Segunda-feira

TRIBUNA DO NORTE

Empresas imobiliárias estão otimistas

O setor imobiliário comercial vem registrando crescimento em relação à 2014 e deve fechar o ano com “saldo positivo”. A avaliação é do empresário Caio Fernandes, diretor presidente da incorporadora Caio Fernandes Negócios Imobiliários e organizador da campanha “É Hora de Comprar. Vem Pra Cá”, iniciada no último mês de abril. De acordo com ele, a ação de marketing rendeu R$ 16 milhões, com sete empreendimentos ofertados, e terá uma segunda fase, já sinalizada para oferecer unidades de 12 empreendimentos.

“Todo mundo está falando das dificuldades de mercado, das  dificuldades políticas, mas, o menos atingido foi o setor de construção comercial, diferentemente do setor de construção social. Tanto que todos os índices econômicos colocam o imóvel como o melhor crédito, por mais que os bancos estejam restringindo muito”, comentou Caio Fernandes. Segundo o empresário, os imóveis são considerados dívidas saudáveis. “O imóvel é um bem que ainda valoriza, quem compra na planta, por mais que não esteja valorizado como antigamente, você ainda pega, ao final, 20% a 30% líquido de valorização. O cliente pagou com tranquilidade, parcelado e ainda vai recuperar”, afirmou.

Para a vice-presidente de Mercado Imobiliário do Sindicato da Construção Civil do RN (Sinduscon/RN), Larissa Dantas Gentile, a estabilidade do cenário econômico potiguar é reflexo das  ações de marketing. “Nós temos uma velocidade de vendas que vem se mantendo constante. Não tivemos grandes surpresas neste ano. Alguns meses vendemos bem, outros nem tanto. Ano passado, por exemplo, com a Copa foi ruim, mas, em seguida já recuperamos. E, por causa do cenário brasileiro, muitas empresas estão fazendo muitas promoções. Estamos vendo que tem sido feito um esforço bem maior para se vender imóveis com boas ofertas”, declarou Dantas.

Conforme o Índice de Velocidade de Vendas, em 2014, foram vendidos mais de quatro mil imóveis prontos ou na planta em Natal, o que representou aproximadamente 400 vendas por mês. Em 2015, a expectativa das incorporadoras é que este número seja superado. “É a hora de comprar, as negociações estão abertas. Como os bancos recolheram um pouco os financiamentos, então, os formatos estão muito mais facilitados para o clientes, que negociam diretamente. Hoje está muito melhor para quem compra do que para quem está vendendo”, pontuou Fernandes. A primeira fase da campanha “É Hora de Comprar. Vem Pra Cá” contou com a participação de cinco construtoras e incorporadoras locais – Constel, Aldann, SDantas, Hema e Coengen – ofertando unidades em sete empreendimentos, distribuídos pelas zonas administrativas da capital.

Natal atraente

Em fevereiro deste ano, um estudo desenvolvido pela consultoria Prospecta Inteligência Imobiliária e divulgado pela revista Exame, apontou a capital potiguar como a quinta melhor cidade do país para se investir em imóveis. Para a análise, foi utilizado o indicador P2iLead – que analisou todos os municípios com menos de um milhão de habitantes (94% do Brasil) – e levado em consideração características como renda per capita elevada, população com alto nível de instrução e vínculo empregatício, entre outros. As outras quatro que estão à frente de Natal são do interior de São Paulo e do Mato Grosso do Sul

Bate-papo - Caio Fernandes

Presidente da  Caio Fernandes Negócios Imobiliários

O que mudou no mercado potiguar com a crise econômica brasileira e os ajustes fiscais?

Antigamente, há 10, 12 anos, o cliente fazia boa parte dos financiamentos direto com a construtora e o mínimo com os bancos. E, isto foi mudando. O Governo abriu crédito, estimulou consumo, e o quadro se inverteu. O que está acontecendo agora é um certo retorno, onde as construtoras é que tão facilitando mais. Contudo, ainda é  o crédito mais barato que existe, porque você compra imóvel à 10% ao ano. No caso dos carros, por exemplo, é de 25% ao ano.

Há alguns anos o setor potiguar enfrentou algumas dificuldades e passou a ter um acúmulo muito grande de estoque. Isto permanece?

O Rio Grande do Norte já diminuiu bastante. Nós tínhamos sim um estoque, mas, eu diria que 70% foi justamente das empresas do Sul e Sudeste que vieram para cá e fizeram um planejamento errado. Então, os empreendimentos boiaram. Eles lançaram imóveis de alvenaria estrutural ao mesmo preço da convencional, o que confundiu até os clientes. Na estrutural, ela não permite que você abra uma porta, que mude uma planta, enquanto a convencional tem garantia total sobre isso e os riscos de construção são bem menores. No caso, os estruturais tinham que custar até 30% mais baratos, para equalizar demanda e consumo.

Quais as dificuldades e benefícios de se comprar imóvel em Natal?

Natal se transformou num dos m² mais baratos do país em capital. Há cinco anos , tínhamos um m² mais valorizado que João Pessoa, Fortaleza e, em alguns casos, Recife. Hoje, não. Agora, quem comprar, vai se dar bem, porque estes estoques vão zerar por completo e vamos ter que ter um alinhamento de preços, a curto/média prazo. O m² hoje gira entre R$ 1,8 mil e R$ 2,5 mil, de produtos para classes sociais, como Minha Casa Minha Vida. A partir de daí, você vai encontrar entre R$ 3,5 mil até R$ 8 mil. Claro que tudo depende também da valorização do bairro, se tem infraestrutura, saneamento.

