Segunda-feira

TRIBUNA DO NORTE

União atrasa recursos de obras

Empresários do ramo da construção civil do Rio Grande do Norte estão preocupados com atrasos nos pagamentos de obras contratadas pelo Estado ou Municípios com participação da União e intermédio da Caixa Econômica Federal (CEF). De acordo com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do RN (Sinduscon/RN), os recursos do Governo Federal não foram repassados ao banco – responsável pelo pagamento às empresas – há mais de um mês.

Algumas obras já estão atrasadas e os empresários afirmam que se os repasses não forem retomados, há risco de demissão de funcionários ainda neste ano. O problema não afeta apenas a iniciativa privada. A Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) também cobra o pagamento da segunda parcela referente a uma obra de adutora no interior do Estado. O valor em atraso é de R$ 6,3 milhões.

O alerta sobre possíveis demissões é uma das preocupações do presidente do Sinduscon/RN, Arnaldo Gaspar  Júnior. O empresário confirmou que os atrasos de repasses afetam diversas empresas e o problema ocorre em todo o país.  “Acontece que o Governo Federal não está repassando os valores correspondentes aos convênios celebrados entre Estado e Municípios com intermédio da Caixa. O atraso acontece há pelo menos três meses”, explicou.

Segundo o sindicato, a descontinuidade dos repasses acontece especialmente nos  ministérios das Cidades, Integração, Planejamento e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). “Há um bom tempo não ocorria atraso nos repasses do DNIT, mas isso, infelizmente, está acontecendo agora”, destacou Arnaldo.

O presidente não soube informar o montante de recursos que estão contingenciados no Governo Federal, mas garantiu que a CEF tenta agilizar os trâmites burocráticos. “Isento o banco de qualquer culpa. A Caixa é meramente um repassador do dinheiro. Sem o depósito do Governo, não há o que fazer”, disse.

Na manhã de ontem, em contato com a reportagem, a assessoria de imprensa da CEF informou que não poderia informar quais contratos estariam em atraso e o montante de recursos contingenciados. Servidores do departamento responsável da área estavam em viagem de trabalho.

O vice-presidente eleito do Sinduscon/RN, Marcus Aguiar  também sinaliza preocupação com a possibilidade de demissões em decorrência da descontinuidade de pagamento por parte da União. Ele contou que é responsável por um conjunto de obras de saneamento e abastecimento de água no interior do Estado que emprega aproximadamente 400 funcionários. O investimento federal é de R$ 40 milhões. “Parte dos recursos não foram depositados. Liberaram a primeira parcela, mas a segunda não foi liberada. A desculpa é o remanejamento de recursos”, disse. “Há sim um risco de demissão se esse quadro persistir”, completou.

Caern

O contingenciamento de recursos nos ministérios não afeta apenas as empresas privadas que têm contratos com Estado e Municípios. A Caern também aguarda a liberação de recursos para dar continuidade a pelo menos uma obra. De acordo com Maria Zenyr Formiga, gerente de controle de empreendimento do órgão, a Caern espera o repasse de R$ 6,3 milhões. “Temos duas obras com recursos provenientes do ministério da Integração. Uma delas – adutora entre os municípios de Pendências e Macau – está em atraso por causa da não liberação de recursos”, explicou.

 

Consumo no Natal será mais magro

A proporção de brasileiros com pretensão de gastar mais no Natal em 2014 diminuiu, apontou a “Pesquisa Natal 2014 – Revelação sobre o hábito de consumo dos brasileiros”, organizada pela consultoria Deloitte. Neste ano, 46% pretendem gastar menos e 40% disseram que gastarão o mesmo que no total do ano passado. Em 2013 os índices eram de 41% e 38% respectivamente. Esta é a quinta edição da pesquisa.

Os dados refletem a percepção da população sobre a economia no País. Para 64% dos pesquisados a situação da economia no Brasil está em estagnação ou declínio. Apesar disso, 53% dos pesquisados acreditam que a situação financeira da família para os gastos com o Natal está melhor este ano do que no período anterior. Porém, este é o menor índice histórico endossado em todas as edições da pesquisa, já que no ano passado, o índice era de 62%.

