Sexta-feira

VALOR ECONÔMICO

Pagamento a Tesouro reduz fôlego do BNDES, diz Fitch

O pagamento antecipado de R$ 100 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Tesouro deve reduzir ainda mais a capacidade de emprestar do banco de fomento, já bastante afetada pela contração econômica, indica relatório da Fitch Ratings adiantado com exclusividade ao Valor. O novo tamanho do banco deve também estimular o papel do setor privado no financiamento de longo prazo, além de encarecer os juros cobrados nos empréstimos do banco de fomento, o que será um desafio a ser encarado pelo governo, dizem os diretores da Fitch Esin Celasun e Claudio Gallina.

Com o novo tamanho, o banco deve mirar segmentos considerados de maior prioridade, como infraestrutura, energias renováveis, administração pública, projetos ambientais e financiamento a companhias de menor porte. A Fitch não arrisca um número para o volume de desembolsos esperado para o banco, que deve oscilar em razão das condições econômicas. Mantido o ritmo de desembolsos registrado até outubro, no entanto, o BNDES deve encerrar o ano com R$ 83 bilhões em desembolsos, o menor volume desde 2007, quando foram emprestados R$ 64,9 bilhões.

Em termos de funding, Esin avalia que o BNDES deve se financiar mais daqui para frente por meio de emissões. Até junho, as emissões domésticas responderam por apenas 2% do passivo do banco, enquanto as externas corresponderam a 5%. Números de junho indicam que, excluindo¬se capital híbrido, o funding do BNDES é constituído por 61% de recursos do Tesouro e 28% do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). O recursos antecipados, ressalta a Fitch, correspondem a 20% da dívida do BNDES com o Tesouro e equivalem a 12% do funding total do banco.

A despeito do montante a ser devolvido, Esin avalia que a operação não deve afetar a posição de liquidez do banco e sua capitalização. Até junho, o BNDES tinha em carteira cerca de R$ 160 bilhões de títulos públicos e outros R$ 66 bilhões em amortizações dos créditos concedidos.

A Fitch diz que a mudança não altera o rating do banco ¬ "BB" com perspectiva negativa e em linha com o soberano. "O banco vai operar num tamanho diferente, um pouco menos relevante, mas continuará tendo papel importante na implementação das políticas do governo", diz Esin, que não espera novos repasses do Tesouro para o banco com taxas subsidiadas.

 

PIB da construção civil terá queda de 5,3% neste ano

Após retração de 6,52% no ano passado e de 2,14% em 2014, o Produto Interno Bruto (PIB) do setor de construção civil terá queda de 5,3% neste ano e aumento de 0,5% em 2017, conforme as projeções do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon¬SP) calculadas em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV).

A retomada do setor de construção será lenta e demorada, segundo a coordenadora de projetos da construção da FGV, Ana Maria Castelo. "Vamos inverter o sinal no ano que vem, mas estamos muito longe de reverter as taxas negativas do setor nos últimos três anos", disse Ana Castelo. O presidente do Sinduscon¬SP, José Romeu Ferraz Neto, defende que as obras de infraestrutura sejam destravadas e que as taxas de juros caiam. Uma queda mais acentuada dos juros pode contribuir para o aumento do crédito imobiliário e para que os consumidores sintam mais confiança de adquirir imóveis.

"Esperamos que 2017 seja um ano de virada e que possamos dizer que erramos para baixo [as projeções de crescimento]", disse o presidente do Sinduscon-SP. Ferraz Neto ressalta a necessidade da realização das reformas da previdência, trabalhista e tributária pelo governo federal.

A projeção de aumento do PIB setorial em 2017 baseia¬se na perspectiva do início das reformas; na contratação de 40 mil unidades da faixa 1,5 e de 70 mil unidades da faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida; na retomada de 1,6 mil obras paradas de infraestrutura do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC); e no avanço das concessões e licitações. O Sinduscon-SP e a FGV estimam recuo de 14,5% no nível de emprego da construção neste ano. Segundo a representante da FGV, o estoque de empregos no fim de dezembro será equivalente ao de agosto de 2009. "O estoque ainda é superior ao do início do ciclo [imobiliário], em 2005 ou 2006, mas estamos retrocendendo rapidamente", disse.

Ana Castelo destacou que, em dois anos, o setor perdeu quase um milhão de trabalhadores e contou que espera queda de pelo menos 5% no nível de emprego da construção no próximo ano.

No mercado imobiliário, o nível de emprego caiu 17,68%, de janeiro a outubro. O segmento teve 36,43% de participação no nível de emprego da construção. A segunda maior queda (14,82%) ocorreu no ramo de preparação de terreno, que responde por 4,27% do emprego do setor.

Em novembro, a Sondagem da Construção apontou o ápice das diferenças entre expectativas e desempenho empresarial, segundo a representante da FGV. "Se as mudanças anunciadas não se concretizarem, haverá piora das expectativas", disse. A pesquisa apontou nota de 37,2 para o desempenho do setor. Conforme a metodologia utilizada, valores inferiores a 50 são considerados não favoráveis.

