Quarta-feira

TRIBUNA DO NORTE

Vila Galé lança resort em Touros

Com investimentos de R$ 100 milhões, a Rede Vila Galé lançou ontem o primeiro empreendimento do grupo no Rio Grande do Norte. É o Vila Galé Touros,que será construído no Litoral Norte, numa área de 100 mil metros quadrados no município de Touros, a 90 quilômetros de Natal. O  resort terá 466 quartos, quatro restaurantes, centro de convenções de 2 mil metros quadrados, centro náutico, duas piscinas também de 2 mil metros quadrados, Spa Satsanga.

O resort será a sexta unidade do grupo português no Nordeste e o nono no Brasil. Será também o primeiro grande empreendimento imobiliário no litoral potiguar desde a crise das hipotecas de 2008 nos Estados Unidos, que obrigou os investidores estrangeiros a cancelar projetos semelhantes de grupos europeus no RN, que tiveram como garotos-propaganda o ator Antonio Banderas e o jogador de futebol Ronaldo Fenômeno.

Ao apresentar ontem o projeto, o presidente do Conselho de Administração do Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida, explicou por que escolheu o litoral do RN nos planos de ampliação da rede no Brasil: "Natal é uma cidade pequena, tem um aeroporto novo que atende ao nosso padrão. Além do aeroporto, encontramos uma área não degradada. Outra razão fundamental é que somos a principal rede de resort no Brasil e tínhamos de estar em Natal, até porque a cidade não tem um resort deste padrão e deste porte."

Rebelo disse ser comum se deparar com a mesma pergunta – “e a crise?” - quando fala na expansão do grupo no Brasil: "A gente não pode parar para pensar na crise. E a forma de ultrapassar a crise é fazer aquilo que estava previsto. Gostaria de citar aqui um provérbio, que nem sei qual a origem, mas não é portuguesa, que dizer assim: em tempo de crise há quem chore e há que venda lenços. A crise passa, o Brasil vai dar a volta por cima. Temos que fazer as coisas acontecerem, temos de continuar a caminhar para atingir objetivos."

Obras

As obras começam tão logo as licenças sejam aprovadas pelos órgãos ambientais. A previsão do grupo é que o resort esteja pronto no final de 2017, a tempo de aproveitar a temporada de verão daquele ano.  "Há três meses comecei a tratar disso. Contratarei uma equipe daqui (do RN). Os projetistas são daqui. Agora, como se diz na linguagem do futebol, passamos a bola para as entidades. Esperamos que (o projeto) seja aprovado até o final do ano para iniciarmos as obras.”

O diretor do Idema/RN, Rondinelle Silva Oliveira, estima que, “em no máximo 4 meses o licenciamento estará concluído”. “Já existe um projeto macro para toda aquela área pré-aprovado. Serão analisadas agora as conformidades do projeto do resort”, acrescentou.

O governador Robinson Faria, que participou da apresentação do empreendimento, destacou que “o que for legal, fomentar a  economia e gerar emprego e renda terá velocidade (na aprovação)”. Durante o lançamento, ele também anunciou que o Rio Grande do Norte receberá quatro novos voos nacionais, interligando o estado a Goiânia, Brasília, São Paulo e Belo Horizonte, fruto de parceria com a operadora de turismo CVC. A operação, segundo o governo, começa em 1º de dezembro.

RN tem 3ª maior taxa de desemprego

Rio (AE) - A taxa de desemprego no Brasil atingiu 8,3% no segundo trimestre de 2015 e no Rio Grande do Norte foi ainda maior: 11,6%, no período. No país, foi o pior resultado da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, iniciada em 2012. No estado, foi o pior para o segundo trimestre.  A taxa potiguar também ficou acima da registrada no primeiro trimestre deste ano, de 11,5%. Os dados foram divulgados ontem.

Apesar do aumento, o Rio Grande do Norte, que de janeiro a março ficou com a maior taxa de desocupação entre os estados, neste trimestre ficou em terceiro lugar no ranking, atrás da  Bahia (12,7%) e de Alagoas (11,7%).

Os dados se referem a pessoas com 14 anos ou mais. E a taxa significa o percentual de pessoas desocupadas em relação às pessoas na força de trabalho.

O economista e chefe do IBGE-RN, Aldemir Freire, destaca que o rendimento médio real do trabalho principal no estado fechou o segundo trimestre em R$ 1.309,96. Houve queda de 0,85% sobre o trimestre anterior, em 2015, e aumento de 3,55% na comparação com o segundo trimestre de 2014.

Já a massa de rendimento real mensal habitualmente recebido no RN no segundo trimestre de 2015 ficou em R$ 1,82 bilhão – foi 6,37% superior à do primeiro trimestre do ano passado.