 

TRIBUNA DO NORTE

Crédito em 2015 terá desempenho mais fraco em 12 anos

O Banco Central previu nesta semana, que o mercado de crédito em 2015 terá o desempenho mais fraco dos últimos 12 anos. A retração econômica, somada ao ciclo de alta dos juros, levará a uma expansão de apenas 9% dos financiamentos. Os bancos públicos continuarão a puxar os empréstimos, mas não com o mesmo vigor de antes. O setor imobiliário também já vem perdendo a força nos últimos meses. Apesar disso, os juros para o consumidor não param de subir e bater recordes de alta.

A projeção anterior era de expansão de 11% do crédito este ano "A nova projeção está mais realista, pois já estava meio claro que o crescimento seria menor do que 10%", avaliou o economista do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves.

O temor do brasileiro em se endividar em um momento de fechamento de postos de trabalho e os bancos mais seletivos na hora de conceder linhas também ajudam a formar a expectativa de que o volume de financiamentos vai desacelerar pelo quinto ano consecutivo. A projeção anterior do BC era de expansão de 11% do crédito este ano ante alta 11,3% em 2014. Em 2003, a elevação foi de 8,81%.

"Boa parte dessa revisão decorre da evolução do crédito nos primeiros cinco meses do ano", disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel. De janeiro a maio, o estoque de dinheiro emprestado subiu 2,1%, para R$ 3,081 trilhões. Em 12 meses, a alta é de 10,1%, o que pressupõe que está embutida na previsão do BC uma queda em algum momento até o final do ano.

O financiamento imobiliário, apesar de mais resistente, também dá sinais de esfriamento, como em maio, quando subiu 1% ante abril. "O crescimento imobiliário mensal é pequeno para a modalidade, que geralmente tem altas mensais próximas a 2%", comparou Maciel. Ele lembrou que esse segmento atingiu o pico de crescimento em 2010, de 56%, e que a partir daí houve desaceleração desse mercado. Em 12 meses até maio passado, a alta está em 24,5%.

Já as concessões de crédito imobiliário com recursos direcionados para pessoas físicas despencaram 29% no mês passado em relação a abril. Maciel comentou, no entanto, que variações mensais oscilam muito e, por isso, o melhor é observar resultados acumulados. Nos primeiros cinco meses do ano, a alta é de 0,9%. O juro desse segmento ainda é menor que o das demais modalidades - ficou em 10,1% ao ano no mês passado.

A taxa de juros média de mercado em maio foi de 42,5% ao ano, o maior da série iniciada em 2011. Também foi recorde o juro cobrado no rotativo do cartão de crédito, de 360,5% ao ano. A cobrança se dá sobre o valor que sobra da fatura quando o consumidor decide pagar apenas o valor mínimo.

COLUNA DE LUIZ ANTONIO

Um semestre pra esquecer

Luiz Antônio Felipe

Se existe um primeiro semestre para ser esquecido na vida dos brasileiros, certamente é esse que termina na próxima terça-feira (30). Nada evoluiu na vida sócio-econômica do País, pelo contrário tudo veio abaixo, estragando o que foi realizado nos últimos 12 anos. Na economia o baixo crescimento do PIB está confirmando como foi essa derrocada. Na vida do cidadão, o aumento do desemprego com recordes históricos. O semestre iniciou com a estimativa de que o chamado ajuste fiscal conseguiria reverter a queda das estatísticas, já nos dois últimos meses do período. O que se vê é uma piora sem precedentes, atingindo até mesmo a arrecadação   comprometendo o equilíbrio das contas, o ajuste fiscal perseguido pelo governo.

ADIAMENTO

A retomada da atividade e da confiança deve ser adiada para 2016, embora o governo pregue que as medidas do ajuste são suficientes para trazer novo fôlego ainda em 2015. Economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flavio Castelo Branco lembra que a última ata do Copom do Banco Central sinalizou que o ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic (atualmente em 13,75% ao ano) aparentemente teve o ciclo estendido.  A equação é simples, diz o economista: “O juro alto eleva o custo do crédito e afasta o empresários de novos investimentos, prejudicando o crescimento da economia”.     

 

JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO

'O setor de construção está desesperado'

ENTREVISTA

José Carlos Martins, presidente da CBIC

No comando de uma entidade que congrega "todas as construtoras que não estão na Lava Jato", o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, esteve na semana passada, em encontros separados, com os ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, e da Fazenda, Joaquim Levy. O recado não poderia ser mais claro: "O nosso setor está na UTI", disse aos dois.

Acumulando faturas a receber do governo por obras em rodovias a cargo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), as construtoras de médio porte dizem estar sem caixa. E aguardam uma resposta do governo até terça-feira. Do contrário, ameaçam paralisar obras, cobrar as dívidas na Justiça e fazer um barulho que empalidecerá as manifestações dos movimentos sociais. A seguir, os principais trechos da entrevista concedida ao Estado.

O sr. esteve com os ministros do Planejamento e da Fazenda. 0 que disse a eles?

Que o nosso setor está na UTI. E que não dá para desligar os aparelhos.

Que aparelhos?

Os pagamentos do governo para o nosso setor. Eles têm de ter um mínimo de forma, não podem ficar como estão. Quando as empresas foram convidadas a fazer o programa Minha Casa Minha Vida, a regra era recebimento "vapt vupt". Então, todo mundo contratou sem ter a necessidade de capital de giro. O dinheiro demorava quatro, cinco dias. Hoje, não. Está pago até 6 ou 7 de maio. Esse atraso, que parece pequeno, é fatal para quem se programou para receber de imediato.

E o Minha Casa Minha Vida 3?

