Quinta-feira

TRIBUNA DO NORTE

Empreendimentos da construção civil têm queda de 16,5% entre 2014 e 2015

Todos os setores de atividade ligados à construção civil do país fecharam com números negativos no valor adicionado entre 2014 e 2015. Houve recuo no número de empresas ativas, na receita operacional líquida, no número de incorporações e nas construções contratadas por entidades públicas, que perderam participação entre um ano e outro.

A constatação é da Pesquisa Anual da Indústria da Construção Paic 2015 - que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje (21), no Rio de Janeiro. Os empreendimentos realizados pelo indústria da construção somaram R$ 354,4 bilhões, queda de 16,5% em relação a 2014.

O mesmo aconteceu com a receita operacional líquida, que, ao fechar com movimentação de R$ 323,9 bilhões, também registrou retração de 18,7% em termos reais. Já o gasto com pessoal ocupado correspondeu a 33,3% dos custos e despesas dessas empresas. Já o salário médio mensal recuou 1,4%, passando de R$ 1.970,05 em 2014 para R$ 1.943,43 em 2015.

A pesquisa é importante fonte de informações estatísticas sobre o segmento empresarial da construção, fornecendo aos órgãos governamentais e privados subsídios para o planejamento e aos usuários em geral, informações para estudos setoriais mais aprofundados.

Variação negativa

A avaliação do IBGE é clara: todos os setores de atividade tiveram variação negativa do valor adicionado entre 2014 e 2015. Além das construções contratadas por entidades públicas terem perdido participação de 2014 para 2015, as obras de infraestrutura, grupo de maior peso na construção, reduziram o valor de R$ 138,9 bilhões, em 2014, para R$ 106,9 bilhões, em 2015.

Na avaliação do gerente da Pesquisa Anual da Indústria da Construção, José Carlos Guabyraba, os resultados da construção civil relativos a 2015 foram influenciados pela retração da economia brasileira, traduzida nos números do Produto Interno Bruto (PIB) a soma de todas as riquezas produzidas no país.

Deve-se observar que a variação do PIB trimestral em 2015, em relação a 2014, foi de -3,8%, a maior retração da série histórica atual iniciada em 1996. A partir de 2014, o segmento da construção passou a refletir o ambiente de desaceleração da atividade econômica do país, evidenciado, no âmbito da demanda interna, pela perda de dinamismo do consumo das famílias, que apresentou queda de -3,9% em relação a 2014.

Os números indicam, ainda, que havia 131,5 mil empresas ativas em 2015 que empregavam 2,4 milhões de pessoas. Este nível de ocupação do setor da construção, no entanto, foi meio milhão a menos do que em 2014.

A construção de edifícios se manteve em 2015 como o setor que mais contribuiu para o valor corrente, com R$ 165,7 bilhões das incorporações, obras e/ou serviços, com participação de 46,7%. Já a participação do gasto com o pessoal ocupado atingiu 33,3% nos custos e despesas dessas empresas, resultado 32,8% superior ao de 2014.

Desaceleração da atividade por setor

Para o IBGE, ao analisar o comportamento da construção civil a partir de 2014, deve-se registrar que o setor passou a refletir o ambiente de desaceleração da atividade econômica do país como um todo. Não há como, ao avaliar os resultados da pesquisa em 2015, deixar de observar que a variação do PIB trimestral em relação a 2014 foi de queda de 3,8%, a maior retração da série histórica atual iniciada em 1996, ressaltou o IBGE.

O instituto lembra que, a partir de 2014, o segmento da construção, ao refletir o ambiente de desaceleração da atividade econômica do país, evidenciou, no âmbito da demanda interna, a perda de dinamismo do consumo das famílias, que apresentou queda de 3,9% em relação a 2014. Esse resultado também refletiu o aumento das taxas de juros e o menor volume de crédito ao setor.

Quando analisado de forma segmentada, o setor mostra que a construção de edifícios se manteve como o item que mais contribuiu para o valor corrente (R$ 165,7 bilhões) das incorporações, obras e/ou serviços, com participação de 46,7% do total em 2015.

Embora registrando queda de 38,3% na participação da construção civil entre 2014/15, o segmento de obras de infraestrutura foi o segundo em termos de participação, com R$ 119,9 bilhões o equivalente a 33,9% do total da contribuição do valor corrente em 2015.

