Quinta-feira

TRIBUNA DO NORTE

Setor imobiliário do RN tem queda de 22,3% nas vendas

O setor imobiliário de Natal e Região Metropolitana vendeu 384 unidades residenciais de outubro a dezembro de 2016, um decréscimo de 110 imóveis na comparação com o trimestre anterior (julho a agosto de 2016) ou queda de 22,3%. Os resultados do setor no período foram divulgados ontem pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do RN (Sinduscon RN) e confirmam retração também no segmento de imóveis comerciais, assim como na geração de empregos. Apenas no trimestre de outubro a dezembro, houve perda de 418 postos de trabalho, uma média de 139 postos por mês.

“A falta de novos empreendimentos gera desemprego porque as empresas deixam de contratar”, diz o diretor de mercado imobiliário do sindicato, Francisco Vasconcelos. Na avaliação dele, 2016 foi “muito pior” do que o ano anterior para o mercado e queda na oferta de imóveis quando comparada a 2015 é reflexo da crise para o setor.

E os resultados negativos não ficaram restritos ao segmento residencial. De acordo com os dados divulgados ontem, a quantidade de imóveis comerciais vendidos foi 82,9% menor quando comparado com o terceiro trimestre de 2015, quando foram vendidas 35 unidades. Quase 93% das vendas em dezembro de 2016 ocorreram em Natal e Parnamirim. Na capital potiguar, a maioria das vendas ocorreu nos bairros de Ponta Negra, Lagoa Nova, Pitimbu, Neópolis e Capim Macio. As análises tem por base o Índice de Velocidade de Vendas (IVV), do Sinduscon.

Oferta

De 2015 para 2016, no mês de dezembro, a quantidade de imóveis em Natal e Grande Natal passou de 3.606 para 2.433. Houve queda de 32,5% na oferta, ou seja, não ocorreram lançamentos de imóveis e empreendimentos novos.

“O ano passado foi difícil, pois a crise influenciou diretamente na confiabilidade da compra. Em 2015 as pessoas não tinham noção da crise financeira, que foi sentida somente em 2016. Ao mesmo tempo, as 27 empresas que fazem parte do Sinduscon não fizeram lançamentos de novos empreendimentos. Caso o cenário não melhore, haverá pouca oferta e os preços tendem a ficar mais altos”, disse Vasconcelos.

Índice de Velocidade de Vendas (IVV)mostra ainda que do total de 384 unidades residenciais vendidas de outubro a dezembro de 2016, 103 foram comercializadas em outubro, 143 em novembro, e 138 em dezembro em Natal e Região Metropolitana.

Vasconcelos afirma que qualquer redução de taxa de juros melhora o ambiente de financiamentos, depois de quatro elevação de taxas consecutivas. “Há uma expectativa de melhora no mercado. Mesmo pequeno, mas faz diferença na hora de financiar”, afirma.

Para 2017, ele afirma que ainda não há perspectivas de novos lançamentos. Para que isso aconteça, é preciso que os preços dos imóveis sejam reajustados. A estratégia de liquidar estoque de imóveis prontos para o consumidor é um dos motivos da defasagem do preço. “Os preços extremamente baixos praticados hoje no mercado inviabilizam, economicamente, novos lançamentos porque não cobrem os custos”, disse Vasconcelos. Prova disso, acrescenta ele, é que o mercado está há 18 meses sem lançar.

 

VALOR ECONÔMICO

Copom reduz taxa Selic em 0,75 ponto para 12,25%

O Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu nesta quarta¬feira os juros básicos, a Selic, em 0,75 ponto percentual, para 12,25% ao ano, e deu a sua primeira indicação explícita de que poderá levar a taxa a um dígito nos próximos meses. A decisão foi unânime e ficou alinhada ao consenso de mercado, que esperava uma repetição do ritmo adotado na reunião de janeiro. O atual ciclo de corte começou em outubro do ano passado, com juro básico saindo de 14,25% ao ano. Considerando a projeção do mercado de Selic de 9,5% no fim deste ano, e de 9% no fim de 2018, o modelo de projeção do BC aponta inflação de 4,2% em 2017 e de 4,5% no encerramento de 2018.