Poderia dar um alento, principalmente nas faixas 2 e 3. Mas ainda não saiu. E nem se conta com a construção comercial e industrial. Quem está pensando em fazer indústria hoje?

Como está o emprego no setor?

Hoje, temos 2,8 milhões de pessoas, mas está caindo. De outubro para cá, já perdemos 310 mil. E, até o fim do ano, vão mais 500 mil. Entendemos que tem de fazer o ajuste fiscal, mas isso não se faz só cortando despesas. Tem de arrecadar. O problema do Minha Casa Minha Vida se resolve com R$ 1,5 bilhão. Será que é tão difícil colocar esse assunto em dia e preservar 400 mil empregos, que recolhem tributos e não pressionam o seguro-desemprego?

E qual foi a proposta que os senhores apresentaram?

Nossa proposta é que se acerte o passado e se estique o cronograma de execução das obras. Esperamos uma resposta até terça-feira. Eles precisam fazer uma conta com a previsão do que se vai consumir até o fim do ano e compatibilizar com o que tem de recursos.

E se não tiver resposta?

Nosso pessoal está desesperado. Não tem outro termo. E estão com idéias malucas de fazer várias coisas País afora: paralisar obras, coisas drásticas. O espírito está belicoso. Na reunião do Planejamento, eu disse: 'Se vocês acham que os movimentos sociais fazem estardalhaço, não sabem o que esse povo vai fazer, no desespero que está'. Há risco de judicialização desse processo. Eu avisei: 'O que vai ter de empreendimento paralisado, gente invadindo, vocês tendo de retomar e consertar o que foi estragado e empresa entrando na Justiça, não têm noção'. Esses dias, teve uma obra grande do Minha Casa Minha Vida no Pará em que os caras não receberam. Eles fecharam a estrada, fizeram o maior estardalhaço. Estamos tentando segurar esse ímpeto e chegar a bom termo.

O sr. acha que as construtoras médias poderão participar da nova etapa de concessões?

É balela essa história que, sem as grandes, não tem quem faça. Tem, sim, desde que o modelo esteja adequado. Mas as empresas estão com sérios riscos. / LA.0.

 

BRASIL ECONÔMICO

Crédito imobiliário soma R$ 5,6 bilhões em maio

O volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis somou R$ 5,6 bilhões no mês de maio, apresentando queda de 39,6% na comparação mensal e de 42,3% em relação a maio de 2014, de acordo com dados do Boletim Informativo de Crédito e Poupança disponibilizado pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

Segundo a instituição explicou em nota, o desempenho das concessões reflete as medidas restritivas adotadas por alguns agentes do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) em decorrência da redução dos recursos depositados nas cadernetas de poupança.

A perspectiva da Abecip para os próximos meses, entretanto, é de que as medidas anunciadas pelo Banco Central, que permitem a utilização de parte do depósito compulsório para o crédito imobiliário, tenderão a elevar as concessões.

De janeiro e maio deste ano foram destinados R$ 38,9 bilhões para a aquisição e construção de imóveis, 11,8% inferior ao apurado no mesmo período do ano passado. No período acumulado de 12 meses encerrado em maio de 2015, o volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis com recursos das cadernetas de poupança SBPE alcançou o montante de R$ 107,7 bilhões, ficando 6,2% menor que o apurado nos 12 meses precedentes.

Em termos de quantidade, foram alocados recursos para construções e aquisições de R$ 20,3 mil imóveis em maio, o que mostra queda de 56% sobre maio do ano passado e de 54,5% comparado a abril de 2015.

Nos primeiros cinco meses deste ano, foram financiados mais de 174 mil imóveis, mostrando queda de 18,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Nos últimos 12 meses encerrados em maio, foram financiados 499 mil imóveis, correspondendo a um recuo de 9,6% em relação aos 12 meses precedentes.

O levantamento da Abecip, que também apresenta dados da poupança, com base nos resultados registrados no SBPE, apontou que os depósitos de poupança dos agentes financeiros do SBPE terem registrado novas saídas, que atingiram R$ 5,3 bilhões, em maio. Já o volume total de recursos aplicados na caderneta está 5% maior que o saldo de maio do ano passado, encerrando o mês em R$ 507,7 bilhões.

De acordo com a Abecip, a elevação ininterrupta da taxa básica de juros, a Selic, desde outubro de 2014 ampliou a remuneração de produtos financeiros que concorrem com as cadernetas de poupança, especialmente aqueles que utilizam a Selic como referencial de remuneração. Marlana Pitasse

 

EXAME

Bancos gregos fecharão 6 dias e saque será de 60 euros

Atenas - O governo da Grécia informou neste domingo que os bancos permanecerão fechados durante seis dias e o limite de retirada de dinheiro será de 60 euros, depois que o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, anunciou a aplicação de um controle de capitais a partir da segunda-feira.

Segundo o decreto oficial, publicado após uma reunião do conselho de ministros, as entidades bancárias gregas fecharão até o dia 6 de julho, embora este período poderia ser encurtado ou estender-se por decisão do Ministério das Finanças.

O documento especifica que o primeiro dia do fechamento dos bancos, nesta segunda-feira, os caixas funcionarão no máximo por 12 horas.

Poderão ser realizados pagamentos com cartão no interior do país assim como transações internas através dos serviços bancários das páginas na internet.

Os pagamentos através de cartões pré-pagos poderão ser feitos com o limite que tinham antes do começo destas restrições.

As medidas relativas ao controle de capitais não serão aplicadas aos turistas, que poderão realizar transações e retiradas de dinheiro nos caixas automáticos utilizando os cartões de crédito ou débito emitidos em seus países de origem.

