Quarta-feira

TRIBUNA DO NORTE

Taxa de desemprego cresce e é recorde na Grande Natal

Com uma taxa de desocupação atingindo os 12,6% no terceiro trimestre deste ano, o Rio Grande do Norte voltou a figurar negativamente em número de profissionais na força de trabalho brasileira, atrás apenas da Bahia, com taxa de  17% no período. Os percentuais são superiores à média nacional de 8,9%. Na Grande Natal, a número foi pior: 13,7%. Foi a maior registrada na área desde que os dados passaram a ser divulgados, no ano 2012.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (Pnad), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com os dados, a realidade potiguar é pior quando comparada aos 10,5% de desocupados no trimestre de julho a setembro de 2014.

Na prática, ocorreu um aumento de 2,1 pontos percentuais na taxa de desocupados no RN.

Em relação aos setores,  houve redução de ocupação na construção civil, que viu a quantidade de pessoas ocupadas cair 18,6%, na agricultura, pesca e pecuária (-7,4%) e indústria geral (-1,2%), na comparação com o mesmo trimestre do ano passado.  Houve aumento de pessoal em segmentos como alojamento e alimentação (22,2%), administração pública (11,6%),  e comunicação (14,3%).

Segundo o economista e chefe do IBGE no RN, Aldemir Freire, há dois fatores principais atuando nesse quadro. De um lado há queda das ocupações na construção civil e na agropecuária e a estagnação ou crescimento muito baixos dos demais setores. “De outro, estamos vendo uma parcela maior da população procurando trabalho”, disse. “O que está acontecendo é que o mercado não está gerando postos suficientes para atender a toda população que está procurando trabalho”.

No caso da administração pública, a realização de concursos ajuda a explicar o crescimento, mas não é o único motivo. “A administração pública, que é um setor forte no RN, tem uma redução de pessoal muito mais lenta que outros segmentos da nossa economia. Então, há recuperação de quadro. E, além disso, neste ano, tivemos diversos concursos que já haviam sido deliberados anteriormente”, disse o economista William Pereira. E acrescentou: “De uma forma geral, estas transformações dos setores se devem à crise econômica brasileira, que se acentuou nos último trimestre. E, a construção civil, já em crise, teve ainda o impacto da alta dos juros”.

Pela Pnad, o Rio Grande do Norte teve resultado inferiores apenas ao Estado da Bahia, na taxa de desocupados. Em relação à região metropolitana, teve a terceira maior média negativa, com 13,7%, atrás da Grande São Luís (14%) e da Grande Salvador (17%). No caso de Natal, a variação foi a quarta pior do país, também com 13,7%, seguida de Macapá (13,9%), São Luís (14,7%) e da capital baiana (16,1%). No entanto, segundo o IBGE, a massa salarial média segue crescendo normalmente, com elevação de R$ 1.354 no terceiro trimestre de  2014 para R$ 1.434 no mesmo período em 2015.

Para o analista do IBGE/RN, Ivanilton Passos, os resultados do RN – piores da série histórica – se devem a um conjunto de fatores, acumulados desde o ano de 2012. “O RN sente falta de empresas de grande porte, um empreendedorismo fortalecido, menos dependência do setor público. E, com a crise, política recessiva, ajustes fiscais, outros setores acabam prejudicados, sem conseguir absorver pessoal. Este é o problema, que a nível Brasil tem tido diversas empresas falindo e demitindo pessoal”, declarou.

Projeções para o estado são pessimistas

Conforme Arnaldo Gaspar Júnior, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado (Sinduscon-RN), não há previsão para retomada da geração de empregos no setor.

“Os nossos índices indicam que, nos últimos três meses, não houve um único lançamento no RN. Ou seja, não tem obras iniciando. Então, estamos sem notícias boas. Além disso, as obras públicas também sofrem com atrasos de pagamentos federais. O construtor  está muito desestimulado para correr riscos. O que termina refletindo no desemprego, porque as empresas estão sem condições de manter os investimentos”, pontuou.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Flávio Azevedo, as elevadas taxas de desemprego são uma realidade nacional e sem perspectivas concretas de retomada em 2016. “O ano que vem será tão difícil quanto este ano. Não apostaria em uma grande recuperação, mas, pela desaceleração econômica, a taxa de inflação deve ser menor do que a atual, talvez, com queda para 6% ou 7%”, declarou.

Números do RN

Dados do terceiro  trimestre de 2015

12,6% foi a taxa de desocupação no RN. Percentual 1,0% superior ao trimestre anterior e 2,1% maior que o mesmo período de 2014.

49,9% foi o nível de ocupação no RN. Percentual 0,2% menor ao trimestre anterior e 0,7% inferior  ao mesmo período de 2014.

R$ 1.434 foi o rendimento médio real dos trabalhadores no RN. No terceiro trimestre de 2014 o valor médio foi R$ 1.354.