A maioria dos pesquisados pretende quitar dívidas (35%) ou poupar (31%), contra 24% que deve ir às compras. “Quase 70% dos pesquisados mantêm o pensamento de avaliar primeiro os custos, mesmo que isso signifique ter um Natal mais enxuto”, aponta Reynaldo Saad, sócio-líder da Deloitte para o atendimento às empresas do setor de bens de consumo e varejo na América Latina e responsável técnico pela pesquisa.

Hábitos

Um dado inédito na edição de 2014 é que parte significativa dos consumidores pretende antecipar as compras para novembro (43%) – o maior índice já indicado para este mês, na série histórica de cinco anos da pesquisa. “Este novo momento de compra é um dado muito importante para que os varejistas estejam preparados para atender aos consumidores, tanto no nível de estoques como na qualidade da prestação dos serviços”,diz  Saad.

O número médio de presentes a serem comprados (6.5) e gasto médio por presente de R$ 61 se mantêm no mesmo nível dos anos anteriores.

Os destaques para os presentes mais comprados em lojas físicas continuam sendo as roupas e sapatos e para aqueles que serão comprados via internet estão os aparelhos eletrônicos portáteis, livros e DVDs.

A pesquisa também traz pela primeira vez a opinião dos entrevistados sobre a pretensão de viajar para o exterior para fazer as compras de Natal. A resposta surpreende, sendo que 18% da amostra diz que irá viajar em 2014 ou no próximo ano com a intenção de fazer compras.

Dos respondentes desta questão, 23% pertencem às classes A/B e 17% à classe C sendo a região Nordeste a que mais se destaca, com 23% dos respondentes que afirmaram a questão.

 

JORNAL DE HOJE

COLUNA DE MARCOS AURÉLIO

Ministério da Integração garante mais R$ 60,5 milhões para Barragem de Oiticica

– A deputada federal Fátima Bezerra, a governadora Rosalba Ciarlini e o deputado Betinho Rosado participaram nesta quinta-feira de audiência com o ministro da Integração Nacional, Francisco José Coelho Teixeira.

– A reunião foi articulada pela deputada Fátima a pedido da comissão de acompanhamento das obras da Barragem de Oiticica, com o objetivo de discutir as questões financeiras da obra.

– “Na reunião buscamos garantir o pagamento da segunda parcela no valor de R$ 27 milhões, dos quais R$ 15 milhões já estão empenhados e o ministro garantiu que os R$ 12 milhões restantes serão garantidos até o final do ano com um acréscimo de mais R$ 5 milhões. Portanto, agora, em vez de R$ 55,5 milhões, serão repassados R$ 60,5 milhões até o final do ano. E para 2015, o Ministério informou que está programado mais R$ 60 milhões”, declarou Fátima.

– Também foi solicitada agilidade na construção da adutora de engate rápido de Currais Novos, orçada em R$ 37 milhões. “O drama pelo qual vive a população de Currais Novos e Acari pede urgência no pleito. O ministro garantiu que, no próximo mês, será feita a ordem de serviço. Espero que isto seja concretizado”, disse.

 

VALOR ECONÔMICO

Atividade econômica sobe 0,4% em setembro, aponta BC

SÃO PAULO  -  (Atualizada às 9h03) Pela métrica do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado pela autoridade monetária nesta segunda-feira, a atividade cresceu 0,4% em setembro, na série com ajuste sazonal, seguindo alta de 0,2% em agosto (dado revisado, anteriormente calculado em 0,27%).

A variação mensal ficou acima da projeção média feita por 16 instituições consultadas pelo Valor Data, que sugeria alta de 0,1% para o indicador. O intervalo de projeções variava entre queda de 0,2% a avanço de 0,4%.

Sobre setembro do ano passado, o IBC-Br aponta alta de 0,92% na série sem ajuste (baixa de 0,24% com ajuste). No ano, há alta de 0,01% sem ajuste (também 0,01% com ajuste).

Em 12 meses, o avanço é de 0,6% (também 0,6% com ajuste). Devido às revisões constantes do indicador, o IBC-Br medido em 12 meses é mais estável do que a medição mensal, assim como o próprio Produto Interno Bruto (PIB).