Como a projeção está dentro da meta de 4,5%, as projeções indicam que os juros, em tese, podem cair para percentuais entre 9% e 9,5% deste ano para o próximo. No comunicado apresentado após a decisão, o colegiado presidido por Ilan Goldfajn afirmou que a extensão do ciclo de corte de juros “dependerá das estimativas da taxa de juros estrutural da economia brasileira”. A taxa estrutural ou taxa neutra seria aquela que gera o máximo de crescimento com inflação dentro da meta.

Essa avaliação sobre a taxa estrutural, que é mais um conceito econômico abstrato do que algo que possa ser medido concretamente, também permeia a discussão sobre a possibilidade de intensificar o ritmo de corte. A possibilidade de redução superior a 0,75 ponto nas próximas reuniões “dependerá da estimativa da extensão do ciclo” e também da evolução da atividade econômica, demais fatores de risco e das projeções e expectativas de inflação. O Copom também relacionou a redução da taxa de juro estrutural à aprovação e implementação das reformas.

“O comitê destaca a importância da aprovação e implementação das reformas, notadamente as de natureza fiscal, e de ajustes na economia brasileira para a sustentabilidade da desinflação e para a redução de sua taxa de juros estrutural”, diz o comunicado. O BC melhorou a avaliação sobre a atividade, apontando que “a evidência sugere uma retomada gradual da atividade econômica ao longo de 2017”.

Segundo o BC, os sinais dados pelos indicadores de atividade ainda são mistos, mas compatíveis com a “estabilização da economia no curto prazo”. Para o BC, o comportamento da inflação permanece favorável e o processo de desinflação é mais difundido, atingindo também componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária (como serviços).

O Copom também chama atenção para uma retomada na desinflação dos preços de alimentos, que constitui choque de oferta favorável. Essa inflação de alimentos está entre os vetores positivos do balanço de riscos para a inflação, pois pode ter efeito sobre outros setores da economia e também sobre as expectativas. Ainda no balanço de risco, o BC aponta que o também sobre as expectativas.

Ainda no balanço de risco, o BC aponta que o alto grau de incerteza no cenário externo pode dificultar o processo de desinflação e que a recuperação da economia pode ser mais (ou menos) demorada e gradual do que a antecipada. Na parte dedicada ao cenário externo, o BC aponta que o quadro ainda é bastante incerto, mas que até o momento a atividade econômica global mais forte e o consequente impacto positivo nos preços de commodities têm mitigado os efeitos sobre a economia brasileira de revisões de política econômica em algumas economias centrais.

 

Bradesco, Itaú e BB anunciam redução de juros em linhas de crédito

O Bradesco, o Itaú e o Banco do Brasil (BB) anunciaram a redução das taxas de juros cobradas em linhas de crédito após a decisão do Banco Central de diminuir a Selic em 0,75 ponto porcentual. No Bradesco, as novas condições valem a partir de 1º de março. Nos financiamentos a pessoas físicas, o crédito pessoal teve a taxa mínima reduzida de 1,89% para 1,83% ao mês, e a máxima de 7,72% para 7,66% ao mês.

No empréstimo para a compra de veículos, a taxa máxima caiu de 5,92% para 5,86% ao mês. Na modalidade “CDC Outros Bens”, o juro máximo foi reduzido de 5,90% para 5,84% ao mês. Para as empresas, a linha de capital de giro do Bradesco passou de 3,49% para 3,43% ao mês na taxa mínima, e de 6,95% para 6,89% na taxa máxima. Na modalidade “Credinvestimento”, capital de giro com múltiplas garantias, a taxa máxima passou de 6,79% para 5,99% ao mês, segundo o banco.

