Quinta-feira

VALOR ECONÔMICO

BC reduz Selic a 13,75% e monitora o PIB

O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC promoveu nova redução da taxa básica de juros, a Selic, em 0,25 ponto percentual, de 14% para 13,75% ao ano, e voltou a sinalizar a possibilidade de intensificar a distensão monetária, dependendo do quanto o crescimento mais fraco da economia ajudar a baixar a inflação e da continuidade do ambiente de abundância de capitais para economias emergentes.

Houve uma reordenação nas condições indicadas pelo colegiado que norteiam o ritmo e tamanho do atual ciclo de baixa de juros, que até a reunião de outubro davam um peso maior à evolução da inflação de serviços e à implementação das reformas fiscais pelo Congresso Nacional.

Agora, o colegiado presidido por Ilan Goldfajn cita explicitamente que está de olho na evolução de suas próprias projeções de inflação e nas expectativas de mercado e de dois fatores de risco, um positivo e outro negativo, que podem influenciar o caminho do índice de preços à meta de 4,5% em 2017 e 2018. Do lado positivo, destaca que "o ritmo de desinflação nas suas projeções pode se intensificar caso a recuperação da atividade econômica seja mais demorada e gradual que a antecipada". Ontem, o IBGE divulgou uma queda de 0,8% no Produto Interno Bruto no terceiro trimestre, e o Copom informou que reduziu suas projeções para a taxa de expansão da economia em 2016 e 2017.

Do lado dos riscos negativos, o colegiado destaca que, para de fato o PIB fraco baixar ainda mais a inflação, "depende de ambiente externo adequado". No comunicado, o Copom afirma que as incertezas sobre a implementação da política monetária nos Estados Unidos e a política econômica do presidente eleito Donald Trump podem por fim ao período de liquidez extraordinária para economias emergentes.

Esses não são, porém, os únicos riscos monitorados pelo colegiado. O BC aponta que persistem os sinais de pausa no processo de desinflação de alguns componentes do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária, referindo¬se aos serviços. Apesar de reconhecer que "os passos no processo de aprovação das reformas fiscais têm sido positivos até o momento", o colegiado pondera que "o processo de aprovação e implementação das reformas e ajustes necessários na economia é longo e envolve incertezas".

O comunicado também aponta que a convergência da inflação para a meta de 4,5% no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui os anos-calendário de 2017 e 2018, "é compatível com um processo gradual de flexibilização monetária". Até outubro, o BC falava em flexibilização "moderada e gradual". A discussão entre os analistas é se, de fato, isso significa que são maiores as chances de um corte de juros de 0,5 ponto percentual na reunião de janeiro, como se tornou consensual nas suas projeções.

A avaliação do BC sobre o quadro externo é a de que ele é "especialmente incerto". Para o BC, o aumento da volatilidade dos preços de ativos indica o possível fim do que chama "interregno benigno" para economias emergentes. "Há elevada probabilidade de retomada do processo de normalização das condições monetárias nos EUA no curto prazo e incertezas quanto ao rumo de sua política econômica", diz o comunicado.

No lado positivo do balanço de risco, o BC aponta também a inflação mais favorável no curto prazo, o que pode sinalizar menor persistência no processo inflacionário. É citado ainda o nível de ociosidade na economia, que pode produzir desinflação mais rápida do que a refletida nas projeções do Copom. Para o comitê, os primeiros passos no processo de ajustes necessários na economia foram positivos ¬ sobretudo fiscal¬, o que pode sinalizar aprovação e implementação mais céleres que o antecipado.

Na parte dedicada à atividade econômica doméstica, o Copom reconhece que o conjunto dos indicadores divulgados desde a reunião de outubro sugere desempenho aquém do esperado no curto prazo ¬ e informa que isso induziu reduções das projeções para o PIB em 2016 e 2017. "A evidência disponível sinaliza que a retomada da atividade econômica pode ser mais demorada e gradual que a antecipada previamente", diz o BC.

A avaliação sobre a inflação é que o comportamento recente mostrou¬se mais favorável que o esperado, em parte em decorrência de quedas de preços de alimentos, mas também com sinais de desinflação mais difundida. No lado das expectativas, o BC aponta que as projeções de inflação apuradas pela pesquisa Focus recuaram para em torno de 4,9% para 2017, e mantiveram-se ao redor de 4,5% para 2018 e horizontes mais distantes.

O comunicado também mostra uma evolução positiva nas projeções de inflação. As projeções para a inflação de 2016, nos cenários de referência e mercado, recuaram e encontram¬se em torno de 6,6%. As projeções para 2017, nos cenários de referência e mercado, situam¬se em torno de 4,4% e 4,7%, respectivamente. Para 2018, as projeções encontram¬se em torno de 3,6% e 4,6%, nos cenários de referência e mercado, respectivamente.

Em outubro, no cenário de referência, a projeção para 2017 tinha recuado para aproximadamente 4,3%, enquanto que a projeção para 2018 encontrava-se em torno de 3,9%. No cenário de mercado, a projeção para 2017 tinha ficado praticamente inalterada em torno de 4,9% e a projeção para 2018 tinha aumentado para aproximadamente 4,7%.

 

Juros sobem com mercado vendo mais demora em alívio monetário intenso

As taxas de juros sobem na BM&F nesta quinta¬-feira, com investidores vendo mais lentidão no processo de alívio monetário após a sinalização dada pelo Banco Central (BC) um dia antes. Ontem, a autoridade monetária cortou a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 13,75% ao ano. No comunicado da decisão, o BC citou explicitamente a evolução de suas próprias projeções de inflação e do mercado e a fraqueza, além da projetada, da atividade econômica.

Contudo, o BC manteve ponderações sobre incertezas quanto ao ajuste fiscal, à desinflação em componentes do IPCA mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária (serviços) e ao cenário externo “especialmente incerto”. Às 9h44, o DI janeiro de 2018 ia a 12,120%, contra 12,060% no ajuste anterior. O DI janeiro de 2019 apontava 11,630%, ante 11,570% no último ajuste. E o DI janeiro de 2021 indicava 11,884%, em relação a 11,760% no ajuste da véspera.

 

PIB cai 0,8% no 3º tri e analistas já veem 1% como 'teto' em 2017

O Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, divulgado ontem pelo IBGE, mostrou que o país continua em recessão. Desde o início de 2014, a economia já acumula retração de 8,4%, mas não há sinais de que a crise tenha se abrandado. Pelo contrário. O PIB encolheu 0,8% entre julho e setembro, o dobro da queda de 0,4% registrada no trimestre anterior, na série com ajuste sazonal. Não há sinal de que a história tenha mudado no quarto trimestre. Os primeiros indicadores disponíveis apontam continuidade da tendência de retração do setor industrial, o que faz com que bancos e consultorias passem a considerar "otimista" uma alta de 1% do PIB em 2017, projeção do governo.

O Bradesco, por exemplo, ampliou a projeção de queda da atividade para -3,6% em 2016 e reduziu a estimativa de expansão para 2017, de 1% para 0,3%. No mesmo sentido, a GO Associados cortou a projeção para o ano que vem de 1% para 0,8%, enquanto a 4E Consultoria revisou a estimativa para apenas 0,2%. Diante de um cenário em que o terceiro ano de recessão passa a ser considerado possibilidade real, cresce a avaliação de que sobra espaço para o Banco Central acelerar o corte dos juros, para além do ritmo de 0,25 ponto por reunião em curso. (ver "Se o Banco Central não agir direito, pode transformar a recessão em depressão")

Condições monetárias mais frouxas contribuíriam para acelerar o processo de desalavancagem do setor privado, que tem sido apontado como culpado pela lentidão da recuperação da atividade.

Raphael Ornellas, economista do banco Brasil Plural, aponta a indústria e os investimentos como principais surpresas negativas no terceiro trimestre. Em relação ao segundo trimestre, o PIB industrial caiu 1,3%, enquanto a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) diminuiu 3,1%. O desempenho desses dois componentes, diz, está interligado e é muito dependente de crédito. As concessões precisam voltar a crescer para que o nível de atividade melhore, afirma ele. Para Ricardo Denadai, economista-chefe da Santander Asset Management, o processo de desalavancagem de famílias, empresas e governo é um dos fatores que está alongando a recessão. Para ele, o resultado ruim do terceiro trimestre não joga por água abaixo as avaliações de retomada da economia, mas com certeza tornam o processo mais longo e mais distante.

Para ele, o quarto trimestre deve ser o oitavo período consecutivo de queda da atividade, com crescimento de 0,3% apenas nos três primeiros meses de 2017. Neste cenário, o PIB do ano que vem deve crescer 0,5%, depois de um tombo de 3,5% estimado para 2016.

No entanto, se tem um lado positivo nessa história, diz, "é que temos um ambiente muito propício para maior desinflação da economia. Isso, combinado com consolidação fiscal, que até agora está indo bem, vai abrir um espaço muito grande para corte de juros", afirma. Não fosse a crescente um espaço muito grande para corte de juros", afirma. Não fosse a crescente volatilidade do mercado de câmbio por fatores externos, entende o economista, o Banco Central já poderia ter acelerado o ritmo de corte de juros, o que deve acontecer em janeiro. Juan Jensen, economista-chefe da 4E Consultoria, avalia que não é só a política monetária que está emperrando a atividade. "Não é simplesmente que a retomada tenha sido postergada. A avaliação é que não há ainda um contexto de retomada econômica", diz ele, que aponta a crise política como a principal responsável pela incerteza.

O risco de eventual cassação do presidente Michel Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a delação dos executivos da Odebrecht são citadas por ele como os principais fatores que podem aumentar a instabilidade política e, consequentemente, atrapalhar a retomada da confiança, dos investimentos e da economia. Jensen avalia que os indicadores antecedentes de outubro e novembro deixam pouco espaço para otimismo e que o PIB do quarto trimestre terá nova retração. A 4E revisou para 0,2% a estimativa para a atividade no ano que vem, de uma alta de 1%. Ele estima que o carregamento estatístico - o quanto a economia recuaria em 2017 se ficasse estacionada no mesmo patamar do último trimestre deste ano - será negativo em 0,5%, no mínimo.

Daniel Silva, economista da Modal Asset, também calcula que a herança estatística deixada por 2016 é de recuo de 0,5%. "Isso mostra a ladeira que a economia tem que subir mesmo antes de chegar à estabilidade no ano que vem". Por isso, diz, sua estimativa atual de expansão de 1% do PIB no próximo ano já pode ser considerada "razoavelmente otimista", enquanto previsões mais altas estão descartadas.

Para Denadai, a crise atual surpreende pela duração e pela intensidade, sem comparação com outros períodos recessivos. O país só deve recuperar o nível de PIB observado em 2010, pico recente, em 2020 ¬ isso se as projeções de crescimento de 3% em 2018 se confirmarem, ressalta.

NoS cálculos do Goldman Sachs, o PIB per capita no Brasil encolheu 10,3% nos dez trimestres que já duram a recessão, mais do que a queda observada durante a década perdida. Mesmo assim, o banco estima que a recuperação cíclica deve começar no segundo semestre de 2017, com alta de 1,1% do PIB no ano que vem.

Para o Bradesco, que reduziu para apenas 0,3% a estimativa de expansão do PIB no ano que vem, mais do que indústria ou investimentos, é o consumo das famílias que tem motivado revisões de cenário. "O consumo das famílias continua apresentando contração, refletindo o esfriamento maior do que o esperado no mercado de trabalho", diz o banco. No terceiro trimestre, esse componente do PIB caiu 0,6% em relação aos três meses imediatamente anteriores.

Os últimos resultados da Pnad Contínua, de acordo com o Bradesco, chamam atenção tanto pela velocidade de alta do desemprego, entre 3,5 e 4 pontos percentuais em termos anualizados, quanto pela composição desse aumento: hoje uma parcela maior do desemprego é explicado pela queda da ocupação. "Diferentemente de 2015, quando parte relevante da queda do consumo se deveu a um aumento precaucional da poupança, é o mercado de trabalho, hoje, que tem mais pesado sobre as decisões dos consumidores".

Bráulio Borges, da LCA Consultores, por outro lado, observa que o consumo das famílias vem mostrando quedas cada vez menos intensas. No primeiro trimestre, por exemplo, a retração foi de 1,5%, ritmo que caiu para ¬1% e agora para -0,6%. Seriam sinais de que, apesar do desemprego em alta, a estabilização da renda e o início do ciclo de queda de juros podem fazer com que o consumo volte a subir nos próximos trimestres.

Para o IBGE, porém, a perda de força da queda do consumo tem muito mais a ver com a base de comparação do que com melhora desse componente. "Continuamos com queda, embora menor. Entretanto, indicadores do mercado de trabalho continuam ruins e os juros continuam altos. E isso continua a afetar negativamente o consumo das famílias", afirmou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais.

Borges também comenta que alguns fatores pontuais atrapalharam o desempenho da economia no período recente, entre eles a paralisação na Volkswagen em agosto e a greve dos bancários, mais longa do  Volkswagen em agosto e a greve dos bancários, mais longa do que em outros anos. Por isso, manteve projeção de crescimento "um pouco acima de 1%".

A MB Associados também manteve a projeção de crescimento de 1% da economia em 2017, mesmo com o resultado ruim registrado no terceiro trimestre e a avaliação de que a retomada é mais vagarosa do que se pensava há alguns meses. "Estamos aqui falando de mudanças de magnitude, mas não mudança de trajetória. A piora no curto prazo não significa que o longo prazo esteja comprometido", escreveu o economista¬chefe da MB, Sergio Vale. "O que os números têm mostrado é que a recuperação será um pouco mais lenta, mas ela inexoravelmente está acontecendo."

Um primeiro sinal, destacado pelo IBGE na apresentação do resultado, foi a evolução do PIB no acumulado em quatro trimestres, que parou de aprofundar a queda pela primeira vez desde o primeiro trimestre de 2014. De um recuo de 4,8% até junho, o PIB passou a acumular queda de 4,4% nos 12 meses encerrados em setembro, o que foi considerado um "alívio" por Rebeca, do IBGE.

 

Governo admite que recuperação só deve começar ano que vem

O secretário de Política Econômica, Fabio Kanczuk, afirmou ontem que a economia brasileira deve voltar a registrar crescimento em relação ao trimestre anterior apenas no primeiro trimestre de 2017. Com isso, ele destacou que "não vai haver crescimento no 4 º trimestre de 2016". Ele destacou no entanto que a visão do governo não é a de que a situação está piorando. "A leitura não é a de que recessão está acelerando. Em breve teremos resultado positivo", disse.

Segundo o secretário, o Ministério da Fazenda é sensível "à recessão que estamos sentido" e tem trabalhado para adotar medidas que revertam o cenário. Isso deve ser feito com a adoção de reformas para se garantir ganhos de produtividade. "Não é uma solução para a economia dar incentivos fiscais, mas, sim, fazendo reformas microeconômicas para ter ganhos de produtividade.". Ele afirmou que o resultado do PIB ficou muito próximo da expectativa média do mercado que era de ¬0,9%. "Foi menos pior do que esperado.

Surpreendeu positivamente", disse. Para este ano, o governo trabalha com um PIB negativo de 3,5%. Para 2017, segundo ele, é esperada uma expansão da economia de 1%, variação "extremamente próxima" da estimativa de 0,98% prevista no Boletim Focus do Banco Central.

Para Kanczuk, o Brasil teve um problema fiscal, de queda de confiança no passado, o que puxou para baixo a economia. A seu ver, recentemente, houve mudança de paradigma de como pensar o fiscal e, com o retorno da confiança no mercado, os investimentos também retornarão.

"O mercado ganhou confiança e essa confiança vai fazer o investimento voltar. Com o investimento voltando, a economia volta. Esse é o racional econômico". Ele ressaltou que a taxa de investimento está baixa, mas que é exatamente ela que deve se recuperar e fazer com que o crescimento seja positivo.

O secretário observou, porém, que os números de desemprego sofrem uma defasagem em relação ao crescimento da economia. "O desemprego é sempre defasado em relação às demais variáveis econômicas. O PIB, o consumo e o investimento voltam e, logo em seguida, o desemprego", disse. Ele destacou que a maneira de resolver o problema estrutural do país é por meio de reformas microeconômicas e ganhos de produtividade: "A solução para não passa por estímulo fiscal. Temos de resolver o estrutural".

 

"Se o Banco Central não agir direito, pode transformar a recessão em depressão"

A situação delicada de empresas e consumidores explica o mau desempenho da economia no terceiro trimestre, ajudando a entender a demora da retomada da atividade, avalia o ex-ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros. Para ele, o que pode acelerar um pouco a recuperação cíclica é uma queda mais forte dos juros, num cenário marcado pela queda da inflação e pela enorme ociosidade na economia. A continuidade da aprovação da agenda de reformas também é fundamental, segundo Mendonça de Barros.

"Se ele [o Banco Central] não agir direito, pode transformar a recessão profunda que nós temos numa depressão", diz. "Mas acho que ele não vai fazer isso, porque é gente competente que está lá."

Para Mendonça de Barros, a inflação está em baixa e pode encerrar o ano em 6,5%, o teto da banda de tolerância da meta, devido à monstruosa folga de recursos na economia ¬ no mercado de trabalho, por exemplo, há 22 milhões de pessoas que estão desempregadas, trabalham em tempo parcial ou deixaram de buscar emprego por desalento. O consumo das famílias amarga uma queda de quase 10% e o investimento, de quase 30%, afirma ele.

O recuo da inflação só tenderia a entrar em risco se houvesse uma desvalorização do câmbio muito expressiva, o que não parece provável, acredita Mendonça de Barros. O cenário externo ficou mais incerto com a eleição de Donald Trump nos EUA, mas ele teria que ser um desastre com efeitos sobre o mundo todo para o real sofrer uma depreciação de grande magnitude. Para o economista, o Comitê de Política Monetária (Copom) deveria ter acelerado o ritmo de corte da Selic na reunião de ontem, baixando os juros em 0,5 ponto percentual, e não em 0,25 ponto, como já havia feito no encontro de outubro. A taxa caiu para 13,75% ao ano.

"No comunicado do Copom, apenas o cenário externo pode explicar a manutenção de um corte de 0,25 ponto e não de 0,5 ponto. Essa posição me parece errada principalmente porque esta convicção ainda não está confirmada", afirma ele, para quem não há como saber qual será o impacto do governo Trump. Mendonça de Barros também vê uma queda considerável da inflação, com os resultados dos últimos quatro meses sendo bastante favoráveis. Mendonça de Barros é um dos analistas que acreditavam num resultado um pouco melhor para a economia no terceiro trimestre, o que não se concretizou. O problema é que empresas e consumidores estão numa situação complicada, num quadro de contração do crédito, diz ele, também ex-presidente do BNDES. "O Ebitda [lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização] das empresas desapareceu por causa da recessão e os juros subiram", opina o economista. "Há uma pressão muito grande e os juros subiram", opina o economista.  Numa situação dessas, a última coisa em que se pensa é em expandir os negócios.

Muitos consumidores também estão endividados e enfrentam um momento complicado no mercado de trabalho. Mesmo quem continua a trabalhar se retrai na hora de consumir, por causa do temor de ser demitido. "Quem está empregado também age como desempregado", diz o economista. Para Mendonça de Barros, esse cenário adia a recuperação cíclica, mas que inevitavelmente vai ocorrer. O ex¬ministro considera que o Brasil passou por "um momento clássico de ruptura de uma bolha de consumo". Há poucos anos, a absorção interna crescia a um ritmo insustentável, na casa de 10%. Quando a bolha estoura, "há uma queda quase vertical" de vários indicadores econômicos, segundo ele. A demanda doméstica caiu 11,7% desde o terceiro trimestre de 2013, segundo o economista¬chefe da Tullett Prebon, Fernando Montero. O ponto é que a retomada da atividade tem sido mais lenta do que se esperava. "Eu trabalhava com um ângulo de recuperação maior do que o que deve acontecer", diz Mendonça de Barros.

Para acelerar esse processo, o BC deveria cortar os juros com mais força, de acordo com ele. Isso ajudaria a aliviar a situação de empresas e consumidores, além de ter um impacto positivo sobre as expectativas. Segundo Mendonça de Barros, as empresas estão renegociando as suas dívidas com os bancos, mas o fazem a taxas ainda muito elevadas. O ex-ministro vê espaço para a Selic terminar 2017 na casa de 9% a 9,5%, o que deverá equivaler a um juro real (descontada a inflação) de 4% a 4,5%.

Hoje, a taxa real está em cerca de 8,5%, diz Mendonça de Barros. Já a possibilidade de a economia crescer 2% em 2017 ficou para trás, acredita Mendonça de Barros, que há alguns meses via esse número como possível. Para ele, o mais provável hoje é algo na casa de 1%. "Se o BC ajudar", há como o Brasil avançar a um ritmo de 2% ao ano no terceiro trimestre do ano que vem, avalia ele, hoje presidente do conselho da Foton Brasil, que fabrica caminhões.

Mendonça de Barros acha viável um crescimento de 4% em 2018, mas isso dependerá de o BC cortar os juros com mais força e de a agenda de reformas seguir avançando. Nesse front, aliás, ele acredita que o governo de Michel Temer tem ido bem. O projeto que limita a expansão dos gastos da União foi aprovado em primeiro turno no Senado por uma votação expressiva, observa Mendonça de Barros, lembrando ainda que há um marco novo para o setor de petróleo. Agora, é o momento de enviar a reforma da Previdência. Essas medidas tendem a fortalecer a confiança, indicando a melhora das perspectivas para a economia.

Mendonça de Barros elogia o projeto do teto de gastos, que imporá limites à expansão das despesas da União. "Nunca houve algo desse tipo." Para ele, o ajuste gradual das contas públicas escolhido pelo governo é a melhor opção. Aumentar impostos seria tirar energia de uma economia que já está mambembe, diz Mendonça de Barros. "Seria um tiro no pé."

 

Juro é uma "variável estratégica" para a retomada, diz Rocca

Uma aceleração no ciclo de corte da taxa básica de juros e no andamento da agenda de concessões poderia tornar menos morosa uma recuperação que desenha bastante lenta, avalia o economista Carlos Antonio Rocca, diretor do Centro de Estudos do Ibmec (Cemec). Ele afirma que o patamar elevado de endividamento de empresas e famílias, a escalada do desemprego, o nível alto de capacidade ociosa em todos os setores, o custo alto do crédito e as taxas de retorno cada vez menores do investimento em capital não justificam uma expectativa de retomada consistente da atividade.

Entre todos os elementos que têm contribuído para derrubar o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, a queda contínua na taxa de investimento em relação ao PIB explica em grande parte, segundo ele, a magnitude da recessão pela qual passa o país.

A seguir, trechos da entrevista:

Valor: O aprofundamento da queda do PIB no terceiro trimestre contrariou as expectativas postas no primeiro semestre, que previam um início de recuperação cíclica ainda neste ano. O que deu errado?

Carlos Antonio Rocca : Houve um choque favorável de expectativas no início do ano. À medida que aumentava a probabilidade de mudança do governo, houve uma queda acentuada na taxa real de juros, uma forte valorização das ações da Bovespa. Tudo isso criou um conjunto de expectativas favoráveis. Quando você começa a olhar o desempenho da economia, ela não acompanhou. Mais recentemente foram as expectativas que começaram a reverter, em função do desempenho "real" muito abaixo do que teria sido sinalizado.

Valor: Podia¬se esperar algo diferente da demanda, diante do cenário de desemprego e de ajuste?

Rocca : Você tem uma continuidade da queda da renda real, um aumento muito forte do desemprego, que afeta a demanda de consumo não só por aqueles que perderam o emprego, mas pelo receio por parte daqueles que continuam empregados. Há ainda um nível de endividamento elevado das famílias, que diminui a probabilidade de que elas se exponham a novas dívidas. Do outro lado, os bancos, preocupados com o aumento da inadimplência, usam critérios cada vez mais seletivos para a concessão de crédito, a custo extremamente elevando.

Valor: O que explica a piora dos investimentos, depois da alta pontual no segundo trimestre?

Rocca : A economia está operando com enorme capacidade ociosa, com expectativa de ausência de crescimento ou crescimento muito baixo. O investimento privado é talvez o fator mais relevante para explicar a intensidade da recessão dos últimos anos ¬ e que, eventualmente, poderia conduzir a alguma retomada de crescimento. A taxa de investimento sobre o PIB, que já era muito baixa, continuou em queda acentuada. Caiu para 15,6% PIB, que já era muito baixa, continuou em queda acentuada. Caiu para 15,6% nos quatro trimestres até setembro, vindo de 15,9% no acumulado até junho. No fim de 2015, era de 17,6%. Foram dois pontos percentuais de queda. É muita coisa.

Valor: E a taxa de retorno sobre capital investido, que o sr. acompanha de perto, segue caindo.

Rocca : A taxa de retorno do capital investido não está cobrindo o custo de capital. Esse é um componente que explica, em larga medida, a intensidade da recessão, da queda da economia praticamente desde 2010. Para completar o quadro, você tem uma proporção ainda significativa de empresas com endividamento elevado. Fizemos uma análise com uma amostra de empresas de capital aberto e não financeiras e as maiores de capital fechado. Verificamos que metade delas, nos 12 meses até o terceiro trimestre, praticamente não conseguiu cobrir a despesa financeira, em termos de geração de caixa. O número de empresas em processo de renegociação de dívidas é muito significativo. Fica difícil identificar algum elemento que justifique alta na taxa de investimento.

Valor: Qual é o hoje o principal entrave para o crescimento?

Rocca : Em economia, estamos falando de um conjunto de coisas interdependentes. Do ponto de vista do governo, ele tem dado absoluta prioridade às ações necessárias para fazer o ajuste fiscal.

Valor: O sr. concorda com o gradualismo do ajuste? Há quem defenda um ritmo mais rápido.

Rocca: Eu sei, inclusive sugerindo aumento de impostos. Acho que não é tão óbvio enxergar que isso seja uma saída. O ajuste é gradual pelo lado da despesa, porque a maior parte do gasto é obrigatório. São direitos adquiridos, gastos sociais, aposentadorias, salários, que não são comprimíveis no curto prazo. O que está se propondo é um ajuste gradual, tanto que a relação dívida/PIB vai continuar crescendo pelo menos até 2020. Na medida em que isso fosse bem-sucedido, do ponto de vista de credibilidade, abriria espaço para uma queda mais acentuada de juros. O governo sinalizou também com direções melhores nas políticas de concessão. Acabou de sair uma medida provisória para destravar as concessões que já haviam sido feitas, e que, por variadas razões, acabaram paralisando. É uma MP, ainda precisa ser aprovada pelo Congresso, mas pode destravar volume de algum significado de investimento nessa área ¬ já saíram notícias de que se esperaria um acréscimo de R$ 30 bilhões a R$ 50 bilhões ¬ e em um prazo relativamente curto, para começar já no segundo semestre de 2017.

Valor: Como fica o programa de concessões dentro do esforço para a retomada do crescimento?

Rocca: A velocidade com que se poderia caminhar nessa área deveria ser acelerada. Quais são os obstáculos? O principal, provavelmente, seria a existência de projetos executivos de boa qualidade. Maus projetos não são financiáveis, e esse programa depende essencialmente de ser financiável com recursos privados. O outro lado é a questão dos riscos regulatórios, de natureza jurídica, mas isso já está em marcha, já há projetos referentes às agências reguladoras. As direções anunciadas são desejáveis, são corretas, a velocidade de execução é que poderia ser acelerada, no sentido de, aí sim, reforçar a expectativa de retomada de investimento em infraestrutura. Seria o que nós teríamos à mão, por assim dizer, para retomar. Há perspectivas muito significativas de ganhos de produtividade quando as obras estiverem prontas. Outro ponto importante, ainda sobre o que poderia conduzir alguma retomada, é a taxa de juros. Ela é uma variável absolutamente estratégica para isso.

Valor: O ritmo do corte de juros também poderia ser acelerado?

Rocca: A taxa real de juros está extremamente elevada. É como se eu dissesse que a recessão que está aí não é suficiente ainda para levar a inflação para onde se quer. Não se pode esquecer que mais da metade do crédito é direcionado, menos sensível à política monetária. Acredito, com os dados disponíveis sobre as expectativas, que existiria espaço para queda mais veloz da taxa. Isso significaria redução do custo de capital, de um lado, e uma facilitação desse processo de renegociação de dívidas e de desalavancagem de famílias e empresas. É uma avaliação, mas certamente o Banco Central tem muito mais informações do que nós para tomar essas decisões.

Valor: Apesar da frustração com os indicadores, a perspectiva é positiva, de que a recuperação virá, ainda que mais lentamente?

Rocca: Alguns componentes em 2017 devem ajudar. A própria [desaceleração da] inflação faz com que você tenha um impacto favorável do ponto de vista de renda real, tem a queda na taxa de juros. Você junta isso com alguns indicadores recentes do BC que mostram que a própria desalavancagem das famílias está caminhando, a perspectiva pode ser um pouco mais positiva. Mas tudo isso sinaliza para um processo com recuperação muito lenta. Alguns componentes também não estão ainda muito claros. Os bancos, por exemplo, têm mantido critérios de concessão extremamente restritivos. Houve aumento dos spreads, eventualmente correlacionados com aumento do risco. Hoje, o que se comenta, e é difícil ter informações precisas sobre isso, é que existem empresas que, com um pouco mais de crédito para capital de giro, poderiam ter um desempenho melhor, e que se defrontam com uma restrição do lado da oferta.

 

EZTec vai entrar em renda e no Minha Casa, Minha Vida

Focada em incorporação de imóveis para as rendas média, média¬alta e alta, a EZTec vai diversificar a atuação a partir de 2017. A companhia avalia criar empresa de propriedades comerciais para renda com aluguel e vai lançar, na cidade de São Paulo, dois projetos para o Minha Casa, Minha Vida, no próximo ano. Ontem, em evento para analistas e investidores, o fundador da EZTec, Ernesto Zarzur, disse que a incorporadora estima, em sua programação, lançar mais em 2017 do que neste ano. "Talvez estejamos entre os que mais vão lançar em 2017", afirmou "seu" Ernesto. O empresário pondera que os lançamentos dependem de a EZTec manter seu caixa. "É o caixa que nos permite resolver o problema da devolução das unidades", disse. No fim de setembro, a companhia tinha caixa líquido de R$ 218,9 milhões.

A EZTec financia parte dos clientes cujo crédito é negado pelos bancos. Segundo o fundador, a companhia poderá elevar o valor disponível para financiamento direto a clientes de R$ 400 milhões para R$ 600 milhões. No segmento de renda, a EZTec tem a torre B do EZTowers, lajes corporativas do EZMark, salas comerciais, garagens em prédios comerciais e terrenos alugados. A estimativa é que a renda gerada pela locação desses ativos possa chegar a R$ 60 milhões no próximo ano.

Por enquanto, não há separação do patrimônio líquido, da receita líquida e do resultado líquido dos ativos de renda. Caso a criação da empresa de propriedades comerciais seja aprovada, será necessário agrupar todos os ativos em estrutura única. A intenção é que a empresa seja uma subsidiária integral da EZTec, que poderá ser cindida, futuramente. O foco serão projetos comerciais de alto padrão. A avaliação da empresa de renda começou há mais de um ano. "Entendemos que é viável, que conseguimos uma rentabilidade muito diferenciada. Com as sinergias da companhia, podemos superar a de um fundo de investimento imobiliário", disse o vice¬presidente executivo e diretor de incorporação, Silvio Zarzur.

A EZTec começará a receber o aluguel da Torre B a partir de meados do próximo ano, embora 65% já esteja locada para inquilinos como Coca¬Cola e Amil. Isso porque foi concedido período de carência para início de pagamento dos aluguéis. Não está definido se a Torre B será mantida em carteira ou vendida. Segundo o diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, Emilio Fugazza, das dez propostas de compra recebidas, duas estão em avaliação.

No Minha Casa, Minha Vida, a EZTec tem três projetos em desenvolvimento e deverá lançar dois deles em 2017. São projetos no Centro da capital paulista, de 40 metros quadrados, em média, e preço de R$ 220 mil. A paulista, de 40 metros quadrados, em média, e preço de R$ 220 mil. A incorporadora também terá empreendimentos do programa na Região Metropolitana de São Paulo. Para o Minha Casa, Minha Vida, a EZTec vai utilizar áreas que possui em seu estoque.

De acordo com o vice-presidente, a EZTec vai baixar preços de imóveis e reduzir margens, no próximo ano, para fazer "venda forçada", principalmente em imóveis para a média renda. "A EZTec terá preços agressivos mesmo nos lançamentos", afirmou Zarzur, acrescentando que há intenção de exigir que os clientes paguem entrada maior. A EZTec avalia que terá distratos elevados nas 3 mil unidades que vai entregar em 2017. "Ainda esperamos o mercado deprimido em 2017", disse o vice-presidente.

Segundo ele, a incorporadora "vai atropelar o mercado" quando sentir que a economia, níveis de emprego e confiança melhoraram. "Vamos lançar, com força, na hora certa", disse.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Economia só volta a crescer no 1º trimestre de 2017, diz Fazenda

A economia só deve voltar a crescer no primeiro trimestre de 2017, afirmou nesta quarta-feira (30) o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Fabio Kanczuk, ao comentar a queda de 0,8% do PIB (Produto Interno Bruto) entre julho e setembro deste ano.

"Na nossa melhor projeção, a economia vai começar a reagir no primeiro trimestre de 2017, ou seja, não vai haver crescimento no quarto trimestre de 2016", afirmou o secretário.

Ele afirmou que a divulgação do IBGE "surpreendeu positivamente" o mercado. "O consenso dos analistas era de que o PIB do terceiro trimestre cairia 0,9%. Como [a queda] foi de 0,8%, foi melhor, ou menos pior, do que o esperado. Surpreendeu positivamente".

Kanczuk declarou ainda que o Ministério da Fazenda "é sensível aos números da economia", mas que dar estímulo fiscal para as empresas não é o caminho mais indicado. "Temos trabalho em várias reformas microeconômicas para aumentar ganhos de produtividade. A leitura da Fazenda é que não é solução para a economia dar estímulos fiscais, porque essa é a razão para estarmos na crise que estamos agora".

O elevado endividamento das empresas, que se refletiu na queda dos investimentos, foi o grande responsável pela queda na atividade econômica, de acordo com ele, e decorreu de condições anteriores ao estabelecimento da nova agenda econômica do governo.

"A taxa de investimentos está baixa, mas houve um problema fiscal, a queda de confiança no passado, o que puxou os investimentos para baixo", disse. De acordo com ele, essa situação foi revertida com o ajuste fiscal proposto pelo governo, o que devolveu confiança ao mercado. "Essa confiança vai fazer o investimento voltar, e com o investimento voltando, a economia volta", declarou.

O secretário lembrou que as projeções para 2016 e 2017 não foram alteradas —ou seja, uma previsão de retração de 3,5% para 2016 e crescimento de 1% para 2017.

"Esse [crescimento de 1% em 2017] é o melhor número que a gente tem, com os nossos modelos. Eu considero que 1% é extremamente próximo de 0,98%", afirmou Kanczuk, ao explicar por que a pasta não reduziu sua projeção para o crescimento do PIB do ano que vem para 0,98%, como fizeram os analistas entrevistados pelo Boletim Focus, do Banco Central.

O secretário não deu projeção para a redução de receitas esperadas para o ano que vem com a previsão de um PIB menor. "Para projetar a receita não basta PIB, tem que olhar massa salarial, câmbio, inflação, deflator do PIB e juros. Essa conta está sendo feita e vamos divulgar o número que obtivermos no momento adequado", disse.

 

Endividamento de empresas foi maior culpado por queda do PIB, diz Fazenda

O elevado endividamento das empresas, que se refletiu na queda dos investimentos, foi o grande responsável pela queda de 0,8% do PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre, anunciada nesta quarta-feira (30) pelo IBGE, de acordo com nota divulgada pelo Ministério da Fazenda.

"Esse quadro decorreu de condições anteriores ao estabelecimento da nova agenda econômica do governo, que se mostraram mais graves do que inicialmente percebidas", afirmou a pasta no comentário.

O Ministério da Fazenda disse ainda que as projeções para 2016 e 2017 não foram alteradas. Ou seja, a previsão é de retração de 3,5% para 2016 e crescimento de 1% para 2017.

"De acordo com as projeções [...], o crescimento na margem da economia brasileira será de 2,8% para 2017, quando se considera a variação entre o quarto trimestre de 2017 e o quarto trimestre de 2016", diz a nota.

RECESSÃO

O IBGE informou nesta quarta (30) que o PIB contraiu 0,8% no terceiro trimestre (entre julho e setembro), ante os três meses imediatamente anteriores.

No acumulado em quatro trimestres, a economia encolheu 4,4%. Em relação ao terceiro trimestre do ano passado, a queda foi de 2,9%.

Há sete trimestres seguidos (um ano e nove meses) a economia brasileira retrai continuamente, numa das mais longas recessões da história do país.

É a mais longa sequência de quedas de acordo com a atual série histórica das Contas Nacionais, do IBGE, iniciada no primeiro trimestre de 1996.

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