O indicador leva em conta a trajetória das variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (agropecuária, indústria e serviços). A estimativa de atividade econômica incorpora a produção estimada para os três setores acrescida dos impostos sobre produtos.

Recuperação no segundo semestre

Considerado uma prévia do PIB, o IBC-Br registrou uma expansão de 0,59% no terceiro trimestre ante o segundo trimestre, indicando que provavelmente e economia entrou em trajetória de leve recuperação neste segundo semestre.

No segundo trimestre, o indicador havia registrado uma retração de 0,78%. O cálculo considera a variação da média dos valores mensais apurados em cada trimestre, com ajuste sazonal.

O resultado do terceiro trimestre está em linha com o que vinha dizendo o Banco Central em seus documentos oficiais, que apostava numa moderada recuperação da economia neste segundo semestre, depois da retração no primeiro semestre.

Os dados, divulgado nesta manhã pelo Banco Central, sugerem que a economia pode ter voltado a crescer depois de ter entrado em recessão técnica com dois trimestres seguidos de queda, pelos números oficiais do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IBGE divulgará o resultado do PIB do terceiro trimestre no dia 28 deste mês.

 

Projeção para o IPCA em 2014 sobe de 6,39% para 6,40%, aponta Focus

SÃO PAULO  -  Os analistas do mercado financeiro fizeram leves ajustes em suas estimativas para o crescimento da economia e para a inflação, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central.

A mediana das projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) subiu de crescimento de 0,20% para expansão de 0,21%, após ter registrado duas quedas consecutivas. Há um mês, estimava-se que a economia cresceria 0,27%. Para 2015 foi mantida a projeção de 0,80%.

Os analistas estão mais pessimistas com a produção industrial. Eles agora esperam queda de 2,30% neste ano e aumento de apenas 1,31% no ano que vem. As estimativas anteriores eram de queda de 2,21% e alta de 1,46%, respectivamente.

Quanto ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os analistas agora esperam alta de 6,40%, ante 6,39% estimados na semana anterior. Para 2015, a estimativa também é de 6,40%. Em 12 meses, a projeção foi de 6,42% para 6,44%.

A projeção para a Selic não foi alterada: 11,50% para 2014 e 12% para 2015. Assim, o mercado prevê uma alta de 0,50 ponto percentual na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) deste ano, a ser realizada no início de dezembro, e mais uma alta de 0,50 ponto em 2015.

Já os analistas Top 5 vêem uma inflação mais pressionada neste ano. A mediana das estimativas de médio prazo desse grupo para o IPCA deste ano subiu de 6,34% para 6,50%, mesma taxa esperada para o ano que vem. Eles não revisaram, contudo, sua aposta para a Selic, que seguiu em 11,50% neste ano e 12% no ano que vem, como a mediana geral do mercado.

As revisões para a inflação podem ter como base um real mais depreciado. No Focus, a mediana das estimativas para o dólar no fim deste ano subiu de R$ 2,50 para R$ 2,53. Há um mês essa projeção estava em R$ 2,40.

 

Cenário de incerteza pressiona real

O dólar a R$ 2,60 e no maior nível desde abril de 2005 reflete um mercado cada vez mais temoroso com os rumos da política econômica, mas ainda não embute o pior dos cenários para o Brasil, que seria uma absoluta falta de ajustes. Para analistas, esse ambiente de incertezas mostra a urgência de um choque de credibilidade por parte do governo, que passe principalmente pela escolha de um ministro da Fazenda capaz de arrumar principalmente a política fiscal.

Diante desse quadro, analistas esperam que o real possa até se apreciar no curto prazo, dependendo do anúncio do novo ministro e de medidas de ajuste fiscal. No entanto, uma nova frustração pode confirmar a deterioração das condições macroeconômicas, aumentando o risco de o Brasil perder o grau de investimento, e levar a um "overshooting" (alta abrupta) do dólar.

Desde a vitória da presidente Dilma Rousseff no segundo turno da eleição presidencial, o dólar subiu 5,74%. Na sexta-feira, a moeda americana renovou a máxima no ano, encerrando a R$ 2,5985, o que levou o Banco Central a ampliar a oferta de contratos de swap cambial no leilão de rolagem dos papéis que vencem em 1º de dezembro. Sinalizou assim a renovação integral do lote de US$ 9,83 bilhões que expira no começo do mês que vem.