Em relação às transações para o estrangeiro, poderão ser realizadas todas aquelas que se considerem básicas como a compra de remédios ou o pagamento de custos médicos.

Para examinar as transações permitidas fora da Grécia, se criará uma comissão que vai autorizar cada operação.

O decreto fala também que o pagamento das pensões está excluído das restrições e enfatiza que os bancos anunciarão em que escritórios será realizado o pagamento das mesmas.

Em mensagem na televisão, Tsipras acusou o Eurogrupo de ter precipitado esta situação ao ter negado à Grécia uma prorrogação do resgate para que "um povo soberano exerça seu direito soberano de votar democraticamente", uma decisão que qualificou de "chantagem".

Tsipras tinha pedido o prolongamento da vigência do resgate, que expira no final do mês, na próxima terça-feira, após anunciar a convocação de um referendo no qual os cidadãos deverá decidir sobre a proposta de acordo das instituições (Banco Central Europeu, Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional), rejeitada pelo governo.

O primeiro-ministro tinha pedido "alguns dias" para dar à população a oportunidade de exercer seu voto "sem pressões".

"A negativa da prorrogação conduz (à aplicação de) medidas de restrições bancárias na retirada de depósitos", afirmou Tsipras, que pediu à população "calma" e "sobriedade" nos próximos dias.

 

EXAME

Itaú defende ajuste que eleve primário para 2,5% até 2018

São Paulo - O Departamento Econômico do Itaú Unibanco avalia que para estabilizar a dívida pública no longo prazo se faz necessário um ajuste plurianual que aumente o superávit primário para 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2018.

Em relatório enviado a clientes do banco neste final de semana, o economista Luka Barbosa diz que o ajuste fiscal não deve se esgotar neste ano. De acordo com ele, uma parte foi implementada e agora a questão é saber quanto falta para concluir o processo. "Para responder a esta pergunta precisamos definir o tamanho necessário do ajuste fiscal. Depois verificar o quanto já foi implementado", diz Barbosa.

Para o economista, o tamanho do ajuste fiscal é definido pela estimativa do superávit primário necessário para estabilizar a dinâmica da dívida pública. Segundo avalia, o quanto já foi implementado é calculado avaliando as medidas já tomadas e seus impactos no superávit primário.

"Definimos como necessário um ajuste plurianual que aumente até 2018 o superávit primário para 2,5% do PIB, nível que estabiliza a dívida pública no longo prazo, segundo nossos cálculos", reiterou o economista do Itaú Unibanco.Ainda segundo o relatório da instituição, o tamanho do ajuste necessário é de 5% do PIB e menos da metade dele foi atingido.

"A queda do superávit primário nos últimos anos criou a necessidade de um ajuste fiscal, de forma a recuperar a sustentabilidade da dívida pública", diz Barbosa. Ele lembra que a necessidade de ajuste ganhou destaque no ano de 2014, caracterizado por uma queda mais intensa do resultado primário, para 0,6% do PIB, e aumento na dívida pública sobre o PIB.

O economista diz ainda que, de acordo com seus cálculos, as medidas fiscais já implementadas somam 1,9% do PIB, ou 38% do ajuste necessário. Deste montante, afirma, o corte de gastos representa 1% do PIB, incluindo o corte nas despesas discricionárias e Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) condizente com o contingenciamento do orçamento de 2015. "Outros 0,8% do PIB são aumentos de impostos", disse o economista do Itaú Unibanco.

Por fim, escreve o economista, os governos regionais contribuíram com 0,1% do PIB para o ajuste, calculado com base no superávit primário destes entes acumulado este ano, ante o mesmo período do ano passado.

"Desta forma, embora o ajuste já realizado - de quase 2 pontos porcentuais do PIB - seja historicamente relevante, ele representa um pouco menos da metade do ajuste fiscal necessário para aumentar o superávit primário para níveis mais consistentes com estabilização da dívida pública", disse Barbosa, acrescentando que este exercício destaca também a importância de reformas estruturais que busquem reduzir a tendência de crescimento sustentado do gasto federal como porcentual do PIB, principalmente a despesa com benefícios previdenciários.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Não chegamos ainda nem perto do fundo do poço, diz Armínio Fraga

Principal assessor econômico do candidato derrotado à Presidência Aécio Neves (PSDB), o economista Armínio Fraga diz que hoje o Brasil está morrendo de medo de tudo: recessão, inflação, desemprego.

"A campanha foi um show de mentiras. Agora o custo é este: um país morrendo de medo", disse à Folha. Na época, a presidente Dilma foi acusada de disseminar entre a população o medo de crise e arrocho se houvesse vitória da oposição.

Ele afirma que Dilma expõe o ministro Joaquim Levy (Fazenda) ao escalá-lo para discutir o ajuste fiscal com o Congresso. "Mandaram o general para a linha de frente com uma espada na mão", comparou.

Para o economista, que presidiu o Banco Central no governo FHC e hoje é sócio da Gávea Investimentos, o governo deveria ter optado por uma meta de superavit primário (receitas menos despesas) menor neste ano. A seguir, trechos da entrevista.

*

Folha - A economia brasileira amargará 1,5% de recessão neste ano. O que está ocorrendo? Armínio Fraga - O governo chutou o pau da barraca [do gasto público] nas eleições e agora paga a conta. Isso já tinha acontecido no início do primeiro mandato da presidente Dilma. A situação hoje é pior porque o país entrou muito torto na história. A evolução da dívida é assustadora, e a recessão morde firme. É possível ver isso na indústria, no setor imobiliário.

Hoje o quadro está sendo tratado de maneira mais razoável, mas ainda insuficiente. O ajuste fiscal não vai resolver tudo. É preciso cortar mais o gasto, que é rígido.

