Quinta-feira

EXAME

Mercado imobiliário irá diminuir de tamanho em SP

São Paulo - O cenário de baixo crescimento da economia brasileira afetou o mercado imobiliário, que irá diminuir de tamanho na comparação com o ano passado, de acordo com novas projeções do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP).

O presidente da entidade, Cláudio Bernardes, informou, em entrevista ao Broadcast, serviço de informações da Agência Estado, que a expectativa é de redução de 25% nas vendas de imóveis residenciais novos e de queda de 20% nos lançamentos de projetos na capital paulista em 2014 em relação a 2013.

No início do ano, o Secovi-SP afirmou que esperava estabilidade do mercado, com lançamentos e vendas neste ano em quantidade parecida com as do ano passado.

Segundo pesquisa do sindicato, as vendas na capital paulista totalizaram 9.054 unidades no primeiro semestre, o que representa queda de 48,3% na comparação com as 17.500 unidades comercializadas no mesmo período de 2013. Os lançamentos atingiram 11.360 unidades entre janeiro e junho, baixa de 18,8% diante das 13.983 unidades lançadas nos mesmos meses do ano passado.

"A economia está no fundo do poço", afirmou Bernardes. Em sua avaliação, o volume de negócios menor reflete a deterioração do Produto Interno Bruto (PIB), a baixa velocidade de vendas durante a Copa do Mundo e a falta de confiança dos consumidores e empresários em fechar vendas e lançamentos diante do cenário de incerteza políticas com a proximidade das eleições.

Para os próximos meses, Bernardes acredita que o mercado imobiliário tende a se recuperar, pois o segundo semestre costuma ser melhor para os negócios do que os primeiros meses do ano. "Mas não vai ser uma recuperação suficiente para compensar as quedas acumuladas até aqui no ano", estimou.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Vendas no pós-Copa enfraquecem e derrubam confiança do comércio, diz FGV

O Índice de Confiança do Comércio (Icom) recuou 7,3% na média do trimestre encerrado em agosto contra o mesmo período do ano anterior, ao chegar a 113,3 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira (28).

No resultado anterior, referente ao período de três meses finalizados em julho, houve queda de 6,3%.

"Passado o período de feriados relacionados à Copa do Mundo, a aceleração das vendas em julho e agosto parece ter sido mais fraca que o esperado. Este desapontamento, associado às chances reduzidas de mudanças no curtíssimo prazo, mantém o cenário de baixo crescimento para o setor até o final do ano", disse em nota o superintendente adjunto de ciclos Econômicos da FGV/IBRE, Aloisio Campelo Jr.

O Índice de Situação Atual (ISA-COM) caiu 12,1% no período de três meses até agosto sobre o mesmo período do ano passado, para 82,0 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE-COM) mostrou queda de 4,3%, para 144,6 pontos.

A FGV informou ainda que a confiança do setor de Varejo Restrito teve queda de 6,5% no trimestre concluído em agosto na comparação com o mesmo período do ano passado.

Já no Varejo Ampliado, que inclui também veículos, motos e peças e material para construção, a confiança recuou 7,8%, enquanto no Atacado houve perda de 6,2% no trimestre até agosto.

As vendas no varejo brasileiro fecharam o segundo trimestre com queda de 0,6% sobre o primeiro, após serem prejudicadas em junho pela Copa do Mundo e ainda em meio ao cenário de juros altos e inflação elevada.

 

TRIBUNA DO NORTE

Inadimplência das empresas atinge maior alta para julho

São Paulo (ABr) - O número de empresas que deixaram de pagar dívidas cresceu 12,9% em julho na comparação com junho – maior avanço para um mês desde o início da pesquisa em 2000. Quando comparado com julho do ano passado houve alta de 11,4%. No acumulado do ano, o índice registrou alta (6,9%), de acordo com números divulgados ontem pela Serasa Experian.

