Terça-feira

VALOR ECONÔMICO

Steinbruch: "Dados do governo não refletem realidade"

SÃO PAULO  -  Na presença do ministro da Fazenda, Guido Mantega, o empresário e presidente em exercício da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Benjamin Steinbruch, voltou a criticar a atual conjuntura econômica brasileira, que, em sua avaliação, é resultado uma resistência do governo em abrir os olhos às críticas. Também afirmou que os números apresentados pelo governo não encontram eco na realidade vivida atualmente pelo setor produtivo.

“O empreendedor quer empreender, mas a perspectiva de recessão, de desemprego e de falta de investimentos nos angustia”, disse ele, que participou nesta manhã do 11º Forum Econômico, promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV). “É essa realidade que estamos tentando passar de forma concreta [para o governo] e não temos conseguido”.

Segundo Steinbruch, a preocupação com as perspectivas da economia brasileira não é apenas da indústria, mas de todos os setores. “A indústria, talvez, seja o caso mais particular, que se antecipou, mas na verdade o desconforto e o descontentamento está presente em tudo”, disse.

Na visão do empresário, a economia vive um momento complexo e contraditório em que os números mostram um fato e, as percepções da realidade, outro. Segundo ele, há uma divergência entre aquilo que o setor privado percebe e os números apresentados, não só pelos governos, mas pelos economistas, que não refletem a realidade, segundo ele. “Isso nos causa agonia e nos faz mais pessimistas com relação aos dias que vivemos”.

Metade das empresas brasileiras está inadimplente, diz Serasa

SÃO PAULO  -  Metade das 7 milhões de empresas brasileiras tem dívidas em atraso com credores e fornecedores, de acordo com estudo da Serasa Experian. Em julho, eram 3,57 milhões de companhias inadimplentes, recorde para a pesquisa iniciada em julho de 2012. Naquela época, a quantidade de companhias com pagamentos atrasados era de 2,99 milhões e, em julho de 2013, elas somavam 3,28 milhões.

Segundo os técnicos da Serasa Experian, "o quadro recessivo que se instalou na economia brasileira neste ano" e o aumento de custos - entre juros e mão de obra - afetam os negócios e o fluxo de caixa das empresas, prejudicando principalmente as pequenas e médias. "Pois estas concentram a maioria dos empregos e são dependentes, quase que única e exclusivamente, do crédito bancário como fonte de financiamento para tocar o negócio", diz nota da Serasa. De acordo com a companhia, 99% das empresas brasileiras são pequenas e médias.

Das 3,57 milhões de inadimplentes, 91% são pequenas e médias empresas. Por setor, o que mais tem contas em atraso é o do comércio, que responde por 47,2% do total, seguido por serviços (42,6%) e indústria (9,1%).

Por região, 51% das companhias inadimplentes está no Sudeste, enquanto o Nordeste tem 18%. A região Sul vem em terceiro, com 17%, seguida por Centro-oeste (8%) e Norte (6%).

Para economistas, ajuste vai demorar de um a dois anos

O ajuste macroeconômico capaz de devolver o Brasil para uma rota de crescimento sustentável não poderá ser feito de forma abrupta. Tanto na área fiscal, como no câmbio, o ajuste vai demorar mais de um ou dois anos.

Se o gradualismo foi quase um consenso, ontem, entre os participantes do primeiro painel do 11º Fórum de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), o mesmo não pode ser dito da definição das medidas fiscais, cambiais e de política monetária necessárias e a prioridade de cada uma delas. Diferentes caminhos e prioridades foram apontados pelos participantes.

Além do ministro da Fazenda, Guido Mantega (que não ficou para os debates), discutiram o ajuste macroeconômico dos próximos anos os economistas Antonio Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda; Nelson Barbosa, ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda e professor da FGV; Mansueto Almeida, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e integrante do grupo que formula a proposta econômica do candidato Aécio Neves (PSDB), André Nassif, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), entre outros.

Delfim Netto disse que um dos grandes erros dos últimos anos foi usar o câmbio para controlar a inflação. "Eu mesmo cometi esse erro no passado", reconheceu o economista.

Para Barbosa, dois ajustes são fundamentais e estão interligados: taxa de câmbio e política fiscal. No câmbio, defendeu menor nível de intervenção do Banco Central (acha que houve excesso no período recente). Olhando para uma longa série histórica, Barbosa disse que a taxa hoje deveria estar próxima a R$ 2,50, mas que em vários momentos a intervenção foi feita antes que a taxa se aproximasse desse patamar.

Sem ser tão explícito quanto Delfim, Barbosa disse que o Brasil precisa conseguir controlar inflação sem depender tanto da evolução da taxa de câmbio. "É preciso deixar o câmbio se ajustar às condições internas e externas". Esse ajuste, afirma o economista, será maior ou menor, a depender da qualidade da recuperação do superávit primário, que precisaria estar entre 2% e 2,5% para manter a dívida líquida estável. A questão fiscal, porém, é mais um desafio politico do que macroeconômico, disse.

"Tem que recuperar superávit de forma recorrente mantendo estabilidade fiscal e atendendo demandas da sociedade sobre o Estado", afirmou. Barbosa não considera possível chegar nesse nível de economia no primeiro ano do novo governo.

Nesse ponto, ele e Mansueto Almeida concordaram. Para Almeida, todo ajuste, não só o fiscal, será gradual. "Quem quer que seja o próximo governo, com uma equipe econômica mais independente se resolve os problemas conjunturais em dois ou três anos", disse, citando controle da inflação ou a flutuação do câmbio, que mexe na competitividade da indústria. "Mas não é o Brasil daqui a dois ou três anos que me preocupa", disse Almeida. "É quando se olha o futuro, o Brasil daqui a 20 anos."

Para Almeida, o problema é fazer um ajuste fiscal de longo prazo, o que exige que a sociedade rediscuta suas prioridades, sem aumento de carga tributária.

Barbosa acredita que há 12 pontos iniciais que poderiam colocar a política fiscal em trajetória sustentável, os quais chamou de "12 trabalhos fiscais". Eles misturam recuperação de receitas (pelo aumento dos preços administrados, especialmente energia e combustíveis), controle de gastos e medidas para melhorar a eficiência do setor tributário.

André Nassif, professor da UFF, considera que os ajustes em 2015 terão que ficar concentrados na política fiscal e monetária. Embora a taxa de câmbio esteja sobrevalorizada - o dólar deveria estar entre R$ 2,70 e R$ 3 para ficar mais próximo do câmbio de equilíbrio - a desvalorização cambial, no curto prazo, tem efeitos adversos, como inflação e impacto recessivo sobre o consumo. Mas é preciso buscar essa correção.

Para Almeida, o ajuste macro será gradual não só na área fiscal. Ele concorda que o câmbio afetou a indústria, mas pondera que a recomposição desse preço também não será imediata, porque o choque de confiança vindo de uma eventual vitória da oposição pode trazer mais capital externo - e consequente valorização do real - no curto prazo. Depois, à medida que as condições permitirem, a taxa real de juros pode cair, o que vai influenciar o câmbio.

JORNAL ESTADO DE SÃO PAULO

Crescimento brasileiro será de apenas 0,3% em 2014, diz OCDE

GENEBRA - O Brasil terá uma taxa de crescimento de apenas 0,3% em 2014, a segunda mais baixas entre as principais economias do mundo. A estimativa é da OCDE que, hoje, publicou seu informe sobre as projeções para 2014 e 2015 e reduziu suas projeções para a economia brasileira.

A revisão do crescimento do PIB nacional foi o maior feito pela OCDE em comparação às suas projeções de maio deste ano. No primeiro semestre, a estimativa era de que o Brasil cresceria em 1,8% em 2014. 

Segundo a entidade, o rebaixamento do Brasil também ocorrerá em 2015. O País terá uma expansão de apenas 1,4% e, mesmo se sair da recessão, a taxa de expansão ainda será uma das mais baixas.

Em 2014, apenas a economia da Itália terá um desempenho mais negativo que a brasileira, com uma contração de 0,4%.

"O Brasil entrou em recessão no primeiro semestre de 2014", indicou a OCDE. "Investimentos tem sido fracos, afetados pela incerteza sobre a direção das políticas depois das eleições e pela necessidade de políticas monetárias que possam frear a inflação acima da meta", apontou a entidade.

"Uma recuperação moderada por ser esperada. Mas o crescimento será abaixo do potencial em 2015", completou.

Os dados apontam que a economia dos EUA crescerá 2,1% em 2014 e 3,1% em 2015. No Reino Unido, a taxa de expansão neste ano chegará a 3,1%, contra 2,8% em 2015.

Mesmo o Japão, que há anos vive uma situação dramática em sua economia, verá uma expansão de 0,9% em 2014. 

A zona do euro crescerá em 0,8% no ano, ainda que as diferenças internas no bloco sejam importantes. Na Alemanha, o crescimento será de 1,5%. Mas a França terá uma expansão de apenas 0,4%.

A mesma diferença de desempenho será sentida nos emergentes. Na China, a expansão será de 7,4% em 2014 e 7,3% em 2015. Na Índia, a taxa será de 5,7%.

Em 16ª revisão seguida para baixo, mercado aposta em crescimento do PIB de 0,33% no ano

BRASÍLIA - A mediana das expectativas para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2014 não para de cair como mostrou o Relatório de Mercado Focus, divulgado pelo Banco Central. E também contamina a perspectiva dos economistas para 2015.

Pelo documento, a economia brasileira crescerá apenas 0,33% este ano ante projeção anterior de avanço de 0,48% e de expansão de 0,79% esperada um mês atrás. Esta é a 16ª semana consecutiva em que o mercado revisa suas planilhas para baixo. Para 2015, a taxa mediana da Focus também recuou, passando de 1,10% para 1,04%. Quatro semanas antes, a estimativa de crescimento para o próximo ano estava em 1,20%.

As mudanças ocorreram mesmo com a parada nas correções que o mercado fez esta semana em relação ao desempenho negativo da indústria. Conforme a pesquisa, o setor manufatureiro terá retração de 1,98% este ano, como já era esperado na semana passada.

Vale lembrar que um mês antes, a expectativa era de uma diminuição da atividade da ordem de 1,76%. Para 2015, a previsão é de recuperação do setor, que deve ter expansão de 1,50% - mesma taxa do documento anterior. Há um mês, a mediana estava em 1,70%. Há quase um mês, o IBGE divulgou que o PIB recuou 0,60% no segundo trimestre do ano e revisou para pior do número dos primeiros três meses do ano.

Os analistas também mantiveram suas estimativas para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2014. A Focus de hoje aponta uma mediana de 35,00% ante taxa de 34,89% de um mês atrás. Para 2015, a mediana subiu de 35,04% para 35,30%.

Inflação. O Relatório Focus revelou que as projeções para o IPCA ficaram congeladas em 6,29% tanto para o final deste ano quanto para o fim de 2015. Há um mês, conforme o documento divulgado há pouco, as estimativas para esse índice eram de 6,25% também nos dois casos. Já a previsão suavizada para o IPCA para os 12 meses à frente subiu de 6,24% para 6,28% - quatro semanas atrás estava em 6,21%.

Nas estimativas do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5 da pesquisa Focus, a previsão para o IPCA em 2014 no cenário de médio prazo também não sofreu alterações, ficando em 6,28% para o final deste ano e em 6,40% ao fim de 2015. Um mês atrás, a mediana das previsões para o IPCA eram, respectivamente, de 6,32% e 6,48%.

Para o curto prazo, tampouco houve ajustes na pesquisa, com a mediana das estimativas para o IPCA de setembro estacionada em 0,40% - também mesma taxa vista quatro semanas antes. No caso de outubro, o ponto central da pesquisa ficou parado em 0,49% ante 0,50% de um mês atrás.

Dólar. Ao contrário do movimento de alta que se viu nas mesas de operação do mercado financeiro nos últimos dias, o Relatório de Mercado Focus prevê uma cotação menor para o dólar tanto ao final deste quanto do próximo ano. Pela segunda vez consecutiva, a mediana para dezembro de 2014 caiu e agora está em R$ 2,30. No levantamento anterior, a mediana era de R$ 2,33 e, há um mês, estava em R$ 2,35.

Movimento semelhante apresentou a mediana da pesquisa para o dólar ao final de 2015. A taxa da Focus de hoje é de R$ 2,45 ante R$ 2,49 da pesquisa anterior e de R$ 2,50 do levantamento realizado há um mês.

EXAME

Vendas de imóveis novos em São Paulo caem 31,3% em julho

As vendas de imóveis residenciais novos na cidade de São Paulo sofreram queda de 31,3% em julho, de acordo com informações divulgadas nesta segunda-feira (15) pelo Secovi-SP (sindicato do mercado imobiliário).

Foram negociadas 736 unidades no período. O valor geral de vendas (VGV) somou R$ 378 milhões, um recuo de 31,5% em relação a junho.

No acumulado do ano, as vendas diminuíram 48,9%, com 9.790 unidades. O VGV dos sete primeiros meses foi de R$ 5,7 bilhões, 54,2% abaixo do registrado no mesmo período de 2013.

O Secovi-SP destaca que julho é tradicionalmente um mês de movimento fraco para o mercado imobiliário. Entretanto, os baixos índices de confiança do consumidor e dos empresários e incertezas quanto ao futuro da economia e do próximo governo ajudaram a pressionar os resultados.

"Esses fatores, aliados aos reflexos da Copa do Mundo, contribuem para explicar o comportamento do mercado de lançamentos e vendas de imóveis residenciais na cidade de São Paulo", destacou o sindicato.

De acordo com a Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), os lançamentos no sétimo mês do ano caíram 59,7% em relação a junho, para 973 unidades,

Das 736 unidades vendidas em junho, 537 se encontravam na fase de lançamento, ou seja, 73% dos imóveis comercializados tinham até seis meses de oferta.

Entre janeiro e julho, a cidade de São Paulo registrou o lançamento de 12.333 unidades. Esse número é 21,5% inferior ao mesmo período de 2013.

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