 

COLUNA DE LUIZ ANTONIO

Confiança cai novamente

A constatação da presidenta do Magazineluiza, Maria Luiza Trajano, se confirma mais uma vez. A confiança do consumidor brasileiro deteriorou-se novamente em agosto, com o índice da Fundação Getúlio Vargas recuando 1,7%, em relação ao mês anterior, na quarta queda mensal consecutiva. A FGV apurou que a confiança do consumidor  caiu a 80,6 pontos em agosto, contra 82,0 pontos em julho, quando o índice havia caído 2,3%, na comparação com  junho.  O  estudo mostra ainda que 42,7% dos brasileiros esperam uma piora na economia nos próximos meses. O otimismo em relação ao futuro da economia é o menor desde março deste ano e, aos 74,7 pontos, indica que a perspectiva é negativa, ou seja, os  brasileiros estão ficando mais pessimistas em relação à economia e veem o bolso cada vez mais curto.

 

VALOR ECONÔMICO

Economistas projetam PIB 1,7% menor no 2º trimestre

Com a desvalorização do câmbio, o setor externo evitou um tombo ainda maior da atividade no segundo trimestre, mas foi insuficiente para fazer frente a piora generalizada da economia doméstica no período.

De acordo com a média das projeções de 18 instituições e consultorias ouvidas pelo Valor Data, o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 1,7% de abril a junho sobre os três meses anteriores, feitos os ajustes sazonais. Se confirmada, essa será a segunda queda consecutiva do PIB na comparação trimestral, após a retração de 0,2% entre janeiro e março. É o suficiente para caracterizar recessão técnica, mas dessa vez economistas afirmam que não há dúvida que o país está em meio a uma recessão de fato.

Uma das evidências é que, na comparação com igual período do ano anterior, a queda do produto deve ser de 2% no trimestre, a quinta consecutiva. As previsões para as Contas Nacionais Trimestrais, a serem divulgadas sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), vão de recuo de 1,2% até contração de 2,1%.

Segundo economistas, todos os componentes do PIB, pela ótica da oferta e da demanda, caíram entre o primeiro e o segundo trimestres, feitos os ajuste sazonais. A única exceção foram as exportações, com expectativa de alta de 3,8% no período.

Para Alexandre Andrade, economista da GO Associados, a desaceleração da economia, antes mais concentrada na indústria de transformação e na construção civil, agora se espalhou para os demais setores da economia, principalmente o ramo de serviços.

O que acentuou essa piora, diz, foi o enfraquecimento do consumo das famílias, determinado por três fatores: a deterioração do mercado de trabalho; a piora das condições de crédito, com o ciclo de alta de juros; e a alta da inflação, que correu o poder de compra dos consumidores. A projeção média dos economistas é de queda de 1,5% para a demanda das famílias no trimestre e de -1,8% no ano.

"Estamos passando por uma recessão generalizada e clássica, que está durando mais tempo porque não foi ocasionada por fatores externos, e sim domésticos", diz Silva Matos, coordenadora do Boletim Macro, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV).

A confiança em níveis muito baixos e a alta do desemprego indicam queda de 0,9% do PIB de serviços no segundo trimestre, de acordo com as estimativas do Ibre, tombo puxado pelo comércio, para o qual a projeção é de retração de 3,2% na comparação com o período de janeiro a março.

Já a indústria deve ter encolhido 1,1% no período, nas contas da GO Associados. Se confirmada, será a terceira queda consecutiva na comparação trimestral. Andrade comenta que, além da retração da demanda, o setor enfrenta uma dificuldade adicional, com acúmulo de estoques apesar da retração da produção. Esse fator, diz, limita perspectiva de recuperação da indústria no curto prazo.

Para Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, a queda dos investimentos também reduz as chances de uma retomada da indústria. Em sua avaliação, ao lado da Operação Lava-Jato, as incertezas políticas ajudam a explicar a queda preocupante que os investimentos devem contabilizar no segundo trimestre, de 21,1% em relação ao mesmo período de 2014.

No ano como um todo, a queda estimada por Vale é de 11,2%, a pior da série, que começa em 1996. Sem perspectiva de retomada em 2016 - já que as incertezas ainda são grandes e os agentes precisam de um cenário claro para tomar decisões de longo prazo -, a Formação Bruta de Capital Fixo (medida dos investimentos nas contas nacionais) deve sofrer nova queda, semelhante à de 2014, de 4,5%, diz.

O cenário do Ibre também é de tombo do investimento no trimestre, de 8,4% em relação ao período entre janeiro e março. Para Silvia, a redução do crédito subsidiado pelos bancos públicos é fator importante nessa desaceleração, que já estava contratada mesmo antes dos desdobramentos da Operação Lava-Jato. "O crescimento da construção civil, por exemplo, foi excessivo", diz. Como a confiança segue em níveis historicamente baixos, oinvestimento deve demorar a voltar. O Ibre projeta queda de 11,3% neste ano e de 6,8% em 2016.