Desocupação*

Brasil:     8,9%

Nordeste:     10,8%

Bahia:     12,8%

RN:     12,6%

Pernambuco:     11,2%

 

Natal:     13,7%

Grande Natal:     13,7%

Ocupação*

Brasil:     56%

Nordeste:     51,3%

Bahia:     54,5%

Piauí:     54,7%

Sergipe:     52,9%

Rendimento médio*

Brasil:     R$ 1.889

Nordeste:     R$ 1.284

Pernambuco:     R$ 1.459

RN:     R$ 1.434

Sergipe:     R$ 1.421

Natal:     R$ 2.059,7

Grande Natal:     R$ 1.853,1

Valores referentes ao meses de julho, agosto e setembro de 2015

 

COLUNA DE LUIZ ANTONIO

Década perdida

A paralisia da economia brasileira nos últimos anos, seguida de uma queda brutal do Produto Interno Bruto (PIB), acima de 3% em 2015 e 2016, poderá levar o Brasil a registrar uma nova “década perdida” (2010/2020), afirma Ilan Goldfajn, ex-diretor do Banco Central e economista-chefe do Itaú Unibanco. O próprio governo já admite um  recuo acima de 3% do PIB este ano. Já o PIB dos Estados Unidos cresceu 2,1% no 3º trimestre com revisão para cima. A retomada do crescimento dos EUA anima os exportadores brasileiros, neste momento em que a economia chinesa desacelera. Mas, é tarde para reverter a tragédia do século.

 

VALOR ECONÔMICO

Em Fevereiro, BC terá mais subsídio para decidir se juro voltar a subir, diz Figueiredo

A "hora da verdade" da política monetária deve acontecer no fim de fevereiro, quando o Banco Central (BC) terá mais informações para definir o rumo da taxa de juros. E, nesse momento, o que estará em discussão é se a taxa Selic voltará a subir, segundo afirmou o ex-diretor de Política Monetária do BC e atual sócio-diretor da Mauá Capital, Luiz Fernando Figueiredo. "Está com muito mais cara de ou não fazer nada ou subir os juros. Horizonte para cair juros não é visível", afirma. "A vida para o BC não tem sido fácil."

Figueiredo, durante reunião do Comitê de Acompanhamento Macroeconômico da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), disse que o desafio do BC é grande, dados os choques de oferta vindos da desvalorização cambial e dos reajustes dos preços administrados.

"Os preços públicos atrapalham a vida do Banco Central", afirma. Diante disso, não seria "razoável" pensar em levar a inflação de 10,5%, este ano, para 4,5% no ano que vem - objetivo que foi adiado para 2017.

A tarefa de impedir que a inflação supere o teto, como parece ser agora o foco da autoridade monetária, é também um grande desafio para o BC. Segundo Figueiredo, como a questão fiscal se tornou crônica, ela acaba dominando outras variáveis, gerando novos choques de oferta, como o câmbio. "Fora a dúvida do que vai ocorrer com preços públicos no ano que vem. O mercado fala em 7% e o Banco Central em 5,8%", afirma.

É por isso que Figueiredo acredita que o BC deverá monitorar a evolução dessas variáveis para, em fevereiro, na segunda reunião do Copom do ano, tomar uma decisão. Até lã, diz, a autoridade monetária deverá ter mais informações sobre a evolução dos preços dos in natura, afetados pelo El Nino, do rumo dos administrados e também sobre como deve reagir a inflação de serviços ao quadro de recessão e aumento do desemprego, que tende a se agravar nos próximos meses.

Figueiredo lembra que, mesmo com o aumento do desemprego, a inflação de serviços mostra elevada rigidez e ainda roda perto dos 8%. Além disso, naquele momento, o BC já deve ter um quadro mais claro sobre o quanto foi possível avançar no ajuste fiscal. "Até lá, o melhor que o BC pode fazer é olhar", afirma.

A evolução das projeções de inflação de mercado para o próximo ano é outro elemento que pode interferir na decisão do Banco

Central, observa o economista da Bradesco Asset Management, Fernando Honorato, que também integra o comitê da Anbima. A mediana das projeções desse grupo para o IPCA em 2016 já está em 6,9%, sendo que a estimativa mais elevada já alcança 8% "Essa é uma questão: como o BC vai fazer caso as projeções do mercado estiverem muito diferentes do seu modelo no fim do primeiro trimestre", afirma o economista.

No Relatório de Inflação referente ao terceiro trimestre deste ano, a estimativa para a inflação no cenário de referência do BC estava em 5,3%, levando-se em conta um câmbio mais desvalorizado do que o atual, de R$ 3,90. "Se ele tiver a intenção de subir os juros, terá que ter ajustado seu modelo. Caso contrário, não terá como justificar essa decisão", diz. Com isso, observar como vai evoluir a projeção do BC no relatório a ser divulgado no fim de dezembro pode ser uma pista importante.

Honorato ressalta, entretanto, que qualquer ação do BC sem uma solução fiscal tende a ser nula. "O BC deveria explicitar isso em seus documentos, mostrar que subir os juros sem um arranjo fiscal que melhore a confiança não teria efeito sobre a inflação", defende.

 

Copom calcula risco de estouro do teto da meta em 2016

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que conclui hoje a sua reunião de novembro, deverá avaliar o risco de descumprimento do teto do intervalo de tolerância da meta de inflação em 2016.

O compromisso indicado por seus dirigentes é voltar a subir a taxa básica de juros, hoje em 14,25% ao ano, se forem muito grandes as chances de o índice de preços ao consumidor superar 6,5%. Em todas as reuniões, os economistas do BC apresentam aos membros do Copom projeções para a inflação no ano seguinte, feitas com diferentes cenários econômicos e modelos, e também estimativas sobre o risco de o índice de preços estourar o teto da meta de inflação.

Esse deverá ser um insumo básico para a decisão do colegiado neste e nos próximos encontros. Também deve pesar na decisão o julgamento mais subjetivo de cada um dos membros sobre os riscos de concretização dos diversos cenários apresentados nas projeções.

No relatório de inflação de setembro, o BC apresentou duas projeções para a inflação de 2016. Uma delas, no chamado cenário de referência, a variação do IPCA para 2016 foi prevista em 5,3%. Nesse cenário, o risco de a inflação ultrapassar o teto do intervalo de tolerância da meta é de 20%.

Já no chamado cenário de mercado, que leva em conta a taxa de câmbio e a evolução dos juros projetadas pelos analistas econômicos privados, a inflação está prevista em 5,4% em 2016. O risco de estouro da meta é de 22%.

A grande questão é o quanto poderiam ter piorado as projeções do BC desde a divulgação do relatório de inflação, há quase dois meses, e sobretudo quanto teria se ampliado o risco do estouro da meta em 2016.

O cenário de referência foi traçado com o pressuposto de uma taxa de câmbio de R$ 3,90 e, nos últimos dias, a cotação do dólar tem oscilado entre R$ 3,70 e R$ 3,80. Ou seja, melhorou.

No relatório de inflação, o BC trabalhava com um aumento de tarifas de 5,7% em 2016 e, na reunião do Copom de outubro, já havia aumentado a projeção para 5,8%. O mercado prevê uma alta de tarifas de 7%, mas o BC vem sinalizando que não acredita num cenário tão desfavorável.

O BC acha que são grandes as chances de uma bandeira verde para as contas de luz em 2016; que Estados e municípios vão evitar reajustes salgados de transportes urbanos, água e gás num ano eleitoral; e que a alta de preços de combustíveis será contida, pois o preço da gasolina já está 14% acima da média internacional, e do diesel, 21%.

Os dados sobre atividade econômica têm se mostrado piores do que o antecipado pelos analistas econômicos, sobretudo no mercado de trabalho. Há uma boa dose de convicção no BC de que a alta do desemprego vai atuar em 2016 para baixar a inflação de serviços.

A inflação corrente está mais pressionada, em parte devido à alta de produtos "in natura". Normalmente, os produtos "in natura" sobem no começo do ano. O BC aposta que, como pelo menos parte da alta dos preços "in natura" está sendo antecipada para este ano, sobrará menos para o ano que vem.

Todos esses fatores estão do lado positivo. E do lado negativo, o que poderia empurrar o Copom para uma alta de juro?

Uma questão em aberto é o quanto a deterioração das expectativas de mercado vai pesar nas projeções do BC. A inflação esperada pelos analistas econômicos para 2016 subiu para 6,64%, acima do teto da meta. O BC não mexe os juros com base nas projeções de mercado, mas elas são um componente importante para as projeções da própria instituição.

Outro ponto que deverá ser debatido são as chances de uma eventual alta da Cide no ano que vem para ajudar a cumprir as metas fiscais. Há uma aposta no BC de que o governo não vai subir a Cide, pois seria um tiro no pé, porque pressionaria a inflação e os gastos previdenciários. Mas essa é uma decisão do governo ainda em aberto, e o risco deverá ser reavaliado a cada reunião pelo Copom.

Por fim, uma dúvida é o nível de risco de estouro da meta que os membros do Copom vão tolerar. Em setembro, os modelos apontavam risco entre 20% e 22%, e o Copom não agiu. Qual é o percentual que está na cabeça de cada membro do Copom?

 

Juro futuro interrompe trajetória de queda

Na véspera da decisão de política monetária do Banco Central, os juros futuros interromperam a trajetória recente de queda e voltaram a subir na BM&F.

Embora seja consenso que o Comitê de Política Monetária (Copom) manterá a taxa básica Selic estável na reunião que termina hoje, em 14,25%, cresce entre agentes a ideia de que o Banco Central pode mostrar-se mais inclinado a voltar a subir os juros no futuro, dado o risco de a inflação superar o teto da meta oficial no ano que vem.

Uma mudança na trajetória da Selic, na visão de especialistas, não é algo para o curto prazo. Dos 32 economistas ouvidos pelo Valor, 12 esperam manutenção da Selic até o fim de 2016, sendo que nenhum dos entrevistados espera elevação da taxa básica de juros.

Mas, com a piora da expectativa de inflação - que, na pesquisa Focus, já está em 6,64% para o ano que vem - e o risco de a meta voltar a ser descumprida, parte do mercado acredita que o BC pode manter na pauta a possibilidade de uma elevação adicional. "O risco hoje é de a Selic subir, e não cair, e isso justifica um prêmio adicional na curva a termo", explica um operador.

A alta das taxas tem a ver também com uma correção do mercado, que em poucos dias passou por uma trajetória de queda muito intensa. Em uma semana, o contrato DI (Depósito Interfinanceiro) com prazo em janeiro de 2017 fechou 50 pontos-base: no dia 16 de novembro, estava com taxa de 15,60% e, na segunda-feira, encerrou a sessão com taxa de 15,10%. Isso sem que tenha havido uma mudança importante nas perspectivas de inflação ou uma mudança no cenário local consistente. No pregão de ontem, o contrato terminou a 15,19%. Já o DI com vencimento em janeiro de 2018 era negociado a 15,41%, de 15,31% na segunda; e o DI de janeiro de 2021 foi de 15,21% a 15,28%.

Esses ajustes nas taxas de juros contribuíram para reforçar a queda do dólar em relação ao real. O mercado de câmbio foi mais uma vez guiado pelo ambiente externo, onde a moeda americana perdeu espaço ante divisas emergentes. Mas, aqui, o recuo foi mais intenso.

O dólar comercial terminou ontem com depreciação de 0,90%, para R$ 3,7008. Na mínima, chegou a R$ 3,6936. Já o dólar futuro para dezembro caiu 0,94% para R$ 3,707.

No exterior, na comparação com o rand sul-africano, a queda da moeda americana foi de 0,33%; em relação ao peso mexicano, de 0,36%; e de 0,11% na comparação com a rupia indiana. Moedas de países ligados a commodities também se fortaleceram: o dólar caiu 0,51% ante a divisa canadense, enquanto o dólar australiano avançou 0,72%. Exceção foi a lira turca, em relação a quem o dólar registrou avanço de 0,96%.

O PIB americano, que cresceu 2,1% no terceiro trimestre, em linha com o esperado, corroborou a visão de que o aumento de juros nos Estados Unidos ocorrerá de forma muito gradual, o que abre espaço para a recuperação de ativos de risco. Isso ocorre a despeito do aumento das tensões geopolíticas no mundo, que afeta diretamente as bolsas.

O leilão de linha de câmbio, realizado pelo Banco Central, é outro elemento que potencializa a valorização do real.

 

BB e Bradesco criam banco voltado para a população de baixa renda

O Bradesco e o Banco do Brasil receberam aval do Banco Central para operar um novo banco com foco na população de menor renda, segundo apurou o 'Broadcast', serviço de notícias em tempo real da 'Agência Estado'. A instituição deve começar a funcionar no próximo ano e terá na largada R$ 1 bilhão em empréstimos e operações com cartões que virão da financeira Ibi Promotora, controlada pelos dois bancos.

A criação de um banco para a baixa renda é mais um passo na parceria do Bradesco e do Banco do Brasil. Nos últimos anos, as duas instituições estreitaram suas relações e lançaram várias empresas em sociedade. Já são sócias na Alelo, de cartões de benefícios e de cartões pré-pagos; na Movera, de microcrédito; na Stelo, de meios eletrônicos de pagamentos; na Livelo, de programa de fidelidade; e na financeira Ibi.

O lançamento dessas companhias fez parte da estratégia definida pelo Bradesco e pelo Banco do Brasil na época de criação da Elo Participações, em 2011, holding estruturada para deter fatias em várias empresas das duas instituições. O Bradesco detém 50,01% da Elo Participações e o BB, os outros 49,99%.

Banco Popular. Ao lançar o banco para a baixa renda, Bradesco e BB miram cerca de 160 milhões de brasileiros que recebem até três salários mínimos mensais (R$ 2.364) e que, em muitos casos, não têm conta em bancos. Números do Banco Central confirmam o potencial desse mercado: das 56 milhões de pessoas que tomaram crédito no ano passado, 34 milhões são de baixa renda.

Além de crédito ao consumidor, o novo banco, que ainda não foi batizado, mas pode se chamar Elo, vai distribuir cartões de crédito e cartões pré-pagos. Também vai conceder empréstimos por meio dos cartões. O banco ajudará a desenvolver a bandeira de cartão de crédito Elo, uma sociedade do Bradesco, com Banco do Brasil e com Caixa Econômica Federal. No futuro, o novo banco poderá oferecer outros produtos financeiros para as classes C, D e E, de acordo com fontes ligadas às empresas.

Apesar do potencial, o público de baixa renda é o que registra maior índice de inadimplência. Os tomadores de crédito com ganho mensal de até três salários mínimos, além de serem os mais endividados, segundo o BC, têm mais da metade da renda comprometida com o pagamento de juros de dívidas. Por isso, o novo banco terá um modelo de concessão de crédito diferente da estrutura de outras instituições financeiras. O banco concederá empréstimos de valores baixos. À medida que o cliente demonstre maior fôlego financeiro, ele poderá tomar empréstimos maiores.

Aval do Banco Central. O novo banco aguardava a chancela do BC para atuar há cerca de três anos. Nesse período, BB e Bradesco colocaram a operação de pé. Agora, segundo fontes, está na fase final de estruturação. Como vai apoiar a financeira Ibi, o banco utilizará sua rede de correspondentes bancários, com 145 unidades, uma vez que boa parte da população de baixa renda não usa agências bancárias tradicionais.

Comandando a operação, ficará, conforme uma fonte, Carlos Giovane Neves. Recentemente, o executivo deixou a diretoria da Bradesco Cartões para chefiar a Ibi Promotora.

Procurados, Bradesco e BB confirmaram a autorização do BC para a constituição do novo banco com foco na baixa renda e os planos quando do anúncio do acordo. A Alelo informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que somente Bradesco e BB se pronunciam sobre o assunto.

Estrutura. A nova instituição começa a funcionar no ano que vem e terá capital inicial de R$ 1 bilhão em empréstimos e operações realizadas com cartões da Ibi Promotora.

Parcerias. Nos últimos anos, Bradesco e Banco a do Brasil afinaram relações com a formação de algumas parcerias, entre elas a criação da Elo Participações, em 2011holding formada para deter fatias em várias empresas das duas instituições.

Estratégia. Ao lançar banco para a baixa ren da, Bradesco e BB miram 160 milhões de brasileiros que recebem até três salários mínimos mensais e que, em muitos casos, não têm conta em bancos.

 

Levy defende prorrogação da DRU por mais oito anos

Sem margem de manobra no Orçamento de 2016, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendeu a prorrogação da Desvinculação das Receitas da União (DRU) por mais oito anos. "A DRU dá eficiência ao gasto e, se acompanhada por um equilíbrio fiscal, ajuda na queda dos juros", disse Levy durante audiência pública na comissão especial da Câmara dos Deputados.

Na avaliação de Levy, uma melhora no cenário fiscal atual permitiria que os juros convergissem para valores menores. Ele lembrou que, em 2012, o Banco Central fez "verdadeira maratona de redução de juros" que não pode persistir no tempo devido à combinação inadequada entre fiscal e monetário. "Todos temos que trabalhar no âmbito fiscal. Há inúmeras avenidas que facilitam a queda de juros e incentivam a tomada de risco."

O ministro destacou que cerca de 90% do Orçamento está comprometido com despesa obrigatória e, portanto, a vinculação, que, segundo ele, é uma lembrança do período inflacionário, se torna "um pouco desnecessária". Para Levy, não há risco de pagamento de despesa obrigatória com o aumento das receitas desvinculadas, mas o governo "pode ganhar um certo grau de liberdade que melhore a execução fiscal". Ele disse ainda que rigidez orçamentária criada pela DRU neste ano deve ser menor que R$ 10 bilhões.

Assim como em outras ocasiões, o ministro explicou que é preciso desenvolver instrumentos de monitoramento da efetividade do gasto e que preciso reduzir despesas, em cenário no qual os parlamentares se dizem contrários a aumento de tributos. Levy lembrou que o Bolsa Família, por exemplo, não é um gasto obrigatório, mas que não seria adequado que todo ajuste fiscal fosse feito nesse programa.

Atualmente, o governo pode destinar conforme seu interesse 20% das receitas da União. Com a PEC, quer passa a utilizar 30%, além de estender o mecanismo para até o fim de 2023. Diante da resistência da oposição, o governo federal começou a negociar uma margem menor, de apenas 25%. O texto da PEC precisa ser aprovado em dois turnos pela Câmara e também pelo Senado e exige o apoio de dois terços de cada Casa.

Para Levy, o aumento da desvinculação dá espaço para o Executivo cumprir suas obrigações e planejar o médio prazo, estimular o aumento do investimento e sinaliza que não haverá alta de impostos a frente por conta da rigidez orçamentária. "Se não der horizonte sobre gastos públicos não se estimula o investimento. Haverá preocupação sobre possibilidade de aumentos de impostos lá à frente."

Independentemente da desvinculação, o ministro reforçou o discurso que o país precisa fazer uma reflexão sobre o gasto público. Para ele, é preciso sair do "status quo", senão a fixação de qualquer teto de endividamento, como quer a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, será ultrapassado.

Por mais de uma vez, o ministro disse que a desvinculação de receitas é um tema nacional e de repercussão importante para os Estados e municípios. Levy ainda fez uma defesa da Cide ao dizer que ela é "boa e tem que ser usada com moderação e no momento certo".

 

O 1º trimestre de 2016 será a 'hora da verdade'

Hora da verdade, ponto de decisão. As nomenclaturas podem variar um pouco, mas o primeiro trimestre de 2016 é aguardado com ansiedade por analistas econômicos e políticos. O cenário mostra que neste período o mercado de trabalho mostrará plenamente os efeitos da recessão, os preços estarão ainda altos e o cenário de "dominância política" deverá persistir, impedindo que a agenda fiscal avance no Congresso.

Com a inflação elevada e desemprego crescente, a "sensação térmica" da população sobre a economia pode piorar sensivelmente nos primeiros três meses do ano que vem, avaliam economistas do Comitê de Acompanhamento Macroeconômico da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), que se reuniram ontem no Valor.

Para eles, esse cenário será importante tanto para o Banco Central quanto para o quadro político. Quando a sensação de bem estar da população efetivamente se deteriorar, restará ver de que forma isso afetará os preços - sobretudo do setor de serviços, que insiste em não ceder - e os ânimos. Entre os que acompanham a política, existe a sensação de que, se o governo superar o primeiro trimestre, a hipótese do impeachment da presidente Dilma Rousseff perderia força. Para alguns dos economistas, isso pode ter relação com esse momento em que vai "cair a ficha" da população.

A avaliação geral é que, embora as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) mostrem redução mês a mês, o fundo do poço ainda está longe. "É um situação de dominância política", resume Luiz Fernando Figueiredo, sócio-diretor da Mauá Capital e ex-diretor do Banco Central, em brincadeira sobre o debate em torno da tese de que o Brasil estaria em dominância fiscal.

"O lado político não está dando espaço para que questões como rigidez dos gastos, excesso de indexação da economia e aumento de despesas sejam resolvidos. Nós temos o diagnóstico, sabemos o que precisa ser feito, já estamos sofrendo os efeitos da crise, mas estamos dominados por essa situação de impasse do lado político, que não permite enxergar melhora", diz.

A deterioração marcante das expectativas é um sintoma desse impasse. As instituições que compõem o Comitê da Anbima projetavam para 2015 crescimento de 2% no início do ano passado. Hoje, o melhor cenário é de queda de 2,4% e o consenso aponta retração de 3,1% do PIB. Para 2016, a previsão de recuperação feita no início do ano cedeu espaço a estimativas de recuos cada vez maiores do PIB. A mediana das projeções está em2,1%, "mas pelo teor do debate, o viés ainda é de baixa para esses números", avalia Marcelo Carvalho, economista-chefe para América Latina do BNP Paribas.

Para Fernando Honorato Barbosa, economista-chefe da Bradesco Asset Management, não há variável hoje que explique o tamanho do tombo previsto para a atividade econômica. "O que explica o que está acontecendo é o fato de que as decisões de investimento e consumo estão sendo adiadas por causa do cenário de incerteza". Ele lembra que a retração de 3% estimada para o PIB pode ser decomposta em contribuição negativa de seis pontos da demanda doméstica, enquanto o setor externo deve adicionar três pontos à atividade.

"A sensação das pessoas é muito pesada basicamente por causa desses 6% de queda [da absorção doméstica], mas a nossa avaliação é que a percepção das pessoas em geral ainda não se ajustou ao que vai ser a economia em 2016", diz ele.

A crise ainda pode se intensificar significativamente no ano que vem, diz Carlos Kawall, economista-chefe do Banco Safra. "O ano está acabando de forma infinitamente pior do que começou", argumenta ele, que espera um primeiro trimestre bastante difícil, já que os efeitos do aumento do desemprego serão mais sentidos pela população. Para ele, há ainda neste ano uma rede de proteção social que minimiza os efeitos da piora do mercado de trabalho, como o seguro-desemprego. "Mas vamos ter um ano de recessão forte seguido de outro ano de recessão forte. O desemprego vai voltar para o que era no início do governo Lula, e as pessoas vão sentir isso", afirma.

Segundo Kawall, a taxa de desocupação só já não subiu para 9% porque a taxa de participação da população em idade ativa no mercado de trabalho surpreendentemente caiu. "Caso contrário, poderíamos já estar falando em desemprego de 9% agora e de 10% na virada do ano", diz ele.

Honorato afirma que o resultado dessa combinação entre inflação alta e desemprego crescente será uma piora grande da sensação de bem-estar. O primeiro trimestre seria o momento em que a sensação da crise atingiria de fato a população e cairía a ficha.

"Sem dúvida, no primeiro trimestre a sensação vai ser muito pior do que hoje, por causa do desemprego", concorda Figueiredo, da Mauá Capital. Nos preços, o ajuste feito este ano nos administrados foi ambicioso, avalia. "Na campanha, falavam que o [Eduardo] Giannetti [assessor da candidata Marina Silva] era muito liberal, mas não sei se ele teria coragem de fazer o ajuste feito", diz ele, lembrando que a tarifa de energia subiu 50%.

A possibilidade de avanços concretos no ajuste fiscal foi vista com bastante ceticismo. "Há uma lacuna com o encaminhamento do ajuste fiscal", diz Kawall, do Safra. O problema mais grave, na visão dele, não é apenas a situação de curto prazo, apesar das várias incertezas que envolvem o resultado primário do ano que vem. "Minha preocupação é que estamos gastando muito tempo discutindo 2016 - se aprova repatriação de recursos, CPMF, privatização do ativo A ou B -, mas isso não é solução, isso continuará a manter a bola de neve da dívida crescendo", diz ele. Neste cenário, diz, não há confiança que se recupere.

Para alguns, porém, a piora "contratada" da atividade para os próximos meses, com maior desconforto da população, pode ser uma pressão "positiva" sobre o impasse político. "O Congresso funciona à base de pressão, e ela vai aumentar bastante até o fim do primeiro trimestre. Isso pode amenizar o ambiente dali para frente", afirma Figueiredo, que pondera que esse não é o cenário que considera mais provável.

Para ele, hoje as forças políticas estão divididas e buscam ocupar o espaço deixado por um governo muito enfraquecido. "Mas há diferença entre ocupar espaço se o governo muda, com impeachment, ou se segue até 2018. Enquanto esse imbróglio não se resolve, ninguém se posiciona", afirma, o que torna difícil aprovar o ajuste.

A maior probabilidade, afirma Carvalho, é que o Brasil empurre os problemas com a barriga "muddle through", na expressão em inglês. "Mas há a ideia de que economia tem repercussão sobre a política e ainda não chegamos ao fundo do poço. Talvez essa sensação de urgência dada pela deterioração da economia seja condição necessária para eventual melhora. É difícil ter uma coisa sem ter a outra", afirma.

Figueiredo adverte, porém, que isso não significa um cenário de equilíbrio estável para o país. "A piora não será linear, vamos piorando em degraus, com grandes chances de perda de grau de investimento por mais uma agência."

 

Brasil desperta interesse, mas deixa investidor externo 'atônito', diz Anbima

Ao olhar para o Brasil, os investidor externo vem provando que o lema de vender um ativo na alta e comprar na baixa está mais atual do que nunca. Reunidos ontem em evento no Valor, economistas do Comitê de Acompanhamento Macroeconômico da Anbima concordam que os estrangeiros estão atordoados com o momento ruim pelo qual passa o país, mas em conversas com bancos, gestoras e consultorias têm sempre uma pergunta na ponta da língua: "qual o momento certo para comprar"?

"Temos visto bastante consultas de operadores internacionais de infraestrutura", disse Denise Pavarina, diretora executiva do Bradesco e presidente da Anbima. Segundo ela, o Brasil sustenta hoje um preço relativo que interessa investidores internacionais e esse dado não pode ser desprezado. "Todo mundo pergunta: 'qual é o trigger [gatilho], eu quero por dinheiro, o que eu olho para poder investir?'".

Outro ponto interessante, disse Luiz Fernando Figueiredo, sócio diretor da Mauá Capital, é que os estrangeiros têm portfólios indexados a índices de mercados emergentes e estariam 'underweight' em Brasil (com posição abaixo do peso do país no índice). "O próximo passo, se as coisas melhorarem, seria elevar essa participação. Esse investidor tem estômago maior do que temos aqui".

Segundo Denise, do Bradesco, mesmo com taxa de juros de 14% ao ano, há uma série de investimentos em infraestrutura para acontecer e que não estão sendo ignorados por operadores externos, especialmente porque há várias empresas sendo questionadas no âmbito da operação Lava-Jato. "Não há taxas de retorno na economia real nem no mercado financeiro como as nossas e nem há tanta opção assim no mundo", disse. "Estamos passando por um momento muito difícil, mas temos todos os elementos para que se estabeleça uma disciplina melhor na parte política", emendou.

Para Fernando Honorato Barbosa, economista -chefe da Bradesco Asset Management (Bram), o movimento de operações de compra de empresas brasileiras por estrangeiros traz o sentimento de que "ok, tem algum preço ao qual a economia brasileira se ajusta". Para ele, parece claro que isso não muda a trajetória de desemprego, mas, eventualmente, se as duas forças se juntarem, com construção de algum consenso político e fluxo continuo de negócios, talvez o cenário não seja tão ruim. "Não é o cenário base do comitê, mas pode ser uma possibilidade".

Segundo Honorato, a Bram tem sido consultada por investidores, japoneses em especial, assim como fundos soberanos. "O país tem, sim, apelo se imaginarmos o equacionamento da questão fiscal". Sem isso o cenário se complicaria a ponto de estimular a fuga de recursos brasileiros da conta de capital. "Mas isso só ocorreria num cenário de desgovernança, que também não é nosso cenário central".

Mesmo com o cenário de desgovernança descartado, Carlos Kawall, economista-chefe do Banco Safra, lembrou que as chances de perda do grau de investimento por outra agência de risco-a primeira a fazêlo foi a Standard & Poor's, em setembro - são maiores do que 50% nos próximos três a seis meses. "Disso saem consequências concretas. Nada está 100% precificado" afirmou.

Segundo Kawall, dada a expectativa de déficit nominal em torno de 9% neste ano e de 7% em 2016, não perder o grau de investimentos conferido por outras agências "será surpresa". Para Kawall, o país vem há tempos postergando ajustes necessários e, desse modo, o boom de receitas com commodities nos últimos anos talvez "não tenha sido bom para o Brasil, pois adiou o que começava a se delinear como positivo".

É o setor externo, porém, que mais uma vez dá alento. Honorato ressaltou o processo de substituição de importações, ajudado pela ociosidade da indústria. "O setor externo já está dando uma grande contribuição à indústria e vai dar mais. Mas é difícil salvar a demanda doméstica".

 

Para pequeno empresário, crise tem origem política

A crise política tem forte correlação com a piora da conjuntura econômica, não apresenta perspectiva de melhora no curto prazo e está agravando ainda mais o quadro para este ano e para 2016 na avaliação de empresários da indústria de pequeno porte.

Pesquisa do Datafolha sobre a avaliação da economia e do ajuste fiscal, feita por encomenda do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi), indica que 99% dos entrevistados consideram que a crise tem origem política. Desse total, 87% atribuem o mau momento da economia ao conturbado cenário político, que por sua vez emperra a recuperação da economia.

A confiança na economia de acordo com os entrevistados foi de 24% (apenas 3% "confiam muito"), ao passo que 75% dos entrevistados disseram não ter nenhuma confiança nela nesse momento. No grupo dos que demonstram alguma confiança, 67% consideram que o ajuste fiscal ajuda, de alguma maneira, a superar a crise.

Para 41% dos empresários do segmento, a tentativa de ajuste fiscal em curso pode favorecer a retomada da atividade, mas a maioria, 58%, não consegue ver no esforço de ajuste das contas do governo a possibilidade de retirar a economia de seu estado letárgico.

Questionados se aceitariam pagar 1% a 1,5% a mais de imposto como forma de ajudar a tirar o país da crise, 79% dos entrevistados rejeitaram a proposta. Apenas 21% dos consultados concordaram, com a ressalva de que seria necessário, antes, debelar dificuldades no plano político e institucional.

O quadro de ceticismo quanto ao ajuste repete-se em relação às perspectivas das empresas para a atividade. "O quadro do último trimestre está dado e é de piora", comenta Joseph Couri, presidente do Simpi. "Em uma época que deveria ser de contratações, as empresas estão demitindo e fazendo ajustes para baixo."

Ele prevê para 2016 a repetição da retração econômica deste ano. O Simpi projeta queda de até 3,5% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 e de 3% no ano que vem.

Couri classifica o quadro como "preocupante" e revela que, pelos dados do sindicato, 77% dos empresários do setor acreditam que possam encerrar as atividades no médio prazo. De acordo com o Simpi, 26% dos empresários do setor acreditam que em função do cenário ruim podem ter de fechar suas empresas nos próximos três meses.

O Datafolha entrevistou 307 empresários do segmento da micro e pequena indústria do Estado de São Paulo entre 11 e 13 de novembro. O intervalo de confiança da pesquisa é de 95% e a margem de erro, de seis pontos percentuais.

 

EXAME

PF prende Delcídio do Amaral, do PT, e André Esteves, do BTG

São Paulo - O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a Polícia Federal a deflagrar uma operação nesta quarta-feira, 25, que levou à prisão do senador Delcidio do Amaral (PT-MS), investigado pela Operação Lava Jato. O parlamentar teria sido flagrado na tentativa de destruir provas contra ele e prejudicar as investigações.

Também foram presos o banqueiro André Esteves, presidente do BTG Pactual, e Diogo Ferreira, chefe de gabinete do Delcidio do Amaral. Até o momento, não há detalhes sobre as circunstâncias da detenção de ambos. A mesma ação da PF prendeu, um pouco mais cedo, Delcídio, o primeiro senador da República detido durante o exercício do mandato.

Esta é a primeira vez que um senador com mandato em exercício é preso. A PF também fez busca e apreensão no gabinete do petista, no Senado, em Brasília, e nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

A prisão de Delcídio é resultado de uma operação deflagrada pela Polícia Federal, que também tem como alvo empresários. As ações foram autorizadas pelo Supremo. Não se trata de uma fase da Lava Jato tocada em Curitiba, na 1ª instância.

O senador foi preso no hotel Golden Tulip, onde mora em Brasília, mesmo local onde na terça-feira, 24, a PF prende o empresário José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Delcídio foi citado na delação do lobista Fernando Baiano, apontado pela Lava Jato como operador de propinas no esquema de corrupção instalado na Petrobras entre 2004 e 2014. Fernando Baiano disse que o senador teria recebido US$ 1,5 milhão em espécie na operação de compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que, pela manhã, o ministro Teori Zavascki convocou uma reunião extraordinária da Turma do STF dedicada à Lava Jato. A reunião da Corte será reservada - algo raro.

De acordo com fonte no tribunal, a sessão foi marcada pelo presidente da Turma, ministro Dias Toffoli, a pedido de Teori, relator dos casos relativos ao esquema de corrupção na Petrobras.

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