Os empresários reclamam que o governo cortou investimentos, mas não reduziu gastos. Qual é a sua opinião?

O ajuste fiscal requer um debate profundo sobre o tamanho do Estado. Não vou nem discutir qual é o tamanho do Estado ideal.

Alguns países deram certo com um Estado grande, como os escandinavos. Outros funcionam com um Estado menor, como os EUA. Só que o Estado precisa ser funcional e hoje temos um Estado meio capturado.

Sem essa discussão, o ajuste está sendo feito do jeito que dá. Algumas medidas são boas, mas há problemas. Surgiu essa história de acabar com o fator previdenciário [que desestimula a aposentadoria precoce], que considero uma loucura.

O PSDB votou contra o fator previdenciário. O que você acha da posição do partido?

Não falo pelo PSDB. Tenho simpatia pelo partido e gosto de trabalhar com o ex-presidente Fernando Henrique e com o Aécio.

O partido foi infeliz no tema do fator previdenciário, mas tem agido bem. O PSDB tem que ser o bastião de grandes ideias e princípios. Nessa confusão toda, não é fácil.

Qual é o efeito da crise política na economia?

A situação política é caótica. O país tem 32 partidos, 29 representados no Congresso e quase não existe discussão de programa de governo.

Há essa percepção de que a política está terceirizada para o PMDB, mas claramente o PT não está satisfeito. A oposição tenta se posicionar, mas ainda não engrenou o ritmo.

Por que o governo não faz reformas estruturais?

O Levy lida com muitas restrições, inclusive da chefe dele, que é responsável por tudo isso que está aí. É uma situação muito constrangedora.

Ele está muito exposto [negociando com o Congresso]. Mandaram o general para a linha de frente com uma espada na mão, algo que não se via há 500 anos. É da época de Alexandre, o Grande.

Na sua opinião, o governo deveria reduzir a meta de superavit primário?

O superavit de 1,2% do PIB foi planejado com estimativas muito otimistas para a economia. Desde o início, o governo deveria ter optado por uma meta menor no primeiro ano e mais ambiciosa nos dois anos seguintes. Agora, mexer na meta não é fácil.

Mas a arrecadação não está correspondendo às expectativas. Não é melhor assumir que não dá para cumprir a meta?

Não sei o que eles vão fazer. A minha opinião é que deveriam ter colocado uma meta menor neste ano e deixado claro qual é o pagamento das "pedaladas" passadas. Classificar direito o que é uma conta do passado e o que é um ajuste permanente.

O governo tem armas para combater a recessão?

A capacidade de reação do governo está prejudicada pela inflação alta e por um Orçamento muito precário.

Portanto, as ferramentas anticíclicas tradicionais não estão disponíveis em razão de uma herança que Dilma deixou para ela mesma.

É uma situação muito difícil, e quem vai pagar o pato, como sempre, é a população.

Até quando vai a recessão?

É preciso não confundir. Vivemos um ciclo de curto prazo provocado pelo aquecimento da economia antes das eleições e temos um problema de médio prazo.

Daqui a um ano ou um ano e meio, podemos até sair do ciclo de curto prazo, mas teremos questões estruturais.

Agora, se ficar claro que existem respostas para as questões estruturais, ajuda a quebrar o ciclo porque as empresas se animam a investir.

O governo está tentando estimular investimentos com o programa de concessões de infraestrutura.

Sim. Mas tem tido uma imensa dificuldade de executar os projetos. E vão utilizar esse dinheiro para vencer as contas do ano, enquanto deveriam abater dívidas.

Na campanha eleitoral, você foi criticado por dizer que o país entraria em recessão, e hoje isso se concretizou. Como você se sente?

Aquilo foi um grande teatro, um show de mentiras. O Aécio e o Fernando Henrique falaram isso o tempo todo. O custo é este: temos um país morrendo de medo.

Com medo de quê?

De tudo: recessão, desemprego, inflação. Não sou político, vivo de administrar o dinheiro dos meus clientes. Se for pessimista, estou acabado, mas tenho que ser realista. A situação não está boa.

As empresas estão demitindo. A situação vai piorar?

Infelizmente, acredito que não chegamos ao fundo do poço. Espero estar errado, mas analiticamente não estamos nem perto disso.

Havia um represamento de demissões em razão das incertezas que as eleições geram. Agora a situação ficou clara e as empresas demitem.

Esse ciclo, no entanto, ainda mal começou.

Qual é o impacto do aumento do desemprego?

As centrais sindicais, que sempre foram a base do PT, já estão reclamando. Existe uma briga no próprio governo. Pode gerar mais manifestações de ruas e mais dificuldades para aprovar o ajuste fiscal. Governar nesse contexto não é fácil.

O BC exagerou na alta de juros para atingir a meta de inflação de 4,5% no fim de 2016?

É uma meta muito ambiciosa. Dá para chegar a esse resultado em dois anos, mas vai exigir disciplina e um pouco de sorte. Talvez fosse mais fácil deixar para 2017.

O problema é que a inflação está acima da meta há bastante tempo, as contas públicas se deterioraram e o país ameaça perder a classificação de risco. Se o governo tivesse mais credibilidade, poderia ser mais gradual.

 

O ESTADO DE SÃO PAULO

Apesar da alta dos juros, inflação deve subir e atingir o pico nos próximos meses

O brasileiro vai ter de continuar a enfrentar uma inflação elevada nos próximos meses, com risco de chegar a dois dígitos, apesar do enfraquecimento da atividade econômica. Por ora, as projeções dos economistas indicam que o momento mais crítico está porvir. Entre julho e agosto, o índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a medida oficial de inflação, pode atingir até 9,5% no acumulado em 12 meses. Se a previsão se confirmar, será o maior nível desde novembro de 2003.

O temor de que a inflação alcance 10% em 12 meses no começo do segundo semestre existe por causa da pouca margem para absorver qualquer aumento de preço, como um reajuste da gasolina, que está defasada, ou um comportamento atípico de preços, como ocorreu com alimentos in natura na prévia do IPCA de junho.

Nesse cenário complicado, também existem pressões de custos que estão sendo repassadas gradualmente para o varej o, o que podem puxar mais ainda a inflação para cima no curto prazo. "Um espirro pode jogar a inflação em 12 meses para 10%", disse o economista da LCA Consultores, Fabio Romão. Ele espera um IPCA 9,5% em 12 meses para julho e de 8,9% para o ano.

No horizonte traça do pela consultoria Tendências, o IPCA deve atingir o pico em 12 meses de 9,3% em agosto. No ano, deve ficar em 8,9%. Alessandra Ribeiro, sócia da consultoria, não descarta a possibilidade de que o IPCA atinja dois dígitos no acumulado em 12 meses nos próximos meses, mas pondera que esse não é o cenário mais provável. "Alguns itens do lado dos administrados estão difíceis de serem antecipados", observou. Em junho, por exemplo, a revisão do IPCA foi causada por uma surpresa: o aumento dos jogos lotéricos, que subiram quase 40%.

Essa também é a avaliação do professor da Faculdade de Economia e Administração da USP, Heron do Carmo. "A inflação corretiva (provocada pelo aumento das tarifes) não acabou."

Resistência. Uma conjugação desfavorável de aumentos de preços está dando resistência à inflação no curto prazo, mesmo com o aperto monetário promovido pelo Banco Central. No início deste mês, a taxa básica de juros, a Selic, subiu pela sexta vez seguida, para 13,75% ao ano e voltou para o nível de 2008.

Entre os fatores que mantêm o IPCA em níveis elevados estão o reajuste dos preços administrados, como energia e combustíveis, ocorrido no primeiro trimestre, e que até agora tem efeitos indiretos sobre os custos dos prestadores de serviços e das indústrias.

"Mesmo que a demanda não esteja em ritmo forte, a indústria repassa alguma coisa da alta de custos para os preços a fim de manter um pouco da margem", explicou Salomão Quadros, coordenador dos índices Gerais de Preços da Fundação Getúlio Vargas. Ele acha que o pico da inflação acumulada em 12 meses sera 9,3% em agosto.

Para Romão, da LCA, a desvalorização do câmbio, de cerca de 30%, entre setembro do ano passado e março, também é uma pressão de custos para as indústrias. Ele ressaltou que os estragos provocados pela crise hídrica nos preços dos produtos in natura deve continuar. Historicamente os preços desses alimentos caem 34% em junho, mas as projeções indicam alta de 1,8%.

 

VALOR ECONÔMICO

Nos EUA, Dilma vai cumprir 'agenda Levy'

A agenda política de reaproximação, depois de um período de estremecimento, será o foco da viagem da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos. A viagem foi cuidadosamente preparada para reconstruir a imagem econômica do país em Wall Street e entre o empresariado americano. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, trabalhou pessoalmente na seleção dos empresários e representantes do setor financeiro que terão reuniões com a presidente hoje - daí sua insistência em estar presente, apesar dos problemas médicos, na última sexta.

A expectativa no governo é que o apoio que será demonstrado por Dilma ao ajuste fiscal e a sinalização de que as mudanças na política econômica são irreversíveis sirvam para reduzir as dúvidas e mostrar o que está sendo feito na economia agora. O ministro definiu uma lista de quem considera "formadores de opinião" sobre o Brasil no mercado e setor produtivo dos Estados Unidos. O Valor teve acesso à lista que inclui nomes como Michael O'Neil, presidente do Citigroup, Tim Geithner, ex-secretário do Tesouro e hoje presidente da empresa de private equity Warburg Pincus, Larry Flink, presidente do fundo Blackrock que administra mais de US$ 4,7 trilhões, e Barry Sternlicht, presidente do Starwwod Capital Group, com foco no setor imobiliário. Entre os empresários estão nomes como James Taiclet, presidente da provedora de redes sem fio American Tower Corportation, David Cheesewright, presidente do braço internacional do Walmart e Dan Amman presidente da GM. Dilma também tem prevista uma reunião com o ex-secretário de Estado Henry Kissinger.

O formato dos encontros é de grupos reduzidos - dez pessoas já confirmadas na conversa com o setor financeiro e sete do setor produtivo - para que a presidente possa responder a perguntas, mas também ouvir dúvidas. Na avaliação da equipe econômica, este tipo de encontro será mais produtivo para influenciar expectativas do que a participação em seminários com muitos participantes, onde não há oportunidade de contato direto entre a presidente e os empresários.

A estratégia dos encontros foi definida entre Levy e a presidente Dilma. A visão do governo é que há, hoje, mau humor com o Brasil por políticas vistas como excesso de interferência no setor privado, falta de previsibilidade e frouxidão fiscal. A presidente vai repetir que o país, assim como Estados Unidos, está desmontando as políticas anticíclicas, mas a mensagem principal é mostrar aos investidores que o país está disposto a reduzir os riscos associados às políticas do primeiro mandato.

A lista inicial enviada pelo ministro ao Itamaraty tinha 25pessoas em cada grupo e nomes como David Bonderman, presidente do TGP, maior fundo de private equity do mundo e Muhtar Kent, presidente da Coca-Cola. Segundo integrantes do governo, a lista final ainda poderia mudar, com novas confirmações.

O mesmo princípio guia a agenda de São Francisco, onde Dilma estará na quarta-feira. Na visita ao Google, a agenda prevê que a presidente Dilma Rousseff seja recebida pelo presidente da companhia, Larry Page. No almoço que será oferecido à presidente por Condolezza Rice, ex-secretária de Estado, foram convidados nomes como Bill Gates, Jeff Bezos, da Amazon, Dan Schulman, do PayPal e Mark Zuckerberg, do Facebook. Estes nomes, no entanto, ainda não têm participação confirmada.

 

VALOR ECONÔMICO

Presidente tenta focar na economia para driblar tema 'Lava-Jato'

No primeiro dia de sua viagem aos Estados Unidos para fortalecer o relacionamento entre os dois países e reconquistar a confiança do setor privado, a presidente Dilma Rousseff encontrou-se com 25 empresários brasileiros, sob o risco de as novas denúncias da Operação Lava-Jato ofuscarem os resultados da visita. Na reunião, Dilma reafirmou aos executivos a disposição do governo de apostar no relacionamento entre Brasil e EUA, num- momento em que a economia brasileira está em recessão e a americana é um dos motores do crescimento global.

Entre os principais nomes da reunião, altos executivos de empresas com atuação importante no mercado externo, como Wesley Batista, da JBS, André Gerdau Johannpeter, da Gerdau, José Luís Cutrale, da Cutrale, Rubens Ometto, da Cosan, e Carlos Fadigas, da Braskem - sociedade entre Petrobras e Odebrecht, ambas investigadas pela Lava-Jato.

O ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, disse que as denúncias na delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, não foram discutidas. "A agenda está voltada para a relação com os Estados Unidos, aumento de investimento", disse Monteiro. Em delação premiada, Pessoa disse que houve dinheiro ilegal na campanha de Dilma no ano passado.

Ao sair do encontro, que durou duas horas e meia, Batista disse que o foco das conversas foram oportunidades de investimento entre Brasil e EUA. "Foi pouco citada a questão interna do Brasil", disse ele, acrescentando que alguns participantes citaram o impacto do ajuste fiscal e as desonerações. O presidente da JBS disse ainda estar otimista com a possibilidade de abertura do mercado dos EUA de carne bovina brasileira, que deve ser anunciada pelo governo americano na terça-feira. "Na minha fala para a presidente, eu disse que acessar o mercado americano é um marco histórico para a pecuária brasileira. É um dos maiores importadores de carne no mundo." A expectativa é que também haja anúncios nas áreas de comércio, mudança climática, defesa e educação, ciência, tecnologia e inovação.

Batista afirmou ainda que houve conversas sobre um acordo para evitar a bitributação e a possibilidade de se iniciar negociações de acordo de livre comércio com os EUA. Segundo ele, são temas que ganharam importância devido à forte alta dos investimentos brasileiros no país.

Ao falar depois da reunião, Monteiro disse que um acordo de livre comércio "se coloca no horizonte, mas não num prazo muito curto". Segundo ele, essa é uma "aspiração", mas, na visita, o foco está em outra agenda-a prioridade é a facilitação de comércio e medidas para harmonização de padrões.

O ministro da Fazenda, Joaquim, Levy, juntou-se ontem à comitiva de Dilma, chegando a Nova York por volta do meio dia. Disse que "está tudo bem com a saúde" e afirmou que a expectativa para a viagem.de Dilma é positiva. Levy negou ter descumprido ordens médicas ao viajar. "Eu sou muito obediente." Na sexta-feira, ele foi internado, com suspeita de embolia pulmonar. Com isso, adiou a viagem para sábado à noite, pegou um voo comercial e desembarcou em Nova York. Ao falar da visita aos EUA, ele disse que há "bastante coisa para fazer", acrescentando que a economia está num momento importante. "É uma oportunidade boa. Como disse a presidente, lá em Washington vai ser bastante positivo." Dilma vai para a capital americana hoje à tarde, depois de encerrar seminário sobre infraestrutura. Poderá então depositar flores no memorial de Martín Luther King, com o presidente Barack Obama. Terá mais tarde jantar na Casa Branca e, na terça-feira, reuniões de trabalho com Obama. No começo da noite, vai para San Francisco.

 

O ESTADO DE SÃO PAULO

Mercado vê forte desaceleração em 2016

O ciclo de aperto monetário promovido pelo Banco Central (BC) tem conseguido conter as expectativas inflacionárias de longo prazo. Parte dos analistas espera que o índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) volte para o centro da meta (4,5%) a partir 2017.

Para 2016, apesar de os economistas consultados no relatório Focus terem revisado a projeção do IPCA de 5,70% para 5,50% desde o início do ano e a perspectiva seja de desaceleração, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Luiz Pereira Awazu da Silva, apontou na semana passada fatores "positivos e menos positivos" que podem explicar a relativa resiliência da inflação em relação à meta de 4,5%. Entre eles, está a inércia inflacionária, que é alta no País.

Para o economista-chefe do Banco Fibra, Cristiano Oliveira, o fato de a inflação esperada para 2016,2017 e 2018 ter recuado ou se mantido estável "é sinal de que o mercado está levando a sério a política monetária doBanco Central". Estragos. Enquanto há incertezas sobre a tendência do comportamento da inflação no médio e longo prazos, o fato é que uma política de alta de juros em busca de uma inflação menor no futuro provoca estragos na economia real.

"A alta de juro é inócua. A economia já está andando para trás", diz José Ricardo Roriz Coelho, diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Federação das Indústria do Estado de São Paulo. "O aumento da Selic encarece o produto. Há o aumento do custo de capital de giro no processo de produção." A pesquisa de Intenção de Investimento da Fiesp mostra que 29,7% dos recursos usados pelas empresas neste ano virão de terceiros.

A combinação da alta de custo de capital e de insumos, afetados pelo câmbio e tarifas, levou, por exemplo, a fabricante de plásticos MVC a demitir 40% dos funcionários (lerão lado).

Embora a política monetária esteja custando caro para empresas e cidadãos, a pior opção, dizem analistas, seria o BC manter o mesmo tom dos primeiros quatro anos do governo Dilma Rousseff no combate à inflação.

Na avaliação de Heron do Carmo, professor da Faculdade de Economia da USP e um dos maiores especialistas em inflação, se o País não fizesse esse ajuste correría o risco de perder os ganhos obtidos desde a estabilização, proporcionados pelo Plano Real. "Semo ajuste, correriamos risco de a inflação desgarrar. Já vimos esse filme."

Para Heron, o País está num baixo-astral econômico há mais de 30 anos, com períodos de crescimento a 4% e outros de 2% e a inflação em níveis altos. "Agora é a oportunidade de fazer um ajuste que coloque a inflação em trajetória de queda, recuando para 3% e, com isso, recuperar a possibilidade de que o País volte a crescer."

 

O ESTADO DE SÃO PAULO

Liquidações são antecipadas e redes de varejo demitem

São Paulo - Nem mal o inverno começou, as varejistas começaram a temporada de liquidações para desovar seus estoques. "O termo liquidação começou a perder seu sentido", observou o economista Fábio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O desempenho de vendas abaixo do esperado em recentes datas comemorativas, como o dia das Mães e dos Namorados, dá indícios de que outras datas importantes, como o dia dos Pais, das Crianças e Natal, poderão ser afetadas, afirmou Bentes. "O varejo de modo geral tem sido muito castigado. Não é uma crise, são várias crises", disse Bentes, lembrando que a inflação em alta, a desaceleração da economia e restrição de crédito têm levado a atividade a uma deterioração. "Foi o pior dia das Mães e dos Namorados dos últimos 12 anos", disse.

Em um momento em que o comércio enfrenta seu pior desempenho desde 2003, as companhias intensificaram as demissões e novos ajustes podem ocorrer, segundo fontes.

Levantamento feito pelo Sindicato dos Comerciários de São Paulo mostra que a Lojas Marisa foi a que mais cortou entre janeiro até o dia 15 de junho na região metropolitana de São Paulo. Foram registradas 452 homologações no período, ante 260 feitas no mesmo período do ano passado.

A Riachuelo cortou 280 pessoas no mesmo período, 53% acima na comparação com igual período de 2014. Na C&A, foram 330 demissões, ante 225. A Renner foi a única que cortou menos sobre o mesmo período do ano anterior, 121 ante 151. De janeiro a maio, foram homologadas 49.310 demissões no comércio na capital paulista, nos mais variados setores. Em 2014 inteiro foram 121,8 mil rescisões.

Os subsetores do comércio, como revendas automotivas e materiais de construção, foram os que mais demitiram. A evolução do emprego no comércio de bens duráveis (móveis e eletrodomésticos, equipamentos e materiais de escritório) recuou 0,5% em maio, ante abril, e caiu 0,2% em relação a maio de 2014.

O setor de semiduráveis (tecidos, vestuário e calçados) recuou 0,3% em maio ante abril e caiu 1% sobre maio passado, informou o CNC, com base nos dados do Caged.

 

VALOR ECONÔMICO

Para Tombini, recuperação do consumo deve ocorrer em ritmo moderado

Em palestra na 85ª Assembleia Geral Anual do Banco de Compensações Internacionais (BIS), na Basileia, Suíça, o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou que a "recuperação do consumo deverá ocorrer a um ritmo moderado e sustentável", acompanhada pela expansão do crédito sustentável e com um crescimento baseado no investimento.

Em seu discurso, que foi disponibilizado no site do BC, Tombini frisou que o Brasil está passando por um período de ajuste para reduzir as vulnerabilidades internas e externas, colocar a dívida pública numa trajetória descendente e fazer com que a inflação convirja para o centro da meta, que é de 4,5% ao ano, até o final de 2016.

"Este processo de ajuste tem um preço sobre o crescimento a curto prazo , mas é a chave para restaurar o crescimento sustentável nos próximos anos", destacou o presidente do BC em apresentação concentrada nos efeitos da transmissão da política monetária no crédito e na demanda das famílias a partir de uma perspectiva de mercado emergente.

Na avaliação do presidente do BC, os movimentos das expectativas da taxa de inflação e política monetária se traduzem em mudanças nas taxas de juros dos empréstimos que têm impacto no consumo das famílias.

Neste contexto de ajuste na economia, conforme Tombini, as famílias estão ajustando seus balanços de forma ordenada, moderando o consumo e a aquisição de novos créditos. Muitas até estão renegociando as condições do crédito. Apesar desse cenário, segundo o presidente do BC, a taxa de inadimplência do sistema financeiro se manteve baixa e o setor bancário permanece bem capitalizado e bem provisionado.

"A nossa desigualdade tem sido reduzida, nossas famílias são agora mais homogêneas e hoje respondem melhor à ação da política monetária, podemos desenvolver um mercado imobiliário sólido, com risco sistêmico controlado. Nesta perspectiva de estabilidade, sempre tivemos um conjunto muito estreito de regras micro e macroprudenciais", destacou o presidente do BC. Nos últimos anos, uma das modalidades de crédito que mais cresceu foi justamente o crédito imobiliário. "O mercado imobiliário brasileiro tem sido altamente regulamentado", disse Tombini.

 

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