Do lado mais positivo, comenta Silvia, está o fato de que o ajuste externo, com desvalorização do câmbio, está produzindo resultados. Para ela, o dólar mais caro não vai mudar totalmente a competitividade do produto brasileiro, mas a forte retração da absorção doméstica tem impacto rápido sobre as importações. "Não é pela melhor razão do mundo, mas o PIB seria ainda pior sem esse ajuste." O Ibre estima queda de 10% das compras externas no segundo trimestre.

Por outro lado, afirma Vale, da MB, as exportações serão o único componente da demanda a registrar resultado positivo no período. Na comparação com o mesmo período de 2014, elas vão crescer 9,4% - o melhor desempenho nesse confronto desde os últimos três meses de 2010, quando houve alta de 13,6%.

No ano, as exportações darão contribuição de 1,5 ponto percentual ao produto - que, mesmo assim, deve amargar queda de 2,1% sobre 2014 graças à contribuição negativa da demanda doméstica, de 3,6 pontos percentuais.

Em 2016, as exportações darão contribuição parecida ao PIB, de 1,2 ponto. Com uma queda menor na absorção doméstica, de 1,8 ponto, o produto deve encolher 0,6% nas contas da MB.

"Em outros anos em que a demanda doméstica caiu, como em 2003, as exportações seguraram mais", pondera o economista. Para ele, a ajuda das vendas ao exterior foi limitada neste ano, porque a moeda de importantes parceiros comerciais também perdeu valor frente o dólar, diz Vale.

 

China não vai mais crescer 7%, diz Mendonça de Barros

A China vai deixar de crescer a uma taxa de 7% ao ano para mostrar um ritmo de expansão entre 3,5% ou 4,5%. Para o ex-presidente do BNDES e ex-ministro das Comunicações, o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, esse ajuste faz parte de uma transição de modelo econômico, iniciada há cerca de quatro anos, em que o foco em investimentos públicos em infraestrutura dá lugar aos estímulos ao consumo privado. A transformação de uma economia do tamanho da chinesa é delicada e é isso que gera instabilidade nos mercados globais. Mas trata-se de um movimento já esperado. "Quem não percebeu isso, e a nossa presidente [Dilma Rousseff] é uma delas, como ela mesma admitiu, errou."

Mendonça de Barros diz que, por não ter se preparado para esse novo cenário, o Brasil já perdeu, em dois anos, todo o ganho obtido em seus termos de troca ao longo do ciclo das commodities. "Nessa transição, a Vale é uma grande perdedora. O Brasil é um grande perdedor", afirma.

Embora reconheça que a correção da rota da política econômica, dirigida pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, vá produzir ajustes desejados sobre o crescimento, inflação e contas externas ao longo de 2016, não é possível mais esperar grandes reformas ou mudanças por causa do cenário político. "Ele [o ministro Levy] não vai conseguir fazer nenhuma mudança estrutural fiscal. Isso fica para o próximo governo. Ele vai fazer a política arroz com feijão", afirma.

O interesse de Mendonça de Barros pela China começou em 1997, quando era presidente do BNDES e visitou o país para assinar um contrato de financiamento para a venda de oito turbinas para a construção da hidrelétrica de Três Gargantas. Hoje, o economista é associado ao maior fabricante chinesa de caminhões, a Foton. A empresa importa veículos, mas começará a produzi-los no ano que vem em Guaíba, no Rio Grande do Sul. A fábrica, fruto de uminvestimento de R$ 250 milhões, terá capacidade para 30 mil veículos leves por ano. Leia a seguir os principais trechos da entrevista.

Valor: A instabilidade dos mercados por causa da preocupação com China indica que uma bolha estourou ou trata-se apenas de um ajuste temporário?

Luiz Carlos Mendonça de Barros: Se você não tiver uma visão mais ampla da China, você não entende o que está acontecendo. A gente sabe que, nas economias de mercado, você tem uma fase em que precisa acumular capital. Esse acúmulo na mão de poucos é o que dá início do processo de desenvolvimento econômico. O exemplo típico disso é a Inglaterra na Revolução Industrial, em que a acumulação do capital era feita em cima dos empregados, 15 horas de trabalho, baixos salários. A China fez isso no Estado, nas empresas públicas nessa primeira fase do desenvolvimento chinês, em que o investimento quase todo era público e baseado na criação de uma infraestrutura com forte demanda por commodities. Jim O'Neill [economista que cunhou o termo Bric] começou a falar que essa primeira fase de acumulação de capital estava no final. Ou a China seguiria a receita soviética e quebraria como a Rússia quebrou ou ela mudaria o foco para criar mercados de consumo. É essa transição que estamos vendo, que começou nos últimos três a quatro anos. O governo começou a diminuir seus investimentos nomercado imobiliário e passou a criar condições para que o consumo das famílias aumentasse. Essa mudança, em uma sociedade grande como a chinesa, é muito delicada. É isso que traz insegurança.