Os títulos protestados e os cheques sem fundos foram os principais responsáveis pela alta do indicador em julho, com variações positivas de 39,5% e 23,1% e contribuições de 8,6 pontos percentuais e 3,7 pontos percentuais, respectivamente. As dívidas não bancárias (de cartões de crédito e com financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviço) também apresentaram crescimento de 2,7%, com contribuição de 1,1 ponto percentual.

As dívidas com os bancos tiveram queda de 1,8% e contribuíram para que o índice não subisse ainda mais em julho de 2014.

Impulsos

De acordo com os economistas da Serasa Experian, a Copa do Mundo resultou em muitos feriados e paralisações, especialmente durante a fase da disputa de grupos, e reduziu a base de comparação mensal (junho), o que impulsionou os registros de inadimplência em julho.

“Por outro lado, a estagnação da economia, prejudicando a geração de caixa das empresas, a elevação do custo financeiro tendo em vista os juros mais altos neste ano em relação aos vigentes no ano passado e o avanço dos salários acima do crescimento da produtividade vêm proporcionando maiores dificuldades às empresas para honrar seus compromissos financeiros”, informa a instituição.

 

VALOR ECONÔMICO

Para analistas, PIB encolheu 0,4% no 2º tri

A crise no setor industrial e o efeito predominantemente negativo que a Copa teve sobre a atividade podem ter colocado o país em recessão técnica, jargão utilizado por economistas para quando o Produto Interno Bruto (PIB) registra duas quedas seguidas. De acordo com a média de 20 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data, o PIB deve ter recuado 0,4% entre o primeiro e o segundo trimestres, feitos os ajustes sazonais.

As estimativas para as Contas Nacionais Trimestrais, a serem divulgadas amanhã pelo IBGE, vão de retração de 0,6% a queda de 0,1% para o período de abril a junho. Como a revisão do fator sazonal pode transformar a alta de 0,2% do PIB no primeiro trimestre em um resultado levemente negativo, há uma divisão entre analistas que veem uma recessão nos dados do primeiro semestre e aqueles que a refutam. Mesmo neste segundo grupo, porém, a avaliação é que a atividade está parada.

Reforça essa percepção a estimativa de que a soma de riquezas produzidas pelo país no segundo trimestre encolheu 0,4% em relação a igual período de 2013, ainda de acordo com as instituições consultadas pelo Valor Data. Uma queda do PIB na comparação anual não acontece desde o terceiro trimestre de 2009, quando o país ainda se recuperava da crise global iniciada no ano anterior.

Para os analistas ouvidos pelo Valor, a trajetória de desaceleração da economia brasileira ganhou contornos mais negativos em junho, quando a redução do número de dias úteis provocada pela Copa do Mundo diminuiu o nível de atividade em vários setores. Segundo economistas, o evento causou uma forte paralisação da indústria, que já estava em tendência mais acentuada de perda de fôlego há algum tempo, e também afetou o desempenho do comércio e dos serviços.

Sob a ótica da demanda, a confiança empresarial em queda livre e as incertezas no cenário para os próximos meses devem ter derrubado os investimentos, enquanto o consumo das famílias seguiu em ritmo moderado em função da alta dos juros e do menor dinamismo do mercado de trabalho.

A equipe econômica do Itaú Unibanco estima que o PIB caiu 0,4% na passagem trimestral e considera que o primeiro trimestre pode ser revisto para contração de 0,1%, mas não classifica a sequência como "recessão técnica". Segundo o economista Caio Megale, este termo não é uma definição precisa, mas "uma regra de bolso", e nem sempre a economia está de fato em um período recessivo quando o PIB cai por dois trimestres seguidos. Ilan Goldfajn, economista-chefe do banco, avalia que o cenário de janeiro a junho foi de estagnação da atividade, e não de recessão.

Nas projeções do Itaú, o tombo de 2,2% da indústria - que já havia recuado 0,8% no começo do ano - foi a principal influência negativa para o PIB do segundo trimestre, pelo lado da oferta. Já na ótica da demanda, a expectativa é que a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida das contas nacionais do que se investe em máquinas e construção civil) tenha o pior desempenho, com queda de 4,6%.