Já o setor de serviços especializados para construção apresentou ganho de participação, passando de 17,9%, em 2014, para 19,4%, em 2015 o equivalente a (R$ 68,7 bilhões).

Os números por regiões

Quando a Pesquisa Anual da Indústria da Construção se refere à atuação das empresas nas grandes regiões do país, as informações indicam que o Sudeste, a região mais populosa, urbanizada e industrializada, continuou apresentando a maior participação relativa, tanto no pessoal ocupado como no valor das incorporações, obras e/ou serviços da construção.

Ainda assim, a região perdeu participação no valor das incorporações, obras e/ou serviços da construção, na passagem de 2014 para 2015, caindo de 52,3% para 50,9%.

Já as Regiões Norte e Nordeste registraram queda no pessoal ocupado (de 7,7% para 7,1% e de 22,9% para 22,1%, respectivamente).

Enquanto na Região Norte houve uma leve queda no valor das incorporações, obras e/ou serviços da construção, que passou de 6,9% para 6,8% entre 2014 e 2015, na Região Nordeste houve ligeiro crescimento de 18,7% para 18,9%.

A Região Sul ampliou sua participação na passagem de 2014 para 2015, tanto no pessoal ocupado (de 13,9% para 15,1%), quanto no valor das incorporações, obras e/ou serviços da construção (de 12,8% para 14,5%).

A Região Centro-Oeste fechou 2015 com queda em ambas as comparações entre um período e outro. Perdeu 0,1 ponto percentual de participação no número de pessoal ocupado, que caiu de 7,9% para 7,8% e 0,4 ponto percentual no valor das incorporações, obras e/ou serviços da construção: de 9,3% para 8,9%.

Os produtos da construção, retratados pela pesquisa desde 2002, são os diversos tipos de obras e/ou serviços executados pelas empresas dessa atividade no ano de referência da pesquisa.

 

VALOR ECONÔMICO

Governo quer usar 'startup' para levar crédito a microempresa

Para destravar o acesso das micro e pequenas empresas às linhas de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o governo estuda envolver o uso de "startups" financeiras ¬ as chamadas "fintechs". O presidente Michel Temer pediu pressa ao presidente do banco de fomento, Paulo Rabello de Castro, na indicação de caminhos para estimular e simplificar a trajetória dos pequenos empresários aos recursos da instituição disponíveis para o segmento ¬ um volume estimado em R$ 7 bilhões.

Na próxima segunda¬feira (26), o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Guilherme Afif, reúne¬se com Paulo Rabello em São Paulo para apresentar um plano de trabalho com medidas para desburocratizar e encorajar os pequenos investidores a reivindicar os recursos. Uma delas é um acordo entre o Sebrae e o BNDES para permitir o uso das fintechs no processo de pré¬análise das micro e pequenas empresas, a fim de acelerar a qualificação dos potenciais tomadores dos empréstimos.

Essa possibilidade de usar as fintechs ampliaria o leque de opções de oferta de recursos do BNDES às empresas de menor porte, que muitas vezes têm dificuldade de acessar esse dinheiro. "Também vou querer a garantia dos juros do Joesley [Batista] para os pequenos", disse Afif ao Valor. Em geral, o BNDES oferece juros da TJLP nas linhas de crédito às empresas. "É preciso romper essa cultura do BNDES de só emprestar no atacado para os grandes", critica.

A proposta de Guilherme Afif de recorrer às fintechs para destravar o acesso ao crédito ainda será analisada pelo governo. Afif diz que as startups oferecem facilidades com operações mais rápidas e enxutas, quase sempre online. Um levantamento feito pelo Sebrae mostra que as fintechs ganham espaço no mercado financeiro: as instituições cadastradas no Banco Central saltaram de 54 em 2015 para 244 em 2017, sendo que 32% gerenciam pagamentos e 18% focam nos serviços de créditos. Em 2016, R$ 1 bilhão foi investido em startups.

O governo já estabeleceu que uma das ferramentas de combate à crise é a ampliação da oferta de crédito. Na segunda-feira, o presidente do BNDES confirmou que o banco procura mecanismos para "desobstruir o que está travado". Também foi informado que negocia com o Banco do Brasil e outras instituições uma nova linha de financiamento voltada para os pequenos. A ideia é reforçar a parceria com o BB para finalmente fazer os recursos chegarem ao destino.