Para 2017, porém, a maior parte dos indicadores que compõem o levantamento a partir da percepção dos empresários atingiram o patamar acima de 50, ou seja, são favoráveis. "Em algum momento, a expectativa tem que influenciar, positivamente, a decisão de investir", afirmou Ana Castelo.

Ontem, o Sinduscon¬SP e a FGV divulgaram o Indicador de Atividade das Empresas da Construção Civil (INACC). Na composição do indicador, o nível de emprego tem peso de 45%; a produção física de insumos, de 40%; e a produção física de bens de capital, de 15%. O indicador caiu 19,3%, no acumulado do ano até setembro, de acordo com levantamento. Em 12 meses, a queda acumulada é de 13,71%.

Para a cidade de São Paulo, o Sinduscon¬SP defende que a unificação das aprovações de licença seja prioridade para o setor pelo novo prefeito da cidade de São Paulo, João Doria. Segundo Ferraz Neto, pontos do Plano Diretor precisam ser revistos, como o valor das outorgas onerosas ¬ instrumento que possibilita construir área acima do permitido pelo coeficiente básico até o limite do coeficiente máximo de cada zona. "Os valores das outorgas foram definidos em momento de muita euforia", disse

 

Recuperação lenta da economia pode levar BC a fazer corte maior nos juros

Economistas avaliam que há condições para o Banco Central promover um corte maior da taxa básica de juros (Selic), de 0,50 ponto percentual, em janeiro. Nesta quarta-feira (30), o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC reduziu a taxa em 0,25 ponto percentual, para 13,75% ao ano, conforme esperado pela maior parte do mercado.

O principal motivo que pode levar a uma redução maior dos juros é a queda da atividade econômica. Conforme divulgou nesta quarta-feira o IBGE, o PIB (Produto Interno Bruto) do país encolheu 0,8% no terceiro trimestre de 2016.

No comunicado divulgado após a decisão sobre a Selic, o Copom afirmou que a atividade econômica está "aquém do esperado".

"A evidência disponível sinaliza que a retomada da atividade econômica pode ser mais demorada e gradual que a antecipada previamente", afirmou a autoridade monetária, no documento.

O BC diz ainda que a atividade econômica mais fraca e o elevado nível de ociosidade na economia podem produzir desinflação mais rápida que a refletida nas projeções do Copom

Até então, a autoridade monetária vinha indicando que seria cautelosa e que promoveria uma diminuição mais lenta da Selic, para que a inflação convergisse mais rapidamente para a meta de 4,5% ao ano.

A cautela foi reforçada após a inesperada eleição de Donald Trump para a presidência dos EUA, que levou o mercado a acreditar em aumento mais rápido dos juros americanos, o que levou à alta de 7% do dólar ante o real em novembro. Uma maior desvalorização do real é um fator que pode atrapalhar a desaceleração da inflação no Brasil.

Para o Itaú Unibanco, o BC deixa as portas abertas para uma aceleração do ritmo de corte para 0,50 ponto percentual, mas não se compromete a realizá-lo. "Acreditamos que a atividade econômica fraca seguirá contribuindo com a queda da inflação e, desde que o ambiente externo não se torne mais incerto, isso deve deixar o comitê mais confortável em acelerar o ritmo da flexibilização monetária", diz relatório do banco.

O Bradesco também avalia que importantes ajustes no cenário abrem condições para que próximo corte de juros seja de 0,50 ponto. Segundo relatório da instituição, "condicionantes que antes explicavam uma postura mais cautelosa por parte do Copom hoje criam um ambiente mais propício para a convergência da inflação para 4,5% em 2017".

Entre esses fatores, estão, além da perspectiva de retomada mais lenta da economia, o comportamento mais favorável da inflação no curto prazo e o avanço da aprovação das reformas fiscais.

RISCOS

"O risco externo, contudo, ainda demanda maior atenção, tendo em vista as incertezas relacionadas à política econômica e à proximidade da alta dos juros nos EUA, o que tem trazido volatilidade aos preços dos ativos", diz o Bradesco.

A instabilidade no cenário político, que pode ameaçar o ajuste fiscal, também é apontada como outro risco para a trajetória de queda da Selic.

Analistas esperam que a ata da reunião do Copom, que será divulgada na próxima terça-feira (6), traga mais sinalizações sobre os próximos passos da política monetária. Também é aguardada para o fim do mês a apresentação do Relatório Trimestral de Inflação do BC, que deverá trazer ajustes nas projeções.

 

O ESTADO DE SÃO PAULO

Estrangeiros voltam a olhar mercado imobiliário brasileiro

Os investidores estrangeiros que investem no mercado imobiliário brasileiro voltaram a abrir o cofre nesse fim de ano, após postergar decisões de aportes ao longo de 2016. Os recursos, porém, têm sido liberados de forma cautelosa, apenas para gestoras de private equity especializadas.

O cenário atual de crise no setor abre espaço para investimentos na compra de ativos com descontos, como empreendimentos, terrenos ou participações.

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