Megale afirma que estes dois segmentos estão interligados e foram afetados pelo menor dinamismo da construção civil e também pelo aumento de feriados em junho. "Uma boa parte dessa queda é temporária e relacionada a efeitos da Copa, mas parte dessa desaceleração é mais estrutural, devido aos juros mais altos e à redução da confiança", disse.

Leandro Padulla, economista da MCM Consultores, faz avaliação semelhante. Em sua opinião, a redução de dias úteis por causa da Copa reduziu o nível de atividade no segundo trimestre, mas mesmo sem esse efeito extraordinário o quadro é de estagnação, com clara recessão no setor manufatureiro.

O esfriamento da indústria de transformação em 2014 já era esperado, diz Silvia Matos, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), mas o recuo de 0,4% previsto para o PIB do segundo trimestre deve trazer um novo elemento negativo: uma redução de 0,5% na atividade dos serviços, na comparação com o trimestre anterior. Para Silvia, os efeitos dos reajustes mais modestos da renda dos trabalhadores e a menor geração de vagas já estão afetando a economia como um todo, mas também há um lado conjuntural na queda dos serviços.

Mesmo para este setor, a economista argumenta que o efeito líquido da Copa foi mais negativo do que positivo, considerando todas as regiões do país e todos os subsetores - e não apenas as cidades que sediaram jogos - por causa do número elevado de feriados. Apesar de trabalhar com retração um pouco mais generalizada do PIB no segundo trimestre, o Ibre também é contrário à afirmação de que a economia está em recessão técnica.

Já o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, vê nos resultados dos últimos 12 meses uma recessão "de fato", e não apenas técnica. Em sua opinião, a situação atual é mais grave que a de 2008 porque, naquele período, a crise teve origem externa. Agora, diz, a estagnação da atividade está ligada a questões domésticas, cuja solução passa obrigatoriamente por mudança da política econômica.

Nos cálculos de Vale, o PIB encolheu 0,3% na passagem do primeiro para o segundo trimestre. Não é este número em si que caracteriza o comportamento recessivo da economia, afirma ele, mas sim o fato de que, se o dado de janeiro a março for revisado para um leve recuo, três dos últimos quatro trimestres terão sido negativos.

O único setor com boa evolução no segundo trimestre, de acordo com a MB, deve ser o agropecuário, que cresceu 0,8% em relação ao mesmo período de 2013, nas projeções da consultoria. "Temos uma safra boa e estamos crescendo em cima de bases espetaculares", diz.

Pela ótica da demanda, os economistas ouvidos avaliam que o consumo das famílias teve apenas ligeira recuperação, após ter cedido 0,1% no primeiro trimestre. A média das estimativas é de alta de 0,2% desse componente do PIB. Segundo Padulla, da MCM, como o mercado de trabalho não mostrou piora expressiva, é pouco provável que o consumo privado tenha voltado a cair no período, ainda que a pequena alta esperada seja insuficiente para compensar a frustração com investimentos.

O baixo crescimento da demanda também deve resultar em queda de 0,6% das importações, diz. Como as exportações devem subir 1,3% no período, sempre em relação ao trimestre anterior, com ajuste sazonal, o setor externo deve dar contribuição positiva para o PIB no período. Padulla, porém, não se mostra muito otimista. "É mais efeito da estagnação da economia do que recuperação de mercados externos", afirma.

 

JORNAL ESTADO DE SÃO PAULO

Mercado financeiro já aposta em Marina e Dilma vira zebra

A Bovespa volta a subir fortemente, enquanto o dólar segue em baixa frente ao real hoje. O apetite a risco dos investidores está sendo alimentado não somente após o resultado da pesquisa Ibope de intenção de voto – divulgado ontem depois do fechamento dos negócios -, como também após os números da pesquisa CNT/MDA.

As ações da Petrobras ON, a estatal que vem sendo mais influenciada no seu valor de mercado em razão da percepção dos investidores sobre o pesado intervencionismo do governo, superaram valorização de 3,5% ao redor das 12hs. Já a Bovespa teve ganho de mais de 1,5% no mesmo horário, batendo 60.698,54 pontos.

O que os preços das ações e do câmbio estão refletindo é que o mercado financeiro consolidou a visão hoje de que a candidata do PSB, Marina Silva, é favorita a vencer a eleição presidencial. Ou seja, a vitória de Marina está se tornando o cenário-base para os investidores e a reeleição de Dilma passou a ser uma zebra.

“Hoje o mercado dá probabilidade maior do que 50% de vitória de Marina”, disse a esta coluna um respeitado economista e sócio de um importante banco de investimento.

Na opinião de um economista-chefe de um banco estrangeiro, também em conversa com esta coluna, o mercado não vai ficar esperando a confirmação de outras pesquisas e já vai trabalhar com Marina como favorita.

“O único evento que poderia alterar essa convicção seria a volta do Lula, que não parece muito plausível nesse momento”, argumentou a fonte.

Para um experiente economista paulista, entre os investidores locais, Marina já está no segundo turno e, crescentemente, com chances reais de vitória.

“Minha dúvida é sobre os estrangeiros: minha sensação é que nesse sentido os ‘gringos’ ainda têm uma visão mais favorável sobre as chances da presidente”, afirmou o economista a esta coluna. “A ironia que se extrai dessa pesquisa Ibope, é que nas simulações de 2º turno Marina ganha de Dilma e Dilma ganha de Aécio, se o Aécio por hipótese ganhar terreno de Marina, o mercado pode sofrer.”

No entanto, os números das pesquisas Ibope ontem e CNT/MDA hoje deixam a perspectiva de ida do candidato tucano ao segundo turno cada vez mais remota.

Conforme o Ibope, Dilma soma 34% das intenções de voto ante 29% de Marina e 19% de Aécio. Em um eventual segundo turno, Marina venceria Dilma por 45% a 36%.

Já a pesquisa CNT/MDA, divulgada hoje de manhã, a candidata petista está em primeiro lugar, com 34,2%, enquanto Marina soma 28,2% e Aécio caiu para 16%. No confronto do segundo turno, Marina vence Dilma por 43,7% contra 37,8%.

Se as próximas pesquisas apontarem uma probabilidade crescente de vitória de Marina, quais as dúvidas que os investidores ainda têm sobre um governo da candidata do PSB?

“As dúvidas sobre um governo dela são mais a respeito das relações com o Congresso do que quanto à orientação da equipe econômica”, afirma o sócio do banco de investimento ouvido mais acima. “Do lado econômico, há mais dúvidas sobre a parte ambiental e micro do que macro.”

Já na opinião do economista paulista, embora o discurso de Marina e de seu assessor econômico Eduardo Giannetti da Fonseca de reforço do tripé macroeconômico seja animador, é claro que o lado fiscal exige um ajuste que dificilmente será muito grande em 2015 diante da rigidez dos gastos, do baixo crescimento econômico que afeta a arrecadação e da sinalização (ainda feita pelo ex-candidato Eduardo Campos) de que não haverá elevação de tributos.

“A pergunta que eu faria a Marina é: qual é o tamanho do resultado primário que ela julga possível fazer no próximo ano e qual é a trajetória esperada para os anos seguintes?”, indagou a fonte.

Dúvidas ou não em relação ao que Marina faria se eleita, o fato é que o mercado financeiro seguirá precificando sua vitória, na opinião dos analistas ouvidos por esta coluna.

Num primeiro momento, ressaltou o economista do banco estrangeiro, os investidores foram reduzindo o pessimismo, cobrindo posições “short” (vendidas) ou “underweight” (abaixo da média das carteiras).

“Mas ainda tem muita gente com posicionamento pessimista”, disse ele. “A dinâmica à frente pode ser a de ficarem ‘long’ (comprado) ou ‘overweight’ (acima da média), incorporando o cenário que Marina pode ser tão ortodoxa na política econômica quanto Aécio”, acrescentou.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Vendas no pós-Copa enfraquecem e derrubam confiança do comércio, diz FGV

O Índice de Confiança do Comércio (Icom) recuou 7,3% na média do trimestre encerrado em agosto contra o mesmo período do ano anterior, ao chegar a 113,3 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira (28).

No resultado anterior, referente ao período de três meses finalizados em julho, houve queda de 6,3%.

"Passado o período de feriados relacionados à Copa do Mundo, a aceleração das vendas em julho e agosto parece ter sido mais fraca que o esperado. Este desapontamento, associado às chances reduzidas de mudanças no curtíssimo prazo, mantém o cenário de baixo crescimento para o setor até o final do ano", disse em nota o superintendente adjunto de ciclos Econômicos da FGV/IBRE, Aloisio Campelo Jr.

O Índice de Situação Atual (ISA-COM) caiu 12,1% no período de três meses até agosto sobre o mesmo período do ano passado, para 82,0 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE-COM) mostrou queda de 4,3%, para 144,6 pontos.

A FGV informou ainda que a confiança do setor de Varejo Restrito teve queda de 6,5% no trimestre concluído em agosto na comparação com o mesmo período do ano passado.

Já no Varejo Ampliado, que inclui também veículos, motos e peças e material para construção, a confiança recuou 7,8%, enquanto no Atacado houve perda de 6,2% no trimestre até agosto.

As vendas no varejo brasileiro fecharam o segundo trimestre com queda de 0,6% sobre o primeiro, após serem prejudicadas em junho pela Copa do Mundo e ainda em meio ao cenário de juros altos e inflação elevada.

Pacote do governo reforça caixa de bancos, mas não chega ao crédito

O primeiro pacote do governo de incentivos ao crédito, anunciado em julho, já resultou na liberação de R$ 20 bilhões para uso dos bancos até a semana passada.

A maior parte dos recursos, no entanto, ainda não se transformou em empréstimos. Segundo economistas, o dinheiro está hoje aplicado em títulos públicos.

A avaliação tem como base os números do Banco Central. A instituição permitiu que os grandes bancos usassem até R$ 30 bilhões do dinheiro que fica obrigatoriamente depositado no BC, o depósito compulsório, para crédito automotivo e compra de carteiras de empréstimos oferecidos por instituições menores.

Desde então, o compulsório sobre recursos a prazo já foi reduzido em R$ 20 bilhões. No mesmo período, entretanto, houve aumento nas operações que o BC faz diariamente para retirar o "excesso" de dinheiro do mercado, por meio da venda de títulos do governo. Um dos fatores que afetam essas vendas é justamente o compulsório. A redução do compulsório indica que um dos objetivos das medidas foi alcançado.

O dinheiro dos grandes bancos retido no BC chegou às instituições de médio e pequeno porte, que conseguiram reforçar seu caixa.

Já o impacto no crédito, que cresce atualmente no menor ritmo desde 2011, ainda deve demorar para se tornar realidade, na avaliação do mercado.

"As medidas são boas para destravar o crédito no médio e longo prazo, mas, neste momento, as pessoas não estão tomando empréstimos e os bancos não estão concedendo financiamentos", afirma o economista Carlos Thadeu de Freitas, da Confederação Nacional do Comércio.

Segundo ele, isso explica por que o dinheiro está hoje aplicado em títulos.

CAUTELA

A agência de análise de risco Fitch Ratings afirma que os bancos privados de médio porte se mantêm cautelosos na liberação de crédito diante do atual clima econômico.

Para o economista-chefe da agência Austin Rating, Alex Agostini, a aceleração do crédito depende de definições nos quadros eleitoral e econômico. Ele afirma que consumidores e empresas também estão cautelosos e resistentes a aumentar seu endividamento.

Outras medidas anunciadas pelo governo também devem levar tempo para se refletir no crédito.

O Banco Central acabou na semana passada com restrições criadas em 2010 para desestimular operações mais arriscadas. As principais eram financiamentos de veículos e crédito consignado com prazo superior a 60 meses e os demais empréstimos ao consumo com mais de 36 prestações.

Isso reduziu em R$ 30 bilhões a exigência de capital dos bancos para cobrir empréstimos. A medida permite que as instituições possam aumentar o crédito em mais R$ 270 bilhões (em geral, cada R$ 1 de capital pode gerar R$ 9 em empréstimos).

Essa liberação de recursos, no entanto, não se traduz imediatamente em crédito. Algumas instituições, por exemplo, planejam usar o dinheiro em um prazo de até 12 meses, mesmo aumentando o ritmo de financiamentos.

 

JORNAL BRASIL ECONÔMICO

Agências de fomento oferecem crédito mais barato para MPMEs nos estados

Rio - Agências de fomento estaduais — instituições financeiras não-bancárias, controladas pelos governos estaduais — oferecem linhas de crédito mais baratas e vantajosas para micro, pequenos e médios empreendedores que queiram alavancar os negócios e investir em setores considerados estratégicos para o desenvolvimento regional. O fomento é apoio às empresas é feito a partir de recursos estaduais ou com repasse do BNDES Ao todo, de acordo com a Associação Brasileira de Instituições Financeiras e de Desenvolvimento (ABDE), 16 estados do país possuem agências de fomento, com linhas que liberam de R$ 300 a R$ 30 milhões. E, para que o crédito seja interessante para o setor de MPMEs, as taxas são menores do que as praticadas em bancos de varejo (Confira tabela abaixo).

As linhas de financiamento são para diversos setores e, nas agências, o empreendedor consegue crédito para investir em capital de giro, máquinas e equipamentos, inovação e franquias. Há opções de crédito para profissionais autônomos como eletricistas, pintores, esteticistas, feirantes, taxistas, ambulantes, empreendedores informais, Microempreendedores Individuais (MEIs), micro, pequenas, médias e, em alguns casos, até grandes empresas - mas esta modalidade varia de estado para estado. Além disso, as apoiadoras também liberam crédito para financiamento do setor público, no qual os municípios se beneficiam diretamente das vantagens.

Além das agências espalhadas pelo país, três bancos de desenvolvimento regional apoiam o crescimento das MPMEs. Minas Gerais, Espírito Santo, e a região Sul contam, respectivamente, com financiamentos do Banco de Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais (BDMG), Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Para o superintendente executivo da ABDE, Marco Antônio de Araújo Lima, a atuação das agências de fomento é indispensável para o desenvolvimento regional.

“O serviço prestado por essas agências é importante e os estados já perceberem isso. Elas financiam infraestrutura de municípios, além de impulsionar as empresas. Isso é o mais importante. Acredito que, em breve, novas agências surjam pelo país”, diz.

Apesar das agências atuarem em estados estratégicos e propulsores do crescimento no país, Lima destaca que, na maioria dos casos, o empreendedor não chega ao crédito por desconhecimento do serviço. “Muitas vezes, por não saber chegar ao crédito, o empreendedor não consegue crescer. Isso é um problema real no país, mas estamos trabalhando para que o empresário chegue a esse recurso que existe”, destaca.

 

Concessão de crédito cai 4% em julho

São Paulo - O saldo dos empréstimos do sistema financeiro nacional, considerando pessoas físicas e jurídicas, em modalidades com recursos livres e direcionados, atingiu R$ 2,835 trilhões em julho, uma alta de apenas 0,2% em relação a junho. A evolução configurou a sexta desaceleração mensal no crescimento do saldo. As concessões, porém, recuaram 4% — com destaque para os empréstimos a empresas, principalmente com recursos direcionados.

Segundo Túlio Maciel, chefe do departamento econômico do Banco Central (BC), essa queda nas concessões para empresas em julho é sazonal — mas a desaceleração anual já é reflexo do desaquecimento da economia. Maciel diz, também, que a moderação no crescimento do saldo tem um lado benéfico, da sustentabilidade. “A alta em um ano, de 11,4%, ainda é bem maior do que o crescimento do PIB, o que indica que o crédito continua contribuindo para a atividade. A moderação tem aspectos benignos. Um deles é a sustentabilidade. Essa expansão do crédito ocorre em um sistema financeiro robusto e com taxas de inadimplência bem comportadas e sem deixar de contribuir de maneira relevante para a atividade econômica, com expansão de dois dígitos”, afirmou Maciel. Ele antecipou em agosto já há sinais de retomada das concessões, principalmente no crédito a veículos, mas não quis adiantar os números.

O aumento do saldo foi novamente puxado pela ação dos bancos públicos, que aumentaram o saldo a R$ 1,5 trilhão, ou 0,7% em julho, em relação a junho. Os bancos privados emprestaram 0,2% menos e os estrangeiros, menos 0,7%.

A relação crédito/PIB situou-se em 56,1%, comparativamente a 56,3% no mês anterior e 54,8% em julho de 2013. As operações com pessoas físicas somaram R$ 1,331 trilhão, aumento de 0,5% no mês e 13,5% em doze meses, enquanto a carteira destinada às empresas totalizou R$ 1,504 trilhão, após declínio de 0,1% e expansão de 9,6%, nos mesmos períodos.

De qualquer forma, ele diz que esses sinais já permitem prever que no ano de 2014 o saldo deve registrar aumento de 12%, conforme o BC vem divulgando há dois meses — a revisão é feita de três em três meses e no mês que vem, na época da divulgação da nota de crédito referente a agosto, Maciel vai anunciar se a previsão continua igual ou será alterada.

Em relação às medidas anunciadas pelo BC — que juntas liberaram R$ 70 bilhões de recursos dos bancos — mais alguns estímulos a empréstimos de automóveis, casa própria e consignado a funcionários do setor privado, por exemplo, Maciel afirma que só devem ter efeito “na margem” sobre o crédito. Ele repetiu o que os diretores do BC vem dizendo, ou seja, que foram medidas macroprudenciais, de “desmonte” de restrições adotadas em 2010, quando a situação do crédito era diferente.

O descompasso verificado entre a evolução do saldo, que cresceu (ainda que ligeiramente), e as concessões, que caíram, se explica pelo fato de o saldo expressar o resultado líquido entre novos empréstimos e a quitação de antigos no período. Ou seja, apesar de junho ter registrado mais concessões do que em julho, o último mês teve menos liquidações.

Os juros cobrados voltaram a subir, de 21,1% ao ano em junho para 21,4% ao ano em julho (matéria ao lado), assim como os spreads — a diferença que existe entre as taxas pagas pelos bancos para captar recursos e a que cobram dos clientes nos empréstimos — também, de 12,7 para 13,1 pontos percentuais. Mas a inadimplência se manteve estável em 3%.

Considerando apenas os recursos livres, a situação é um pouco pior, nota Miguel de Oliveira, economista da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). “Os números de julho são um sinal de deterioração do cenário de crédito”, disse o economista. Para ele, o crédito com recursos livres reflete melhor a real disponibilidade dos bancos em emprestar. Aqui, além da alta dos juros, Oliveira aponta a alta da inadimplência também. O saldo das operações de crédito recuaram 0,5% em julho, comparado com o mês anterior, mostrando avanço de 5% em 12 meses. Neste caso, também foi o pior desempenho desde 2008.

Esse cenário de menor expansão do crédito vem junto com inadimplência e spreads maiores. Segundo o BC, no mês passado os atrasos nos pagamentos no segmento de recursos livres ficaram em 4,9%, maior em relação a junho, quando registrou 4,8%.

Para Maciel, do BC, há sinais claros de que a tendência é de queda, pois as taxas de atraso em prazos de 15 a 90 dias, que pode ser considerada um indicador antecedente, está em queda.

O economista chefe do Banco de Tokyo Mitsubishi, Carlos Pedroso, espera alta de 8% para o saldo do crédito neste ano. Para ele, o terceiro trimestre continuará devagar, devido a demanda sazonalmente mais fraca, e a queda na confiança de empresários e consumidores. “Mas o saldo pode reagir no último trimestre, também por razões sazonais”, acredita Carlos Pedroso.

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