Valor: Essa transição coloca em questão o crescimento chinês?

Mendonça de Barros: É claro que a China nunca mais vai crescer 7% ao ano porque o PIB chinês já é o segundo maior do mundo. E na transição de modelo, há ganhadores e perdedores. A Vale é uma grande perdedora. O Brasil é um grande perdedor. A demanda da economia chinesa está mudando de lado. Um caso interessante é o da Boeing, que fez um estudo sobre o mercado de aviões na China nos próximos 20 anos. A China abole o investimento em trem-bala e agora começa a investir em aviões comerciais. Outra indústria que sai ganhando é a de automóveis. A China vai vender neste ano 25 milhões de automóveis. Os Estados Unidos vão vender 17 milhões. E a Europa, 11 ou 12 milhões.

Valor: O que o senhor considera agora uma taxa de crescimento razoável para a China?

Mendonça de Barros: Algo entre 3,5%, 4%, 4,5%... não é mais do que isso. Eu lembro que em 2006, no auge da demanda chinesa por commodity, o O'Neill fez um estudo dizendo que, se aquele quadro continuasse por mais tempo, teríamos que dobrar o mundo para suprir a demanda. Com isso não é possível, o erro foi projetar essa dinâmica por mais 10 ou 15 anos. A China hoje já é o segundo PIB do mundo, é um player fundamental da economia moderna, mas os mercados não entendem direito como esse player vai funcionar nos próximos anos. É bom observar que a bolsa chinesa tem uma importância muito pequena na sociedade. Mas, como essa é a parte conhecida dos mercados, [o movimento da bolsa] ganha uma dimensão que é muito maior. O que eu digo é que para a economia chinesa é muito mais importante o petróleo a US$ 40,00 do que a bolsa caindo 10% ou 15%.

Valor: Mas quando a bolsa chinesa sofre, é porque está se ajustando a essa perspectiva de crescimento menor?

Mendonça de Barros: Primeiro, a bolsa está refletindo especulação. A bolsa subiu 300% este ano. Criou-se uma bolha especulativa na bolsa chinesa, o governo deixou a coisa correr solta. Para você ter uma ideia, a relação preço/lucro da maioria das ações da bolsa chinesa é 50 vezes. É evidente que é uma bolha. Agora, a explosão dessa bolha tem muito mais impacto fora do que dentro da sociedade. Tanto que o que você está vendo, de certa forma, é a volta ao bom senso. A bolsa chinesa tem que cair mais para se ajustar, mas isso não tem impacto nenhum nos mercados mais importantes.

Valor: Mas os emergentes erraram ao não perceber essa transição?

Mendonça de Barros: Exatamente. E o Brasil talvez seja o exemplo mais crítico disso. Os termos de troca cresceram 30% de 2006 a 2010 e caíram 30% nos últimos dois anos. Estão no mesmo nível de 2004. E isso aconteceu com outros países também. Aquele impulso de crescimento dado pela melhora dos termos de troca em função dessa fase de commodities acabou. Quem não percebeu isso, e a nossa presidente é uma delas, como ela mesma admitiu, errou. Ela continuou levando a economia como se esse impacto positivo ainda existisse, e ele não existe mais.

Valor: E para frente? Ainda há potencial de deterioração?

Mendonça de Barros: Vamos tirar o efeito China sobre o Brasil e voltar para os fundamentos da economia. Hoje, todos os indicadores mostram que o ápice do crescimento brasileiro no modelo do Lula e do PT foi 2012. A partir daí, esse efeito da China, do ganho de renda, começou a desaparecer e a economia estava com alta inflação, déficit em conta-corrente. Todos os indicadores indiretos de uma situação doente, clamando por um ajuste do governo. O que estamos vendo agora é um terrível mas necessário ajuste da demanda. A terapia administrada pelo ministro Joaquim Levy, é a correta. É uma questão de tempo e você ver a conta-corrente ajustada, a inflação cair, os juros cederem, o crédito destravar e, mais para frente, uma recuperação cíclica. O problema é que há uma crise política séria e uma presidente que perdeu a capacidade de governar. Isso tem que ser resolvido.

Valor: O senhor vê risco de impeachment?

Mendonça de Barros: Existe a possibilidade de impeachment. Na minha visão, o maior risco vem do TSE, com eventuais evidências de que houve contaminação de dinheiro de corrupção no financiamento de campanha. Mas, para mim, um grande marco serão as eleições municipais do ano que vem. A presidente tem dito, com certa razão, que ela legitimamente ganhou as eleições. Mas as eleições municipais devem mostrar uma grande derrota do PT, em escala tectônica. Para mim, esse resultado tira o discurso da presidente. Se haverá momento para ela renunciar, será esse. Ela terá espaço para dizer: sou democrata e, com as manifestações nas urnas, eu não posso mais governar.

Valor: Mas o defensor do ajuste que o senhor está mencionando é o ministro Joaquim Levy, que parece hoje estar mais isolado. Como o país vai atravessar esse período nessa situação?

Mendonça de Barros: A presidente não tem saída. Quem ela coloca no lugar? O ministro já deve ter conversado com o Mailson da Nóbrega, que foi ministro da Fazenda do governo Sarney, e que viveu uma situação dessa e acabou sendo conhecido pela política chamada de "arroz com feijão". O que queria dizer: estou aqui, não para fazer nenhuma grande mudança, ter alguma grande vitória, mas para administrar, com as restrições políticas, uma política econômica saudável. Agora, o que é fundamental é ter um certo controle dos gastos, uma política monetária independente e que busque a convergência da inflação. Ele não vai conseguir fazer nenhuma mudança estrutural fiscal. Isso fica pro próximo governo. Ele vai fazer a política arroz com feijão.

Valor: O que o senhor está esperando para os próximos anos?

Mendonça de Barros: Eu acho que estamos no meio do ajuste que deve ir até julho, agosto do ano que vem, quando os resultados vão continuar a aparecer. A recuperação depende de uma mudança de postura do empresário, o que não vai ocorrer agora. Mas não vamos continuar caindo nesse espaço vazio como agora. Vamos purgar pelos excessos do passado com esse ajuste recessivo, que já está dando resultados. Temos aí o déficit em conta corrente, que poderia ter levado o Brasil para o precipício. Agora, vamos voltar para um número razoável de 2%, 2,5% do PIB. A inflação vai começar a cair. Mesmo o câmbio já está dando sinais de que não consegue ir muito mais para frente. Mas a crise política tira desse processo de recuperação a âncora do investimento.

 

Recuo da economia deve se acentuar no 3º tri, prevê Ibre

Apesar da queda de 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) esperada para o segundo trimestre, na. comparação com igual período de 2014, esse ainda não deve ter sido o fundo do poço para a economia brasileira, de acordo com projeções do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Segundo o Boletim Macro de agosto, divulgado com exclusividade para o Valor, a contração da economia ainda deve se acentuar no terceiro trimestre. Depois da queda de 2,7% esperada para o período entre abril e junho, o Ibre projeta retração de 3% da economia no terceiro trimestre, sempre na comparação com os mesmos meses de 2014.

A economia só deve parar de piorar no último trimestre do ano, e a recuperação será lenta, diz Silvia Matos, coordenadora do boletim. Apenas em 2016 o nível de atividade vai iniciar trajetória ascendente, embora tímida, diz. Por causa da herança estatística negativa deixada pela queda de 2,6% projetada para o PIB deste ano, no entanto, a economia ainda deve encolher 0,5% em 2016.

Para Silvia, o ajuste está sendo mais longo do que se esperava, em parte porque as pressões inflacionárias observadas no primeiro semestre exigiram aperto da política monetária em magnitude que não era antecipada. "Ninguém estimava Selic a 14,25% ao ano. A visão era que o ajuste se resolvería no curto prazo, mas a conta do passado era maior."

Ao impacto do realismo tarifário, diz a economista, se somaram as dificuldades encontradas pela equipe econômica para fazer avançar o ajuste fiscal devido a impasses no Congresso e à necessidade de fazer pagamentos atrasados. Como o nível de confiança se manteve deprimido e o cenário continua marcado por incertezas, diz Silvia, o mercado de trabalho deu uma rápida guinada para baixo, processo

que ainda deve continuar neste e no próximo ano. As estimativas do Ibre para a Pnad Contínua, mais abrangente, é de alta do desemprego para 8,6% na média de 2015, após 6,8% em 2014. Em 2016, a taxa deve continuar a subir e encerrar o ano em 9,1%, na média. "Pode até ser que seja pior, mas a direção é clara", diz, o que deve impedir recuperação do consumo das famílias.

Para Silvia, Regis Bonelli e Armando Castelar, coordenadores do boletim, é natural que as vozes contra o ajuste ganhem força no momento em que o consumo se retrai, com redução do emprego e da renda. A curto prazo, dizem no boletim, não existe resposta fácil para essas preocupações.

Apesar de se considerar "pessimista" porque os problemas atuais são graves, Silvia considera que o importante é persistir com o ajuste e intensificar a agenda positiva que começa a ser conduzida pela equipe econômica, com propostas de mudanças legislativas de grande alcance a médio e longo prazos.

Entre as medidas positivas possíveis, Silvia cita a melhora do uso do crédito público, mudança de regras na área do petróleo e medidas de aumento da eficiência da gestão do setor público. "Tudo isso ajudaria a elevar o retomo do capital", que caiu nos últimos anos. Perseguir essa agenda e continuar com o ajuste das políticas fiscal e monetária permitiríam recuperação a partir de 2017, diz.