De acordo com o Bradesco, em cartões de crédito, para o portfólio de Cartões Elo, as taxas de juros do rotativo ficarão entre 3,1% a 9,9% ao mês a partir da próxima fatura. O Itaú Unibanco, por sua vez, informou que vai repassar aos clientes o corte integral da taxa básica, de 0,75 ponto percentual. A redução é válida para as linhas de empréstimo pessoal, cheque especial, cartão de crédito e financiamento de veículos. Para as micro e pequenas empresas, houve redução nas taxas do cheque especial, capital de giro e contas garantidas.

“Acreditamos que a política monetária vem sendo conduzida de forma a beneficiar o crescimento econômico sustentável num ambiente de baixa inflação”, afirmou Roberto Setubal, presidente do Itaú Unibanco, em comunicado. O Banco do Brasil também anunciou redução nas taxas em linhas para pessoas físicas e empresas após o Copom. As novas taxas entram em vigor a partir de 1º de março. “A redução continuada da taxa Selic contribui para melhorar o ambiente econômico e cria condições objetivas para a retomada do consumo do crédito por pessoas físicas e jurídicas”, disse o presidente do BB, Paulo Caffarelli, em nota.

 

'Com reformas, Selic chega fácil a 8% em 2018'

A aceleração do ritmo de corte de juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) é um cenário "plausível", dada a melhora do quadro inflacionário confirmado pelo comunicado apresentado ontem, na avaliação da economista-¬chefe da XP Investimentos, Zeina Latif. A queda nas expectativas de inflação, a fragilidade da atividade econômica, cuja retomada pode ocorrer apenas a partir do segundo semestre deste ano, corroboram com essa perspectiva de uma queda mais intensa da taxa.

Zeina destaca ainda a menção de que o juro neutro do país ¬ aquele que permite o crescimento econômico sem gerar inflação ¬ está em queda, o que também dá força à perspectiva de um corte maior da Selic. Ela explica que, se o juro neutro hoje está ao redor de 5%, o avanço das reformas e os ajustes na política econômica podem levar essa taxa para perto de 3% no ano que vem. "Se isso for verdade, a gente poderia ter uma Selic indo para 8% fácil."

Confira a seguir os principais trechos da entrevista:

Valor: O Copom fala no comunicado de sua decisão em possível aceleração do ritmo de alívio monetário. Há espaço para um corte de um ponto no próximo encontro?

Zeina Latif: Esse é o grande destaque: o BC deixar essa porta aberta. Esse é um cenário bastante plausível. A gente vê os principais determinantes da inflação caminhando muito bem. Não tem pressão de custos, a taxa de câmbio está estável, a safra agrícola, forte. E há ainda um efeito defasado da crise para se materializar. Eu não vejo ainda uma retomada da atividade. Então, a gente pode ter na próxima reunião do Copom uma aceleração do processo de normalização da política monetária. Um ponto importante do comunicado foi a discussão sobre taxa de juros neutra. O Banco Central desconfia que essa taxa pode estar caindo. Além disso, as projeções de inflação recuaram. Ele fala que, no cenário de mercado, com Selic a 9%, é possível cumprir a meta. Isso, junto com a desconfiança de que o juro neutro pode ser mais baixo, alimenta essa percepção de juros bem mais baixos no Brasil.

Valor: O que explica essa visão de que o juro neutro está caindo?

Zeina: A gente tem hoje uma condução de política fiscal transparente, sem pedaladas, sem contabilidade criativa e queda gastos. A agenda econômica é de melhora estrutural do país, reformulação do regime fiscal. Temos a volta da racionalidade das empresas públicas, ajustes nos fundos de pensão, ajuste nas estatais. Então, eu acho que já está em queda. É difícil de saber em que intensidade esse movimento está ocorrendo. O raciocínio que eu faço é que, se hoje a gente estima que o juro neutro está em torno de 5%, um bom palpite seria algo como 3% no ano que vem. Se isso for verdade, a gente poderia ter uma Selic indo para 8% fácil, eventualmente rompendo.

Valor: Essa incerteza com o cenário político não pode ser motivo de cautela para o BC?

Zeina: Acho que está cedo para isso. Hoje tem uma gordura enorme para cortar juros. Pelo menos você tem que normalizar a política monetária, o que significaria ter uma Selic em torno de 9,5%. Antecipar um cenário eleitoral e hoje não cortar seria uma excessiva cautela e uma estratégia arriscada.

Valor: O Copom apresenta uma visão mais positiva para a atividade do que no comunicado anterior. A retomada do crescimento pode ocorrer antes do que se esperava?

Zeina: O BC fala mais em sinais de estabilização, o que eu achei prudente. Nos documentos do ano passado, a minha visão era de que o Banco Central estava com um diagnóstico equivocado sobre a atividade. Eu achei que eles estavam menosprezando essa situação tão grave da dificuldade financeira das empresas, num quadro em que o crédito havia sumido. Agora, o BC diz que a volta pode ser mais ou menos demorada. É importante que ele tenha essa dúvida.

Valor: Quando essa estabilização pode se converter em uma retomada da economia?

Zeina: A volta cíclica, tudo caminhando bem, deve ocorrer a partir do meio do ano, com a política monetária fazendo efeito. Não é para já. Claro que na hora em que você muda a marcha da economia, alguns indicadores vão sair na frente, haverá brotos verdes, alguns setores reagem primeiro. Mas para a reversão do ciclo, acho que ainda precisamos de mais um tempo, pela defasagem natural da política monetária. Num quadro em que o ajuste mais contundente do juro ajuda a melhorar a confiança, tem uma dura realidade do mercado de trabalho e as empresas com muita dificuldade. Por isso é difícil cravar quando ela vai acontecer.

Valor: A discussão sobre a redução da meta de inflação agora é adequada?

Zeina: Eu entendo os argumentos, mas acho que está cedo. Vamos primeiro cumprir a meta. Este é um ano de transição, não é o ano de colher todos os frutos. Acho que o mais prudente é manter a meta em 4,5%. Acho que a meta tem que mudar não em função da recessão, mas porque o país adquiriu essa maturidade, e acho que ainda estamos nessa conquista.

Valor: Os riscos para esse cenário benigno estão mais aqui dentro ou no exterior?

Zeina: Aqui. Estou menos preocupada com o cenário lá fora. Acho que a gente vai ter que olhar daqui a pouco essa tendência de inflação mundo afora. Mas não me parece uma repetição do passado. Os preços de commodities estão subindo, mas nada que mereça grandes sobressaltos. Vamos ter que monitorar isso, mas o grande desafio é aqui dentro: fazer as reformas e entregar o país arrumado em 2018 para evitar aventureiros no processo eleitoral.

 

Copom sinaliza que juros podem cair a um dígito

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central indicou, no comunicado divulgado ontem após sua reunião, que os juros básicos da economia poderão cair a um dígito e que o colegiado vai avaliar uma eventual intensificação adicional dos cortes na taxa básica de juros. As discussões, a partir de agora, também serão sobre as chances de os juros básicos caírem abaixo da faixa de 9% a 9,5% ao ano prevista pelos analistas do mercado não apenas para esse ciclo de distensão monetária, mas para o médio e longo prazos.

A decisão de cortar os juros em 0,75 ponto percentual, para 12,25% ao ano, era amplamente esperada. Uma das principais novidades foi a sinalização sobre o tamanho do ciclo total de distensão. A opinião do Copom é dada pela projeção condicional de inflação no cenário de mercado. Por ele, sabe¬se que, se os juros caírem a 9,5% em 2017 e a 9% em 2018, a inflação ficará, respectivamente, em 4,2% e em 4,5% em cada um desses anos.

Como a inflação ficará na meta, conclui¬se que há espaço para os juros caírem como o esperado pelo mercado, ou seja, para entre 9% e 9,5%. Na reunião de janeiro, é bom lembrar, o BC não corroborou a visão de que os juros cairiam a um dígito. A inflação então projetada ficou em 4,4% para 2017 e em 4,5% para 2018, mas com juros de 10,25% ao ano.