A realidade é que já existe uma linha de crédito para esse público com recursos do BNDES e do BB, no valor de R$ 8,2 bilhões. Os recursos foram anunciados pelo presidente Temer em janeiro deste ano, com o nome "Empreender Mais Simples". No caso do BB, um levantamento do Sebrae mostrou que apenas R$ 30 mil (do total de R$ 1,2 bilhão), foram contratados. Para Afif, um dos entraves é o excesso de exigências a pequenos para os empréstimos. "Não é possível aplicar as regas da Basileia, de igual forma, aos grandes e aos pequenos", critica Afif.

O outro problema é o temor com a instabilidade política. As micro e pequenas empresas respondem pelo maior número de vagas no mercado de trabalho. Em contrapartida, apenas 53% desse segmento têm acesso ao crédito. A ideia do governo de facilitar esse caminho implica, também, estimular novos investimentos tendo em vista a geração de empregos.

Dentro desse esforço por ampliar crédito para as empresas de menor porte, o BNDES FGI, um fundo garantidor de crédito, pode ter seu acesso facilitado, de forma a viabilizar um acesso mais amplo dessas empresas ao crédito, já que a falta de garantias tem sido um entrave à captação de recursos.

Além disso, as empresas menores têm inadimplência mais elevada. Dados do Banco Central mostram que a taxa de calote das pequenas e médias empresas fechou 2016 em 6,66%, contra 5,43% em 2015. Já a das grandes empresas foi de 1,1%, antes 0,54% em 2015. O crescimento do crédito para as PME foi de 12,2% no ano passado, enquanto encolheu 8,5% para as grandes.

Apesar de buscar alavancar o crédito para esse setor, as medidas em preparação em sua maior parte são reembrulhos de programas e linhas já existentes, com algumas melhorias e um esforço para, de um lado, tentar criar demanda e, de outro, uma pauta para contrabalançar a agenda política altamente negativa para o governo desde a delação do empresário Joesley Batista contra Temer.

 

MP 775 contribuirá para redução de juros de empréstimos, diz Meirelles

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, comentou há pouco, por meio de seu perfil no Twitter, que a Medida Provisória 775 ¬ sobre o registro eletrônico de recebíveis, incluindo as duplicatas ¬ permitirá maior controle "de todos os ativos usados como garantia na concessão de crédito pelos bancos".

Na avaliação dos ministro, o registro nacional dos ativos abrirá espaço para garantir maior segurança nas operações e, consequentemente, para a redução de juros de empréstimos. "[O Congresso] analisa a MP 775 editada pelo governo que abre espaço para a diminuição do custo de crédito para pequenas e médias empresas", destacou Meirelles.

"O registro nacional e centralizado desses ativos, como as duplicatas, dá maior segurança nas operações e deve reduzir juros dos empréstimos", escreveu. "A aplicação da medida vai melhorar a posição do Brasil na classificação global do Banco Mundial sobre facilidade de produzir no país", segundo o ministro.

 

Presidente do BB defende mais crédito para infraestrutura

O presidente do Banco do Brasil (BB), Paulo Caffarelli, defendeu hoje o aumento do crédito destinado às exportações e aos projetos de infraestrutura. “A infraestrutura vai ajudar na retomada do crescimento e da produção interna. E a [queda] na taxa de juros acaba sendo consequência disso”, disse o executivo em evento comemorativo pelos 65 anos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no Rio de Janeiro.

Ele notou que o financiamento de projetos de infraestrutura no país tem de passar necessariamente pelo mercado de capitais. “Não se vislumbra mais um desenho para infraestrutura sem a participação do mercado de capitais”, sustentou o executivo. “Precisamos ter projetos com premissas adequadas, que não parem no meio do caminho. Projetos com começo, meio e fim”, acrescentou.

Para Caffarelli, o aumento da inadimplência provocado pela recessão no país assustou as instituições financeiras. Com a melhoria das condições econômicas, o presidente do BB acredita que “é preciso separar o joio do trigo”, retomando a capacidade do setor bancário de conceder crédito.