Notícias negativas no front doméstico após a eleição ajudaram a aumentar o pessimismo dos investidores. No cardápio estiveram o adiamento da divulgação do balanço da Petrobras e a proposta de alteração da lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), permitindo ao governo entregar um déficit fiscal neste ano. Para completar, houve discursos de ministros próximos à presidente Dilma defendendo um ajuste fiscal menos robusto

A crise da Petrobras aumenta a percepção de risco dos investidores, mas analistas consideram que ainda é cedo para avaliar o impacto sobre o fluxo de recursos e o câmbio. "Estamos vivendo o pico da incerteza do lado institucional no Brasil", diz o ex-presidente do BC Carlos Langoni. "Existem muitas dúvidas, mas a que aparentemente mais tira o sono do mercado é o grau de autonomia do novo ministro da Fazenda", diz Langoni, diretor do Centro de Economia Mundial da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Apesar de diversas variáveis com potencial de influenciar o câmbio, Langoni diz que a definição de quem comandará a equipe econômica é, sem dúvida, o elemento doméstico que determinará a dinâmica da moeda brasileira. "Se a nova política econômica der prioridade ao aumento de juros e a um aperto fiscal bastante duro e firme, isso representará um panorama completamente diferente para o câmbio. Do contrário, o risco de 'overshooting' aumenta consideravelmente."

Para alguns analistas, o câmbio poderia se apreciar mesmo com a escolha de um ministro que não assegure uma grande mudança da atual política econômica como o do ex-secretário-executivo da Fazenda, Nelson Barbosa, ou do atual presidente do BC, Alexandre Tombini, dependendo da sinalização do governo. "O movimento do câmbio vai depender das condições que o governo sinalizará em termos de ajuste da política econômica. Se for uma coisa benigna, o real pode até se apreciar no curto prazo", afirma Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do Banco Central e atual sócio da Mauá Sekular Investimentos.

O diretor de mercados emergentes e estratégia do Citi em Londres, Luis Costa, lembra que mesmo a escolha de um candidato com um perfil mais ortodoxo como o ex-presidente do BC Henrique Meirelles não é suficiente para melhorar a confiança dos investidores. "O mercado fica muito focado no nome do novo ministro, mas a questão principal é qual será a leitura da política econômica da presidente no segundo mandato e se o escolhido para o cargo terá liberdade para atuar."

Para Costa, dependendo do anúncio da nova equipe econômica, o câmbio pode até se apreciar no curto prazo. Mas se isso não for acompanhando da sinalização de um ajuste fiscal mínimo para recuperar a credibilidade e reduzir a dívida pública, ele pode passar por um "overshooting". "Podemos até ver um movimento mais positivo do real no curto prazo, mas a tendência de longo prazo é de desvalorização." Costa afirma que o quadro de deterioração macroeconômico do Brasil - com inflação alta, resultado fiscal fraco e baixo crescimento - resulta em um câmbio mais depreciado que o patamar atual para alcançar o nível de equilíbrio. "O ciclo de commodities em alta acabou e será difícil vermos um crescimento próximo aos níveis que tivemos no passado", afirma Costa.

Para o diretor de pesquisas econômicas para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, sem mudanças críveis, as chances de perda do grau de investimento em 2015 aumentam "consideravelmente". "Mas o corte não é inevitável. O governo ainda tem controle, mas precisa agir", diz.

Na avaliação do ex-diretor do BC Luis Eduardo Assis, as dificuldades do governo começam na sua base aliada, menos alinhada à presidente Dilma. Assis lembra que um dos pontos cruciais é o projeto de mudança da LDO de 2014 encaminhado ao Congresso na semana passada. "A gente não sabe se o Orçamento de 2014 vai ser aprovado, muito menos se haverá unidade em torno do de 2015."

Nesse ambiente, Costa afirma que a postura dos estrangeiros no momento é de cautela. Esse capital já reduziu a posição em Brasil antes das eleições e espera maior definição do cenário e redução da volatilidade do câmbio para voltar a aplicar. " O país continua sendo uma alternativa de investimento para os estrangeiros dado o nível de taxas reais de juros ainda muito atraentes, considerando o universo de países com o mesmo rating", diz Costa, lembrando que o cenário externo, com as taxas dos títulos do Tesouro americano (Treasuries) ainda comportadas, favorece as aplicações em renda fixa.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Dilma anuncia corte nos gastos que não afetam a demanda

A presidente Dilma Rousseff anunciou neste domingo, 16, um ajuste econômico que cortará gastos sem, no entanto, cortar a demanda.

"Nem todos os ajustes são pelo lado de cortar a demanda. Você tem no Brasil um conjunto de gastos e de despesas que não levam necessariamente à ampliação do investimento nem à ampliação do consumo", disse Dilma.

Foi em entrevista coletiva em Brisbane, na Austrália, logo após o almoço de trabalho que serviu de encerramento para a cúpula do G20.

A preservação da demanda ou seu incremento já havia sido tema da presidente quando ela analisou os resultados da cúpula.

Considerou "importantes" os passos propostos para aumentar o crescimento da economia mundial em 2 pontos percentuais nos próximos cinco anos.

Mas enfatizou que "é preciso atuar do lado da demanda".

Por isso mesmo, seu ainda ministro da Fazenda, Guido Mantega, acha que as propostas "não são suficientes para dar uma sacudida na economia internacional".

Explica-se o ceticismo: para Mantega, a culpa do baixo crescimento do Brasil (admitido abertamente por Dilma, pouco antes) é do cenário internacional: a redução da demanda em países ricos, europeus principalmente, e na China provocou redução do comércio e atrapalhou a evolução econômica do Brasil.

Mantega também tratou genericamente dos ajustes que estão sendo preparados para recuperar a demanda e, com ela, o crescimento.

Deixou claro que se voltará ao programa de 2011, o primeiro ano do governo Dilma, em que um ajuste fiscal (corte de gastos ou aumento da receita) permitiu uma política monetária (juros) menos apertada.

Agora, o governo "não pretende fazer nenhuma desoneração", ou seja, não dará alívio tributário ao setor privado ao mesmo tempo em que fará cortes no gasto público.

Onde? Responde Dilma: "Em despesas que não levam à ampliação de investimento e consumo. E tem outras despesas que temos que olhar porque são excessivas" (Mantega acrescentou que são "despesas que estão crescendo mais do que o normal").

Mas ambos se negaram a entrar em detalhes, sob a alegação (de Mantega) de que não prontas ainda.

A presidente desmentiu firmemente que esteja estudando o restabelecimento da Cide e negou-se a falar da reforma ministeria

 

"Ajuste sem recessão só acontece com mágica", diz ex-presidente do BC

Um dos economistas mais respeitados do país, Affonso Celso Pastore afirma sem rodeios que o ajuste necessário para colocar a economia em rota de crescimento vai gerar, no curto prazo, recessão e desemprego.

Segundo o ex-presidente do Banco Central, o país precisa arrumar as contas públicas, elevar juros e permitir que a desvalorização cambial chegue aos preços. Tudo isso num momento de economia muito fraca.

"Não é um desafio que discurso de palanque resolva. O governo evitou tudo o que foi politicamente nocivo e os problemas se acumularam", afirmou Pastore à Folha.

Ele diz que as promessas da presidente Dilma de resolver a situação sem afetar o crescimento e o emprego não passam de "crenças". "Só se ela fizer uma mágica, que está no campo da metafísica, e não da ciência", afirmou. A seguir, trechos da entrevista.

*

*Folha - Qual é o principal desafio do segundo mandato da presidente Dilma?

Affonso Celso Pastore - O grande desafio desse governo é a política fiscal. Temos vários outros: o país não cresce, a inflação está no topo da meta, o deficit na conta-corrente é enorme.

No início do ano, o governo prometeu um superavit primário (não inclui pagamento de juros da dívida) de 1,9% do PIB. Até setembro, considerando as receitas que se repetem todos os anos, o país tem um deficit de 0,4%.

Precisamos de um superavit de 2,8% a 3% do PIB para estabilizar ou produzir uma leve queda da dívida pública bruta. Isso mostra a dimensão do ajuste.

Como as contas do governo chegaram a essa situação?

Desde que Dilma assumiu, em 2011, as despesas primárias do governo aumentaram sem parar. E não é despesa com pessoal, que continua estável, nem com Previdência Social, que cresceu pouco.

Também não são programas sociais. O Minha Casa Minha Vida (programa habitacional), por exemplo, representa 0,3% do PIB. O que aumentou foram as despesas que o governo determina.

E a receita também não cresce por causa das desonerações. Na crise global, o governo teve perda de receita de 3% do PIB em razão das desonerações. Dilma adicionou mais 2% de PIB de desonerações só em 2014!

O que é preciso fazer para arrumar as contas?

Terá que ser algo gradual ao longo de dois anos. Mas, para recuperar a confiança, é preciso um plano detalhado de como cortar despesas e elevar receitas. Vai voltar atrás nas desonerações? Vai criar novos impostos?

Esse ajuste tem que ser feito sob pena de perder o grau de investimento. O problema é que a economia está muito fraca. O governo tem uma opção dura pela frente.

O ajuste vai gerar recessão?

Nos Estados Unidos, quando o governo arrecadou mais e cortou gastos, foi recessivo. Na Europa, foi recessivo. Na China e na Índia, também. Por que no Brasil seria diferente? Não há mágica.

O diagnóstico da presidente era que o Brasil continuava sendo vítima da crise externa e que, por isso, precisava de medidas contracíclicas [como aumentar gasto em tempos de retração], mesmo com a economia em pleno emprego. É um contrassenso extraordinário.

O governo aumentou gastos para gerar crescimento e desonerou, imaginando que o investimento deslancharia. Não deu certo. A política fiscal não é instrumento para acelerar o crescimento.

Depois das eleições, o governo subiu juros e reajustou a gasolina. É um sinal de ajuste?

Não é sinal nenhum. A gasolina subiu apenas 3%, e deve ter dois aumentos de 0,25 ponto porcentual dos juros. Eu quero ver os próximos lances.

Por que o deficit externo também é um desafio?

O Brasil liquidou com o superavit comercial. Nesse caso, temos um fator externo, porque o comércio passou a crescer muito menos depois da crise em 2008.

Outra questão é que acabou o ciclo de alta do preço das commodities depois que a China desacelerou. Tudo isso provocou uma estagnação das exportações.

O real estava valorizado em 2011, reduzindo a competitividade da indústria.

O governo então reduziu inesperadamente os juros e adotou controle de capitais para forçar a depreciação do real. O problema é que o câmbio mais fraco não reconstruiu a competitividade.

Por quê?

Se o câmbio desvaloriza e os juros caem, a inflação sobe. Para isso não ocorrer, o governo controlou os preços: segurou a gasolina, tirou o IPI de vários produtos. O resultado é que o câmbio mais fraco não chegou aos preços.

Esse governo nunca entendeu que a depreciação cambial só melhora a competitividade da indústria se o preço do produto vendido no mercado doméstico sobe.

A indústria agradece a generosidade do governo por desonerar a folha de trabalho e depreciar o câmbio, mas não diz, por ser politicamente incorreto, que o custo do trabalho cresceu e que o controle de preços impediu a retomada da competitividade.

Esse é o segundo desafio do novo ministro da Fazenda. Como resolver o problema da competitividade da indústria? Só tem um caminho: os salários têm que cair em relação aos preços.

Ou seja, será preciso reduzir o poder de compra das pessoas, com salários menores ou preços maiores. É isso?

Não é desafio que discurso de palanque resolva. Até agora o governo evitou tudo o que é politicamente nocivo e os problemas se acumularam.

É preciso corrigir os preços distorcidos e subir os juros. O curioso é que o governo disse na campanha que não precisava subir juros, mas elevou a taxa três dias após a eleição.

A combinação entre ajuste fiscal e um aumento de juros significa desacelerar o crescimento ainda mais. E a presidente diz, antes mesmo de anunciar o novo ministro, que vai fazer isso sem afetar o crescimento e o emprego.

É impossível?

Só se ela fizer uma mágica, que está no campo da metafísica e não da ciência. Metafísica é uma questão de crença. Proposições econômicas têm que ser passíveis de teste.

Existe alguma forma de a economia crescer?

Sim. O crescimento depende da produtividade. A infraestrutura está sofrida. Faltam estradas, ferrovias, aeroportos. Mas é preciso elevar a taxa de retorno das concessões. Com mais confiança e gastos eficientes, os empresários voltariam a investir e o país retomaria o crescimento.

 

REVISTA CARTA CAPITAL

Há 30 mil obras para manter o fôlego

D e acordo com um estudo da FGV e do Sinduscon, entre 2008 e 2012 o PIB da construção, corrigido pelo índice Nacional de Custo da Construção, subiu 33,2%, enquanto o PIB nacional registrou uma variação positiva acumulada de 17%. No mesmo período, o resultado geral das empresas de construção saltou para 76,7%. Entre os impactos positivos do Minha Casa Minha Vida na economia do País, os investimentos relacionados ao programa abriram 1,2 milhão de postos de trabalho, com uma média de 244 mil por ano e geraram 17,8 bilhões de reais em tributos arrecadados diretamente. Segundo o estudo, 93% das construtoras consideram o programa habitacional importante para os seus negócios.

No entanto, com a economia internacional em turbulência, não está fácil manter um bom desempenho nos canteiros de obra. No segundo trimestre, o PIB foi de 1,27 trilhão de reais, de acordo com o IBGE. A queda do PIB da indústria da construção civil no segundo trimestre deste ano atingiu 8,7%, o pior resultado desde o primeiro trimestre de 2002, quando o recuo foi de 9,6%. Especialistas no segmento da construção dizem que a atividade está vivendo o fim de um longo ciclo de expansão. Embora os últimos resultados não agradem ao setor, a atividade continua recebendo toda a atenção do governo. Atualmente a construção tem um PIB de 255 bilhões de reais, emprega 3,5 milhões de trabalhadores com carteira assinada e é responsável por 8% dos postos de trabalho gerados no País.

O segmento tem sido um aliado das políticas públicas, na construção de moradias populares ou em grandes obras de logística, saneamento básico, recursos hídricos, mobilidade e energia. O governo há vários anos é um cliente especial das construtoras de médio e grande portes. Não faltam investimentos para incrementara imensa cadeia de negócios do setor. O Programa de Aceleramento do Crescimento (PAC) foi lançado em 2007 e em seus sete anos de existência direcionou mais de 1,5 trilhão de reais em obras. São 30 mil ações no País. O valor previsto para investimentos em obras com prazo de conclusão em dezembro deste ano é de 708 bilhões.

 

EXAME

Prévia do PIB indica fim da recessão, diz Banco Central

Brasília - O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu 0,40% em setembro ante o mês anterior, na série com ajuste sazonal.

De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira, 17, pelo Banco Central, o número passou de 146,66 pontos em agosto, na série dessazonalizada, para 147,25 pontos em setembro.

O resultado do IBC-Br ficou acima da mediana das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE Projeções (+0,2%), mas dentro do intervalo das estimativas (-0,2% a +0,5%).

Nos 12 meses encerrados em setembro de 2014, é possível observar um crescimento de 0,60% na série sem ajuste.

No acumulado dos nove primeiros meses do ano, o indicador ficou positivo em 0,01% (sem ajuste). Até agosto, por esse critério, era verificada uma leve baixa de 0,11%.

Na comparação entre os meses de setembro de 2014 e de 2013, houve expansão de 0,92% também na série sem ajustes sazonais. Na série observada, setembro terminou com IBC-Br em 148,65 pontos.

O indicador de setembro de 2014 ante o mesmo mês de 2013 mostrou uma elevação maior do que o apontado pela mediana (0,41%) e ficou um pouco acima do teto das previsões (-0,60% a +0,90%) dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE Projeções.

O IBC-Br serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. Entre os componentes do indicador estão a Pesquisa Industrial Mensal e a Pesquisa Mensal de Comércio.

A projeção do Banco Central para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano é de 0,7%, segundo o último Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado em setembro.

Já pelos cálculos do Ministério da Fazenda, a economia brasileira terá expansão de 0,9% em 2014.

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