O Banco Central, de forma proposital, nesta reunião divulgou apenas a sua projeção no cenário de mercado, e não no de referência. É uma forma de dar importância ao que é realmente relevante: o quanto os juros podem cair nesse ciclo. O grande debate que ocorrerá entre os analistas econômicos é se os percentuais de 9,5% e 9% ao ano são uma espécie de piso para a queda dos juros, ou seriam um teto.

Provavelmente, é um teto. Quando detalha os motivos de sua decisão, o Copom diz que "a extensão do ciclo de flexibilização monetária dependerá das estimativas da taxa de juros estrutural da economia brasileira, que continuarão a ser reavaliadas pelo Comitê ao longo do tempo". Uma leitura mais conservadora diria que, com essa mensagem, o Copom está dando um alerta de que, para chegar entre os percentuais de 9% a 9,5%, dependerá de se confirmar a visão do BC de uma taxa de juros de equilíbrio mais baixa.

No comunicado, o BC não abre explicitamente em quanto estima a taxa de juros de equilíbrio. O que depõe contra essa leitura cautelosa é que o Copom não incluiu as estimativas sobre a taxa de juros de equilíbrio entre os fatores de risco que podem fazer a inflação ser diferente dos percentuais projetados nos seus modelos. Se o BC tivesse alguma dúvida sobre o quanto a incerteza sobre os juros de equilíbrio afeta suas projeções, esse fator deveria estar na lista de riscos.

Por isso, muito provavelmente a comunicação do BC indica que os juros podem cair abaixo da faixa de 9% e 9,5% embutidas na projeção de inflação no cenário de mercado, caso o colegiado entenda que a taxa de equilíbrio tenha recuado. Essa é uma avaliação que o BC pretende fazer ao longo do tempo, segundo o comunicado. Certamente, não será o único fator, mas o BC dá destaque especial a ele. Uma questão relevante é se, pelas projeções atuais do BC, os juros poderiam cair apenas a 9,5% ou se chegariam efetivamente a 9%.

No comunicado, o Copom não apresentou projeções de inflação para 2019 ¬ o que é compreensível, pois para esse ano ainda não há metas de inflação definidas. Dessa forma, é difícil saber se haveria condições de os juros caírem a 9% em 2018. Isso porque as decisões tomadas ao longo de 2018 afetam a inflação do ano seguinte, 2019. O mercado projeta um corte de juros de 0,25 ponto percentual em janeiro de 2018, para 9,25% ao ano, com uma boa parte dos seus efeitos sobre a inflação nesse próprio ano, mas com o impacto máximo em 2019.

O segundo corte de juros previsto pelo mercado para 2018 é em abril, para 9% ao ano, com impacto na inflação praticamente apenas em 2019. Se, nas projeções do BC, a inflação se estabilizar em 2019 com juros de 9% ao ano, temos uma boa indicação da taxa de juros de equilíbrio hoje estimada pela autoridade monetária. Ela estaria em cerca de 4,5%, tomando como pressuposto uma inflação estável em 4,5% ou um pouco menos disso, se a meta de inflação for reduzida.

Uma outra sinalização importante do Copom foi a possibilidade de uma nova intensificação no corte de juros. O Copom já não trata mais 0,75 ponto como o novo ritmo de corte, como fez em janeiro. E diz explicitamente que uma eventual intensificação está entre as hipóteses contempladas, a depender da evolução de um conjunto de fatores. São eles: a estimativa do tamanho do ciclo (que por sua vez depende da estimativa sobre a taxa de juros de equilíbrio); a evolução da atividade econômica; expectativas de inflação; e os fatores de risco para a inflação (ambiente externo, ritmo de recuperação da atividade e efeitos secundários da queda de preços de alimentos que se transmitiria para as expectativas).