O dirigente do BB mencionou uma estimativa. Se os recursos destinados ao setor de infraestrutura, que atualmente equivalem a 2% do Produto Interno Bruto (PIB), alcançassem o patamar de 3%, isto poderia significar um acréscimo de até 2 pontos percentuais na taxa de crescimento da economia.

Na avaliação de Caffarelli, a crise econômica da qual o país está saindo é “completamente diferente” de outras enfrentadas anteriormente, por ser muito mais longa e profunda. “A retomada não se dá da mesma forma e velocidade que aconteceu anteriormente”, admitiu. “Na retomada para o crescimento, crédito tem de existir.” Além de ampliar a oferta de crédito, o governo deve ainda estimular as exportações, acrescentou.

O presidente do BB disse ainda que os investimentos em infraestrutura vão ajudar na retomada do crescimento e da produção interna e frisou que a taxa de juros acaba sendo consequência disso. Segundo ele, a inflação abaixo do centro da meta estabelecida pelo Banco Central (BC) mostra que o país está preparado para retomar o crescimento, mas Caffarelli frisa que “é preciso ter atitude” para que essa retomada aconteça.

 

Brookfield se reinventa e adota nome Tegra em sua nova fase

Após dois anos em um processo de reestruturação, a Brookfield Incorporações dá início à sua nova fase, que tem como marco a mudança da marca da companhia para Tegra Incorporadora. A incorporadora, liderada desde julho de 2015 por Ubirajara Spessotto de Camargo Freitas, pretende voltar a ter patamar de lançamentos próprios de R$ 2,5 bilhões a R$ 3 bilhões, a partir de 2019, e a atuar como "boutique em escala" de projetos imobiliários. "Cada projeto é um filho, tem alma e precisa ser tratado com amor", diz Freitas.

A intenção é estar entre as três ou cinco maiores do mercado. "Mais importante do que ser a maior é ser a melhor e ter o menor nível de endividamento", afirma. A incorporadora projeta margem bruta de 38% a 42% e margem líquida de 16% a 18%. Na nova fase, a Tegra vai desenvolver projetos imobiliários para público com renda mensal superior a R$ 8 mil, na Grande São Paulo, Grande Campinas e na cidade do Rio de Janeiro, com preço por metro quadrado superior a R$ 5 mil.

Futuramente, poderá expandir novos empreendimentos para o Paraná e Rio Grande do Sul. Os próximos lançamentos, que serão realizados a partir de agosto, já chegarão ao mercado com a nova marca. O nome Tegra foi escolhido a partir dos conceitos de "íntegra" e "integradora", que abrangem, segundo o presidente, pilares como qualidade e foco no longo prazo que a companhia adota desde a escolha do terreno até a gestão dos ativos, passando por incorporação, construção e vendas.

A Brookfield Incorporações foi formada a partir da fusão de duas incorporadoras de capital aberto ¬ Brascan Residential Properties e Company ¬ em setembro de 2008. A empresa resultante da fusão manteve o nome Brascan até junho de 2009, quando passou a se chamar Brookfield Incorporações, como parte da estratégia da controladora Brookfield Asset Management de alinhar suas marcas. Agora, segundo Freitas, a mudança de nome resulta de decisão da controladora canadense de restringir o uso da marca Brookfield aos seus principais veículos de atuação global.

O nome Brookfield poderá ser utilizado em algum projeto imobiliário específico, que seja considerado ícone, como ocorre no exterior. De acordo com o executivo, não há relação entre a mudança do nome e as notícias que circularam, em 2013, de envolvimento da companhia no esquema de irregularidades no pagamento de Imposto sobre Serviços (ISS) à Prefeitura de São Paulo para obtenção de habite¬se.

A incorporadora chegou a ser uma das maiores do setor, mas teve seus resultados fortemente impactados, a partir de 2012, por estouros de orçamento e, posteriormente, pelos distratos. De 2012 a 2015, acumulou prejuízos líquidos. O endividamento aumentou muito ¬ a alavancagem medida por dívida líquida sobre patrimônio líquido atingiu 126% em 2013 ¬ e sua redução tornou¬se prioridade.

A incorporadora, que tinha lançado qua sua redução tornou¬se prioridade. A incorporadora, que tinha lançado quase R$ 3 bilhões em 2010, R$ 3,9 bilhões em 2011 e R$ 3 bilhões em 2012, apresentou R$ 1,16 bilhão em 2013, R$ 435 milhões em 2014 e não teve novos projetos em 2015. No ano passado, porém, seu Valor Geral de Vendas (VGV) somou R$ 1,2 bilhão, ficando abaixo apenas ao da MRV Engenharia, Cyrela e Tenda. Para 2017, estão previstos lançamentos de R$ 1,6 bilhão ¬ por enquanto, foram lançados R$ 250 milhões.

Freitas ressalta que, como não se trata de meta formal, conforme o mercado estiver, o VGV pode não alcançar o projetado, mas vai superar o do ano passado. Apesar da piora da crise política a partir de meados de maio, com denúncias envolvendo o nome do presidente da República, Michel Temer, o executivo diz que o mês foi o melhor do ano em vendas, no total de R$ 210 milhões.

O presidente da Tegra estima que os lançamentos chegarão a R$ 2 bilhões, no próximo ano, e a R$ 2,5 bilhões em 2019. Freitas acredita que Temer ficará no cargo até o fim do mandato e afirma que o planejamento da companhia se baseia no encaminhamento das reformas trabalhista e previdenciária. O executivo avalia que 2016 foi o pior ano já vivido pelas incorporadoras e que a retomada do setor só ocorrerá em 2019 ou 2020, quando o Brasil já for liderado por um novo presidente.

Segundo Freitas, a Tegra tem plano de negócios a ser executado em dez anos, que permeia a aquisição de terrenos ¬ de janeiro a maio, foram compradas áreas para desenvolvimento de projetos com VGV potencial de R$ 1 bilhão ¬, investimentos em segurança da construção e sustentabilidade. No radar de curto prazo, a volta ao mercado acionário não faz parte das intenções da Tegra, mas nada impede, de acordo com o executivo, que uma nova oferta ocorra, futuramente, quando o mercado for retomado.

Nos últimos três anos, a companhia recebeu aportes da controladora canadense de R$ 4,4 bilhões, incluindo recursos para aumentos de capital, compra de dívida corporativa e oferta pública de aquisição (OPA) das ações que eram negociadas em bolsa. A OPA foi realizada no fim de 2014, e a saída da bolsa ocorreu no ano seguinte. Atualmente, a alavancagem da Tegra está em torno de 30%. Em 2018, a incorporadora concluirá as entregas dos empreendimentos da gestão anterior e concluirá o primeiro projeto da nova safra.

Os projetos antigos estão atrasados em relação aos prazos inicialmente propostos, mas seguem em linha com os novos cronogramas apresentados aos clientes. A empresa teve distratos de R$ 1,4 bilhão em 2015, R$ 1 bilhão em 2016 e estima R$ 650 milhões para este ano e R$ 400 milhões para 2018. Os preços dos imóveis foram reduzidos, mas a Tegra não tem concedido descontos para acelerar vendas, segundo Freitas. O segmento de loteamentos também está entre as prioridades. Em 2016, foi criada uma loteadora para destinação das áreas que a incorporadora possui em Tamboré, bairro entre as cidades paulistas de Barueri e Santana de Parnaíba. Ainda não está definido se a loteadora terá o nome Tamboré ou Tegra Desenvolvimento Urbano.

 

Monitor do PIB mostra país 'querendo sair do buraco'

Há sinais de que a economia está "querendo sair do buraco", mas alguns fatores continuam puxando a atividade para baixo, com destaque para a crise política. A avaliação é de Claudio Considera, coordenador do núcleo de contas nacionais do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV. Divulgado ontem, o Monitor do PIB¬FGV cresceu 0,42% entre março e abril, feitos os ajustes sazonais.

A exemplo do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC¬Br), o dado é uma aproximação mensal do número oficial do IBGE. Ao contrário do indicador da autoridade monetária, porém, a FGV publica os resultados desagregados por componentes do PIB. Em março, o Monitor foi revisado de alta de 0,04% para queda de 0,06%. Na comparação com abril do ano passado, o indicador caiu 1,3%, após aumento de 0,2% em março, na mesma série.

Em 12 meses, indica queda de 2,1% no acumulado até abril, menos intensa que a de 2,3% em março. No trimestre encerrado em abril, o indicador caiu 0,8% em relação ao mesmo período de 2016. Na comparação com ajuste sazonal, a alta do monitor foi influenciada, pelo lado da demanda, por expansão de 2,2% do consumo das famílias, de 2,1% do consumo do governo, e de 0,39% da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida do que se investe em máquinas, construção civil e pesquisa).

No setor externo, as exportações caíram 3,76% e a importação subiu 6,53% em abril sobre março. Pela ótica da oferta, o destaque foi o setor de serviços, com alta de 1,1%, a maior desde julho de 2014 (1,25%). O crescimento foi puxado pelo comércio, que subiu 9,03% sobre março. Ainda nos serviços, o transporte cresceu 1,46%, a intermediação financeira, 0,42%, e administração pública, 1,33%. Já os serviços de informação caíram 1,30% e outros serviços recuaram 0,21%. A indústria e a agropecuária também tiveram desempenho negativo entre março e abril, com retração de 0,42% e 0,48% ante março, respectivamente.

Para Considera, os resultados melhores no consumo estão relacionados à liberação de recursos de contas inativas do FGTS. Já os serviços, que foram o último segmento da economia a serem afetados pela crise, não vão mostrar reação tão cedo, mesmo com a expansão em abril, avalia ele. "Os serviços não vão se recuperar apenas com a melhora da renda. Eles foram o último setor a entrar na crise e serão também o último a sair", disse.

Para a demanda das famílias, há um cenário de lenta recuperação, diz, mas o desempenho dos investimentos, mais afetados pela crise política, segue preocupante. "Não vamos conseguir retomar a economia sem retomar os investimentos, e neles não há nenhum sinal positivo." Nos três meses encerrados em abril, a FBCF caiu 4,6% sobre igual período do ano anterior, tombo mais forte do que o registrado até março, de 3,7%.

Em 12 meses, a retração chega a 6,1%. A piora do ambiente político impede que a economia se recupere facilmente, diz Considera, porque os empresários não tomarão decisões de investir num ambiente incerto. "Mesmo com a taxa de juros mais baixa, é preciso resolver o problema político. O Supremo precisa dar sinais mais claros em relação à segurança jurídica."

segurança jurídica." Na comparação com abril de 2016, a queda do PIB em abril se espalhou por quase todas as atividades, à exceção de agropecuária (11,5%), extrativa mineral (+4,4%) e comércio (1,4%). No total, a indústria teve queda de 5%, com destaque para a construção (-11%) e a indústria de transformação (¬4,3%). Os serviços recuaram 1,4%.

O consumo das famílias caiu 1% sobre abril de 2016; o do governo recuou 0,6% e a FBCF diminuiu 7,2%. As exportações caíram 2,4% e as importações aumentaram 2,7%.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Verba de saneamento deve reforçar crédito habitacional do FGTS

A linha de crédito imobiliário Pró-Cotista, que foi suspensa neste mês por falta de recursos, deverá receber um reforço de R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões adicionais.

A proposta depende de aprovação do conselho curador do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que se reúne em julho, mas a avaliação da equipe econômica é que o montante adicional será aprovado.

Segundo a Folha apurou, os recursos serão remanejados do orçamento do fundo destinado a saneamento básico e infraestrutura urbana.

As duas áreas têm, respectivamente, R$ 6 bilhões e R$ 10 bilhões previstos pelo fundo para 2017, mas até agora executaram somente entre 10% e 15% desse total.

Nos últimos anos, o limite de endividamento de Estados e municípios, que estão em delicada situação financeira, não vem permitindo mais contratações desses recursos.

A Pró-Cotista tem tido muita procura nos últimos anos por causa da escassez de recursos de fontes com taxas de juros equivalentes, como a caderneta de poupança.

Isso fez a participação da linha no total de financiamento imobiliário, que era de apenas 1% em 2014, saltar para 13% até junho deste ano.

Apesar da procura pela Pró-Cotista, o financiamento imobiliário como um todo ainda não se recuperou, segundo o Banco Central.

Entre janeiro e abril deste ano, foram concedidos R$ 25,2 bilhões em crédito imobiliário, mesmo montante das novas concessões no mesmo período de 2016.

O orçamento inicial de 2017 para a Pró-Cotista era de R$ 5 bilhões, montante aprovado em outubro de 2016.

Em maio, como esse valor já estava contratado ou em fase de análise, a Caixa parou de aceitar propostas pela primeira vez. Para reativar a linha, o Ministério das Cidades remanejou recursos que eram direcionados para a faixa de renda mais alta do Minha Casa, Minha Vida. Os R$ 2,5 bilhões adicionais já foram comprometidos com empréstimos e, por isso, a linha voltou a ser interrompida.

QUEM PODE USAR

A Pró-Cotista é a linha mais barata depois do Minha Casa, Minha Vida, com taxas de juros que variam de 7,85% (para clientes que tenham débito em conta ou conta-salário) a 8,85% ao ano.

A linha só pode ser acessada por trabalhadores com pelo menos três anos de vínculo com o fundo. Os beneficiados precisam estar trabalhando ou ter saldo na conta do FGTS equivalente a pelo menos 10% do valor do imóvel. Não há limite de renda.

 

Equipe econômica reduz previsão para o PIB em 2017

O prolongamento da crise política deflagrada pelas acusações contra Michel Temer levou a equipe econômica a reduzir a previsão de recuperação do PIB em 2017.

Em projeções mantidas, por ora, em caráter reservado, ministros e auxiliares do presidente revisaram a estimativa de crescimento de 0,5% para 0,4% este ano.

A variação reflete uma expectativa de desaceleração da retomada esperada para o 4º trimestre, que nas projeções da área econômica caiu de 2,7% para 2,2% em relação ao mesmo período de 2016.

Planalto e Fazenda projetavam que a crise política provocaria redução das estimativas do PIB no último trimestre, mas os impactos só puderam ser quantificados agora.

O cenário mais pessimista para o 4º trimestre se deu pela desconfiança gerada sobre o setor produtivo e o mercado a partir da manutenção da crise —com a sucessão de fatos revelados a partir das delações de executivos da JBS.

Esses efeitos, no entanto, devem ser desprezíveis no 2º e no 3º trimestre.

A revisão para baixo do PIB do ano está em linha com o mercado. Nas últimas semanas, o Itaú Unibanco e o Bradesco reduziram suas estimativas de 2017 para 0,3%.

Tropeços e atrasos das reformas trabalhista e previdenciária desaceleraram a recuperação de investimentos, segundo a equipe econômica, uma vez que esses ajustes são peças centrais da política de austeridade fiscal.

A crise ainda intensificou no mercado o temor de que, para recuperar capital político, o Planalto tome medidas que afetem as contas públicas —como a liberação de emendas parlamentares e a adoção de linhas de financiamento mais generosas.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), minimiza uma possível revisão para baixo das previsões de crescimento. "Reverter uma recessão brutal em meio a um ambiente de embate político e disputa de poder já é um fato positivo."

A meta de Temer, de fato, é entregar um PIB positivo em 2017, como sinal de que sua gestão obteve êxito no esforço de recuperação da economia, após recuos de 3,8% em 2015 e de 3,5% em 2016.

A área política do governo estuda adotar medidas de estímulo, como a ampliação da faixa de isenção do IR, a liberação de linhas de crédito pelo BNDES e políticas de incentivo para serviços e habitação. 

BANCO DE TALENTOS

ÁREA DO ASSOCIADO

O Sinduscon/RN pensa como você, e por isso trabalha:

NOSSA MISSÃO

Representar e promover o desenvolvimento da construção civil do Rio Grande do Norte com sustentabilidade e responsabilidade sócio-ambiental

POLÍTICA DA QUALIDADE

O SINDUSCON/RN tem o compromisso com a satisfação do cliente - a comunidade da construção civil do Rio Grande do Norte - representada por seus associados - priorizando a transparência na sua relação com a sociedade, atendimento aos requisitos, a responsabilidade socioeconômica, a preservação do meio ambiente e a melhoria contínua.

CONTATO

55 84 3206 5362

contato@sindusconrn.com.br

SOCIAL

LOCALIZAÇÃO

Rua Raimundo Chaves, 2182 - Sala 101 Empresarial Candelária - Candelária - Natal/RN

SINDUSCON/RN (C) 2012 - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS