo de 0,4%.

Algumas instituições financeiras mudaram de forma expressiva as projeções, parte delas incorporando uma visão até mais otimista que os cálculos da equipe econômica. Além do PIB do segundo trimestre, o esfriamento da crise política é citado pelos economistas para a mudança. O Itaú elevou a estimativa para o PIB em 2017 de 0,3% para 0,8% (para 2018, o percentual continua em 2,7%).

"A revisão incorpora uma atividade econômica em ritmo mais forte no segundo trimestre de 2017 e impacto menos intenso do que o esperado do aumento da incerteza política recente", afirmou em relatório Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú. Na quarta-feira, o Bank of America Merril Lynch (BofA) dobrou a projeção para o PIB de 2018 de 1,5% para 3% (para 2017, manteve 0,6%). Agora, o número previsto é o mesmo de antes de maio - quando veio a público a delação da JBS.

Para o BofA, a crise política teve impacto limitado e a atividade está em "tendência positiva". Já o economista-chefe para América Latina do BNP Paribas, Marcelo Carvalho, diz que a projeção do banco para o PIB deste ano é 0,5%, mas tem "viés de alta". Para 2018, a instituição estima crescimento de 3%.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, havia antecipado nesta semana que o governo está revisando as projeções para o PIB - mas não havia adiantado números. "Os números do PIB são muito fortes e positivos. Estamos, sim, analisando", afirmou. Questionado se o dado para este ano poderia ficar próximo de 1%, disse que isso era "possível".

O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou nesta semana na China que "não será surpresa" se o país registrar crescimento entre 2,5% e 3% em 2018: "Este é o momento para investir no Brasil. Teremos um longo ciclo de crescimento nos próximos dez anos". Na equipe econômica, a avaliação é que o PIB está sendo impulsionado principalmente pelo consumo - beneficiado pela queda de juros, pelo crescimento da renda e por uma melhora do ambiente econômico.

Após nove trimestres consecutivos sem crescimento, o consumo das famílias voltou a subir. Os dados do IBGE mostraram expansão de 0,2% do PIB no segundo trimestre contra o primeiro (na série com ajuste sazonal) enquanto a média dos analistas esperava estabilidade.

 

O ESTADO DE SÃO PAULO

Com inflação menor, mercado já fala em juro abaixo de 7%

A forte turbulência no cenário político nos últimos dias contrasta com dados cada vez mais positivos vindos da economia. O IPCA, índice oficial de inflação do País, fechou o mês de agosto em 0,19%, abaixo das estimativas do mercado, segundo dados divulgados ontem pelo IBGE. Em 12 meses, a inflação está em 2,46%. E, também ontem, o Banco Central reduziu a Selic, taxa básica de juros da economia, de 9,25% para 8,25% ao ano.

Até ontem, as apostas majoritárias do mercado financeiro apontavam para uma Selic de 7,25% ao final do ano. Com isso, igualaria o nível mais baixo da taxa de juros no Brasil, registrado em 2012, no governo Dilma Rousseff. Mas, com a inflação em níveis tão baixos, economistas começam a apostar em uma taxa ainda menor, até abaixo dos 7%.

E, diferentemente da época do governo Dilma, quando a queda da Selic foi mais uma questão política, sem amparo nas condições macroeconômicas (quando o ex-presidente do Banco Central Alexandre Tombini deixou o cargo, no ano passado, os juros já estavam em 14,25% ao ano), a avaliação agora é de que há condições para o País, finalmente, manter tanto a inflação quanto a Selic em níveis baixos, o que tem um efeito benéfico tanto na vida das pessoas quanto das empresas.

“A nossa expectativa é que a inflação se mantenha baixa pelo menos nos próximos dois anos”, disse o economista José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB Associados. “E, com a inflação em níveis mais comportados, a Selic pode cair e se manter, o que não é usual no Brasil.” O senão nesse quadro, diz, é a questão fiscal, ainda muito complicada, e que só vai se resolver com a aprovação das reformas econômicas, especialmente a da Previdência.

Para o economista, a inflação deve ficar este ano em torno de 3%, o que pressionará o Banco Central a baixar ainda mais os juros, talvez até abaixo dos 7,25% previstos atualmente. A meta de inflação perseguida pelo BC é de 4,5% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual para cima ou para baixo. Quando essa meta é descumprida, o presidente do banco precisa enviar uma carta ao Ministério da Fazenda explicando porque isso ocorreu.

Além da sazonalidade. Para Alexandre Schwartsman, ex-diretor do BC e sócio-diretor da Schwartsman & Associados, a surpresa com o IPCA de agosto mostra que o resultado vai além de questões puramente sazonais e da queda nos preços dos alimentos. Segundo ele, as condições para o IPCA fechar até abaixo de 3% este ano são crescentes.

Além disso, o ambiente desinflacionário que tende a persistir em 2018 – ainda que em menor magnitude – deve permitir que a Selic continue caindo em 2018, a despeito dos sinais de retomada da atividade econômica. “A possibilidade de aumento de juros no ano que vem é remota. O desemprego ainda está muito elevado”, afirmou.

Conforme o economista, a ociosidade elevada dá espaço para que a taxa Selic caia abaixo do nível histórico de 7,25%. Por ora, ele prevê a taxa de juros fechando este ano em 7%, mas não ignora a possibilidade de a Selic terminar em 6,75%. Para ele, o principal risco desse cenário favorável em termos de juros e inflação é o quadro fiscal, ainda bastante complicado.

“Há vários argumentos da inflação que sugerem que há espaço para mais reduções (da taxa de juros). Dá a impressão de que a Selic teria condições de terminar este ano mais perto de 6% do que de 7%”, disse o economista Hélcio Takeda, da consultoria Pezco.

Após o anúncio do BC, o porta-voz do presidente Michel Temer, Alexandre Parola, fez um pronunciamento para comentar o “conjunto amplo de notícias que confirma o bom momento que atravessa a economia brasileira e sua plena recuperação”.

 

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