 

Meirelles diz que não planeja recriar CPMF 'no momento'

Uma proposta de reforma tributária pode ser apresentada pelo Congresso Nacional ainda este ano, afirmou hoje o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, durante evento em São Paulo promovido pelo BTG Pactual. "Tenho certeza que no devido tempo vamos ter um projeto de uma proposta que possa tornar o sistema tributário mais racional e eficiente, este ano ainda", disse Meirelles. Ele desconversou ao ser questionado sobre eventual recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

"No momento não estamos pensando em recriação da CPMF, o que existe é um início de trabalho de uma comissão que começa a estudar a reforma tributária no país, um trabalho complexo que envolve Estados, municípios." Concessões Meirelles afirmou que sua percepção é que existe "enorme interesse" de investidores em participar das concessões em infraestrutura no país.

Sem detalhar os ativos que serão colocados em leilão, mas destacando o setor de saneamento básico, Meirelles disse que "com tudo que tenho visto nas conversas com investidores no mundo inteiro é que existe um interesse enorme em participar dos investimentos em infraestrutura no país, mas vamos aguardar", resumiu o ministro. Ele acrescentou que, junto com as concessões de saneamento, o governo trabalha na modernização do marco regulatório do setor e nas regras do leilão de modo conferir atratividade aos ativos colocados em concorrência pública.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Uma das maiores incorporadoras do país, PDG pede recuperação judicial

Uma das maiores incorporadoras do país, a PDG protocolou nesta quarta (22) na Justiça de São Paulo um pedido de proteção contra dívidas de cerca de R$ 7,8 bilhões.

Endividada e com sucessivos prejuízos, a empresa vinha tentando renegociar dívidas com bancos, sem sucesso. O pedido de recuperação judicial foi a forma encontrada para tentar salvar a PDG da falência. Ele inclui a incorporadora e mais de 500 "sociedades de propósito específico", empresas criadas para gerir os empreendimentos erguidos sob a marca PDG.

Caso o pleito seja aceito pela Justiça, a companhia terá dois meses para elaborar um plano de reestruturação e apresentá-lo aos credores.

A ideia é que nada mude para quem comprou um imóvel da PDG e ainda aguarda sua entrega. O plano é que a incorporadora termine os empreendimentos cujas obras estão avançadas - a maioria dos cerca de 30 em andamento - e busque interessados em assumir os projetos que ainda estão em fase inicial.

A recuperação judicial muda, porém, a situação daqueles que cancelaram contratos de compra e tentam receber da PDG reembolso pelo valor pago. Esses clientes terão de se submeter ao plano de recuperação judicial.

Isso quer dizer que entrarão para a lista de credores e estarão sujeitos a descontos e a pagamentos parcelados - a depender das condições que forem aprovadas no plano.

PODER

A maior parte do que a PDG deve na praça está nas mãos de Banco do Brasil, Caixa, Bradesco e Itaú. Serão eles, portanto, a ditar os rumos da incorporadora. Pela lei, o plano de recuperação tem de ser aprovado pela maioria dos detentores da dívida.

As negociações tendem a ser duras. A empresa insistirá num corte no valor devido e num prazo de carência para o início dos pagamentos.

Além disso, o plano deve envolver o pedido de dinheiro novo para a PDG, que tem pouco dinheiro em caixa e obras a concluir.

Desde o ano passado, a PDG está sob o comando da RK Partners, de Ricardo K, especialista em reestruturação que já atuou em casos como o da OGX, de Eike Batista.

EX-LÍDER

A PDG nasceu em 2003 como uma área do banco Pactual, hoje BTG Pactual. Virou uma empresa independente e lançou ações em 2007.

Tornou-se uma gigante do setor após, num espaço de poucos anos, promover aquisições em série de rivais.

Com a compra de construtoras como Goldfarb, CHL e Agre, e um plano agressivo de lançamentos, a PDG assumiu a liderança do mercado em 2010, tornando-se a maior incorporadora do setor.

No auge, chegou a valer mais de R$ 10 bilhões na Bolsa - hoje vale pouco mais de R$ 140 milhões.

Problemas de gestão, como estouro de custos e de prazos de entrega, e a crise econômica, que reduziu o apetite pela casa própria, minaram os resultados da PDG, que passou a encolher.

Em 2012, a empresa tinha quase 11 mil funcionários e 330 projetos em andamento. No final de 2016, eram somente 1.000 empregados e 30 empreendimentos.

O banco Rothschild foi contratado em 2015 para renegociar com os bancos credores e um acerto foi firmado. Mas a incorporadora seguiu com resultados ruins.

No ano passado, foram quase R$ 1 bilhão em distratos (desistências), considerando o resultado até setembro, o último disponível.

Com isso, as vendas líquidas ficaram em apenas R$ 170 milhões, 64% abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior. E o prejuízo acumulado no ano bateu R$ 2,9 bilhões.

 

O ESTADO DE SÃO PAULO

Retomada da economia deve ditar ritmo dos juros

POR JOSÉ PAULO KUPFER

O novo corte de 0,75 ponto na taxa básica de juros, decidido, por unanimidade, no início da noite desta quarta-feira, pelos diretores do Banco Central integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom) deu-se como os analistas de mercado esperavam. Mas não como uma boa parte deles desejava. Agora a taxa Selic desceu a 12,25% ao ano e ficou a 2,75 ponto da previsão, registrada no próprio comunicado emitido logo após a decisão, segundo a qual a taxa básica encerrará 2017 em 9,5% anuais.

É possível que, a partir de agora, as estimativas para o ponto em que a taxa Selic se encontrará no fim do ano recuem para 8,5% ou mesmo 8%. Caso o recuo da Selic fique no intervalo entre 9,5% e 8%, o corte acumulado somará de 2,75 pontos a 4,25 pontos. Aposta-se hoje, no mercado financeiro, que a sucessão de cortes se estenderá até outubro.

Se isso for verdade — e se os sinais de recuperação da economia ainda não estiverem consolidados, no final do primeiro trimestre –, haveria espaço, na hipótese de corte mais intenso, para duas reduções de 1 ponto e outras três de 0,75, nas cinco reuniões do Copom até lá.

Considerando uma inflação em torno do centro da meta, a taxa real de juros recuaria, em fins de 2017, para algum valor entre 4% e 5%. Algo  incomum na experiência brasileira e mais próximo da de outras economias emergentes, embora ainda longe dos juros pouco acima de 1% ou até negativos das economias maduras.

Tal evolução dependerá da “extensão do ciclo de flexibilização monetária”, expressão contida no comunicado, que, de certa maneira, representou uma recaída no “coponês”— o idioma peculiar e meio enigmático que o Copom, sob a presidência de Ilan Goldfajn, prometeu abandonar e até aqui, de fato, quase não tem usado.

Em tradução livre, significa que a sucessão de cortes na taxa Selic deverá ir até a fronteira da “taxa natural” de juros da economia, aquela que marca o ponto em que os juros reais passam a ser neutros em relação à inflação. Difícil de ser demarcada, por não derivar de observação direta, essa taxa, no momento, andaria nas vizinhanças de 5%.

Além desse aspecto, o comunicado do Copom ressaltou a articulação dos movimentos da taxa Selic com a evolução da atividade econômica. Segundo o Copom,  o ritmo de retomada da atividade econômica é um dos principais elementos na determinação da extensão e profundidade do ciclo de cortes nos juros básicos. Cauteloso, o Copom vê sinais de recuperação gradual, mas não arrisca apostar em que passo essa retomada ocorrerá.

Dos fatores de riscos, para dificultar ou facilitar o processo de desinflação em curso, destacam-se, no lado negativo, “o alto grau de incerteza no cenário externo”— leia-se a repercussão das ações de Donald Trump e a reação do Federal Reserve na economia global — e, do lado positivo, não só diretamente a queda nos preços dos alimentos, mas seus efeitos favoráveis nas expectativas.

A mensagem do Copom, em resumo, é a de que os próximos movimentos das taxas básicas de juros dependeriam da evolução da atividade econômica.

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