 

O ESTADO DE SÃO PAULO

Economia não será 'maravilhosa' em 2016, afirma Dilma

Após reconhecer que o governo demorou a perceber a dimensão da crise econômica, a presidente Dilma Rousseff disse ontem que não pode garantir que 2016 será um ano "maravilhoso" para o Brasil. Em visita a Catanduva, no interior de São Paulo, a presidente citou a turbulência no mercado chinês, que derrubou as principais Bolsas de Valores no mundo, para pedir unidade dos governantes para superar a crise.

"Espero que a situação melhore no futuro, mas não tem como garantir que 2016 será maravilhoso. Não teremos uma situação maravilhosa em 2016 (no País), mas também não será aquela dificuldade imensa que muitos pintam", declarou a presidente em entrevista às rádios Morada do Sol de Araraquara (SP) e Difusora de Catanduva (SP), onde cumpriu agenda de entrega de 1.237 unidades do Minha Casa Minha Vida.

Dilma usou a expressão "segunda-feira negra" para se referir à queda de 846% da Bolsa de Xangai e fez um apelo para que "a preocupação não se transforme em pessimismo". A presidente aproveitou para dividir a responsabilidade com a oposição ao cobrar união para enfrentar o cenário negativo e criticar os adversários que apostam no "quanto pior, melhor". "As pessoas querem resolver tudo rapidamente, nossa ideia é que as dificuldades sejam superadas o mais rapidamente possível. Mas com gente torcendo pelo 'quanto pior, melhor' vai ser mais lento sair da crise."

Pouco depois, na cerimônia de entrega das casas em Catanduva, a presidente tomou a citar as dificuldades da China para traçar um cenário de incertezas e cobrar a oposição.

Corpo a corpo. Além das 1.237 unidades de Catanduva, Dilma escalou os ministros Edinho Silva (Comunicação Social), Gilberto Kassab (Cidades) e a presidente da Caixa Econômica Federal, Miriam Belchior, para entregar casas em Araraquara, Araras e Mauá e amplificar o impacto político da iniciativa. As cerimônias foram transmitidas simultaneamente em telões instalados nas cidades.

Diante do agravamento da crise em seu quinto ano de governo e sob ameaça de abreviação de seu mandato, Dilma se mostrou mais disposta a cumprir os rituais da política. Ao lado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), a quem elogiou pela disposição em celebrar parcerias com o governo federal, ela citou nominalmente

todos os parlamentares e prefeitos que participaram do evento, cumprimentou e abraçou presentes e enalteceu sua administração. Prometeu ainda ajuda para a crise hídrica do Estado.

"Se forem necessárias mais obras para viabilizar a oferta de água aqui em São Paulo, mais obras faremos em parceria com o governador. Tenho certeza de que essa parceria vai continuar e ela está baseada em uma visão democrática e republicana", disse. "Podemos divergir, mas temos que agir juntos no que se refere à administração para proteger os interesses da população."

Embora se trate de um conjunto modelo, o primeiro a ser inaugurado com total infraestrutura (escola, creche, praças, quadras esportivas, posto de saúde e de polícia), as casas visitadas por Dilma passaram por uma maquiagem nos últimos dois dias - ganharam jardins com flores e arbustos plantados por uma floricultura e pintura nova na área interna. A imprensa pôde filmar e fotografar Dilma apenas nos quatro imóveis que receberam a maquiagem. O conjunto custou R$ 108 milhões, sendo R$ 17 milhões do governo de São Paulo e o restante verbas da União.

Protesto. Nos dias que antecederam a visita a Catanduva, moradores convocaram, via redes sociais, um protesto na região central da cidade, distante cerca de 7 quilômetros do evento.

Líderes petistas procuraram participantes do ato e pediram que eles não hostilizassem a presidente. Dois dias antes, Dilma foi xingada pelo público na Festa do Peão de Barretos, mesmo não tendo comparecido ao local. Na mensagem de convocação para o protesto, os organizadores alegaram o suposto domínio de traficantes na região do novo bairro para não se deslocarem do centro até a periferia de Catanduva. O protesto no centro reuniu cerca de 100 pessoas.

 

Fazenda avalia alternativas para elevar receita, diz Barbosa

O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, disse ontem que "o Ministério da Fazenda está avaliando alternativas de elevação de receita" e que "a Fazenda se pronunciará sobre isso, se, e quando, for necessário". O ministro se reuniu com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e com a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), que preside a Comissão Mista de Orçamento.

Sobre o projeto de lei orçamentária para 2016, Barbosa disse que foram apresentadas "algumas diretrizes" e que o governo trabalha em medidas para controlar o gasto obrigatório. "Estamos trabalhando em várias iniciativas. Uma de controle do gasto obrigatório. Do gasto do governo, 55% estão concentrados em Previdência e 20% são folha de pagamento. Estamos num processo de negociação com o funcionalismo federal. Já houve proposta de reajuste plurianual encaminhada pelo Judiciário, na qual colaboramos na construção."

Em relação à despesa discricionária, o ministro disse que o governo está "num processo contínuo de revisão de programas e metas, adequando a execução e as metas de cada programa à disponibilidade de recursos". Ele lembrou que vários programas continuam recebendo subsídio, "mas sua execução está sendo adequada. Reavaliamos o PSI, os subsídios ao Plano Safra, o Fies. Todos continuam, só que numa intensidade adequada ao momento fiscal do Brasil".

Barbosa reiterou a avaliação de que o corte de dez ministérios e de mil cargos comissionados deverá trazer economia de "centena de milhões" de reais aos cofres do governo. A maior economia proveniente da reforma administrativa anunciada, disse o ministro, virá de outras fontes.

"Anunciamos ontem os cinco eixos. O eixo que gera mais ganho para o governo é o aperfeiçoamento da gestão do patrimônio da União, a venda de imóveis que não são prioritários, a regularização e a oferta de pagamento antecipado de áreas de domínio da União. Essas são as iniciativas que geram mais economia de recursos no curto e no médio prazos".

Sobre os desdobramentos da crise na China, Barbosa afirmou que o Brasil tem uma posição macroeconômica "capaz de suportar essas flutuações sem perder a estabilidade fiscal e mantendo a rota de recuperação do crescimento".

"A China já é a segunda economia do mundo e o que acontece na China afeta o mundo inteiro", observou. "Temos visto nas últimas semanas uma desaceleração, principalmente uma queda no mercado acionário. O governo chinês está tomando as medidas necessárias. Vamos aguardar para ver qual o impacto."

 

Mercado espera novas ações à frente

A China vem dando um susto ou uma surpresa por dia nas últimas semanas. Mas, ao olhar em retrospecto, o estoque de atuações é bem mais longo. Desde novembro do ano passado, o banco central chinês e o governo do país anunciaram cerca de 20 medidas, entre cortes de juros e de compulsórios, além de impulsos fiscais, culminando na mudança do regime cambial para algo mais próximo das forças do mercado.

Na ação de ontem, o BC cortou a taxa de empréstimos de um ano em 25 pontos-¬base, para 4,6%, e a taxa de depósito de um ano para 1,75%. Além disso, foi feito um corte de 50 pontos¬base na exigência de depósitos compulsórios para grandes bancos, que ficou agora em 18%. Também houve corte adicional dos compulsórios em 50 pontos para os bancos comerciais rurais, cooperativas de crédito rural e bancos distritais, dentre outras medidas.

Para a Capital Economics, "a decisão pode travar a queda do mercado, mas suspeitamos que a principal motivação seja o reforço da confiança no estado da economia". "Deve reforçar os fatores de suporte do crescimento econômico no segundo semestre do ano." O conjunto incomum de ações tomadas na China envia um forte sinal aos agentes de que o governo atacará todas as frentes para dar suporte à atividade e liquidez ao mercado, mas, por outro lado, reflete a suspeita de que o cenário é mais intricado do que parecia, quando a meta de crescimento de 7% foi definida no ano passado.

Segundo o Nomura, o calendário de cortes de compulsórios está em linha com a previsão, enquanto o corte dos juros aconteceu mais cedo que o esperado. "A flexibilização da política poderia ser intensificada mais em meio à atual turbulência do mercado de ações e por conta das saídas de capital recentes na sequência da reforma do mecanismo cambial", afirma. Para a instituição, "o movimento mostra que o governo está disposto a empreender uma política acomodatícia para lidar com a fraca dinâmica de crescimento e conter possíveis riscos associados ao "sell¬off" [venda generalizada] de ações".

A liberação dos recursos dos depósitos compulsórios deve injetar cerca de 670 bilhões de yuans em liquidez no sistema bancário (cerca de US$ 105 bilhões). Nas contas do Nomura, essa liberação em conjunto com injeções de liquidez por meio de operações de mercado aberto compensam parcialmente o aperto de liquidez decorrente de saídas recentes de capital, "possivelmente resultando em uma ligeira queda no crescimento da base monetária em agosto".

Como, na visão de analistas, o corte do compulsório deve, em parte, ser destinado a compensar saídas de moeda estrangeira, o excesso de liquidez interbancário não deve mudar significativamente. O mercado espera que no quarto trimestre novas flexibilizações da política monetária ocorram.

 

Corte de juros não convence mercado e ações chinesas caem

Hong Kong/ Xangai - Os turbulentos mercados acionários da China recuaram novamente nesta quarta-feira, uma vez que o estímulo duplo do banco central chinês fracassou em convencer investidores de que Pequim tem capacidade para catapultar a segunda maior economia do mundo da recente desaceleração.

Após observar os preços de ações desabarem cerca de 25 por cento em pouco mais de uma semana, o banco central da China entrou novamente em ação na noite de terça-feira, cortando taxas de juros e a de compulsório.

A reação dos dois principais índices acionários da China -- que nunca são termômetros confiáveis da economia doméstica -- foi tipicamente errática, oscilando entre ganhos e perdas de mais de 3 por cento antes de encerrar o dia com recuo modesto.

"O humor do mercado ainda é de aversão a risco. Por isso os mercados não reagiram tão fortemente às últimas medidas de Pequim e acreditam que é necessário fazer mais para restaurar a confiança de investidores', disse Grace Tam, estrategista de mercados globais da JP Morgan Asset Management.

O índice CSI300, que reúne as maiores ações listadas em Shenzhen e Xangai caiu 0,57 por cento, a 3.025 pontos. O índice de Xangai recuou 1,3 por cento, a 2.926 pontos.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

ARTIGO – DELFIM NETTO

Consequências

O nível generalizado de desconfiança que dissolveu instantaneamente a relação de simpatia entre a sociedade e o governo Dilma, foi a descoberta que todo o custoso marketing feito durante a campanha eleitoral era apenas um nevoeiro para esconder uma triste realidade.

A decepção se apossou dos seus eleitores, um pouco mais de um terço do total, ainda que maioria no segundo turno. Hoje estão reduzidos a menos de 10% do total.

E, pior, aparentemente confinados ao gueto do ONGoismo, dos movimentos sociais domesticados e de sindicatos, todos beneficiados ou financiados pelo governo federal. A verdade é que um pouco menos de dois terços dos eleitores já eram contra ela no dia da eleição.

Parte da rejeição ao governo é devida ao conhecimento que a presidente, para reeleger-se, acelerou a crise fiscal anunciada há pelo menos 20 anos. Esta assumiu, agora, o status superior de "estrutural", uma vez que o crescimento da receita (mesmo com os aumentos de impostos de mais de 10% do PIB no período) vão continuar a crescer menos do que a despesa, que é determinada endogenamente, pela vinculação de 90% dos gastos!

Dilma tem dificuldades de lidar com o problema, uma vez que, em 9 de novembro de 2005 –quando era Chefe da Casa Civil–, chamou o plano de ajuste fiscal de longo prazo que estava sendo preparado de "rudimentar" e acrescentou que "o tal debate é absolutamente desqualificado e não há autorização do governo para ele ocorrer".

O surpreendente é que todos sabiam que ele estava sendo estimulado por Lula, por sugestão dos ministros Antonio Palocci e Paulo Bernardo.

Para sentir a gravidade da situação atual, em dezembro de 2013 o deficit nominal do governo foi de 3%, contra 6,2% em dezembro de 2014 e estima-se que terminaremos 2015, com um deficit nominal de 7% e, que a relação dívida bruta que era de 53,3% em dezembro de 2014, atingiu 58,9% em 2015 e deve beirar 62% ao final de 2015, um aumento de quase 10% do PIB em apenas dois anos!

Outra parte significativa da rejeição expressa nas "passeatas cívicas", nos "panelaços" etc. parece vir da impressão generalizada que Dilma ignorou a realidade talvez, inconscientemente, como revelou sua entrevista na edição de ontem a esta Folha.

Como disse Nietzsche, "as mentiras mais comuns são as que contamos para nós mesmos; as outras são, relativamente, exceções".

É preciso muita sorte e muita arte e engenho para desfazer tal impressão. Restabelecer a confiança da sociedade, é condição preliminar (ainda que não suficiente) para a volta do crescimento econômico que corrigirá todas as coisas. 

BANCO DE TALENTOS

ÁREA DO ASSOCIADO

O Sinduscon/RN pensa como você, e por isso trabalha:

NOSSA MISSÃO

Representar e promover o desenvolvimento da construção civil do Rio Grande do Norte com sustentabilidade e responsabilidade sócio-ambiental

POLÍTICA DA QUALIDADE

O SINDUSCON/RN tem o compromisso com a satisfação do cliente - a comunidade da construção civil do Rio Grande do Norte - representada por seus associados - priorizando a transparência na sua relação com a sociedade, atendimento aos requisitos, a responsabilidade socioeconômica, a preservação do meio ambiente e a melhoria contínua.

CONTATO

55 84 3206 5362

contato@sindusconrn.com.br

SOCIAL

LOCALIZAÇÃO

Rua Raimundo Chaves, 2182 - Sala 101 Empresarial Candelária - Candelária - Natal/RN

SINDUSCON/RN (C) 2012 - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS