Sexta-feira

VALOR ECONÔMICO

Ilan: queda da inflação permitiu redução do juro para mínimo histórico

A queda da inflação teve não só repercussão de permitir a recuperação da economia, mas também a redução da taxa básica, segundo o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn. “O BC foi capaz de reduzir a taxa de juros para menos da metade, que é o nível mínimo histórico dentro do regime de metas de inflação”, disse. A Selic está em 7% ao ano, partindo de 14,25% em outubro de 2016. “Considero que uma inflação nesse patamar e uma taxa de juros tão baixa compõe um ano positivo”, resumiu.

Segundo Ilan, o ambiente tem permitido a recuperação da atividade, com o mercado esperando de um aumento de 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. A projeção do BC está em 0,5% e será atualizada na semana que vem, na divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI). “A recuperação está em curso não só neste ano como no ano que vem.” Ilan lembrou que no fim de 2016 as expectativas de crescimento eram de 0,5% para este ano e de 2,3% para 2018. “Reparem que a gente está terminando o ano com uma expectativa de crescimento quase o dobro do ano passado. Acredito que essa expectativa vai subir para 1%. O crescimento para 2018 esperado de 2,3% foi para 2,6%”, disse.

Ano de 2017

Para Ilan, o ano de 2017 foi um ano positivo para a economia brasileira basicamente em três fatores. “Tivemos combinação rara de redução significativa da inflação, queda substancial do juro para mínimos históricos e uma recuperação da economia já disseminada após dois anos de recessão”, disse. “Considero que esses três fatores são extremamente relevantes para descrever o ano que se passou.”

O presidente do BC lembrou que a inflação “teimava” em ficar muito alta em 2015 e ao longo de 2016, até agosto, a inflação era de 9% em 12 meses. “Isso apesar da ociosidade da economia e da recessão”, ressaltou, ponderando que, desde o fim do ano passado e ao longo de 2017, houve queda substancial da inflação para 2,8% em 12 meses até novembro. “Essa queda foi e está sendo importante para a população brasileira, aumentando o poder de compra, que permitiu aumento do consumo, e que viabilizou o começo da recuperação econômica”, explicou.

Segundo Ilan, existem diversas explicações e até mesmo teses acadêmicas para explicar o motivo da inflação demorar a cair e depois registrar queda muita rápida. “Temos teses que acreditamos. É relevante para inflação o que vai acontecer no futuro, não basta saber se tem demanda, oferta, ociosidade, inércia. É relevante para a inflação e para quem fixa preço o que vai acontecer no futuro”, disse.

O dirigente do BC nota que, se a política econômica muda de direção, de menos intervencionismo, menos controle de preços na base de congelamento, controle fiscal, teto de gastos, reforma trabalhista, busca de uma reforma de Previdência, mas também da postura da autoridade monetária, que foi firme em dizer que não iria ajustar a meta de 2017, há uma sinalização diferente sobre o futuro.

“Nos perguntaram se queríamos mesmo buscar a meta de 4,5% em 2017. Acho que a firmeza do BC na busca das metas e da própria política monetária que se manteve firme enquanto as expectativas não recuavam monetária, que se manteve firme enquanto as expectativas não recuavam, essa postura é que permitiu que houvesse a queda da inflação que observamos até hoje”, explicou. “Acreditamos que estamos caminhando e bem ancorados nas metas para o ano que vem e seguintes. As expectativas de mercado também dizem isso. Temos a confiança de que a inflação para frente vai se manter na trajetória das metas.”

Política

Ilan ressaltou, mais uma vez, que não comenta questões políticas e eleitorais. "Acreditamos que o papel do BC serve melhor a sociedade se se mantiver apolítico, técnico, sem nenhum comentário sobre eleições, partidos e posições", disse.

 

Adiamento de reforma agita mercados

Após semanas de intenso debate, nervosismo e volatilidade nos mercados financeiros domésticos em torno da data da votação da reforma da Previdência, investidores tiveram na tarde de ontem o sinal mais claro até agora de que a votação do texto será adiada para fevereiro. A reação dos preços de dólar, juros e bolsa foi bastante negativa na sequência. Mas, perto do fim dos negócios, os ânimos se acomodaram e os mercados terminaram a alguma distância de seus pontos mais baixos.

Analistas consultados pelo Valor entendem de forma unânime que a confirmação de que a reforma ficará para depois pode abrir espaço para uma deterioração adicional dos preços. Porém, o desânimo que tem marcado o debate nas últimas semanas já fez sua parte no sentido de preparar os agentes financeiros para um cenário indesejado. Na prática, isso quer dizer que os preços já embutem - em maior ou menor grau - a perspectiva de atraso da reforma, fator que ameniza riscos de piora expressiva a partir dos patamares atuais. E essa tese parece ter sido corroborada pelos movimentos do dólar e dos juros futuros no fim do pregão de ontem.

A taxa do contrato de dólar com vencimento em janeiro, por exemplo, terminou com alta de apenas 0,08%, a R$ 3,3150. Pouco após a notícia do adiamento da votação, a cotação do dólar chegou a saltar 0,71%. Na renda fixa, o comportamento foi similar. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2021 - uma das mais sensíveis às expectativas para o ajuste fiscal - terminou em 9,30% ao ano, 1 ponto-base maior que o fechamento anterior, mas 7 pontos-base abaixo da máxima intradiária. Se os mercados de câmbio e juros parecem mais "ajustados" a não votação neste ano, a reação do Ibovespa ontem alimentou a visão de que o segmento acionário tem mais "gordura" para queimar. O Ibovespa acelerou a queda na última hora de pregão e terminou com desvalorização de 1,22%, aos 72.914 pontos, oscilando 2.053 pontos em apenas um pregão.

Para Fábio Carvalho, chefe da mesa de ações da CM Capital Markets, faz sentido o índice oscilar em torno de 71 mil pontos até o começo do ano que vem com o adiamento da reforma da Previdência. "Em cenário sem Lula na eleição, por exemplo, a reforma fica em segundo plano, e o índice pode até melhorar. Sem grandes mudanças de panorama, a bolsa deve ficar ao redor dos 70 mil pontos", diz Renato Ometto, sócio da Mauá Capital.

Os mercados mostravam reação positiva à decisão do Fed (o BC dos EUA), às 17h, quando entraram em rota descendente poucos minutos depois, após o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), dizer que os presidentes das duas Casas legislativas decidiram votar a reforma da Previdência apenas em fevereiro.

Um pouco mais tarde, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tentou acalmar os ânimos e disse que o governo ainda tem como meta votar a Previdência neste ano - afirmação que contrariou a declaração de Jucá de que o adiamento foi acertado com o governo. Independentemente disso, poucos no mercado financeiro veem o governo com os votos mínimos necessários para passar o texto do projeto na Câmara neste momento.

E esse consenso foi construído ao longo das últimas semanas, à medida que informações desencontradas de diversas autoridades políticas revelaram a falta de coesão na base do governo e a resistência maior que a esperada à proposta de reforma previdenciária.

A decisão do PSDB de fechar questão a favor do projeto e a possibilidade de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja impedido de concorrer às eleições de 2018 são fatores que podem, nas próximas semanas, evitar uma deterioração mais sensível dos preços. Por outro lado, analistas chamam atenção para a maior suscetibilidade do Brasil a viradas de humor no exterior, uma vez que o ajuste da Previdência parece mais distante.

"Acho que algumas agências de 'rating' [em particular a S&P] podem, sim, promover o rebaixamento do país", diz o profissional de um fundo em São Paulo, que revela bastante ceticismo sobre a possibilidade de aprovação da reforma em fevereiro. "Fico mais preocupado porque não me parece que o adiamento se deve à necessidade dos parlamentares de análise do projeto, mas sim por questões puramente eleitorais. E isso quer dizer que a resistência ao projeto não vai diminuir só porque vamos esperar até fevereiro", diz Alberto Ramos, chefe de pesquisa macroeconômica para a América Latina do Goldman Sachs.

 

Construção vai fechar 2017 com retração de 6%

O setor de construção civil vai encolher pelo quarto ano consecutivo, fechando 2017 com uma queda de 6%, segundo estimativa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

De acordo com o presidente da entidade, José Carlos Martin, o cenário deve se mostrar um pouco melhor em 2018, sob a condição do governo avançar em uma série de regulamentações e medidas administrativas. "Não é desoneração tributária, não é aportar mais dinheiro público", explicou. Um avanço desses itens poderia proporcionar, no ano que vem, um crescimento de 2% para o setor.

"Se resolve duas ou três coisas, coloca o País no céu", disse ele. "Se não resolve, a chance de ir ao inferno é grande", disse fazendo menção ao avanço da agenda regulatória.

Um dos principais pontos é destravar o crédito na Caixa, hoje bloqueado pela necessidade de capitalização para enquadrar-se nas regras prudenciais da Basileia.

Para o presidente da Comissão de Obras Públicas da CBIC, Carlos Eduardo Lima Jorge, outro problema é o fato dos bancos terem elevado as exigências de classificação de risco do mutuário para liberação de empréstimos.

Há, ainda, demora na contratação dos empreendimentos do programa Minha Casa Minha Vida. Segundo Martins, das 20.000 unidades autorizadas em junho, só foram contratadas 1.000 até agora. Ainda em relação a financiamentos, Martins atacou estudos em curso no Banco Central para mexer no direcionamento dos recursos da caderneta de poupança para o setor imobiliário. Outra medida aguardada é a regulamentação do programa de concessões em rodovias para fazer manutenção, as chamadas "concessões light".

O setor aguarda ainda a regulamentação da Letra Imobiliária Garantida (LIG) alem da regulamentação do distrato, que ainda está em análise no Congresso Nacional.

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